quarta-feira, 1 de junho de 2011

TEMPO E CLIMA

  Para entender o significado de clima, é importante distingui-lo de tempo atmosférico. O tempo corresponde a um estado momentâneo da atmosfera num determinado lugar, com relação à combinação de fenômenos como temperatura, umidade, pressão do ar, ventos e nebulosidade. Ele pode mudar em poucas horas ou até mesmo de um instante para outro.
  Já o clima corresponde ao comportamento do tempo em um determinado lugar durante um período longo, de pelo menos 30 anos. O clima é a sucessão dos diferentes tipos de tempo que resultam do movimento constante da atmosfera.
  O clima depende de diversos fatores. Os fatores climáticos são:
1. LATITUDE
  De forma geral, quanto maior a latitude, ou seja, quanto mais nos afastamos do Equador, em direção aos polos, menores são as temperaturas médias anuais. Nos locais próximos ao Equador, a inclinação é menor e os raios solares incidem sobre uma área menor. Em contrapartida, conforme aumenta a latitude, maior se torna a inclinação com que os raios solares incidem, abrangendo uma área maior. Como resultado, a intensidade de luz incidente é diferente, e a temperatura média tende a ser maior quanto mais próximo ao Equador e menor quanto mais próximo aos polos.
  Assim, a variação latitudinal é o principal fator de diferenciação das zonas climáticas - polar, temperada e tropical. Porém, em cada uma dessas zonas encontramos variados tipos de clima, explicados pelas diferentes associações dos demais fatores climáticos.
2. ALTITUDE
  Quanto maior a altitude, menor a temperatura média do ar. No alto de uma montanha a temperatura é menor do que a verificada no nível do mar no mesmo instante e na mesma latitude. Isso porque quanto maior a altitude, menor a pressão atmosférica, o que torna o ar mais rarefeito, ou seja, há uma menor concentração de gases, umidade e materiais particulados. Como há menor densidade de gases e partículas de vapor de água e poeira, diminui a retenção de calor nas camadas mais elevadas da atmosfera e, em consequência, a temperatura é menor. Além disso, nas maiores altitudes, a área de superfície que recebe e irradia calor é menor.
  O tipo de superfície atingida pela luz solar exerce também influência na diferença de temperatura atmosférica porque o aquecimento do ar é feito por meio da reflexão dos raios solares por essa superfície.
3. ALBEDO
  Os raios solares que penetram na atmosfera e são por ela refletidos, sem incidir na superfície, retornam ao espaço sideral e não alteram a temperatura do planeta, já que não há retenção de energia. O índice de reflexão de uma superfície - o albedo - varia de acordo com sua cor. A cor, por sua vez, depende de sua composição química e de seu estado físico. A neve, por ser branca, reflete até 90% dos raios solares incidentes, enquanto a Floresta Amazônica, por ser verde-escura, reflete apenas cerca de 15%. Quanto menor o albedo, maior a absorção de raios solares, maior o aquecimento e, consequentemente, a irradiação de calor.
4. MASSAS DE AR
  São grandes porções da atmosfera que possuem características comuns de temperatura, umidade e pressão e podem estender por milhares de quilômetros. Formam-se quando o ar permanece estável por um tempo sobre uma superfície homogênea (o oceano, as calotas polares ou uma floresta) e se deslocam por diferença de pressão, levando consigo as condições de temperatura e umidade da região em que se originaram. À medida que se deslocam, vão se transformando pela interação com outras massas, com as quais trocam calor e/ou umidade. De maneira geral, podemos distinguir as massas de ar da seguinte forma: as oceânicas são úmidas e as continentais, secas (embora haja continentais úmidas, como as que formam sobre grandes florestas); as tropicais e equatoriais são quentes e as temperadas e polares são frias.
5. Continentalidade e maritimidade
  A maior ou menor proximidade de grandes corpos de água, como oceanos e mares, exerce forte influência não só sobre a umidade relativa do ar, mas também sobre a temperatura. Em áreas que sofrem influência da continentalidade (localização no interior do continente distante do litoral), há maior variação de temperatura ao longo de um dia, ou mesmo de uma estação do que em áreas que sofrem influência da maritimidade (proximidade de oceanos e mares). Isso ocorre porque o calor específico da água é maior do que o da terra. Em consequência, os oceanos demoram mais para se aquecer do que os continentes. Em contrapartida, a água retém calor por mais tempo e demora mais para irradiar a energia absorvida; assim, os continentes esfriam com maior rapidez quando a incidência de luz solar diminui ou cessa. Um dos resultados dessas diferenças é o fato de que no litoral a amplitude térmica diária é menor que no interior dos continentes.
