segunda-feira, 11 de março de 2013

A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

  A Segunda Guerra Mundial foi um conflito militar global que durou de 1939 a 1945, envolvendo a maioria das nações do mundo - incluindo todas as grandes potências - organizadas em duas alianças militares opostas: o Eixo e os Aliados. Foi a guerra mais abrangente da história, com mais de 100 milhões de militares mobilizados. Em estado de "guerra total", os principais envolvidos dedicaram toda a sua capacidade econômica, industrial e científica a um número significante de ataques contra civis, incluindo o Holocausto e a única vez em que armas nucleares foram utilizadas em combate, tranformando-se no conflito mais letal da história da humanidade, resultando na morte de mais de 60 milhões de mortos.
ANTECEDENTES DA GUERRA
  A Primeira Guerra Mundial alterou radicalmente o mapa político, com a derrota dos Impérios Centrais, como o Austro-Húngaro, Alemão e o Otomano, e a tomada do poder pelos bolcheviques em 1917, na Rússia. Os aliados vitoriosos, como França, Bélgica, Itália, Grécia e Romênia, ganharam territórios, enquanto novos Estados foram criados a partir do colapso dos impérios Austro-Húngaro, Russo e Otomano.
Mapa da Europa após a Primeira Guerra Mundial
  Apesar do movimento pacifista após o fim da guerra, as perdas causaram um nacionalismo irredentista e revanchista em vários países europeus. O irredentismo e o revanchismo eram fortes na Alemanha por causa das significativas perdas territoriais, coloniais e financeiras impostas pelo Tratado de Versalhes. Por esse tratado, a Alemanha perdeu cerca de 13% do seu território e todas as suas colônias ultramarinas, foi proibida de anexar outros Estados, teve de pagar indenizações e sofreu limitações  quanto ao tamanho e a capacidade das suas forças armadas. Enquanto isso, a Guerra Civil Russa levava à criação da União Soviética.

União Soviética
  O Império Alemão foi dissolvido durante a Revolução Alemã de 1918-1919 e um governo democrático, mais tarde conhecido como República de Weimar, foi criado. O período entre-guerras foi marcado pelo conflito entre os partidários da nova república e de opositores radicais, tanto de direita quanto de esquerda. Embora a Itália como aliada da Entente tenha feito alguns ganhos territoriais, os nacionalistas do país ficaram irritados com as promessas feitas pelo Reino Unido e França para garantir a entrada italiana na guerra, que não foram cumpridas com o acordo de paz.
República de Weimar
  De 1922 a 1925, o movimento fascista, liderado por Benito Mussolini, tomou o poder na Itália com uma agenda nacionalista, totalitária e de colaboração de classes, que aboliu a democracia representativa, reprimiu os socialistas, a esquerda e as forças liberais, e seguiu uma política externa agressiva destinada a forjar, através da força, o país como uma potência mundial - um "Novo Império Romano".
  Enquanto isso, a França, para assegurar a sua aliança, permitiu que a Itália agisse livremente na Etiópia, país que o governo italiano desejava como uma posse colonial.
  Adolf Hitler, depois de uma tentativa frustrada de derrubar o governo alemão em 1923, tornou-se o chanceler da Alemanha em 1933.
  Ao chegar ao poder em 1933, Hitler tratou de aplicar o programa nazista: rearmar a Alemanha e expandir o território alemão, apoderando-se do que chamava de "espaço vital" - medidas que violavam o Tratado de Versalhes, de 1919. Reintroduziu o serviço militar obrigatório no país e, em pouco tempo,  formou um novo exército, uma moderna aviação militar e uma poderosa esquadra de guerra. Além disso, ele aboliu a democracia, defendendo uma revisão radical e racista de ordem mundial, e logo começou uma campanha de rearmamento massivo do país.
Adolf Hitler
  A situação se agravou no início de 1935, quando o Território da Bacia do Sarre foi legalmente anexado à Alemanha e Hitler repudiou o Tratado de Versalhes, acelerando o seu programa de rearmamento e recrutamento.
  Em 1936 Hitler remilitarizou a Renânia, região na fronteira da França, outra grave violação do Tratado de Versalhes. Os governos da França e do Reino Unido, preocupados com a crise interna de suas economias, limitaram-se a protestos verbais contra a política militarista de Hitler.
  A crise do capitalismo estimulava a adesão dos trabalhadores aos partidos socialistas e comunistas, inquietando a burguesia europeia. Entre uma revolução socialista e a remilitarização alemã, a burguesia francesa e britânica preferiu tolerar a segunda, acreditando que o nazismo impediria o avanço do comunismo soviético.
  Também a Itália iniciava uma política de expansão militarista. Em outubro de 1935, Mussolini invadiu a Etiópia, conquistando-a em maio de 1936. A França e o Reino Unido condenaram a ação de Mussolini, levando-o a se aproximar de Hitler.
  A invasão italiana sobre a Etiópia ficou conhecida como a Segunda Guerra Ítalo-Etíope. A guerra foi travada entre as forças armadas do Reino da Itália (Regno d'Italia) e as forças armadas do Império Etíope (também chamado de Abissínia). A guerra resultou na ocupação militar da Etiópia e na sua anexação à recém-criada África Oriental Italiana (Africa Orientale Italiana ou AOI); além disso, expôs a fraqueza da Liga das Nações como uma força de manutenção da paz. Tanto a Itália quanto a Etiópia eram países membros da organização, mas a Liga não fez nada quando a guerra claramente violou o seu Décimo Artigo da Convenção.

Colônias da Africa Orientale Italiana
  Na China, o partido Kuomintang (KMT) lançou uma campanha de unificação contra os líderes militares regionais, e o país unificou-se em meados de 1920, mas logo viu-se envolvido em uma guerra civil contra seus antigos aliados comunistas.
  Na Ásia, o Japão adotava uma política expansionista agressiva. Em 1931, o cada vez mais militarista Império Japonês, começou a buscar influência na China, como sendo seu primeiro passo visto pelo governo para obter o direito do país em governar a Ásia. Os japoneses lançaram o Incidente da Manchúria (sabotagem ferroviária, quando soldados japoneses explodiram uma seção da estrada de ferro do sul da Manchúria) como pretexto para lançar uma invasão na provínciae estabelecer o Estado fantoche de Manchukuo. Assim, em 1931, o Japão invadiu e dominou a Manchúria, região norte da China.
Em vermelho o Estado de Manchukuo
  Muito fraca para resistir ao Japão, a China apelou à Liga das Nações por ajuda. O japão retirou-se dessa organização internacional após ser condenado por sua incursão na Manchúria. As duas nações passaram a enfrentar-se em várias batalhas, em Xangai, Rehe e Hebei, até a Trégua Tanggu ser assinada em 1933. Depois disso, forças voluntárias chinesas continuaram a resistência à agressão japonesa na Manchúria, Chahar e Suiyuan.
  Enfrentando uma grave crise política interna, o governo chinês não resistiu aos invasores. Em julho de 1937 o Japão invadiu a China, iniciando um longo conflito que só terminou em 1945. Essa invasão se deu por Pequim, a antiga capital imperial chinesa, depois de instigar o incidente da Ponte Marco Polo, que culminou com a campanha japonesa para invadir toda a China.
  Os soviéticos rapidamente assinaram um pacto de não-agressão com a China para emprestar material de suporte, acabando com a cooperação prévia da China com a Alemanha. O General Chiang Kai-shek usou o seu melhor exército para defender Xangai, mas depois de três meses de luta, a cidade caiu. Os japoneses continuaram a empurrar as forças chinesas para trás, capturando a capital, Nanquim, em dezembro de 1937 e cometendo o chamado "Massacre de Nanquim".
  Em junho de 1938, as forças chinesas paralisaram o avanço japonês através da criação de enchentes no rio Amarelo; esta manobra comprou tempo para os chineses prepararem as suas defesas em Wuhan, mas a cidade foi tomada em outubro. As vitórias militares japonesas não provocaram o colapso da resistência chinesa que o Japão tinha a esperança de alcançar, em vez disso, o governo chinês se mudou do interior par Chongqing e continuou a guerra.
Forças japonesas durante a Batalha de Wuhan
INVASÃO JAPONESA NA UNIÃO SOVIÉTICA E MONGÓLIA (1938)
  Em 29 de julho de 1938, os japoneses invadiram a União Soviética e foram combatidos na Batalha do Lago Khasan. Apesar da vitória soviética, os japoneses consideraram-na um empate inconclusivo e, em 11 de maio de 1939, decidiram mudar a fronteira japonesa mongol até o rio Khalkhin Gol pela força. Após sucessos iniciais do ataque japonês à Mongólia, o Exército Vermelho infligiu a primeira derrota importante do Exército Guangdong.
  Estes confrontos convenceram algumas partes do governo japonês de que eles deveriam se concentrar em se conciliar com o governo soviético para evitar interferências na guerra contra a China e, ao invés de voltarem sua atenção militar para o sul, mudaram seu foco para os territórios dos Estados Unidos e da Europa no Pacífico, e também impediram a demissão de experientes líderes militares soviéticos, como Georgy Zhukov, que mais tarde iria desempenhar um papel vital na defesa de Moscou.
