sábado, 4 de maio de 2013

A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO FABRIL

  No início da industrialização, mulheres e crianças também trabalhavam nas fábricas. Os trabalhadores eram submetidos a muitas horas de trabalho e recebiam salários baixos. Eles tiveram de adaptar-se de uma vida no campo para uma vida urbana. Se no campo o trabalho era realizado a céu aberto, nas fábricas ocorria em um local fechado, o que permitia controlar as atividades dos trabalhadores. No campo eles produziam seu próprio alimento, enquanto nas cidades dependiam de seu trabalho para ter dinheiro e poder comprar sua comida.
Crianças trabalhando numa fábrica durante o período da Revolução Industrial
  Aos poucos foram criadas formas de organização do trabalho fabril, como o taylorismo, o fordismo, o just-in-time e as ilhas de produção.
O TAYLORISMO E O FORDISMO
  A organização do trabalho fabril também passou por importantes transformações. No início do século XX, o engenheiro industrial estadunidense Frederick Winslow Taylor desenvolveu um sistema que ficou conhecido como taylorismo, que visava a divisão de tarefas no interior da fábrica para aumentar a eficiência. O taylorismo procurou fazer uma análise científica do trabalho na fábrica, retirando o improviso da produção de modo a controlar todas as etapas do processo produtivo.
Ficheiro:F. Taylor 1856-1915.jpg
Frederick Taylor (1856-1915) - o criador do taylorismo
  Há uma série de princípios enunciados por Taylor, no que concerne à administração. Eles são entendidos como máximas pelas quais a organização deve se orientar para melhorar sua eficiência, a partir de critérios supostamente científicos.
  Logo em seguida à implementação do taylorismo, Henry Ford, outro engenheiro industrial dos Estados Unidos, aplicou uma nova maneira de organizar o trabalho na sua fábrica de automóveis. Essa forma de organização do trabalho, denominada fordismo, visava acelerar o tempo de montagem dos automóveis. Para isso, em vez de os trabalhadores se deslocarem pela fábrica para realizar suas tarefas, eles ocupavam uma posição fixa na linha de montagem e trabalhavam sem sair do lugar. As peças passavam em uma esteira rolante e cada trabalhador realizava sua tarefa repetidas vezes: um só encaixava o motor, outro apenas parafusava o motor na carroceria, outro encaixava os bancos, e assim por diante.
Henry Ford (1863-1947) - idealizador do fordismo
  Com o fordismo, o trabalho se tornou repetitivo e monótono e os operários perderam o controle sobre o processo de produção, o ritmo e os resultados de seu trabalho. Por outro lado, a produtividade da indústria aumentou, pois uma quantidade maior de mercadorias era produzida em um tempo menor.
  O fordismo teve seu ápice no segundo pós-guerra (1945-1968), que ficou conhecido na história do capitalismo como "os anos dourados". Entretanto, a rigidez deste modelo de gestão industrial foi a causa do seu declínio. Ficou a famosa frase de Ford, que dizia que poderiam ser produzidos automóveis de qualquer cor, desde que fossem pretos. Isto porque a tinta preta secava mais rapidamente, e os carros poderiam ser montados em menos tempo.
Modelo de produção fordista
  A partir da década de 1970, o fordismo entra em declínio. A General Motors flexibiliza a sua produção e seu modelo de gestão. Lança diversos modelos de veículos, várias cores e adota um sistema de gestão profissionalizado, baseado em colegiados. Com isso, a GM ultrapassa a Ford, e se torna a maior montadora do mundo.
O JUST-IN-TIME
  As transformações na produção industrial continuaram acontecendo. Na década de 1990 uma forma de administração da produção, denominada just-in-time ("bem a tempo"), tornou-se muito popular. Seu criador foi Taiichi Ohno, um engenheiro chinês (filho de japoneses) que implantou o sistema na fábrica Toyota, em meados da década de 1960.
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Taiichi Ohno (1912-1990) - idealizador do Toyotismo
  O just-in-time consiste na prática de produzir apenas o necessário, quando necessário, para evitar possíveis desperdícios. É um método que evita manter grandes estoques, trabalhando praticamente sob encomenda, isto é, a partir do pedido do cliente. Essa prática é diferente do fordismo, em que primeiro se produzia - e muito - para depois tentar vender o produto.
  Além disso, o sistema just-in-time possibilita que os produtos sejam fabricados atendendo às exigências do consumidor. No caso de um automóvel, por exemplo, o cliente pode escolher a cor do veículo, os equipamentos opcionais, como: ar-condicionado, rádio e vidro elétrico, e até a potência do motor. É como se cada um dos carros que saem da fábrica tivesse sido produzido sob medida, ao gosto do comprador.
O toyotismo está ligado diretamente à robotização
AS ILHAS DE PRODUÇÃO
  Com o just-in-time, surgiram as chamadas ilhas de produção, onde o trabalho é desenvolvido em equipe. Cada ilha realiza praticamente todas as etapas da fabricação de um produto. Em um sistema de ilhas de produção, o trabalhador deve conhecer suas funções e as dos demais colegas de equipe, isto é, todos devem realizar todas as tarefas. O trabalho realizado em uma organização de ilhas facilita a comunicação, a integração e a troca de experiências entre as equipes. As ilhas também evitam que as tarefas se tornem monótonas, pois os trabalhadores desempenham diferentes funções. Além disso, permitem aumentar a produtividade industrial e diminuir o número de mercadorias com defeito de fabricação.
As ilhas de produção exigem qualificação profissional do trabalhador
  As inovações tecnológicas não param de expandir no setor industrial, pois a maioria das grandes empresas vêm investindo nesse sentido, criando programas para ampliar a capacidade de produção.
AS INOVAÇÕES E OS TRABALHADORES
  Uma das inovações mais importantes na produção industrial foi a introdução de robôs nas linhas de montagem. Inicialmente eles foram utilizados somente para operar em locais que colocavam a vida dos trabalhadores em risco, como ambientes radioativos ou de temperaturas muito elevadas. Porém, aos poucos, acabaram sendo utilizados para desenvolver funções rotineiras nas linhas de montagem. Essa inovação levou à perda do emprego muitos trabalhadores, cujas tarefas passaram a ser feitas por robôs.
  A modernização das indústrias gera desemprego, pois consegue aumentar a produção sem ampliar o número de empregados. Atividades que antes exigiam quatro trabalhadores, passaram a exigir apenas uma máquina e um operário.
Agência O Globo
Carro sendo produzido por robôs
  O desemprego causado pelas novas tecnologias - como a robótica e a informática - recebe o nome de desemprego estrutural. Ele não é resultado de uma crise econômica, e sim das novas formas de organização do trabalho e da produção. Tanto os países ricos quanto os pobres são afetados pelo desemprego estrutural, um dos mais graves problemas de nossos dias.
  Todas essas mudanças ocorridas na indústria e nos processos de produção alteraram a atuação dos sindicatos de trabalhadores em todo o mundo. Antes, a luta era, principalmente pelo aumento dos salários.
  Atualmente, a grande reivindicação dos trabalhadores passou a ser emprego. Os sindicatos propõem, entre outras medidas, a redução da jornada de trabalho sem a diminuição do salário e a criação de mais empregos, entre outros benefícios.
Manifestantes se reúnem no centro de Atenas para manifestação durante greve geral neste 1º de Maio
Trabalhadores na Grécia protestam contra o desemprego, em 1º de maio de 2013.
FONTE: Ribeiro, Wagner Costa. Por dentro da geografia, 6º ano: geografia em sua vida / Wagner Costa Ribeiro. 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2012.

Um comentário:

Anônimo disse...

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