  Nas regiões litorâneas, há também o sistema de brisas, que são os ventos que ocorrem próximos da superfície do mar.
  As altitudes baixas e os ventos locais são extremamente influenciados pela superfície, sendo deflectidos por obstáculos e zonas mais rugosas, e sua direção resulta da soma dos efeitos globais e locais. No começo do dia, o aquecimento do sol faz com que o ar estagnado no fundo do mar, mais denso e pesado, comece a fluir ao longo das encostas sob a forma de ventos de vales. Quando os ventos globais são fracos, os ventos locais podem dominar. É o caso das brisas marítimas.
  Como as massas de terra são aquecidas pelo sol mais rapidamente do que o oceano, o ar em cima delas ascende e cria uma baixa pressão no solo, que atrai o ar mais fresco do mar: é o que chamamos de brisa marítima. Ao cair da noite, há muitas vezes um período de calma durante o qual a temperatura em terra e no mar são iguais. De noite, como o oceano arrefece mais lentamente, a brisa sopra da terra na direção oposta, mas é geralmente mais fraca porque a diferença de temperatura é menor.
  É por isso que quase sempre os pescadores marítimos preferem sair para pescar à noite, pois é a brisa continental que contribuirá para levar o barco até o alto-mar.
6. Correntes marítimas
  São extensas porções de água que se deslocam pelo oceano, quase sempre nas mesmas direções, como se fossem larguíssimos "rios" dentro do mar, movimentadas pela ação dos ventos e pela influência da rotação da Terra, que as desloca para oeste - no Hemisfério Norte as correntes circulam no sentido horário e no Hemisfério Sul, anti-horário.
  Diferenciam-se em temperatura, salinidade e direção das águas do entorno do continente. Causam forte influência no clima, principalmente porque alteram a temperatura atmosférica, e são importantes para a atividade pesqueira: em áreas de encontro de correntes quentes e frias, aumenta a disponibilidade de plâncton, o que atrai cardumes.
  A corrente do Golfo, por ser quente, impede o congelamento do Mar do Norte e ameniza os rigores climáticos do inverno em toda a faixa ocidental da europa.
Corrente do Golfo - percurso em laranja
  A corrente de Humboldt, no Hemisfério Sul e a da Califórnia, no Hemisfério Norte, ambas frias, causam queda da temperatura nas áreas litorâneas, respectivamente, do norte do Chile e do sudoeste dos Estados Unidos. Isso provoca a condensação do ar e chuvas no oceano, fazendo com que as massas de ar percam a umidade. Ao atingirem o continente, as massas de ar estão secas e originam desertos, como o de Atacama, no Chile, e o da Califórnia, nos Estados Unidos.
  Já as correntes quentes do Brasil (no leste da América do Sul), das Agulhas (no sudeste da África)  e Leste-Australiana, estão associadas a massas de ar quente e úmido, que aumentam a pluviosidade e provocam fortes chuvas de verão no litoral, fato que acentua quando há a presença de serras.
7. VEGETAÇÃO
Mata de Araucárias no Paraná
  Os diferentes tipos de cobertura vegetal, apresentam grande variação de umidade, o que influencia diretamente a absorção e a irradiação de calor, além da umidade do ar. Numa região florestada, as árvores impedem que os raios solares incidam diretamente sobre a superfície terrestre, diminuindo a absorção de calor e a temperatura. As plantas, por sua vez, retiram umidade do solo pelas raízes e a transferem para a atmosfera pelas folhas (transpiração), aumentando a umidade do ar. Isso ajuda a transferir parte da energia solar ao processo de evaporação, diminuindo a quantidade de energia que aquece a superfície e, consequentemente, o ar. 
  Quando ocorre um desmatamento de grandes proporções, há acentuada diminuição da umidade e elevação significativa das temperaturas médias por causa do aumento da absorção e irradiação do calor.
Desmatamento na Amazônia
  Além dos fatores climáticos, existem os atributos  ou elementos climáticos. Os mais importantes são a temperatura, a umidade e a pressão atmosférica.