QG do Exército de Hsinking, em 1935
  Na Europa, muitos países viviam sob regime ditatorial. Mas na Espanha, em 1936, a Frente Popular, uma aliança reunindo socialistas, comunistas, anarquistas e todos os que se opunham ao fascismo venceu as eleições. Imediatamente foi iniciada uma reforma agrária, o que inquietou a burguesia rural e o exército. Uma parte das forças armadas, sob o comando do general Francisco Franco, levantou-se contra o governo da República, arrastando o país a uma longa guerra civil.
  A Alemanha e a Itália deram apoio à insurreição nacionalista liderada pelo general Francisco Franco na Espanha. A União Soviética apoiou o governo existente, a República Espanhola, que apresentava tendências esquerdistas. Ambos os lados usaram a guerra como uma oportunidade para testar armas e táticas melhores. O Bombardeio de Guernica, uma cidade que tinha entre 5.000 e 7.000 habitantes, foi considerado um ataque terrível, na época, e usado como uma propaganda amplamente difundida no Ocidente, levando a acusações de "atentado terrorista" e de que 1.654 pessoas tinham morrido no bombardeio.
As ruínas de Guernica após os bombardeios
  As forças de Franco contaram com a ajuda militar de Mussolini e de Hitler. Em março de 1939, Franco, vitorioso, aboliu a república e implantou a ditadura, que duraria até 1975. Em novembro de 1936, Hitler e Mussolini assinaram uma aliança, o "Eixo Roma-Berlim". Mais tarde, o Japão integrou-se ao "Eixo".
Benito Mussolini e Adolf Hitler
A ECLOSÃO DA GUERRA
  Em março de 1938, Hitler conseguiu realizar um antigo projeto: anexou a Áustria à Alemanha. Em seguida, voltou-se para os Sudetos, região da Tchecoslováquia, onde viviam cerca de 3 milhões de pessoas de língua alemã. Diante do protesto da França e do Reino Unido, realizou-se um encontro internacional em Munique (setembro de 1938). Representantes dos dois países, procurando evitar a eclosão de uma guerra, concordaram com a anexação dos Sudetos pelos alemães.
  No entanto, essa política de apaziguamento das democracias foi vista como sinal de fraqueza para os ditadores. Hitler anexou então quase toda a Tchecoslováquia. Os governos da Hungria e da Polônia tomaram territórios tchecos ocupados por minorias húngaras ou polonesas. Mussolini anexou a Albânia.
Da esquerda para direita: Neville Chamberlain (Reino Unido), Édouard Daladier(França), Adolf Hitler (Alemanha), Benito Mussolini (Itália) e Galeazzo Ciano (Ministro de Assuntos Exteriores da Itália), antes da assinatura do Acordo de Munique
  Em março de 1939, a Alemanha invadiu o restante da Tchecoslováquia e, posteriormente, dividiu-a no Portetorado de Boêmia e Morávia e em um Estado fantoche pró-alemão, a República Eslovaca.
  Espantados e com Hitler a fazer exigências adicionais sobre Danzig, França e Reino Unido garantiram seu apoio à independência polonesa; quando a Itália conquistou a Albânia em abril de 1939, a mesma garantia foi estendida à Romênia e Grécia. Logo após a promessa franco-britânica para a Polônia, Alemanha e Itália formalizaram a sua própria aliança, o Pacto de Aço.
  Em agosto de 1939, a Alemanha e a União Soviética assinaram o Pacto Molotov-Ribbentrop, um tratado de não-agressão com um protocolo secreto. As partes do acordo deram direitos uns aos outros, "no caso de um rearranjo territorial e político", "esferas de influência" (oeste da Polônia e da Lituânia para a Alemanha e leste da Polônia, Finlândia, Estônia, Letônia e Bessarábia para a URSS). O tratado também levantou a questão de a Polônia continuar a ser independente.
À esquerda, as fronteiras conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939
INÍCIO DA GUERRA
  Em 1º de setembro de 1939, após o incidente arranjado pelos alemães na fronteira polonesa, Hitler ordenou a invasão da Polônia. A França e o Reino Unido exigiram a retirada alemã e, diante da negativa, em 3 de setembro, França e Reino Unido, juntamente com todos os seus domínios independentes da Comunidade Britânica - Austrália, Nova Zelândia, Canadá e África do Sul - declararam guerra à Alemanha, mas promoveram pouco apoio à Polônia, exceto, por um pequeno ataque francês no Sarre. Reino Unido e França também iniciaram um bloqueio naval à Alemanha, que tinha como objetivo, danificar a economia do país e seu esforço de guerra. Começava a Segunda Guerra Mundial.
Soldados alemães derrubam a fronteira da Polônia, em 1º de setembro de 1939, dando início à Segunda Guerra Mundial
  Em 17 de setembro, após a assinatura de cessar-fogo com o Japão, os soviéticos também invadiram a Polônia. O território polonês foi então dividido entre a Alemanha e a União Soviética, além da Lituânia e da Eslováquia também terem recebido pequenas partes. Dividido entre alemães e soviéticos, o país desapareceu do mapa e sua população sofreu terrível massacre. Os poloneses, porém, não se renderam e estabeleceram o Estado Secreto Polaco e uma sede subterrânea para o seu exército, além de continuarem a lutar com os Aliados em todas as frentes de batalha fora de seu país.
Varsóvia em ruínas após o intenso bombardeio promovido pela Luftwaffe alemã durante a invasão da Polônia.
  Após a invasão  da Polônia e de um tratado germano-soviético sobre o controle da Lituânia, a União Soviética forçou os países bálticos a permitir a permanência de tropas soviéticas nos seus territórios sob pactos de "assistência mútua". A Finlândia rejeitou as demandas territoriais e, em meados de 1940, o país foi invadido e anexado pela URSS, que também invadiu a Estônia, Letônia e Lituânia. O conflito resultante terminou com concessões finlandesas. França e Reino Unido, ao considerarem o ataque soviético sobre a Finlândia como o equivalente a entrar na guerra no lado dos alemães, reagiram à invasão soviética, apoiando a expulsão da URSS da Liga das Nações.
  Na Europa Ocidental, as tropas britânicas chegaram ao continente, mas em uma fase apelidada de "Phoney War" (Guerra de Mentira) pelos britânicos e "Sitzkrieg" (Guerra Sentada) pelos alemães, nenhum dos lados lançou grandes operações contra o outro, até abril de 1940. A União Soviética e a Alemanha entraram em um acordo comercial em fevereiro de 1940, nos termos do qual os soviéticos receberam equipamento industrial e militar alemão, em troca de fornecimento de matérias-primas para a Alemanha para ajudar a contornar o bloqueio aliado.
  Em abril de 1940, a Alemanha invadiu a Dinamarca, a Noruega, a Holanda, a Bélgica e Luxemburgo, violando a neutralidade desses países. O objetivo dessas invasões era garantir embarques de minério de ferro da Suécia, que os aliados  estavam prestes a romper. Em maio de 1940, o Reino Unido invadiu a Islândia para antecipar uma possível invasão alemã na ilha. O descontentamento britânico sobre a Campanha da Noruega levou à substituição do primeiro-ministro Neville Chamberlain por Winston Churchill, em 10 de maio de 1940.
Infantaria Werhmacht alemã avançando em meio a vilas norueguesas em chamas durante a Campanha da Noruega, em abril de 1940.
AVANÇOS DO EIXO (1940)
  O passo seguinte da Alemanha seria atingir a França. Após derrotar as tropas francesas e inglesas em Dunquerque, o exército de Hitler entrou vitorioso em Paris (junho de 1940). A França assinou a rendição e foi ocupada pelos nazistas. As tropas britânicas foram forçadas a evacuar do continente em Dunquerque, abandonando o seu equipamento pesado no início de junho. O Reino Unido ficou sozinho para combater a Alemanha.
Hitler em Paris com o arquiteto Albert Speer (a esquerda) e o escultor Arno Breker (direita), em 23 de junho de 1940, após o fim da Batalha da França.
  Em 1940, a Alemanha estava em situação vantajosa nas duas frentes de combate. Com a França dominada, os alemães se voltaram contra o Reino Unido. A Alemanha começou uma campanha de supremacia aérea sobre o Reino Unido (a Batalha da Grã-Bretanha) para se preparar para uma invasão. Nos últimos meses de 1940 e nos primeiros de 1941, a Grã-Bretanha sofreu bombardeios constantes da aviação alemã, que atingiram as maiores cidades. A força aérea britânica, contudo, conseguiu derrotar os alemães.
  Usando os portos franceses recém-capturados, a marinha alemã obteve sucesso contra a melhor preparada Marinha Real, usando o U-Boots contra os navios britânicos no Atlântico.
Catedral de São Paulo, em Londres, parcialmente destruída após os bombardeios alemães sobre a capital britânica. A Batalha da Grã-Bretanha terminou com o avanço alemão na Europa Ocidental.
