sexta-feira, 17 de junho de 2011

FMI REDUZ PROJEÇÃO DO PIB BRASILEIRO

FMI REDUZ PROJEÇÃO DO PIB BRASILEIRO, MAS VÊ 'AVANÇO ROBUSTO' NA AL
  Entre os maiores países emergentes, o Brasil foi o que registrou a maior revisão nas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao longo do segundo trimestre deste ano, com revisão na estimativa de crescimento de 4,5% para 4,1% em 2011 e de 4,1% para 3,6% em 2012. Segundo o economista-chefe e diretor do Departamento de Pesquisa do FMI, Olivier Blanchard, a revisão se deve ao fato de que alguns indicadores recentes de atividade vieram mais fracos do que o esperado em abril, quando foi divulgado o World Economic Outlook, em Washington.
  Em entrevista exclusiva à Agência Estado, em São Paulo, Blanchard acrescentou que a nova estimativa para o crescimento da economia brasileira também prevê que a política monetária terá que ser um pouco mais apertada. 'Isso vai resultar num crescimento mais fraco, e é uma das principais razões para a revisão', afirmou. Sobre a inflação no País, o economista-chefe do FMI não mostrou grande preocupação e previu que o IPCA irá retornar ao centro da meta, de 4,5%, em 2012. 'Poderia ser um problema, mas o Banco Central está bem ciente disso.'
  Questionado sobre alertas recentes feitos por economistas de mercado, como Nouriel Roubini, a respeito da possibilidade de um 'hard landing' da economia chinesa, Blanchard disse que sempre há alertas desse tipo sobre a China que acabam não se confirmando. 'É claro que pode ocorrer, e poderia ocorrer no futuro, mas não achamos que isso vá acontecer porque as autoridades chinesas já pisaram no freio muito fortemente', afirmou.
  Blanchard reconheceu que existe a possibilidade de os preços dos imóveis estarem muito elevados em alguns lugares da China, mas avalia que, mesmo que eles caiam muito, não haverá efeitos semelhantes à crise dos EUA. 'As pessoas não têm hipotecas na China. Alguns bancos poderão ter problemas, mas o Estado provavelmente irá ajudá-los a se capitalizarem. Portanto, estamos bastante otimistas com a China', garantiu o economista. Para este ano, Blanchard prevê expansão de 9,6% da economia chinesa, seguida de 9,5% em 2012.
AMÉRICA LATINA
  A revisão do relatório prevê um avanço 'robusto' do crescimento da América Latina e Caribe, que deve superar 4,6% em 2011 e 4,1% no próximo ano, e alerta para o risco de superaquecimento na região. 'A expansão tem sido mais forte na América do Sul, onde os preços altos de commodities e as boas condições de financiamento externo estão alimentando a demanda doméstica', afirma o relatório, divulgado hoje (17/06/2011), em São Paulo. 'O hiato do produto fechou na maior parte da região e começam a aparecer sinais de sobreaquecimento: a inflação está subindo, déficits de transações correntes estão aumentando e o crédito e preços de ativos estão crescendo rapidamente', diz o documento do FMI.
  No caso dos mercados emergentes, a aceleração da demanda, com maior consumo de alimentos e combustíveis, está pressionando os índices de preços para cima. As altas de preços, alerta o Fundo, estão aumentando o desafio de governos para conter a inflação e proteger os cidadãos mais pobres.
O FMI afirma que a inflação mundial acelerou de 3,5% no fim de 2010 para 4% entre janeiro e março deste ano, superando em 0,25 ponto porcentual o índice projetado em abril. Segundo o documento, isso se deve ao aumento acima do esperado nos preços das commodities, mas o FMI observa que o núcleo da inflação continua baixo nos EUA e Japão, e subiu apenas moderadamente na zona do euro.
ESTADOS UNIDOS
  O FMI está mais otimista em relação às perspectivas para as contas públicas dos Estados Unidos, apesar de ter reduzido a estimativa de crescimento do país para 2,5% em 2011, abaixo dos 2,8% estimados em abril. O Monitor Fiscal indica que o déficit nominal da maior economia do mundo deve alcançar 9,9% do PIB, ante a projeção anterior de 10,8%. De acordo com o FMI, as receitas oficiais estão mais fortes do que o esperado, enquanto as despesas ficaram menores do que fora projetado.
  Neste contexto, o FMI acredita que os EUA conseguirão atingir os objetivos fiscais de 2012 com esforços mais suaves na gestão das contas públicas. Contudo, o Fundo ressalva que, para assegurar uma trajetória fiscal sustentável, é urgente' obter um apoio político abrangente para implementar um conjunto balanceado de medidas específicas a fim de dar base a 'um plano de ajuste crível de médio prazo', com o apoio do Congresso, que tenha, entre seus objetivos, uma meta para o tamanho da dívida pública.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

AGROBUSINESS

  O campo vem se modernizando bastante nas últimas décadas. Tanto que alguns autores falam num "novo rural" brasileiro. Um dos destaques deste "novo rural", são os agrobusiness, os agronegócios ou, como preferem alguns, a agroindústria.