1. TEMPERATURA
  A temperatura é a intensidade de calor existente na atmosfera. O Sol não aquece o ar diretamente. Se não incidirem sobre uma partícula em suspensão,(como poeira e vapor d'água), os raios solares atravessam a camada da atmosfera sem aquecê-la e atingem a superfície do planeta. Só depois de aquecidas, as terras, as águas e demais elementos presentes na superfície - prédios, calçadas, áreas agrícolas etc., irradiam o calor para a atmosfera.
Deserto do Saara - possui grande amplitude térmica diária
2. UMIDADE
  A umidade é a quantidade de vapor de água presente na atmosfera num determinado momento, resultado do processo de evaporação das águas da superfície terrestre e da transpiração das plantas.
  A umidade relativa do ar, expressa em porcentagem, é uma relação entre a quantidade de vapor existente na atmosfera num dado momento (umidade absoluta, expressa em g/m³) e a quantidade de vapor de água que essa atmosfera comporta. Quando este limite é atingido, a atmosfera atinge o seu ponto de saturação e ocorre a chuva.
  Se ao longo do dia a umidade relativa estiver aumentando, chegando próximo de 100%, há grande possibilidade de ocorrer precipitação, pois a atmosfera está atingindo seu ponto de saturação. Para chover, o vapor d'água tem de se condensar, passando do estado gasoso para o líquido, o que acontece com a queda de temperatura. Em contrapartida, se a umidade relativa do ar for constante ou estiver diminuindo, dificilmente choverá.
Neblina - o efeito mais visível da umidade do ar
  É importante destacar que a capacidade de retenção de vapor d'água na atmosfera também está associada à temperatura. Quando a temperatura está elevada, os gases estão dilatados e aumenta sua capacidade de retenção de vapor; ao contrário, com temperaturas baixas os gases ficam mais adensados e é necessária uma menor quantidade de vapor para atingir o ponto de saturação.
  As condições de umidade relativa do ar são importantes para a saúde e a sensação de conforto ou desconforto térmico. Nos dias quentes e úmidos, nosso organismo sente maior necessidade de transpirar, enquanto nos dias secos se agravam os problemas respiratórios e de irritação de pele.
  A precipitação pode ocorrer de várias formas, dependendo das condições atmosféricas. Além das chuvas, existem outros tipos de precipitação, como a neve e o granizo. A neve é característica de zonas temperadas e frias, quando a temperatura do ar está abaixo de zero. Quando isso ocorre, o vapor d'água contido na atmosfera se congela e os flocos de gelo, formados por cristais, precipitam-se.
Neve - um dos tipos de precipitação
  O granizo é constituído por pedrinhas formadas pelo congelamento das gotas de água contidas em nuvens chamadas cúmulos-nimbo, que também estão associadas aos temporais com a presença de raios. Esse congelamento acontece quando uma nuvem carregada de gotículas de água encontra uma camada de ar muito fria.
Chuva de granizo
  Os três principais tipos de chuva são:
Chuva frontal: nas frentes, que são zona de contato entre duas massas de ar de características diferentes, uma quente e outra fria, ocorre a condensação do vapor e a precipitação da água na forma de chuva. A área de abrangência e o volume de água precipitada estão relacionados com a intensidade das massas, variável no decorrer do ano.
Chuva de relevo ou orográfica: barreiras de relevo levam as massas de ar a atingir elevadas altitudes, o que causa queda de temperatura e condensação do vapor. Esse tipo de chuva costuma ser localizada, intermitente e fina e é muito comum nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil, onde as serras e chapadas dificultam o deslocamento das massas úmidas provenientes do oceano Atlântico para o interior do continente.
Chuva de convecção ou de verão: em dias quentes, o ar próximo à superfície fica menos denso e sobe para as camadas superiores da atmosfera, carregando umidade. Ao atingir altitudes maiores, a temperatura diminui e o vapor se condensa em gotículas que permanecem em suspensão. O ar fica mais denso e desce frio e seco para a superfície, iniciando novamente o ciclo convectivo. Ao fim da tarde, a nuvem resultante está enorme, chegando a atingir até 10 quilômetros de altura e provocando chuvas torrenciais rápidas e localizadas. Após a precipitação, o céu costuma ficar claro novamente. Essas chuvas são as principais responsáveis por alagamentos, especialmente em centros urbanos, onde há grandes áreas impermeabilizadas.