  Com a entrada da Itália na guerra, em 10 de junho, abriram-se novas frentes de combate, que levaram o Eixo a ocupar, em 1941, a Iugoslávia, a Grécia e o Egito (este último área de influência britânica) e a obter a aliança da Romênia, da Bulgária e da Hungria. 
  Em junho de 1940, a Itália invadiu a França, declarando guerra ao governo francês e ao Reino Unido; doze dias depois, os franceses se renderam e o território de seu país foi logo dividido em zonas de ocupação alemãs e italianas, além da criação de um Estado fantoche alemão desocupado chamado França de Vichy. Em 3 de julho, os britânicos atacaram a frota francesa na Argélia para evitar a sua eventual tomada pela Alemanha.
  Com a Europa central nas mãos, os alemães começaram a expansão para o Leste, iniciando a invasão da União Soviética (junho de 1941), a chamada operação Barbarossa.
Alianças durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
  Aliados ocidentais (países independentes)
  Aliados ocidentais (colônias ou ocupações)
  União Soviética
  Eixo (países)
  Eixo (colônias ou ocupações, incluindo a França de Vichy)
  Países neutros
  Em junho, durante os últimos dias da Batalha da França, a União Soviética anexa à força a Estônia, Letônia e Lituânia e, em seguida, conquista a disputada região da Bessarábia. Enquanto isso, a aproximação política e a cooperação econômica nazi-soviética gradualmente se paralisa e ambos os Estados começam os preparativos para a guerra. A Itália começou a operar no Mediterrâneo, com o início do cerco de Malta em junho, e a conquista da Somalilândia Britânica em agosto e uma incursão no Egito, que então era administrado pelos britânicos, em setembro de 1940.
Conquistas alemães e outras do Eixo (em azul) na Europa durante a Segunda Guerra Mundial
  Na Ásia, os japoneses apoderaram-se do norte da China e da Indochina e se expandiram pelo Sudeste Asiático e Pacífico Sul, tomando colônias britânicas, francesas e holandesas. A falta de matérias-primas essenciais era, contudo, o ponto vulnerável da produção bélica japonesa.
  Durante todo esse período, o neutro Estados Unidos tomou medidas para ajudar a China e os Aliados Ocidentais. Em novembro de 1939, a Lei de Neutralidade norte-americana foi alterada para permitir compras do chamado "cash and carry" (dinheiro e transporte) por parte dos Aliados. Em 1940,  após a captura alemã de Paris, o tamanho da Marinha Americana aumentou significativamente e, depois da incursão japonesa na Indochina, o país embargou ferro, aço e peças mecânicas contra o Japão. Em setembro, os Estados Unidos concordaram ainda em comerciar destóieres estadunidenses para as bases britânicas. Ainda assim, a grande maioria do público norte-americano continuou a se opor a qualquer intervenção militar direta no conflito em 1941.
  No final de setembro de 1940, o Pacto Tripartite unia o Império do Japão, a Itália Fascista e a Alemanha Nazista para formalizar as Potências do Eixo. Esse pacto estipulou que qualquer país, com exceção da União Soviética, que atacasse qualquer uma das Potências do Eixo seria forçado a ir para a guerra contra os três em conjunto. Durante este período, os Estados Unidos continuaram a apoiar o Reino Unido e a China, introduzindo a política Lend-Lease que autorizava o fornecimento de material e outros itens aos Aliados e criava uma zona de segurança que abrangia cerca de metade do Oceano Atlântico, onde a Marinha Americana protegia os comboios britânicos. Como resultado, a Alemanha e os Estados Unidos viram-se envolvidos em uma sustentada guerra naval no Atlântico Norte e Central em outubro de 1941, apesar de os Estados Unidos terem se mantido oficialmente neutros.
Bandeiras do Terceiro Reich, Império do Japão e do Reino de Itália em Berlim, em setembro de 1940.
  O Eixo expandiu-se em novembro de 1940, quando a Hungria, a Eslováquia e a Romênia aderiram ao Pacto Tripartite. A Romênia faria uma grande contribuição para a guerra do Eixo contra a URSS, parcialmente ao recapturar o território cedido à URSS e em parte para prosseguir com o desejo de seu líder, Ion Antonescu, de combater o comunismo. Em outubro de 1940, a Itália invadiu a Grécia, mas em poucos dias foi repelida e foi forçada de volta para a Albânia, onde um impasse logo ocorreu. Em dezembro de 1940, as forças britânicas da Commonwealth começaram contra-ofensivas contra as forças italianas no Egito e na África Oriental Italiana. No início de 1941, depois que as forças italianas terem sido afastadas de volta para a Líbia pela Commonwealth, Churchill ordenou uma expedição de tropas na África para reforçar os gregos. A Marinha Italiana também sofreu derrotas significativas, quando a Marinha Real colocou três de seus navios de guerra fora de ação depois e um ataque em Tarento e quando vários outros de seus navios de guerra foram neutralizados na Batalha do Cabo Matapan.
Base Naval de Tarento em 1930
  Os alemães logo interviram para ajudar a Itália. Hitler enviou forças alemães para a Líbia em fevereiro e até o final de março eles lançaram uma ofensiva contra as forças da Commonwealth. Em menos de um mês, as forças da Commonwealth foram empurradas de volta para o Egito, com exceção do sitiado Porto de Tobruk. A Comunidade Britânica tentou desalojar as forças do Eixo em maio e novamente em junho, mas falhou em ambas as ocasiões. No início de abril, após a assinatura da Bulgária no Pacto Tripartite, os alemães fizeram uma intervenção nos Balcãs ao invadir a Grécia e a Iugoslávia na sequência de um golpe; nesse episódio os alemães também fizeram um rápido progresso e acabaram forçando os Aliados a evacuar depois que a Alemanha conquistou a ilha grega de Creta, no final de maio.
  Os Aliados tiveram alguns sucessos durante este tempo. No Oriente Médio, as forças da Commonwealth primeiro anularam um golpe de Estado no Iraque, que tinha sido apoiado por aviões alemãs a partir de bases dentro da Síria controlada pela França de Vichy. Então, com a ajuda da França Livre, invadiram  a Síria e o Líbano para evitar mais ocorrências. No Atlântico, os  britânicos conquistaram  um impulso moral público muito necessário, ao afundar o emblemático couraçado  alemão Bismarck. Talvez ainda a mais bem-sucedida resistência da Força Aérea Real, durante a Batalha da Grã-Bretanha aos ataques da Lutfwaffe alemã, sendo que a campanha de bombardeio alemã em grande parte acabou em maio de 1941.
Soldados australianos ocupam uma posição na linha de frente em Tobruk
  Na Ásia, apesar de várias ofensivas de ambos os lados, a guerra entre a China e o Japão foi paralisada em 1940. Com o objetivo de aumentar a pressão sobre a China, ao bloquear rotas de abastecimento e para as forças japonesas terem uma melhor posição em caso de uma guerra com as potências ocidentais, o Japão tomou o controle militar do sul da Indochina. Em agosto daquele ano, os comunistas chineses lançaram uma ofensiva na China Central; em retaliação, o Japão instituiu medidas duras (a Política dos Três Tudos - tática japonesa de terra queimada: "Matem Tudo", "Queimem Tudo", "Saqueiem Tudo") em áreas ocupadas para reduzir os recursos humanos e materiais dos comunistas. A contínua antipatia entre as forças comunistas e nacionalistas chinesas culminaram em confrontos armados em janeiro de 1941, efetivamente terminando com a cooperação entre os dois grupos.
General japonês Yasuji Okamura - idealizador da Política dos Três Tudos
  Com a situação na Europa e na Ásia relativamente estável, a Alemanha, o Japão e a União Soviética fizeram preparativos. Com os soviéticos desconfiados das crescentes tensões  com a Alemanha e o planejamento japonês para tirar proveito da guerra na Europa, aproveitando as possessões europeias ricas em recursos no Sudeste da Ásia, as duas potências assinaram o pacote de neutralidade nipônico-soviético, em abril de 1941. Em contraste, os alemães estavam constantemente fazendo preparativos para um ataque à URSS, com as suas forças se acumulando na fronteira soviética.
DESDOBRAMENTOS DA GUERRA
  Em 22 de junho de 1941, a Alemanha, juntamente com outros membros europeus do Eixo e a Finlândia, invadiu a União Soviética durante a Operação Barbarosa. Os principais alvos dessa ofensiva surpresa foram a região do Mar Báltico, Moscou e Ucrânia, com o objetivo final de acabar com a campanha de 1941 perto da linha de Arkhangelsk-Astrakhan (linha A-A), que ligava os mares Cáspio e Branco. O objetivo de Hitler era eliminar a União Soviética como uma potência militar, exterminar o comunismo, gerar o Lebensraum ("espaço vital") através da remoção da população nativa e garantir o acesso aos recursos estratégicos necessários para derrotar os rivais restantes da Alemanha.