  O termo agrobusiness, designa toda uma cadeia de produção interligada de bens que dependem uns dos outros: desde produtos agrícolas (uva, soja, fumo, algodão, café, cana-de-açúcar, pecuária etc.), máquinas e equipamentos agrícolas industrializados (óleos, cigarros, tecidos, vinho, café solúvel etc.).
  Como se percebe, não se trata de um setor apenas rural, e muito menos agrário, mas de um complexo que envolve atividades urbanas e rurais interligadas. Uma subordinação do campo à cidade ou, uma modernização do campo. A atividade básica do agrobusiness é a agropecuária, mas uma agropecuária modernizada, com elevada produtividade da terra, fruto da aplicação de uma tecnologia avançada (correção de solos, aprimoramento em laboratórios de raças de animais ou de cultivos) e de forte investimento de capitais.
Produtor realizando o processo de calagem em Goiás
  O grande destaque do agrobusiness brasileiro tem sido a soja, um produto que antes era importado e hoje representa mais de 10% das exportações rurais brasileira. O Brasil virou o maior exportador mundial de soja, desbancando os Estados Unidos.
Plantação de soja no oeste da Bahia
  A viabilidade da soja no Brasil, especialmente na região do cerrado (Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, oeste da Bahia, parte de Minas Gerais, sul do Piauí e Maranhão), foi resultado de décadas de pesquisas para a correção dos solos tidos como pobres, para o aprimoramento da planta e das técnicas de produção. A soja está ligada a toda uma cadeia que vai da grande produção de máquinas, tratores e instrumentos agrícolas até as indústrias do farelo e do óleo de soja.
 Grãos de soja
  Outro setor da agroindústria que se expandiu e continua a crescer é o da fabricação de vinhos, especialmente no Rio Grande do Sul (região serrana ao redor de Bento Gonçalves e região fronteiriça com o Uruguai) e no Vale do São Francisco, entre Pernambuco e Bahia. Outros setores importantes do agronegócio brasileiro são a produção de carnes e derivados (salsichas, patês, salames, produtos de couro, de ossos ou de chifres etc.), de álcool combustível, de algodão e tecidos e de café e derivados.
 Cultivo de uva em Juazeiro - BA
  O Brasil tem excelentes condições, que nenhum outro país tem na mesma proporção, de expandir seu agrobusiness, como: enorme disponibilidade de terras agricultáveis ainda não aprovietadas; a incrível disponibilidade de água, elemento básico na agropecuária - que é a atividade econômica que mais utiliza água; possui uma tecnologia apropriada - o país desenvolveu e continua a desenvolver inúmeras tecnologias inovadoras nesse campo, desde o álcool como combustível até a correção dos solos do cerrado, passando pelo biodiesel, pela criação por meio da engenharia genética de novas espécies de plantas ou de aves (como o chester) etc.
Criação de chester em Santa Catarina
Fonte: VESSENTINI, José William. Geografia: o mundo em transformação. 1ª edição. Editora Ática: São Paulo, 2009.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

CRESCIMENTO POPULACIONAL OU DEMOGRÁFICO

  Segundo a ONU, do início dos anos 1970 até 2009, o crescimento da população mundial caiu para 1,2% ao ano, o número de mulheres em idade reprodutiva que utilizam algum método anticoncepcional aumentou de 10% para 62% e o número médio de filhos por mulher (taxa de fecundidade) caiu de 6 para 2,6. Ainda assim, esse rítmo continua elevado e, caso se mantenha, a população do planeta saltará de 6,8 bilhões em 2009, para 9 bilhões em 2050.
  Os países pobres e emergentes abrigavam 5,6 bilhões de pessoas em 2009 e, em 2050, deverão ter 7,9 bilhões. Já nos países desenvolvidos o crescimento nesse mesmo período será bem menor, com a população absoluta aumentando de 1,23 para 1,28 bilhão de pessoas e, caso não se considerasse o ingresso de imigrantes, haveria redução para 1,5 bilhão.
Mapa da taxa de fecundidade dos países
  À medida que a população mundial aumentou 2,5 bilhões em 1950 para 6,7 bilhões em 2008, a proporção dos que vivem nos países pobres e emergentes da África, Ásia e América Latina aumentou de 68% para mais de 80%. Na China e na Índia, respectivamente com mais de 1,3 e 1,2 bilhão de habitantes em 2009, vivem aproximadamente 37% da população mundial. Já a proporção das pessoas que vivem nos países desenvolvidos diminuirá de 18% em 2009 para 14% em 2050 por causa da redução do seu ritmo de crescimento vegetativo. Em contrapartida, a população africana, que representava 9% da população mundial em 1950, deverá representar 21% em 2050.
Mapa da projeção de crescimento populacional
  O crescimento demográfico de uma determinada área, está ligada a dois fatores: ao crescimento natural e à taxa de migração.