3. PRESSÃO ATMOSFÉRICA
  A pressão atmosférica é a medida da força exercida pelo peso da coluna de ar contra uma área. Quanto mais elevada a temperatura, maior a movimentação das moléculas e mais elas se distanciam uma das outras; como resultado, mais baixo é o número de moléculas em cada metro cúbico de ar e menor se torna seu peso; portanto, menor a pressão exercida sobre uma superfície. Inversamente, quanto menor a temperatura, maior é a pressão atmosférica.
  Quando o ar é aquecido, fica menos denso e sobe, o que diminui a pressão sobre a superfície e forma uma área de baixa pressão atmosférica, também chamada de ciclonal, que é receptora de ventos. Ao contrário, quando o ar é resfriado, fica mais denso e desce formando uma zona de alta pressão, ou anticiclonal, que é emissora de ventos. Esse movimento pode ocorrer entre áreas que distam apenas alguns quilômetros ou em escala regional, como a Massa Equatorial Continental, que atua sobre a Amazônia.
  Já os furacões se formam sobre os oceanos em áreas de águas quentes e baixa pressão.
  Já em escala planetária temos os ventos alísios, que atuam ininterruptamente , se deslocando das regiões subtropicais e tropicais (alta pressão) para a região equatorial (baixa pressão), e são desviados para oeste pelo movimento de rotação da Terra. Com esse desvio, formam-se os ventos alísios de sudeste no Hemisfério Sul e os ventos alísios de nordeste, no Hemisfério Norte.
    Quando ocorre o deslocamento provocado pela expansão de massas de ar quente e, consequentemente, formação de frentes quentes, temos uma situação na qual o ar se desloca das áreas de maior temperatura para as de menor.
Fonte: SENE, Eustáquio de. Geografia geral e do Brasil, volume 1: espaço geográfico e globalização: ensino médio/ Eustáquio de Sene, João Carlos Moreira. - São Paulo: Scipione, 2010.

terça-feira, 24 de maio de 2011

PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS

  As novas unidades federativas do Brasil estão em dicussão e em diferentes estágios de aprovação no Congresso Nacional. Chegou a ser proposta oficialmente a criação de 18 novos estados e 3 novos territórios federais, o que elevaria o total de unidades da federação para 48. A região com o maior número de unidades federativas seria a região Norte, enquanto a região Sul seria a única sem uma única unidade federativa nova. Os estados com estágio de criação mais avançados são Gurgueia e Maranhão do Sul, ambos na região Nordeste, e Carajás e Tapajós, na região Norte. Estes últimos já foram aprovados a realização dos plebiscitos para saber se a população aprova ou não a criação desses estados.
Congresso Nacional
  Com vistas a organizar e acelerar o debate e trâmites no Congresso, foi instalada no ano de 2003, a Frente Parlamentar sobre a Criação de Novos Estados e Territórios, por iniciativa dos deputados federais Ronaldo Dimas (PSDB - TO) e Sebastião Madeira (PSDB - MA). Segundo a proposta, esse seria um mecanismo para conduzir a redivisão territorial do País como forma de reduzir as desigualdades socioeconômicas e favorecer o desenvolvimento das regiões menos assistidas pelo Poder Público. A ideia é seguir o exemplo bem sucedido do estado de Tocantins.
Tocantins - estado mais novo da Federação
  Os projetos da região Norte também foram submetidos à Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional (CAINDR). Caso os projetos sejam aprovados, o passo seguinte é conduzir um plebiscito junto aos moradores de cada estado, com a coordenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Havendo aprovação nas urnas, a proposta é encaminhada ao Palácio do Planalto, para que a Presidência da República envie ao Congresso um projeto de lei complementar propondo a criação da nova unidade. Os argumentos desfavoráveis à criação de novas unidades se concentram nos altos custos e, segundo o artifício tem motivações políticas. O Tocantins, na época da sua criação, onerou aos cofres públicos nacionais, cerca de R$ 1,2 bilhão.
  Caso todas as novas unidades sejam aprovadas, o custo total pode chegar a R$ 20 bilhões. Os gastos são gerados pela instalação de uma sede de governo, uma assembleia legislativa, secretarias estaduais, entre outros.
Palácio Araguaia - sede do governo de Tocantins
   Além do custo de instalação, também cria-se um gasto anual entre salários e custeio que chegam a R$ 30 milhões para cada novo estado. Os senadores de cada unidade também teriam um custo adicional de R$ 150 mil só em salários anuais.