Evolução da Operação Barbarosa
  Embora o Exército Vermelho estivesse se preparando para contra-ofensivas estratégicas antes da guerra, a Barbarossa forçou o comando supremo soviético a adotar uma defesa estratégica. Durante o verão, o Eixo conquistou partes significativas do território soviético, causando imensos prejuízos, tanto material quanto em vidas. Em meados de agosto, no entanto, o Alto Comando do Exército alemão decidiu suspender a ofensiva de um já consideravelmente empobrecido Grupo de Exército do Centro e desviar o 2º Exército Panzer para reforçar as tropas que avançaram em direção à região central da Ucrânia e à Leningrado. A ofensiva de Kiev teve um sucesso esmagador, resultando no cerco e na eliminação de quatro exércitos soviéticos, além de tornar possível o avanço na criméia e no industrialmente desenvolvido leste da Ucrânia (Primeira Batalha da Carcóvia).
  O desvio de três quartos das tropas do Eixo e da maioria das forças aéreas da França e do Mediterrâneo central para a Frente Oriental, levou o Reino Unido a reconsiderar a sua grande estratégia. Em julho, o Reino Unido e a União Soviética formaram uma aliança militar contra a Alemanha. Os britânicos e os soviéticos invadiram o Irã para garantir o Corredor Persa e os campos de petróleo iranianos. Em agosto, o Reino Unido e os Estados Unidos emitiram em conjunto a Carta o Atlântico.
Khreshchatyk, a principal rua de Kiev, após os bombardeios alemães em 1941.
  Em outubro, quando os objetivos operacionais do Eixo na Ucrânia e na região do Báltico foram alcançados, sendo que apenas os cercos de Leningrado e Sebastopol ainda continuavam, uma grande ofensiva contra Moscou havia sido renovada. Após dois meses de intensos combates, o exército alemão quase atingiu os subúrbios da capital soviética, onde as tropas esgotadas foram forçadas a suspender a sua ofensiva. Grandes ganhos territoriais foram conquistados pelas forças do Eixo, mas sua campanha não tinha atingido os seus objetivos principais: duas cidades importantes permaneceram nas mãos da URSS, a capacidade de resistência dos soviéticos não foi eliminada e a União Soviética manteve uma parte considerável do seu potencial militar. A fase blitzkrieg da guerra na Europa havia terminado.
Contra-ataque soviético durante a Batalha de Moscou, em dezembro de 1941
  No início de dezembro de 1941, as reservas recém-mobilizadas permitiram aos soviéticos atingir a equivalência numérica com as tropas do Eixo. Isto, assim como os dados de inteligência que estabeleceram um número mínimo de tropas soviéticas no Oriente, suficiente para impedir qualquer ataque pelo Exército de Guangdong japonês, permitiu aos soviéticos começar uma grande contra-ofensiva que teve seu início em 5 de dezembro em mil quilômetros da Frente Oriental e que empurrou as tropas alemãs de 100 a 250 quilômetros para o oeste.
  O sucesso alemão na Europa incentivou o Japão a aumentar a pressão sobre os governos europeus no Sudeste Asiático. O governo holandês concordou em fornecer suprimentos de petróleo ao Japão a partir das Índias Orientais Holandesas, recusando-se a entregar o controle político das suas colônias. A França de Vichy, por outro lado, concordou com a ocupação japonesa da Indochina Francesa. Em julho de 1941, os Estados Unidos, o Reino Unido e outros governos ocidentais reagiram à invasão da Indochina com um congelamento de bens japoneses, enquanto os Estados Unidos (que forneciam 80% do petróleo do Japão) respondeu aplicando um bloqueio comercial ao Japão. Isso forçou o Japão a decidir tomar duas decisões importantes: escolher entre abandonar as suas ambições na Ásia e o prosseguimento da guerra contra a China ou perder os recursos naturais que precisava. Os militares japoneses não consideravam a primeira opção e muitos oficiais consideraram o embargo do petróleo como uma declaração tácita de guerra.
  O Império Japonês planejava aproveitar  rapidamente as colônias europeias na Ásia para criar um perímetro defensivo por todo o Pacífico Central; os japoneses, então, seriam livres para explorar os recursos do Sudeste Asiático, enquanto esgotariam os já sobrecarregados Aliados lutando numa guerra defensiva.
Impérios coloniais em 1945
  Para evitar uma intervenção americana nesse perímetro de segurança, foi planejada a neutralização da Frota do Pacífico dos Estados Unidos. Em 7 de dezembro (8 de dezembro nos fusos horários asiáticos) de 1941, o Império do Japão atacou os domínios britânicos e norte-americanos com ofensivas quase simultâneas contra o Sudeste da Ásia e o Pacífico Central. Estas incluíram um ataque contra a frota americana em Pearl Harbor, os desembarques na Tailândia e Malásia e a batalha de Hong Kong.
  Estes ataques levaram os Estados Unidos, o Reino Unido, a China, a Austrália e vários outros países a emitir uma declaração de guerra formal contra o Japão, enquanto a União Soviética, que estava fortemente envolvida com as grandes hostilidades dos países europeus do Eixo, preferiu manter um acordo de neutralidade com os japoneses. A Alemanha e as outras Potências do Eixo, responderam ao declarar guerra aos Estados Unidos. Em janeiro de 1942, Estados Unidos, Reino Unido, União Soviética, China e outros 22 governos menores ou exilados emitiram a Declaração das Nações Unidas, ratificando, assim, a Carta do Atlântico e tendo a obrigação de não assinar a paz em separado com qualquer uma das Potências do Eixo.
Ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor no Havaí, em dezembro de 1941
  A Frente Oriental tornou-se o grande teatro da guerra na Europa e os muitos milhões de vítimas soviéticas minimizaram as poucas centenas de milhares de mortes de Aliados Ocidentais; Churchill e Roosevelt disseram que precisavam de mais tempo de preparação, o que levou a reclamações de que eles paralisaram-se para salvar vidas ocidentais às custas de vidas soviéticas.
  Enquanto isso, até o final de abril de 1942, o Japão e seu aliado, a Tailândia, quase conquistaram totalmente Birmânia, Malásia, Índias Orientais Holandesas, Cingapura e Rabaul (cidade da Papua Nova Guiné), causando fortes perdas para as tropas aliadas e conquistando um grande número de prisioneiros. Apesar da resistência persistente em Corregidor, as Filipinas foram capturadas em maio de 1942, forçando o governo da Commonwealth das Filipinas ao exílio. As forças japonesas também alcançaram vitórias navais no Mar da China Meridional, Mar de Java e no Oceano Índico, além de bombardearem a base naval aliada de Darwin, na Austrália. O único sucesso real dos Aliados contra o Japão foi uma vitória chinesa em Changsha, no início de janeiro de 1942. Estas vitórias fáceis sobre adversários despreparados deixaram o Japão confiante, além de sobrecarregado.
  A Alemanha também manteve a iniciativa. Explorando as duvidosas decisões do comando naval americano, a Marinha Alemã devastou navios aliados ao longo da costa americana do Atlântico. Apesar de perdas consideráveis, os membros europeus do Eixo pararam a grande ofensiva contra os soviéticos na Europa Central e no sul da Rússia, mantendo os ganhos territoriais que haviam alcançados durante o ano anterior. No Norte da África, os alemães lançaram uma ofensiva em janeiro de 1942, empurrando os britânicos de volta às posições na Linha de Gazala no início de fevereiro, o que foi seguido por uma calmaria temporária nos combates que a Alemanha usou para preparar as suas próximas ofensivas militares.
O USS Arizona inclinado e em chamas após ser atingido por um bombardeio japonês durante o ataque  a Pearl Harbor
PARALISAÇÃO DOS AVANÇOS DO EIXO (1942)
  No início de 1942, os Aliados (Estados Unidos, Reino Unido e União Soviética) começaram a mudar o curso da guerra. Forças americanas e australianas impuseram sérias derrotas aos japoneses, mas estes ainda mantinham posições importantes.
  No início de maio de 1942, o Japão iniciou as operações para capturar o Port Moresby através de desembarques militares e, assim, cortar as comunicações e linhas de abastecimento entre os Estados Unidos e a Austrália. Os Aliados, no entanto, impediram a invasão ao interceptar e derrotar as forças navais japonesas na  Batalha do Mar do Coral. O próximo plano do Japão, motivado pelo Ataque Doolittle, era conquistar o Atol Midway e atrair companhias norte-americanas para a batalha para serem eliminadas; com uma distração, o governo japonês também enviou forças para ocupar as Ilhas Aleutas, no Alasca.
  No início de junho, o Império Japonês colocou suas operações em ação, mas os norte-americanos, por terem decifrado os códigos navais japoneses no final de maio, estavam plenamente conscientes desses planos e disposições de força e usaram esse conhecimento para alcançar uma vitória decisiva em Midway sobre a Marinha Imperial Japonesa. Com a sua capacidade de ação agressiva consideravelmente diminuídas após a Batalha de Midway, o Japão optou por se concentrar em uma tentativa tardia de capturar Port Moresby por uma campanha terrestre no Território de Papua. Os americanos planejaram um contra-ataque contra as posições japonesas no sul das Ilhas Salomão, principalmente em Guadalcanal, como um primeiro passo para a captura de Rabaul, a principal base japonesa no Sudeste Asiático.