  O primeiro, também denominado crescimento vegetativo, corresponde à diferença entre nascimentos (natalidade) e óbitos (mortalidade) verificada numa população; o segundo é a diferença entre a entrada e a saída de pessoas da área considerada.  Tendo como referência essas duas taxas, o crescimento populacional poderá ser positivo ou negativo.
  Desde a antiguidade, o crescimento populacional é tema de reflexão para muitos estudiosos que se preocupam com o equilíbrio entre a organização da sociedade, a dinâmica demográfica e a exploração dos recursos naturais.
  Na Grécia Antiga, Platão e Aristóteles advertiram que não seria possível aumentar as áreas de cultivo na mesma velocidade do crescimento populacional, o que tenderia a aumentar os níveis de pobreza e a escassez de alimentos ao longo das sucessivas gerações.
Platão
  Somente a partir do século XVIII, com o desenvolvimento do capitalismo, o crescimento populacional passou a ser estudado como um fato positivo, uma vez que, quanto mais pessoas houvesse, mais consumidores também haveria. Nessa época, foi publicada a primeira teoria demográfica de grande repercussão, formulada pelo economista inglês Thomas Robert Malthus (1766-1834).
TEORIA MALTHUSIANA
Thomas Robert Malthus - criador da Teoria Malthusiana
  Em 1798, Malthus publicou seu Ensaio sobre a população, no qual desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava basicamente em dois postulados:
1º - Se não ocorrerem guerras, epidemias, desastres naturais etc., a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Cresceria, portanto, em progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32...) e constituiria um fator variável, que aumentaria sem parar.
2° - O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10...) e possuiria certo limite de produção, por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial dos continentes.
  Ao considerar esses dois postulados, Malthus concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o da produção de alimentos. Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas, pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto, a população mundial ainda continuaria crescendo. A consequência disso, seria a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta, ou seja, a fome.
  Para evitar esse flagelo, Malthus, que além de economista era pastor da Igreja Anglicana, na época contrária aos métodos anticoncepcionais, propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-las.
Para Malthus, a fome está relacionada ao crescimento populacional
  Hoje, verifica-se que suas previsões não se concretizaram: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos aumentou graças ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que se considere uma área fixa de cultivo, a quantidade produzida aumentou, uma vez que a produtividade  também vem crescendo ao longo das décadas.
Modernização do campo - um dos fatores que contrapôs a teoria de Malthus
  Essa teoria, quando foi elaborada, parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região, com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da História. Não previu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura.
Urbanização - foi outro fator que Malthus não levou em conta na sua teoria
  Desde que Malthus apresentou sua teoria, são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. Mais da metade da população mundial passa fome, ou está subnutrida, mas isso é resultado da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos.
TEORIA NEOMALTHUSIANA
  Em 1945, com o término da Segunda Guerra Mundial, foi realizada a Conferência de São Francisco (realizada nessa cidade, que fica nos Estados Unidos), na qual foi criada a ONU (Organização das Nações Unidas). Na ocasião, foram discutidas estratégias de desenvolvimento, para evitar a eclosão de um novo conflito militar em escala mundial. Havia apenas um ponto de consenso entre os participantes: a paz depende da harmonia entre os povos e, portanto, da diminuição das desigualdades econômicas no planeta. Assim sendo, como explicar e, mais difícil ainda, enfrentar a questão da miséria nos países pobres, na época, chamados de subdesenvolvidos?
Conferência de São Francisco - realizada em abril de 1945 nos Estados Unidos
  Esses países buscaram identificar a raiz de seus problemas na colonização de exploração realizada em seus territórios e na desigualdade das relações comerciais que caracterizaram o colonialismo e o imperialismo. Por isso, passaram a propor amplas reformas nas relações econômicas, em escala planetária, que diminuiriam as vantagens comerciais, o fluxo de capitais e a evasão de divisas dos então chamados países subdesenvolvidos em direção aos desenvolvidos.
Pobreza - afeta grande parte dos países subdesenvolvidos
  Nesse contexto histórico, foi formulada a teoria demográfica neomalthusiana, uma tentativa de explicar a ocorrência da fome e do atraso em muitos países. Essa teoria era defendida por setores da população e dos governos dos países desenvolvidos - e por alguns setores dos países em desenvolvimento - com o intuito de esquivarem das questões socioeconômicas centrais.
  Segundo essa teoria, uma numerosa população jovem, resultante das elevadas taxas de natalidade e que eram verificadas em quase todos os países pobres, necessitaria de grandes investimentos sociais em educação e saúde. Com isso, sobrariam menos recursos para serem investidos nos setores agrícolas e industrial, o que impediria o pleno desenvolvimento das atividades econômicas e, consequentemente, da melhoria das condições de vida da população. Ainda segundo os neomalthusianos, quanto maior o número de habitantes de um país, menor a renda per capita e a disponibilidade de capital a ser distribuído pelos agentes econômicos.