  Veja abaixo como se deu o processo de divisão do Brasil em estados durante a sua história.
COLÔNIA E IMPÉRIO
  O conceito de criação de novas unidades da federação não é novo. Desde que os portugueses invadiram a porção espanhola da América do Sul estabelecida no Tratado de Tordesilhas, forçando, inclusive à assinatura de um novo acordo, o Tratado de Madri. A partir daí, o mapa do país não parou mais de mudar.
  Em 1709, o Brasil já contava com a maior parte do território atual, mas apenas sete províncias: Grão-Pará (com a área da atual região Norte), Maranhão, Pernambuco, Bahia (os três formando o que hoje é a região Nordeste, além do Espírito Santo), Rio de Janeiro, São Paulo (compreendendo todas as atuais regiões Centro-Oeste e Sudeste, menos o Rio de Janeiro) e São Pedro (onde hoje é a região Sul).

Mapa do Brasil em 1709
  Já no final do século XVIII, várias outras províncias são criadas, com o desmembramento de São Paulo, como Goyaz, Minas Geraes e Mato Grosso, além da divisão do território da Bahia, dando origem ao Espírito Santo.
Mapa do Brasil em 1779
  Com o advento do Império, no início do século XIX, acontece a divisão das províncias do Nordeste, criando as unidades que hoje se configuram nos estados daquela região. Também no Sul, em um desmembramento de São Paulo, surge Santa Catarina. Em 1853, a porção sul da província de São Paulo foi desmembrada, criando o Paraná, como punição pela participação paulista na revolta anti-imperial de 1842. A comarca de São Francisco, foi passada para a Bahia, como punição a Pernambuco pela participação na Confederação do Equador em 1830.
Mapa do Brasil em 1853
  Em 1943, com a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, o governo de Getúlio Vargas decide desmembrar seis territórios estratégicos de fronteira do país para administrá-los diretamente: Ponta Porã, Iguaçu, Amapá, Rio Branco, Guaporé e o arquipélago de Fernando de Noronha. Ponta Porã e Iguaçu retornam à condição original após a guerra, enquanto os quatro restantes são mantidos (Rio Branco é renomeado como Roraima e Guaporé é batizado de Rondônia, em homenagem ao Marechal Rondon).
  No ano de 1960, um território quadrangular foi desmembrado do estado de Goiás para abrigar a nova capital, Brasília, como novo Distrito Federal. Simultaneamente, o território do antigo DF foi transformado em estado da Guanabara, compreendendo apenas a cidade do Rio de Janeiro e sua área rural. Em 1975, o estado da Guanabara foi incorporado como município ao estado do Rio de Janeiro e a cidade do Rio de Janeiro passou a ser sua capital.
  Já em 1977 a porção sul do Mato Grosso foi emancipada como o novo estado do Mato Grosso do Sul, tendo como capital a cidade de Campo Grande. Em 1978 a proposição da PLP-194 da Câmara dos Deputados prevê a criação do estado de Santa Cruz, desmembrado a partir dos territórios de Minas Gerais e Bahia. No ano seguinte a proposta é rejeitada pela Mesa Diretora e arquivada. Em 22 de dezembro de 1981, foi criado o estado de Rondônia e instalado em 4 de janeiro de 1982, quando, após 16 anos, os eleitores brasileiros voltaram a eleger seus governadores estaduais pelo voto direto.
  A Constituição de 1988 deixou a estrutura das divisões como ela é hoje. Apesar de manter a definição legal de Territórios Federais, acabou com os existentes até então, elevando Roraima e Amapá à condição de estados e integrando Fernando de Noronha ao estado de Pernambuco. No mesmo ato, a porção norte de Goiás foi desmembrada como estado de Tocantins tendo como capital a cidade de Palmas.
  Veja abaixo como ficará se for aprovado cada um dos novos estados da Federação.
Gurgueia
  O estado de Gurgueia, com 87 municípios, seria desmembrado do estado do Piauí, ao sul deste e foi batizado com o nome do Rio Gurgueia. Criado, o novo estado teria uma área de 155.568 km², correspondendo a 61,85% da área total do estado do Piauí. Em seu território, morariam cerca de 645.296 habitantes, em torno de 21,46% da população estadual. A capital do novo estado seria a cidade de Alvorada do Gurgueia.