  Ambos os planos começaram em julho, mas em meados de setembro, a Batalha de Guadalcanal teve prioridade para os japoneses e as tropas da Nova Guiné foram obrigadas a retirar-se da área de Port Moresby para a parte norte da ilha, onde enfrentaram tropas australianas e norte-americanas na Batalha de Buna-Gona. Guadalcanal logo tornou-se um ponto focal para ambos os lados, com o comparecimento pesado de tropas e navios nessa batalha. Até o início de 1943, os japoneses iriam ser derrotados na ilha e retirariam suas tropas. Na Birmânia, as forças da Commonwealth montavam duas operações. A primeira, uma ofensiva na região de Arakan no final de 1942, foi desastrosa, forçando um recuo de volta à Índia em maio de 1943. A segunda foi a inserção de forças irregulares por trás das linhas japonesas em fevereiro, o que, até o final de abril, tinha conseguido resultados ainda duvidosos.
Bombardeios de mergulho americanos atacam o cruzador japonês Mikuma durante a Batalha de Midway, em junho de 1942.
  Na Frente Oriental da Alemanha, o Eixo derrotou ofensivas soviéticas na Península de Kerch e em Kharkov e, em seguida, lançou sua ofensiva principal contra o sul da Rússia em junho de 1942, para aproveitar os campos de petróleo do Cáucaso e ocupar as estepes de Kuban, mantendo posições sobre as áreas norte e central da Frente. Os alemães dividiram o Grupo de Exércitos Sul em dois: o Grupo de Exércitos A na parte inferior do rio Don e o Grupo de Exércitos B no sudeste do Cáucaso, no rio Volga. Os soviéticos decidiram fazer sua plataforma de combate em Stalingrado, que estava no caminho dos exércitos alemães que avançavam.
  Em meados de novembro, os alemães tinham quase conquistado Stalingrado em severos combates de rua quando os soviéticos começaram a segunda contra-ofensiva de inverno, com o início de um cerco às forças nazistas na cidade e um assalto à saliente Rzhev, perto de Moscou, embora esta última tenha falhado desastrosamente.
  Em janeiro de 1943, o exército alemão tinha sofrido fortes perdas e, após heroica resistência de Stalingrado (atual Volvogrado), os soviéticos derrotaram os alemães em território soviético e a seguir expulsaram as forças alemãs da Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Em meados de fevereiro, após o impulso soviético diminuir, os alemães lançaram outro ataque em Carcóvia, com a criação de uma saliente em sua linha de frente em volta da cidade russa de Kursk.
Soldados soviéticos atacam uma casa durante a Batalha de Leningrado, em 1943.
  Em 1942, os britânicos recuperaram o Egito e as tropas aliadas avançaram sobre o Marrocos e a Argélia. Nesse ano os nazistas decidiram o extermínio sistemático e em massa dos judeus e o uso dos povos conquistados como mão de obra escrava nas fábricas alemãs.
  No Ocidente, preocupações com respeito ao governo japonês usar as bases de França de Vichy em Madagascar resultaram na invasão britânica da ilha no início de maio de 1942. Esta bem-sucedida invasão foi logo compensada por uma ofensiva do Eixo na Líbia que levou os Aliados a recuar para o Egito, até que as forças do Eixo foram paradas em El Alamein. No continente, as incursões de comandos aliados a alvos estratégicos, culminando com a desastrosa Batalha de Dieppe, demonstraram incapacidade dos Aliados ocidentais em lançar uma invasão da Europa continental sem uma melhor preparação, equipamentos e segurança operacional.
  Em agosto de 1942, os Aliados conseguiram repelir um segundo ataque contra El Alamein e, a um alto custo, conseguiram entregar suprimentos desesperadamente necessários à Malta sitiada. Poucos meses depois, os Aliados iniciaram um ataque próprio no Egito, desalojando as forças do Eixo e o início de uma unidade à oeste de toda a Líbia. Este ataque foi seguido pouco depois por uma invasão anglo-americana no Norte da África Francês, o que resultou na captura da região pelos Aliados. Hitler respondeu com a deserção da colônia francesa, ordenando a ocupação da França de Vichy, embora as forças de Vichy não terem resistido a esta violação do armistício, elas conseguiram afundar sua frota para evitar a sua captura pelas forças alemãs. As agora poucas forças do Eixo na África recuaram para a Tunísia, que foi conquistada pelos Aliados em maio de 1943. O Mediterrâneo estava livre.
Tanques birtânicos Crusader em movimento para posições avançadas durante a Campanha Norte-Africana
OS ALIADOS GANHAM IMPULSO
  Após a Campanha de Guadalcanal, os Aliados iniciaram várias operações contra o Japão no Pacífico. Em maio de 1943, forças aliadas foram enviadas para eliminar as forças japonesas nas Aleutas. Logo depois começaram as suas operações principais para isolar Rabaul, através da captura de ilhas vizinhas e para quebrar o perímetro Central Japonês do Pacífico nas ilhas Gilbert e Marshall. Até o final de março de 1944, os Aliados tinham concluído ambos os objetivos e, adicionalmente, neutralizaram a principal base japonesa em Truk, nas Ilhas Carolinas. Em abril, as forças aliadas lançaram uma operação para retomar a Nova Guiné Ocidental. Na União Soviética, tanto os alemães quanto os soviéticos passaram a primavera e o início do verão de 1943 fazendo preparativos para grandes ofensivas na Rússia Central. Em 4 de julho de 1943, a Alemanha atacou as forças soviéticas ao redor de Kursk. Dentro de uma semana as forças alemãs tinham se esgotado na luta contra as defesas profundamente escalonadas e bem construídas dos soviéticos e, pela primeira vez na guerra, Hitler cancelou a operação antes de ter alcançado o sucesso tático ou operacional. Esta decisão foi parcialmente afetada pela invasão dos aliados ocidentais à Sicília, lançada em 9 de julho e que, combinada com falhas anteriores dos italianos, resultou na destituição e na prisão de Mussolini no final daquele mês. Em setembro, o novo governo assinou a rendição da Itália.
Aviões soviéticos II-2 atacando forças da  Wehrmacht durante a Batalha de Kursk, em 1º de julho de 1943
  Em 12 de julho de 1943, os soviéticos lançaram suas próprias contra-ofensivas, afastando assim qualquer esperança de vitória, ou até mesmo empate, para o exército alemão no leste. A vitória soviética em Kursk anunciou a queda da superioridade alemã, dando à União Soviética a iniciativa na Frente Oriental. Os alemães tentaram estabilizar sua frente nordeste ao longo da apressadamente fortificada linha Panther Wotan, no entanto, os soviéticos a romperam em Smolensk e na ofensiva de Dnieper. No início de setembro de 1943, os Aliados ocidentais invadiram Península Itálica, após um armistício com os italianos. A Alemanha respondeu ao desarmar as forças italianas, tomar o controle militar das áreas até então controladas pela Itália e criar uma série de linhas defensivas. As forças especiais alemãs resgataram Mussolini, que logo em seguida estabeleceu um novo Estado fantoche na Itália ocupada pelos alemães chamado de República Social Italiana. Os Aliados ocidentais lutaram por várias frentes até chegar à principal linha defensiva alemã, em meados de novembro.
  As operações alemãs no Atlântico também sofreram. Em maio de 1943, conforme contra-ofensivas aliadas se tornavam mais eficazes, as consideráveis perdas resultantes de submarinos alemães forçaram a suspensão temporária da campanha naval alemã no Atlântico. Em novembro de 1943, Franklin Delano Roosevelt e Winston Churchill se encontraram com Chiang Kai-shek no Cairo, e depois com Joseph Stalin em Teerã. A primeira conferência determinou o recuo do território japonês no pós-guerra, enquanto a última incluía um acordo de que os Aliados ocidentais invadiriam a Europa em 1944 e de que a União Soviética iria declarar guerra ao Japão dentro de três meses após a derrota da Alemanha.
Tropas britânicas acionando um morteiro durante  Batalha de Imphal, no nordeste da Índia, em 1944
  Desde novembro de 1943, durante a Batalha de Changde, os chineses forçaram o Japão a lutar uma custosa guerra de atrito, enquanto aguardavam as forças aliadas.
  Em janeiro de 1944, as tropas aliadas começaram a lutar na Itália contras as tropas alemãs, que dominavam todo o centro e o norte do país a partir da linha em Monte Cassino. Em julho desembarcou em Nápoles o primeiro contingente da Força Expedicionária Brasileira (FEB), para lutar ao lado dos Aliados.
  Em meados de 1944, os soviéticos expulsaram os alemães da Rússia, depois de três anos de ocupação, terminando o mais longo e letal cerco da história. Por essa época, os alemães começaram a sofrer a falta de combustíveis, em razão da destruição das refinarias de petróleo da Romênia pelos Aliados. Contudo, ainda lhes restavam duas poderosas armas: os mísseis teleguiados V1 e V2, lançados sobre Londres entre julho de 1944 e março de 1945. Os ataques dos mísseis, porém, não detiveram o avanço dos Aliados.