Pobreza - para os neomalthusianos é uma das consequências do acelerado crescimento populacional
  Verifica-se que essa teoria, embora com postulados diferentes daqueles utilizados por Malthus, chega à mesma conclusão: o crescimento populacional é o responsável pela ocorrência da pobreza. Seus defensores passaram a propor programas de controle de natalidade nos países pobres e emergentes mediante a disseminação de métodos anticoncepcionais. Era uma tentativa de enfrentar problemas socioeconômicos com programas de controle da natalidade e de acobertar os efeitos danosos dos baixos salários e das péssimas condições de vida - serviços de educação e saúde precários - que vigoram naqueles países, com base apenas em uma argumentação demográfica. Além do mais, afirmar que naquela época, os chamados países subdesenvolvidos desperdiçavam em investimentos sociais um dinheiro que deveria ser destinado ao setor produtivo é uma conclusão bastante simplista.
Política do Filho Único na China - uma proposta inspirada na teoria neomalthusiana
TEORIA REFORMISTA OU MARXISTA
  Na mesma Conferência de São Francisco, representantes dos países então chamados subdesenvolvidos elaboraram a teoria reformista, que chega a uma conclusão inversa à das duas outras teorias demográficas já mencionadas.
  Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, com elevado padrão de vida da população, o controle da natalidade foram passados espontaneamente de uma geração a outra ou, à medida que foram se alterando os modos de vida e os projetos pessoais dos membros das famílias, as quais, em geral, passaram a ter menos filhos ao longo do século XX. Uma população jovem numerosa, só se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque não foram realizados investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. Mais pessoas com acesso à educação e com renda significa um maior mercado consumidor, o que estimula o desenvolvimento econômico.
Karl Marx - suas ideias inspiraram os defensores da teoria reformista
  A falta de investimentos em educação gerou um imenso contingente de mão de obra sem qualificação, que continuamente ingressa no mercado de trabalho, além de muitos que não conseguem uma vaga e sobrevivem do subemprego. Tal realidade tende a rebaixar o nível médio da produtividade por trabalhador, assim como os salários dos que estão empregados, e a empobrecer enormes parcelas da população desses países. É necessário o enfrentamento, em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.
Subemprego - uma das consequências da falta de investimentos em educação
  Para os defensores da corrente reformista, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias pobres e as de maior poder aquisitivo. À medida que as famílias melhoram suas condições de vida - educação, assistência médica, acesso à informação etc. - permitindo uma diversificação dos projetos pessoais de seus membros, elas tendem a ter menos filhos.
Para os reformistas, a elevada taxa de natalidade é decorrente da falta de investimentos em  educação
  Quando o cotidiano familiar transcorre em condições de extrema pobreza e as pessoas não têm consciência das determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas, vivendo de subempregos, em submoradias e subalimentadas, como esperar que elas tenham acesso à informação e assistência de saúde para poderem planejar o número de filhos que desejam?
Subdesenvolvimento - para os reformistas é uma consequência da exploração dos países desenvolvidos nos países subdesenvolvidos
  Enfim, a teoria reformista é a mais realista dentre as três, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma sensata, partindo de situações concretas do dia a dia das pessoas.
TEORIA ECOMALTHUSIANA
  Essa teoria é uma corrente gerada a partir da teoria neomalthusiana que relata os prejuízos nos recursos naturais a partir do grande crescimento populacional. De acordo com os seguidores dessa teoria, o rápido crescimento populacional provoca a remoção de recursos naturais de seu devido lugar, trazendo em curto e em longo prazo, grandes problemas ambientais.
Desmatamento e queimadas - dois graves problemas ambientais que destroem os recursos naturais do planeta
  A maior biodiversidade do planeta está concentrada na zona intertropical, local onde se concentra os países mais pobres. Dessa forma, o desmatamento ocorrido pelo crescimento dessas localidades devasta de forma irreversível os recursos naturais. Existem regiões onde o ecossistema é frágil, o que evidencia a necessidade de cuidados especiais em tais localidades. Porém, o crescimento demográfico desses locais pressiona fortemente o sistema natural.
Florestas - locais de maior biodiversidade do planeta
  O controle populacional é a forma de preservação apresentada por seguidores dessa teoria. É importante evidenciar que não se deve responsabilizar a pobreza pela degradação ambiental e sim a falta de planejamento e estrutura para alojar as pessoas. Deve-se buscar formas de viver sem devastar o meio ambiente e encontrar outras de conscientizar a população sobre a sua importância e os danos provocados pela devastação da mesma.
Fonte: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 3: espaço geográfico e globalização: ensino médio/Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A ESTRUTURA FUNDIÁRIA DO BRASIL E OS CONFLITOS NO CAMPO

  Denomina-se estrutura fundiária a forma como as propriedades agrárias de uma área ou país estão organizadas, isto é, tamanho e distribuição social.