Rua de Alvorada do Gurgueia
  Esse novo Estado já contaria com uma universidade federal, a Universidade Federal do Vale do Gurgueia (UVG), com sede na cidade de Bom Jesus, já em processo de aprovação no Congresso, como desmembramento da Universidade Federal do Piauí. A região é considerada fértil para a agricultura.
Produção de soja no município de Ribeiro Gonçalves - PI
  Dividido em dois, o Piauí ainda seria maior que sete estados e o Gurgueia, maior que doze.
Carajás
  O estado de Carajás será fruto do desmembramento do Pará. Se sair do papel, Carajás, que está localizado no sudeste do Pará, terá uma população de 1,3 milhão de habitantes e 289.799 km² de área, um terço do atual estado do Pará. Será o nono maior estado e possuirá 39 municípios. A capital do novo estado seria a cidade de Marabá.
Praça em Marabá - PA
  A economia de Carajás é baseada no tripé econômico: agropecuária-indústria madeireira-exploração mineral. Outra atividade bastante desenvolvida na região é o extrativismo, principalmente dos produtos retirados da Floresta Amazônica. Nesse estado localiza-se também a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, maior usina 100% brasileira.
Maranhão do Sul
   Desmembrado do Maranhão, o Maranhão do Sul, nasceria com uma área de 150 mil quilômetros quadrados, 49 municípios e uma população de 1,1 milhão de habitantes. Sua capital seria a cidade de Imperatriz.
Imperatriz - MA
  A economia do novo Estado se baseia na indústria de ferro gusa, com algumas reservas de carvão, bauxita e calcário. A região vem se transformando, nas últimas décadas, em um novo polo agrícola, com destaque para o cultivo de arroz, soja, milho e ealgodão.
Cultivo de soja na região de Balsas - MA 
  O novo estado tem recebido grandes investimentos nos últimos anos, como a construção da Hidrelétrica de Estreito e infraestrutura de transporte, como a Ferrovia Norte-Sul, parte da Ferrovia Carajás e a Hidrovia Tocantins-Araguaia.
Tapajós
  O estado de Tapajós, é uma proposta resultante do desmembramento de uma área do noroeste e do oeste do Pará. Se sair do papel, Tapajós será o 3º maior estado brasileiro, com 29 municípios e uma população aproximada de 1,3 milhão de habitantes. Santarém, seria a capital do novo estado, que atualmente possui uma população de quase 300 mil habitantes.
Santarém - PA
  O novo estado contaria com uma universidade federal, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), com sede na cidade de Santarém.
   A economia da região é baseada na agropecuária e no extrativismo mineral e vegetal, além da atividade pesqueira.
Triângulo Mineiro
 
  O estado do Triângulo Mineiro, com 66 municípios, seria fruto do desmembramento da parte oeste de Minas Gerais e foi batizado com o nome da mesorregião Triângulo Mineiro. se criado, o novo estado terá uma área de 90.545 km². Em seu território morariam cerca de 2.159.047 habitantes. A capital do novo estado seria a cidade de Uberlândia, que atualmente possui uma população de mais de 600 mil pessoas, e já nasceria maior que nove capitais brasileiras, representando cerca de 28% da população do Triângulo.
Uberlândia - MG
  O novo estado, já contaria com duas universidades federais, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com sede na cidade do mesmo nome, e a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), com sede na cidade de Uberaba.
  O Triângulo Mineiro é uma das regiões mais ricas do estado, com a economia voltada para agropecuária. As principais indústrias instaladas nessa região, relacionam-se aos setores de processamento de alimentos e de madeira, de açúcar e álcool, fumo e de fertilizantes.
  Nos últimos anos o Triângulo Mineiro é a região que mais tem recebido investimentos e mais empregos tem gerado.
  A região é marcada por eventos de grande importância nacional, como a Expozebu, em Uberaba, a Feniub, em Uberlândia, e a EXPOPEC e Carnaval, em Ituiutaba, a Feira e Exposição agropecuária anual, que tem abrangência nacional, e acontece no mês de aniversário da cidade, setembro.
Expozebu 2009 - Uberlândia - MG
Rio São Francisco
  Localizado no oeste do estado da Bahia, esse estado compreendia todas as terras baianas da margem esquerda do rio São Francisco.
  A região possui aspectos físicos peculiares, com notáveis distinções entre os demais espaços do estado da Bahia. O clima predominante é o Tropical Continental, caracterizado por dois períodos bem distintos: um verão chuvoso e um inverno seco, além de possuir áreas de Clima Semiárido. A vegetação na maior parte é uma vegetação de cerrado, e nas áreas de clima semiárido predomina a caatinga.