Cia. do III Batalhão do 11º Regimento de Infantaria da Força Expedicionária Brasileira na 2ª Guerra Mundial
  A próxima ofensiva soviética foi interrompida nas fronteiras pré-guerra da Estônia pelo Grupo de Exércitos Norte alemão auxiliado por estonianos que tinham a esperança de restabelecer a independência nacional. Este atraso diminuiu as subsequentes operações soviéticas na região do Mar Báltico. No final de maio de 1944, os soviéticos tinham libertado a Crimeia, expulsado a maior parte das forças do Eixo da Ucrânia e feito incursões na Romênia, que foram repelidas pelas tropas do Eixo. As ofensivas Aliadas na Itália tinha tido sucesso, e às custas de permitir o recuo de várias divisões alemãs, em 4 de junho Roma foi capturada.
  Os Aliados experimentaram sortes diferentes na Ásia continental. Em março de 1944, os japoneses lançaram a primeira de duas invasões: uma operação contra as forças britânicas em Assam, na Índia, e logo cercaram as posições da Commonwealth em Imphal e Kohima. Em maio de 1944, as forças britânicas montaram uma contra-ofensiva que levou as tropas japonesas de volta para a Birmânia e as forças chinesas que invadiram  o norte da Birmânia no final de 1943 sitiaram as tropas japonesas em Myitkyina. A segunda invasão japonesa tentou destruir as principais forças de combate da China, proteger  as ferrovias entre os territórios ocupados e os aeroportos Aliados capturados pelo Japão. Em junho, os japoneses tinham conquistado a província de Henan e começaram um ataque renovado contra Changsha, na província de Hunan.
O plano japonês para a operação
APROXIMAÇÃO DOS ALIADOS (1944)
  Em 6 de junho de 1944 (conhecido como Dia D), depois de três anos de pressão soviética, os Aliados ocidentais invadiram o norte da França. No final de agosto, Paris estava livre, libertada pela resistência local com o apoio das Forças da França Livre. O passo seguinte foi invadir a Alemanha. Uma tentativa de avançar para o norte da Alemanha liderada por uma grande operação aérea nos Países Baixos terminou em um fracasso. Depois disso, os Aliados ocidentais lentamente moveram-se para a Alemanha, sem sucesso, tentando atravo rio Ruhr em uma grande ofensiva. Na Itália, o avanço Aliado também desacelerou, quando se depararam com a última grande linha de defesa alemã.
Invasão da Normandia pelos Aliados em 6 de junho de 1944, episódio conhecido como Dia D.
  Em 22 de junho, os soviéticos lançaram uma ofensiva estratégica na Bielorrússia (conhecida como "Operação Bagration"), que resultou na destruição quase completa do Grupo de Exércitos Centro-Alemão. Logo depois, outra ofensiva soviética estratégica forçou o recuo das tropas alemãs da Ucrânia ocidental e Polônia oriental. O sucesso do avanço das tropas soviéticas impulsionou forças de resistência na Polônia a iniciar várias revoltas, embora a maior delas, em Varsóvia, além de uma revolta eslovaca no sul, não terem recebido auxílio soviético e acabaram sendo abatidas por forças alemãs. A ofensiva estratégica do Exército Vermelho no leste da Romênia desestabilizou e destruiu consideravelmente as tropas alemãs na região e desencadeou um bem sucedido golpe de Estado na Romênia e na Bulgária, seguido pelo deslocamento desses países para o lado dos Aliados.
Tropas e equipamentos do Exército Vermelho atravessando um rio durante o verão do hemisfério norte em 1944
  Em setembro de 1944, as tropas do Exército Vermelho soviético avançaram para a Iugoslávia e forçaram a rápida retirada dos Grupos E e F do exército alemão na Grécia, Albânia e Iugoslávia. Neste ponto, os partisans, apoiados pelos comunistas e liderados pelo Marechal Josip Broz Tito, que havia liderado uma campanha de guerrilha cada vez mais bem-sucedida contra a ocupação desde 1941, controlavam grande parte do território iugoslavo e estavam engajados em retardar os esforços contra as forças alemãs mais ao sul. No norte da Sérvia, o Exército Vermelho, com apoio limitado de forças búlgaras, ajudou os guerrilheiros em uma libertação conjunta da capital Belgrado em 20 de outubro. Poucos dias depois, os soviéticos lançaram um ataque maciço contra a Hungria ocupada pelos alemães, que durou até a queda de Budapeste, em fevereiro de 1945. Em contraste com as impressionantes vitórias soviéticas nos Balcãs, a pungente resistência filandesa contra a ofensiva soviética no Istmo da Carélia impediu a ocupação do território finlandês e levou à assinatura do armistício soviético-finlandês em condições relativamente suaves, com a subsequente mudança da Finlândia para o lado dos Aliados.
Rebeldes poloneses durante a Revolta de Varsóvia, em que cerca de 200.000 civis morreram
  Até o início de julho, as forças da Commonwealth no sudeste asiático haviam repelido os cercos japoneses em Assam, empurrando os japoneses para o rio Chindwin, enquanto os chineses capturaram Myitkyina. Na China, os japoneses estavam tendo maiores sucessos, tendo finalmente tomado Changsha, em meados de junho, e a cidade de Hengyang, no início de agosto. Logo depois, eles ainda invadiram a província de Guangxi, vencendo batalhas importantes contra as forças chinesas em Guilin e Liuzhou até o final de novembro e com sucesso ligando as suas forças na China e na Indochina em meados de dezembro.
  No Pacífico, as forças norte-americanas continuaram a pressionar o perímetro japonês. Em meados de junho de 1944, elas começaram sua ofensiva contra as Ilhas Marianas e Palau e derrotaram as forças japonesas na Batalha do Mar das Filipinas. Estas derrotas levaram à renúncia do primeiro-ministro japonês Hideki Tojo e muniram os Estados Unidos com bases aéreas para lançar ataques de bombardeiros pesados e intensivos sobre as linhas japonesas. No final de outubro, as forças norte-americanas invadiram a ilha filipina de Leyte; logo depois , as forças navais aliadas marcaram outra grande vitória na Batalha do Golfo de Leyte, uma das maiores batalhas navais da história.
Tropas estadunidenses e soviéticas se encontram em abril de 1945, a leste do rio Elba
COLAPSO DO EIXO E VITÓRIA DOS ALIADOS
  Em 16 de dezembro de 1944, a Alemanha tentou a sua última e desesperada medida para obter sucesso na Frente Ocidental, usando a maior parte das suas reservas restantes para lançar uma grande contra-ofensiva nas Ardenas para tentar dividir os Aliados ocidentais, cercar grandes porções de tropas aliadas e tomar a sua porta de alimentação primária na Anuérpia, com o objetivo de levar à uma solução política. Em janeiro, a ofensiva tinha sido repelida sem cumprir os seus objetivos estratégicos. Na Itália, os Aliados Ocidentais ficaram num impasse na linha defensiva alemã. Em meados de janeiro de 1945, os soviéticos atacaram a Polônia, movendo-se do Vístula ao rio Oder, na Alemanha, e invadiram a Prússia Oriental. Em 4 de fevereiro, os líderes norte-americanos, britânicos e soviéticos se encontraram na Conferência de Yalta. Eles concordaram com a ocupação da Alemanha no pós-guerra e sobre quando a União Soviética iria se juntar à guerra contra o Japão.
Winston Churchill (Reino Unido), Franklin D. Roosevelt (EUA) e Josef Stalin (URSS) durante a Conferência de Yalta em 1945
  Em fevereiro, os soviéticos invadiram a Silésia e a Pomerânia, enquanto os Aliados Ocidentais entraram na Alemanha Ocidental e aproximaram-se do rio Reno. Em março, os Aliados Ocidentais atravessaram o norte do Reno e o sul do Ruhr, cercando o Grupo de Exércitos B alemão, enquanto os soviéticos avançaram para Viena. No início de abril, os Aliados Ocidentais finalmente avançaram na Itália e atravessaram a Alemanha Ocidental, enquanto as forças soviéticas invadiram Berlim no final de abril; as duas forças encontraram-se no rio Elba em 25 de abril. Em 30 de abril de 1945, o Reichstag foi capturado, simbolizando a derrota militar do Terceiro Reich.
Tropas estadunidenses e soviéticas se encontram em abril de 1945, a leste do rio Elba
  Várias mudanças de liderança ocorreram durante este período. Em 12 de abril, o então presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, morreu e foi sucedido por Harry Truman. Benito Mussolini foi morto por partisans italianos em 28 de abril. Dois dias depois, Hitler cometeu suicídio e foi sucedido pelo Grande Almirante Karl Dönitz.
  As forças alemãs na Itália se renderam em 29 de abril. O tratado de rendição alemão foi assinado em 7 de maio em Reims e ratificado em 8 de maio em Berlim. O Grupo de Exércitos Centro-Alemão resistiu em Praga até o dia 11 de maio.