  Um dos grandes problemas agrários do Brasil é a sua estrutura fundiária, na qual existe uma grande concentração da propriedade. A maior parte das terras ocupadas e os melhores solos encontram-se nas mãos de pequeno número de proprietários - os latifundiários -, muitas vezes com enorme áreas ociosas, não utilizadas para a agropecuária, apenas à espera de valorização, ao passo que um imenso número de pequenos proprietários possui áreas ínfimas - os chamados minifúndios -, insuficientes para garantir-lhes, e as suas famílias, um nível de vida decente e com boa alimentação.
Área de fronteira agrícola
  Essa concentração da propriedade fundiária tem aumentado muito ao longo dos anos, principalmente a partir de 1970, quando começou a ocorrer uma expansão das "fronteiras agrícolas" (faixa de terras cultivadas ou aproveitadas pela pecuária) do país em direção à Amazônia, com a ocupação de terras devolutas (espaços desocupados do ponto de vista jurídico, isto é, sem título de propriedade. Essas terras nem sempre são desabitadas ou vagas, pois é comum haver nelas posseiros ou até indígenas) para a derrubada da mata e o estabelecimento da lavoura e da pecuária.
Pequena propriedade rural
  Em boa parte, essa ocupação da terra é apenas formal, com a empresa (às vezes, uma multinacional) conseguindo o título de propriedade da área e deixando-a ociosa à espera de valorização. Mas essa expansão das áreas ocupadas pela agropecuária acabou agravando ainda mais o problema da estrutura fundiária, já que o tamanho médio das propriedades que ocupam a maior parte das novas terras é enorme, constituindo novos latifúndios.
Colheita de soja em uma empresa agrícola
  Esse agravamento também prejudica a produção de alimentos, porque as grandes propriedades se voltam mais para os gêneros agrícolas de exportação, enquanto as pequenas e médias propriedades produzem, geralmente, para abastecer o mercado interno. A concentração ainda maior da estrutura fundiária explica a queda da produção de alguns gêneros alimentícios básicos e o crescimento de produtos agrícolas de exportação.
A QUESTÃO DA REFORMA AGRÁRIA
  Desde os anos 1950, discute-se no Brasil a reforma agrária, que consiste em uma redistribuição das propriedades do meio rural, em uma melhor distribuição da terra. De forma genérica, a reforma agrária é uma mudança na estrutura fundiária do país efetuada pelo Estado, que desapropria grandes fazendeiros com propriedades improdutivas e distribui lotes de terras a famílias camponesas. Uma melhor distribuição social da propriedade rural é algo fundamental para o desenvolvimento econômico e social de uma nação.
  A atual situação fundiária do Brasil, com grandes propriedades improdutivas, milhares de camponeses sem-terra e grande pobreza no campo, além dos conflitos pela terra, comuns no Brasil, é desastrosa para a maioria da população e para a imagem do Brasil no exterior. Além disso, é comum existirem períodos de falta de gêneros agrícolas para a alimentação e os preços de certos produtos agropecuários tornarem-se proibitivos para amplas parcelas da população.
  Ao mesmo tempo, existem enormes extensões de terras férteis que têm dono e não são utilizadas produtivamente. O desperdício e a subutilização convivem lado a lado com a miséria dos pequenos agricultores e dos trabalhadores agrícolas.
  A reforma agrária, em síntese, deve visar resolver o problema dos camponeses sem-terra e da pobreza no campo, assim como o abastecimento alimentar para a maioria da população. Ela deve promover a justiça social. Mas não pode consistir somente na desapropriação de certas áreas para redistribuição, pois, sem outras condições complementares - crédito bancário facilitado, preços mínimos para certos produtos agrícolas, garantia de transporte, incentivos à modernização das técnicas etc. -, corre-se o risco de fracasso total.
  Em muitos exemplos de distribuição de lotes de terras a famílias camponesas, especialmente na Amazônia, após alguns anos, o pequeno proprietário vendeu sua terra para grandes empresas ou fazendeiros, partindo em busca de novas terras, ainda mais longe, ou trabalhando como assalariado. Isso porque não dispôs das condições citadas. Sem crédito bancário, sem sementes, sem compradores com preços razoáveis e até sem transporte, somando a isso tudo o fato de que, na Amazônia os solos são pobres e podem se esgotar em poucos anos, o pequeno proprietário tem de vender sua terra para sustentar a família. Assim, uma reforma agrária deve ter em conta todos esses aspectos, pois não se trata apenas de redistribuição da terra rural, mas também de uma reforma da política agrícola.
   Apesar de ser intensamente discutida e de terem sido criados órgãos governamentais que deveriam implementá-la, a reforma agrária nunca foi amplamente executada de forma parcial. Uma evidência da falta de uma ampla reforma agrária encontra-se na persistência da enorme concentração na propriedade fundiária. Desde meados dos anos 1990, o Governo Federal vem tentando expandir a reforma agrária no país. Mas as dificuldades para isso são enormes. Uma delas é que existem fortes interesses contrários dos grandes proprietários rurais. Esses proprietários formam lobbies ou grupos de pressão para convencer os políticos e abortam as tentativas de mudanças na legislação que procuram facilitar a desapropriação de terras.