Vegetação de cerrado- predomina no oeste da Bahia
   Esse estado contaria com 35 municípios, uma área de 174.298 km², e uma  população de quase 1 milhão de habitantes. Barreiras poderia ser a futura capital do Estado.
Barreiras - BA
  A economia da região se baseia na agropecuária, e nos últimos anos a área se tornou uma das fronteiras agrícolas do Brasil, graças ao avanço do cultivo da soja.
Planalto Central
  O Planalto Central é uma proposta para uma nova unidade federativa do Brasil, baseada no Projeto Decreto Legislativo nº 298 de 2002. Se desmembraria dos atuais estados de Goiás, Minas Gerais e também do Distrito Federal. Sua capital seria a cidade-satélite de Taguatinga. A maior parte do estado e da população seria a parte de Goiás
Taguatinga- DF
  Se esse estado fosse aprovado, Brasília passaria a ser, exclusivamente, a capital administrativa do Brasil. O novo estado absorveria 25 municípios de Goiás e 4 de Minas.
  A área total desse Estado seria de 75.470 km² para uma população de 645.296 habitantes.
Estado da Guanabara
  A Guanabara foi um estado do Brasil de 1960 a 1975, no território do atual município do Rio de Janeiro. Em sua área, esteve localizado o antigo Distrito Federal do país (1891-1960).
Rio de Janeiro - RJ
  Se for recriado, o estado da Guanabara seria a unidade da federação com o menor número de municípios, pois iria fazer parte apenas a cidade do Rio de Janeiro.
  A área do estado da Guanabara é de 1.356 km² para uma população de 6.323.037 habitantes.
Estado do Juruá
  O Estado do Juruá é uma proposta de uma nova unidade federativa do Brasil. Formado por sete municípios, seria fruto do desmembramento do estado do Amazonas. A provável capital do novo estado seria a cidade de Eirunepé, que possui atualmente 30.666 habitantes.
Eirunepé - AM
  Inicialmente esse estado iria incorporar todas as cidades que são banhadas pelo rio Juruá, porém este projeto não foi aceito, pois pegaria áreas do estado do Acre. Com isso ficou delimitado apenas as cidades banhadas por esse rio do estado do Amazonas.
  A área total desse Estado é de 122.114 km² para uma população de 130.000 habitantes.
Estado de Solimões
  A criação do estado de Solimões iria desmembrar a parte sudoeste do estado do Amazonas. Seria composto por nove municípios e sua capital seria a cidade de Tabatinga.
Tabatinga - AM
  O novo estado teria uma área de 213.281 km² e uma população de 224.068 habitantes.
Estado do Araguaia e do Mato Grosso do Norte

7. Araguaia; 8. Mato Grosso do Norte
  O estado do Araguaia seria uma divisão do Mato Grosso. O novo Estado localiza-se na porção norte do Estado e terá como provável capital, a cidade de Barra do Garças.
Barra do Garças - MT
  Se for transformado em Estado, Araguaia terá uma população de aproximadamente 640 mil habitantes e uma área de 550 mil quilômetros quadrados, e será composto por 37 municípios.
  A principal atividade econômica da região é a agropecuária, sendo que essa área é uma das maiores produtoras de grãos do país e grande produtora de carne.
  O Mato Grosso do Norte seria composto por 47 municípios, e sua provável capital seria a cidade de Sinop.
Sinop - MT
  O argumento para criar o estado do Mato Grosso do Norte é a distância da população da região à capital estadual, Cuiabá. Já sobre a criação do Araguaia, seus defensores dizem que, ao criar o estado do Mato Grosso do Sul, no final da década de 1970, o governo agiu partindo corações, gerando decepções de um lado e esperanças do outro.
Minas do Norte
  Se for criado, esse estado compreenderá as regiões Norte de Minas, Vale do Jequitinhonha e do Mucuri. A área abrangida por essas regiões possui características fisiográficas bastante semelhantes às do Nordeste do Brasil.
  Esse estado poderá contar com 165 municípios. Montes Claros ou Teófilo Otoni poderão ser a possível capital.
Montes Claros - MG

   Além desses estados poderiam ser criados alguns territórios, como o Território do Marajó, do Oiapoque, Alto do Rio Negro e Fernando de Noronha.

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