Após a Batalha de Berlim, os soldados soviéticos levantam a sua bandeira na varando do Hotel Adlon, na capital alemã
  No Pacífico, as forças estadunidenses, acompanhadas por forças da Comunidade das Filipinas, avançaram no território filipino, tomando Leyte até o final de abril de 1945. Eles desembarcaram em Luzon em janeiro de 1945 e ocuparam Manila em março, deixando-a em ruínas. Combates continuaram em Luzon, Mindanao e em outras ilhas das Filipinas até o final da guerra.
  Em maio de 1945, tropas australianas desembarcaram em Bornéu. Forças britânicas, estadunidenses e chinesas derrotaram os japoneses no norte da Birmânia em março e os britânicos chegaram a Yangon em 3 de maio. Forças estadunidenses também chegaram ao Japão, tomando Iwo Jima em março e Okinawa até o final de junho. Bombardeios estadunidenses destruíram as cidades japonesas e submarinos bloquearam as importações do país.
  Em 11 de julho, os líderes Aliados se reuniram em Potsdam, na Alemanha. Lá eles confirmaram acordos anteriores sobre a Alemanha e reiteraram a exigência de rendição incondicional de todas as forças japonesas, especificamente afirmando que "a alternativa para o Japão é a rápida e total destruição".
  Durante esta conferência, o Reino Unido realizou a sua eleição geral e Clement Attlee substituiu Churchill como primeiro-ministro.
Winston Churchill, Harry Truman e Josef Stalin durante a Conferência de Potsdam
  Como o Japão continuou a ignorar os termos de Potsdam, os Estados Unidos lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto. Entre as duas bombas, os soviéticos, em conformidade com o acordo de Yalta, invadiram a Manchúria, dominada pelos japoneses e rapidamente derrotaram o Exército Guangdong, que era a principal força de combate japonesa. O Exército Vermelho também captura a ilha Sacalina e as ilhas Curilas. Em 15 de agosto de 1945 o Japão se rende, sendo os documentos de rendição finalmente assinados a bordo do convés do navio de guerra americano USS Missouri em 2 de setembro de 1945, pondo fim à guerra.
Explosão nuclear em Nagasaki, Japão, em 9 de agosto de 1945.
CONSEQUÊNCIAS
  Os Aliados estabeleceram administrações de ocupação na Áustria e na Alemanha. O primeiro se tornou um Estado neutro, não alinhado com qualquer bloco político. O último foi dividido em zonas de ocupação ocidentais e orientais controlados pelos Aliados Ocidentais e pela União Soviética, respectivamente. Um programa de "desnazificação" da Alemanha levou à condenação de criminosos de guerra nazistas e à remoção de ex-nazistas do poder, ainda que esta política tenha se alterado para anistia e a reintegração dos ex-nazistas na sociedade da Alemanha Ocidental. A Alemanha perdeu um quarto dos seus territórios pré-guerra (1937); os territórios orientais: Silésia, Neumark e a maior parte da Pomerânia foram assumidos pela Polônia; a Prússia Oriental foi dividida entre a Polônia e a URSS, seguida pela expulsão de 9 milhões de alemães dessas províncias, bem como de 3 milhões de alemães dos Sudetos, na Tchecoslováquia, para a Alemanha. Na década de 1950, um em cada cinco habitantes da Alemanha Ocidental era um refugiado do Leste. A URSS também assumiu as provícias polonesas a leste da linha Curzon (das quais 2 milhões de poloneses foram expulsos), leste da Romênia e parte do leste da Finlândia e três países álticos.

Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha e na Áustria no pós-guerra
  Em um esforço para manter a paz, os Aliados formaram a Organização das Nações Unidas (ONU), que oficialmente passou a existir em 24 de outubro de 1945, e aprovaram a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948, como um padrão comum para todos os Estados-membros. A aliança entre os Aliados Ocidentais e a União Soviética havia começado a deteriorar-se ainda antes da guerra. A Alemanha havia sido dividida de fato e dois Estados independentes, a República Federal da Alemanha e a República Democrática Alemã, foram criados dentro das fronteiras das zonas de ocupação dos Aliados e dos soviéticos, respectivamente. O resto da Europa também foi dividido em esferas de influência ocidentais e soviéticas. A maioria dos países europeus orientais e centrais ficaram sob a esfera soviética, o que levou à criação de regimes comunistas, com o apoio total ou parcial das autoridades soviéticas de ocupação. Como resultado, Polônia, Hungria, Tchecoslováquia, Romênia, Albânia e a Alemanha Oriental tornaram-se Estados-satélites dos soviéticos. A Iugoslávia comunista realizou uma política totalmente independente, causando uma forte tensão com a URSS.
  A divisão do pós-guerra do mundo foi formalizada por duas alianças militares internacionais: a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), liderada pelos Estados Unidos, e o Pacto de Varsóvia, liderado pela União Soviética; o longo período de tensões políticas e militares proveniente da concorrência entre esses dois grupos, a Guerra Fria, seria acompanhado de uma corrida armamentista sem precedentes e guerra por precaução.
Europa dividida após a Segunda Guerra Mundial
  Na Ásia, os Estados Unidos ocuparam o Japão e administraram as antigas ilhas japonesas no Pacífico Ocidental, enquanto os soviéticos anexaram a ilha Sacalina e as ilhas Curilas. A Coreia, anteriormente sob o domínio japonês, foi dividida e ocupada pelos Estados Unidos no Sul e pela União Soviética no Norte entre 1945 e 1948. Repúblicas separadas surgiram em ambos os lados do Paralelo 38 em 1948, cada uma afirmando ser o governo legítimo de toda a Coreia, o que levou à Guerra Coreia. Na China, forças nacionalistas e comunistas retomaram a guerra civil em junho de 1946. As forças comunistas foram vitoriosas e estabeleceram a República da China. No Oriente Médio, a rejeição árabe ao Plano de Partilha da Palestina da ONU e à criação do Estado de Israel, marcou a escalada do conflito árabe-israelense. Enquanto as potências coloniais europeias tentaram reter parte ou a totalidade de seus impérios coloniais, a sua perda de prestígio e de recursos durante a guerra fracassou seus objetivos, levando à descolonização da Ásia e da África.
O Primeiro-Ministro Winston Churchill profere o sinal de "Vitória" para multidões em Londres, no Dia V-E
  A economia mundial sofreu muito com a guerra, embora os participantes da Segunda Guerra Mundial tenham sido afetados de forma diferente. Os Estados Unidos emergiram muito mais ricos do que qualquer outra nação; no país aconteceu o "baby boom" e em 1950 o seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita era maior do que o de qualquer outra potência e isso levou-o a dominar a economia mundial. O Reino Unido e os Estados Unidos implementaram uma política de desarmamento industrial da Alemanha Ocidental entre os anos de 1945 e 1948. Devido à interdependência do comércio internacional, este levou à estagnação da economia europeia e o atraso, em vários anos, da recuperação do continente.
  A recuperação começou com a reforma monetária de meados de 1948 na Alemanha Ocidental e foi acelerada pela liberalização da política econômica europeia, que o Plano Marshall (1948-1951) causou, tanto direta quanto indiretamente. A recuperação pós-1948 da Alemanha Ocidental foi chamada de milagre econômico alemão. Além disso, as economias italiana e francesa também se recuperaram. Em contrapartida, o Reino Unido estava em um estado de ruína econômica e entrou em relativo declínio econômico contínuo ao longo de décadas. 
  A União Soviética, apesar dos enormes prejuízos humaanos e materiais, também experimentou um rápido aumento da produção no pós-guerra imediato. O Japão passou por um crescimento econômico incrivelmente rápido, tornando-se uma das economias mais poderosas do mundo na década de 1980. A China voltou a sua produção industrial de pré-guerra em 1952.
Os Comandantes Supremos em 5 de junho de 1945 em Berlim: Bernard Montgomery, Dwight D. Eisenhower, GeorgyZhukov e Jean de Lattre de Tassigny
MORTOS E CRIMES DE GUERRA
   As estimativas para o total de mortos na guerra variam, pois muitas mortes não foram registradas. A maioia sugere que cerca de 60 milhões de pessoas morreram no conflito, incluindo cerca de 20 milhões de soldados e 40 milhões de civis. Somente na Europa, houve 36 milhões de mortes, sendo a metade civis. Muitos civis morreram por causa de doenças, fome, massacres, bombardeios e genocídios deliberados. A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas durante a guerra, quase metade de todas as mortes da Segunda Guerra Mundial. Um em cada quatro cidadãos soviéticos foram mortos ou feridos nesse conflito.
Mortes durante a Segunda Guerra por país
  Do total de óbitos na Segunda Guerra Mundial cerca de 85%, na maior parte soviéticos e chineses, foram do lado dos Aliados e 15% do lado do Eixo. Muitas dessas mortes foram causadas por crimes de guerra cometidos pelas forças alemãs e japonesas nos territórios ocupados. Estima-se que entre 11 e 17 milhões de civis morreram como resultado direto ou indireto das políticas ideológicas nazistas, incluindo o genocídio sistemático de cerca de seis milhões de judeus durante o Holocausto, juntamente com mais de cinco milhões de ciganos, eslavos, homossexuais e outras minorias étnicas e grupos minoritários. Aproximadamente 7,5 milhões de civis morreram na China durante a ocupação japonesa e os sérvios foram alvejados pela Ustase, organização croata alinhada ao Eixo.