  Também existem dificuldades jurídicas: em muitos casos, os proprietários ganham na justiça indenizações milionárias ou até bilionárias, várias vezes acima do preço de mercado dos imóveis, como pagamento de suas terras desapropriadas. Isso ocorre por causa da corrupção ou dos interesses comuns entre os proprietários e determinados funcionários do Incra encarregados de avaliar o imóvel, que exageram o seu valor na medida em que, por vezes, negociam uma comissão para isso, e eventualmente alguns juízes, que, por diversos motivos, dão sentenças favoráveis a essas indenizações abusivas.
  Mas talvez o grande impedimento para uma ampla e generalizada reforma agrária no Brasil seja o custo de manter os assentados. Uma reforma agrária bem-feita não consiste apenas em desapropriar terras improdutivas e distribuí-las para os trabalhadores rurais. Se fosse apenas isso, seria bem menos complicado: consistiria tão somente em detectar as terras improdutivas, desapropriá-las e distribuí-las entre os camponeses sem-terra, pessoas que têm uma vocação para o trato com a terra e alguma experiência nessa atividade. Esta distribuição também não é algo fácil, pois existe um grande número de oportunistas que se misturam aos verdadeiros camponeses, de pessoas que não têm o menor interesse em trabalhar a terra, mas apenas pretendem vendê-la rapidamente para conseguir algum lucro.
  Algumas organizações de sem-terra até mesmo incentivam a vinda de pessoas sem vocação nem experiência no trabalho rural, principalmente desempregados, que existem aos milhões nas cidades, para engrossar suas fileiras. Isso porque, com um maior número de pessoas, elas podem promover manifestações mais ruidosas e conseguir, assim, uma maior cobertura da mídia, o que garantirá a continuidade das verbas ou auxílios que recebem de algumas ONGs (Organizações Não-Governamentais) dos países ricos ou, às vezes, até do Banco Mundial.
  Para custear os assentamentos é preciso haver financiamento com juros baixíssimos para a compra de adubos, sementes, eventualmente máquinas etc. Os assentamentos precisam de estradas e caminhões para escoar a produção, precisam de garantias de um preço mínimo para cada produto que cultivam etc., e isso tudo é extremamente custoso. Foi por falta dessas condições que vários projetos de reforma agrária fracassaram no Brasil, especialmente na Amazônia, onde, após alguns anos, os assentados venderam suas terras para grandes proprietários por não conseguirem sustentar a família com essa atividade.
Fonte: VESSENTINI, José William. Geografia: o mundo em transformação. 1ª edição. Editora Ática: São Paulo, 2009.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

TIPOS DE CLIMA

  A grande diversidade verificada na conjugação dos fatores climáticos dá origem aos vários tipos de clima. Os principais tipos de clima existentes no mundo são:
POLAR ou GLACIAL
  Ocorre em regiões de latitudes elevadas, próximas aos círculos polares Ártico e Antártico, onde, por causa da inclinação do eixo terrestre, há grande variação na duração do dia e da noite e, consequentemente, na quantidade de radiação absorvida ao longo do ano. Aí também os raios solares sempre incidem de forma oblíqua. Nessas regiões é comum ocorrer durante o verão o fenômeno denominado Sol da Meia-Noite e durante o inverno a Noite Polar.
Paisagem do Ártico
  O Sol da Meia-Noite é a designação comum para o fenômeno que ocorre nas elevadas latitudes, 66º 33’ 39" N ou S, para além da Europa ou da América, quando o Sol não se põe durante pelo menos 215 horas seguidas. Em alguns lugares, o Sol não se põe por mais de 120 dias durante o verão, ou seja, não há noites durante mais de seis meses.
Sol da Meia-Noite em Alta - Noruega
  A Noite Polar é o inverso do Sol da Meia-Noite e ocorre durante o inverno polar, quando os raios solares não chegam a iluminar essa região durante um longo período.
Noite Polar na Groenlândia
  Nas regiões polares é comum ocorrer também o fenômeno denominado Aurora Polar (Boreal no Ártico e Austral na Antártica). A Aurora Polar é um fenômeno óptico composto de um brilho observado nos céus noturnos nas regiões polares, em decorrência do impacto de partículas de vento solar e poeira espacial encontrada na Via Láctea com a alta atmosfera da Terra, canalizados pelo campo magnético terrestre.
Aurora Boreal no Alasca - EUA
  Os climas polares são climas que se caracterizam por baixas temperaturas o ano inteiro, atingindo no máximo 10ºC nos meses de verão, em regiões em que a camada de neve e gelo que recobre o solo derrete e o dia é muito mais longo que a noite.
Climograma Polar: Barrow - Canadá
SUBPOLAR
  O verão é curto e pouco quente e o inverno é frio e longo. As temperaturas médias mensais são por vezes inferiores a -40°C. A amplitude térmica anual é elevada e a precipitação muito baixa, geralmente ocorre na forma de neve.