  A atrocidade mais conhecida cometida pelo Império Japonês foi o Massacre de Nanquim, na qual centenas de milhares de civis chineses foram estuprados e assassinados. Entre 3 milhões e 10 milhões de civis, a maioria chineses, foram mortos pelas forças de ocupação japonesas. Mitsuyoshi Himeta registrou 2,7 milhões de vítimas durante a política conhecida como Sanko Sakusen. O general Yasuji Okamura implementou a política em Heipei e Shandong.
Civis chineses sendo enterrados vivos por soldados japoneses
CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO E ESCRAVIDÃO
  Os nazistas foram responsáveis pelo Holocausto, a matança de cerca de seis milhões de judeus (esmagadoramente asquenazes), bem como dois milhões de poloneses e quatro milhões de outros que foram considerados "indignos de viver" (incluindo os deficientes e doentes mentais, prisioneiros de guerra soviéticos, homossexuais, maçons, testemunhas de jeová e ciganos), como parte de um programa de extermínio deliberado. Cerca de 12 milhões, a maioria dos quais eram do Leste Europeu, foram empregados na economia de guerra alemã como trabalhadores forçados.
Corpos de mortos no campo de concentração de Mauthausen-Gusen após a libertação, possivelmente presos políticos ou prisioneiros de guerra soviéticos
  Além dos campos de concentração nazistas, os gulags soviéticos (campos de trabalho) levaram à morte de cidadãos dos países ocupados, como a Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia, bem como prisioneiros de guerra alemães e até mesmo cidadãos soviéticos que foram considerados apoiadores ou simpatizantes dos nazistas. Cerca de 60% dos prisioneiros de guerra soviéticos dos alemães morreram durante a guerra. Ex-prisioneiros de guerra soviéticos e civis repatriados foram tratados  com grande suspeita e como potenciais colaboradores dos nazistas e alguns deles foram enviados para os gulags no momento da revista NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos da URSS).
  Os campos de prisioneiros de guerra do Japão, muitos dos quais foram utilizados como campos de trabalho, também tiveram altas taxas de mortalidade. O Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente concluiu que a taxa de mortalidade dos prisioneiros ocidentais foi de 27,1% (para prisioneiros de guerra estadunidenses, 37%), sete vezes maior do que os prisioneiros de guerra dos alemães e italianos. Apesar de 37.583 prisioneiros do Reino Unido, 28.500 da Holanda e 14.473 dos Estados Unidos terem sido libertados após a rendição do Japão, o número de chineses foi de apenas 56. Pelo menos cinco milhões de civis chineses do norte da China e de Manchukuo foram escravizados pelo Conselho de Desenvolvimento da Ásia Oriental, ou Koian, entre 1935 e 1941, para trabalhar nas minas e indústrias de guerra. Após 1942, esse número atingiu 10 milhões.
Prisioneiros soviéticos enforcados pelas forças alemãs em janeiro de 1943
  Em 19 de fevereiro de 1942, Roosevelt assinou a Ordem Executiva 9066, internando milhares de japoneses, italianos, estadunidenses, alemães e alguns emigrantes do Havaí que fugiram após o bombardeio de Pearl Harbor durante o período da guerra. Os governos dos Estados Unidos e do Canadá internaram 150 mil estadunidenses-japoneses, bem como 11.000 alemães e italianos residente nos Estados Unidos.
  Em conformidade com o acordo Aliado feito na Conferência de Yalta, milhões de prisioneiros de guerra e civis foram usados em trabalhos forçados por parte da União Soviética. No caso da Hungria, os húngaros foram forçados a trabalhar para a União Soviética até 1955.
Propaganda do governo norte-americano mostrando uma mulher trabalhando em uma fábrica da Ford Worth, Texas, Estados Unidos (1942)
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E MILITAR
  Vários aviões foram usados para reconhecimento, como caças, bombardeiros e aeronaves de apoio no solo, sendo que cada uma dessas funções avançou consideravelmente durante o conflito. A inovação incluiu o transporte aéreo tático (a capacidade de mover rapidamente suprimentos, equipamentos e pessoal limitados e de alta prioridade); e o bombardeiro estratégico (o bombardeio de áreas civis para destruir a indústria e o moral). O armamento antia-éreo também avançou, incluindo defesas como o radar e a artilharia superfície-ar, tais como o canhão alemão de 88 milímetros. O uso de aviões a jato foi pioneiro e embora a sua introdução tardia ter tido pouco impacto na guerra, levou esse tipo de aeronave a se tornar padrão nas forças aéreas em todo o mundo.
T-34 - tanque soviético mais usado na guerra
  Avanços também foram feitos em quase todos os aspectos da guerra naval, principalmente com os porta-aviões e submarinos. Embora, no início da guerra a aeronáutica tenha tido relativamente pouco sucesso, as ações em Taranto, Pearl Harbor, Mar da China Meridional e Mar do Coral estabeleceram o porta-aviões como o principal navio dominante no lugar.
  No Atlântico, os porta-aviões de escolta tornaram-se uma parte vital de comboios aliados, ao aumentar eficazmente o raio de proteção e ao ajudar a fechar a "lacuna mesoatlântica". Os porta-aviões eram também mais econômicos que os navios de guerra devido ao custo relativamente baixo das aeronaves e de não necessitar ser tão fortemente blindados.
B-17E norte-americano
  As metralhadoras portáteis se espalharam, sendo um exemplo notável a alemã MG42 e várias submetralhadoras que foram adaptadas para o combate próximo em ambientes urbanos e de selva. O rifle de assalto, um desenvolvimento de guerra recente que incorporou muitas características do fuzil e da metralhadora, tornou-se uma arma de infantaria padrão do pós-guerra para a maioria das forças armadas.
Réplica da Little Boy, a bomba nuclear usada em Hiroshima
EFEITOS DA GUERRA NO BRASIL
  Antes da Segunda Guerra, as relações entre o Brasil e a Alemanha tinham se fortalecido bastante. Na década de 1930, os negócios entre os dois países cresceram tanto que, em alguns setores, a participação alemã quase se igualava à dos norte-americanos.
  A aproximação entre Brasil e Alemanha tornou-se ainda maior a partir de 1937, com a instauração do governo ditatorial do Estado Novo. Por isso, quando Getúlio Vargas planejou instalar uma siderúrgica, foi buscar empréstimos junto ao governo alemão.
Monumento aos Pracinhas, no Rio de Janeiro
  A ligação do Brasil com a Alemanha nazista inquietou os Estados Unidos, interessados nas matérias-primas e no mercado consumidor brasileiro. Para afastar a concorrência alemã, o presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt pôs em prática a sua política de "boa vizinhança". Enfatizando a cooperação entre os países americanos, ofereceu empréstimos e se dispôs a aumentar as importações de produtos latno-americanos. Foi nesse contexto que o Brasil obteve 20 milhões de dólares para construir a Usina Siderúrgica de Volta Redonda.
Navio de guerra da Marinha brasileira enfrentando um submarino alemão
  Paralelamente, o governo americano procurava cativar o mercado brasileiro, divulgando as "maravilhas" do modo de vida americano por meio do rádio, do cinema, das revistas e do incentivo ao consumo. O Brasil começava a se americanizar. Para promover a "boa vizinhança", Walt Disney criou o papagaio Zé Carioca, personagem criado no filme Alô, amigos. Em contrapartida, a cantora Carmen Miranda tornou-se estrela de Hollywood, divulgando nos Estados Unidos o samba brasileiro.
Distintivo da FEB (Força Expedicionária Brasileira) durante a Segunda Guerra
  A entrada do Brasil na guerra, em 1942, fortaleceu as relações com os Estados Unidos. Contudo, lutar ao lado dos Aliados era contraditório, pois defendia-se a democracia lá fora, mantendo-se a ditadura aqui dentro. À medida que se festejavam as vitórias dos Aliados, aumentavam as críticas ao Estado Novo. No início de 1945, Getúlio Vargas, cedendo às pressões, começou a abrir o regime: marcou eleições, legalizou a formação de partidos políticos, decretou anistia aos presos políticos e extinguiu o DIP.
Propaganda do governo brasileiro anunciando a declaração de guerra as potências do Eixo. 10 de novembro de 1943
  O prestígio de Vargas junto ao povo era tão grande que ganhou força um movimento popular por sua permanência no poder, sob o lema "Queremos Getúlio". Desconfiados, alguns políticos e chefes militares agiram rápido e, no dia 29 de outubro de 1945, derrubaram Vargas.
Homenagem aos Praças brasileiros na Segunda Guerra, em Belo Horizonte

FONTE: Rodrigues, Joelza Ester Domingues. História em documento: imagem e texto, 9º ano / Joelza Ester Domingues Rodrigues. -- Ed. renovada. -- São Paulo: FTD, 2009. (Coleção história em documento: imagem e texto).

Wikipédia.

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