Climograma Subpolar: Angmagssalik - Groenlândia
TEMPERADO e FRIO
  É apenas nas zonas climáticas temperadas e frias desta classificação que encontramos uma definição clara das quatro estações do ano: primavera, verão, outono e inverno.
Primavera em Victória - Canadá
  Há uma nítida distinção entre as localidades que sofrem influência da maritimidade ou da continentalidade. No clima temperado oceânico, a amplitude térmica é menor, e a pluviosidade  maior.
Climograma Temperado Oceânico: Valentia - Irlanda
  No clima temperado continental, as variações de temperatura diária e anual são bastante acentuadas e os índices de chuva são menores.
Climograma Temperado Continental: Moscou - Rússia 
MEDITERRÂNEO
  Apresenta verões quentes e secos, invernos amenos e chuvosos. Ocorre na Europa Meridional, no sudoeste da Austrália, na Califórnia, no sudoeste da África do Sul e no centro do Chile.
Climograma Mediterrâneo: Badajoz - Espanha
TROPICAL
  As áreas de clima tropical apresentam duas estações bem definidas: inverno, geralmente ameno e seco; e verão, geralmente quente e chuvoso. Ocorre em partes da América do Sul, da África Oriental e África do Sul, sul da Ásia (Índia e Indochina) e norte da Austrália.
Climograma Tropical: Zinguinchor - Senegal
EQUATORIAL
  Ocorre na zona climática mais quente do planeta. Caracteriza-se por temperaturas elevadas (médias mensais em torno de 25ºC), com pequena amplitude térmica anual, já que as variações de duração entre o dia e a noite e de inclinação de incidência dos raios solares são mínimas.
Climograma Equatorial: Kuala Lumpur - Malásia
  Nas áreas mais chuvosas o índice pluviométrico supera os 3.000 mm anuais e não há ocorrência de estação seca, mas nas regiões menos chuvosas o índice cai para 1.500 mm anuais com três meses de estiagem.
Jacarta - Indonésia: cidade localizada em área de clima equatorial
SUBTROPICAL
  Característico das regiões localizadas em médias latitudes nas quais já começaram a se delinear as quatro estações do ano. Tem chuvas abundantes e bem distribuídas e verões quentes e invernos frios, com significativa amplitude térmica. A temperatura média do mês mais quente ultrapassa, frequentemente, os 22°C. No inverno as temperaturas chegam até a 0°C
Climograma Subtropical: Washington - EUA
ÁRIDO ou DESÉRTICO
  Por causa da falta de umidade, caracteriza-se por elevada amplitude térmica diária e sazonal. As temperaturas médias mensais são bastante elevadas, podendo ultrapassar os 35°C. Os índices pluviométricos são inferiores a 250 mm/ano, e ocorre de forma bastante irregular. As estações do ano diferenciam-se pelas diferenças de temperatura.
Climograma Desértico: Uluru - Austrália
DESÉRTICO FRIO
  No verão as temperaturas médias mensais são elevadas e no inverno são baixas. A amplitude térmica anual é muito elevada, assim como a diurna. A precipitação é muito reduzida e ocorre, principalmente, no verão. No inverno ocorre sob a forma de neve.
Climograma Desértico Frio: Kalsalinsk - Cazaquistão
SEMIÁRIDO
  Clima de transição, caracterizado por chuvas escassas e mal distribuídas ao longo do ano. Ocorre tanto em regiões tropicais, onde as temperaturas são elevadas o ano inteiro, quanto em zonas temperadas, onde os invernos são frios.
Climograma Semiárido: Baku - Azerbaijão 
CLIMA DE ALTITUDE
  Encontra-se em todas as áreas de altitude elevada. A altitude é um fator que condiciona a variação da temperatura e da precipitação: a temperatura diminui com o aumento da altitude (6,4°C para cada 1.000 metros) e a precipitação aumenta até um determinado nível. O verão é muito curto, com temperaturas que raramente ultrapassam os 10°C. O inverno é muito frio, e a amplitude térmica anual não é muito elevada. A precipitação anual é muito abundante, ocorrendo, frequentemente, sob a forma de neve.
Climograma de Altitude: Santis - Suiça
CLIMAS NO BRASIL
  Por possuir 92% do território na zona intertropical do planeta, grande extensão no sentido norte-sul e litoral com forte influência das massas de ar oceânicas, o Brasil apresenta predominância de climas quentes e úmidos. Em apenas 8% do território, ao sul do Trópico de Capricórnio, ocorre o clima subtropical, que apresenta maior variação térmica e estações do ano mais bem distribuídas.
  Observe as principais massas de ar que atuam no território brasileiro.
 
1.  Massa Equatorial Atlântica (mEa) - quente e úmida, origina-se no Atlântico Norte do Brasil e atua no litoral setentrional da Amazônia e do Nordeste. Durante o verão, graças à atuação dos ventos alísios de nordeste, essa massa de ar atinge até o litoral leste do Nordeste.
2. Massa Equatorial  Continental (mEc) - quente e úmida, origina-se no interior da Amazônia. Durante o inverno, sua atuação fica restrita apenas à Amazônia, porém, durante o verão, essa massa de ar chega a atingir o Sudeste e o Nordeste do Brasil.
3. Massa Tropical Atlântica (mTa) - quente e úmida, origina-se próximo ao Trópico de Capricórnio. Durante o verão essa massa de ar atinge principalmente o Litoral Leste do Brasil e, durante o inverno, graças aos ventos alísios de sudeste, sua atuação chega até o Centro-Oeste do país.
4. Massa Tropical Continental (mTc) - é a única massa de ar quente e seca que atua no território brasileiro. Origina-se na região do Chaco (Paraguai), e atua principalmente durante o verão em partes da Região Sul e do Centro-Oeste do Brasil.
5. Massa Polar Atlântica (mPa) - fria e úmida, origina-se no Atlântico Sul e atua exclusivamente no inverno, provocando queda de neve na Região Sul, chuvas frontais no litoral do Sudeste e do Nordeste do Brasil e friagem no sul da Amazônia.
  Os principais climas presentes no Brasil são:
1. Clima Equatorial 
  Ocorre em grande parte da Amazônia, é um clima quente e úmido. As temperaturas médias variam entre 24°C e 26°C, com baixa amplitude térmica. As chuvas são abundantes (mais de 2.500 mm/ano) e bem distribuídas. A ação da Massa Equatorial Continental (mEc) produz as chuvas locais (ou de convecção) por meio da evapotranspiração. No inverno, a região recebe frentes frias originárias da Massa Polar Atlântica (mPa), ocasionando as friagens (queda brusca de temperatura). A umidade atmosférica é elevada, geralmente superior a 80%.
Climograma Equatorial Úmido
2. Clima Tropical
  Ocorre em quase todo o Centro-Oeste e em partes do Sudeste e Nordeste. Possui temperaturas elevadas (média anual por volta de 20°C), presença de umidade e índice de chuvas de médio a elevado. Divide-se em:
a) Clima Tropical Continental - caracteriza-se por temperatura elevada (de 18°C a 28°C, com amplitude térmica variando entre 5°C a 7°C, e estações bem definidas - verão chuvoso e inverno seco. Apresenta alto índice pluviométrico (1.500 mm).
Climograma Tropical Continental ou Típico: Goiânia -GO
b) Clima Tropical de Altitude - ocorre principalmente nas regiões serranas do Espírito Santo, Rio de Janeiro e na Serra da Mantiqueira. As temperaturas médias variam de 15°C a 21°C. As chuvas de verão são intensas e no inverno sofre a influência das massas de ar frias vindas do Oceano Atlântico. Durante o inverno pode apresentar geadas.
 
Climograma Tropical de Altitude
c) Clima Tropical Atlântico - presente principalmente nas regiões litorâneas do Sudeste e Nordeste, apresenta grande influência da umidade vinda do Oceano Atlântico. As temperaturas são elevadas durante o verão (podendo atingir até 40°C) e amenas no inverno, principalmente no Sudeste. No Nordeste, a amplitude térmica é menor, visto à proximidade do Equador. Em função da umidade trazida pelo oceano, as chuvas são abundantes. No Nordeste, essas chuvas se concentram durante o inverno e no Sudeste durante o verão.
Climograma Tropical Atlântico
3. Clima Subtropical - abrange a porção do território brasileiro localizada ao sul do Trópico de Capricórnio. Predomina a atuação da Massa tropical Atlântica, que provoca chuvas abundantes, principalmente no verão. No inverno, é frequente a penetração da frente polar, que dá origem a chuvas frontais. O índice médio anual de pluviosidade é elevado (superior a 1.500 mm), e as chuvas são bem distribuídas durante o ano, inexistindo uma estação seca.
  É o tipo de clima que, ao contrário dos demais do Brasil - todos quentes -, pode ser classificado como mesotérmico, isto é, de temperaturas médias (a média do mês mais frio é inferior a 18°C). A amplitude térmica anual é elevada, a maior dos climas brasileiros; o verão é bastante quente e o inverno é bastante frio (às vezes com a ocorrência de geadas).
Climograma Subtropical
4. Clima Semiárido
  Típico do interior do Nordeste, na região conhecida como Polígono das Secas, que corresponde a quase todo o sertão nordestino e aos vales médio e inferior do rio São Francisco. Sofre a influência da Massa Tropical Atlântica (mTa) que, ao chegar à região, já se apresenta com pouca umidade. Caracteriza-se por elevadas temperaturas (média de 27°C) e chuvas escassas (em torno de 750 mm/ano), irregulares e mal distribuídas durante o ano. Há períodos em que a Massa Equatorial Atlântica (mEa) chega no litoral norte da Região Nordeste e atinge o sertão, causando chuvas intensas nos meses de fevereiro, março e abril.
   
Climograma Semiárido
Fonte: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio/ Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010.


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