sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A ECONOMIA CRIATIVA E A ECONOMIA VERDE

ECONOMIA CRIATIVA
  A Economia Criativa, segundo o autor inglês Jonh Howkins no livro "The Creative Economy", são atividades nas quais resultam em indivíduos exercitando a sua imaginação e explorando o seu valor econômico. Pode ser definida como processos que envolvam criação, produção e distribuição de produtos e serviços, usando o conhecimento, a criatividade e o capital intelectual como principais recursos produtivos.
  Os setores da economia criativa são: gastronomia, arquitetura, publicidade, design, artes, antiguidades, artesanato, moda, cinema e vídeo, televisão, editoração e publicações, artes cênicas, rádio, softwares de lazer e música.
iPod, reconhecido pelo design de alta qualidade e um dos exemplos de economia criativa
  A Economia Criativa é uma das novidades trazidas pelo processo de globalização, que emprega o conhecimento como fonte para gerar novos produtos. São considerados trabalhadores da economia criativa os profissionais que atuam nos setores de educação, pesquisa e desenvolvimento de produtos, produção científica e produção cultural.
  Muitos autores relacionam a economia criativa com novos produtos que passaram a valer muito mais nas últimas décadas, como os jogos eletrônicos, os programas de computador, os filmes e a moda. Para esses autores existe uma aproximação entre a produção cultural e a economia criativa.
Vale do Silício - um dos locais onde mais se desenvolve a economia criativa no mundo
  São considerados profissionais da indústria criativa os que participam da produção de filmes e novelas, programas de computador, músicas, teatro, edição de livros, programas de rádio, de TV e blogs da internet. Além dessas atividades, são consideradas parte da indústria criativa os setores de propaganda, arquitetura, design, artesanato, moda e artes visuais. Mais recentemente, foram associados à indústria criativa os museus e as galerias de arte e as atividades relacionadas à conservação e ao patrimônio histórico.
Ouro Preto - MG - declarada Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade pela Unesco
  Objetivando incentivar a economia criativa no Brasil foi criado o Observatório Brasileiro de Economia Criativa (OBEC). O OBEC foi instituído pela Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, através da Portaria nº 01 de 08/02/2012, como instância responsável pela produção e difusão de pesquisas, dados e informações sobre a economia criativa brasileira, bem como estímulo ao debate.
ECONOMIA VERDE
  A Economia Verde é um conjunto de processos produtivos (industriais, comerciais, agrícolas e de serviços) que ao ser aplicado em um determinado local (país, cidade, empresa, comunidade etc.), possa gerar nele um desenvolvimento sustentável nos aspectos ambiental e social.
  O principal objetivo da Economia Verde é possibilitar o desenvolvimento econômico compatibilizando-o com igualdade social, erradicação da pobreza e melhoria do bem-estar dos seres humanos, reduzindo os impactos ambientais negativos e a escassez ecológica.
Modelo da Economia Verde
  Foi a partir da década de 1980 que a preocupação em produzir acarretando menos impactos ambientais aumentou. A ideia do desenvolvimento sustentável foi bastante divulgada naquela época.
  De acordo com especialistas que atuam nas áreas de Economia e Meio Ambiente, a aplicação da Economia Verde em países desenvolvidos e em desenvolvimento aumentaria a geração de empregos e o processo econômico. Ao mesmo tempo, combateria as causas do aquecimento global (emissões de CO²), do consumo irracional de água potável e dos fatores que geram deterioração dos ecossistemas.
Tripé da sustentabilidade
  As principais características da Economia Verde são:
  •  Pouco uso de combustíveis fósseis (gasolina, carvão, diesel, etc.) e aumento do uso de fontes limpas e renováveis de energia;
  • Eficiência na utilização de recursos naturais;
  • Práticas e processos que visam à inclusão social e erradicação da pobreza;
  • Investimento e valorização da agricultura verde;
  • Tratamento adequado do lixo com sistemas eficientes de reciclagem;
  • Qualidade e eficiência nos sistemas de mobilidade urbana.
O incentivo à agricultura orgânica é um dos objetivos da Economia Verde
  O desenvolvimento sustentável consiste em uma forma de produzir mercadorias sem esgotar os recursos naturais do presente, para que as gerações futuras também possam usufruir desses recursos.
  Com o decorrer dos anos, essa ideia foi aprimorada, a ponto de ser discutida na reunião da ONU sobre o meio ambiente realizada no Rio de Janeiro em 2012. A Economia Verde passou a ser uma forma de produzir gerando menos impactos ambientais e, ao mesmo tempo, uma alternativa de inclusão social da população.
  Pensar em formas de produção que gerem poucos impactos ambientais e ainda empregar mão de obra, é um pouco complicado, principalmente para o modelo capitalista. Com a globalização, em geral, cada vez menos pessoas conseguem emprego e a riqueza fica concentrada, resultando em elevado nível de desemprego, até mesmo de mão de obra qualificada.
Com a globalização e a tecnologia, cada vez mais pessoas entram na estatística do desemprego
  Por isso, a Economia Verde tem sido citada como uma alternativa à padronização da produção representada pela globalização. É uma forma de economia que procura produzir menores quantidades, para um público consumidor local, o que diminuiria a necessidade de transporte, de modo a tornar o produto mais barato. Em relação ao emprego, a economia verde deve integrar a população local e reconhecer suas habilidades para incorporá-las às atividades.
  Um exemplo de projeto da economia verde é o Jovens da Biosfera, desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, na capital paulista, em conjunto com outras instituições. O projeto teve como finalidade a inclusão social de jovens de famílias de baixa renda, que deveriam atuar em atividades voltadas para a conservação ambiental. Para ser selecionado e integrar o projeto, a primeira exigência era estar matriculado na escola.
Cinturão Verde de São Paulo - projeto do Jovens da Biosfera
  Entre as atividades desenvolvidas pelos jovens no projeto, está a monitoria para orientar visitas de escolas e outros grupos às áreas naturais protegidas. Eles também foram capacitados a produzir mudas de espécies nativas que eram comercializadas pela população local, que colaborava para a recuperação de áreas degradadas. Também houve um grupo que atuou na separação de material reciclável, movimentando a população local: a comunidade passou a separar os materiais para serem recolhidos por associações de catadores, que depois os vendiam para os recicladores.
  Outro exemplo de ação de economia verde é o cultivo de alimentos sem agrotóxicos. Um exemplo bem-sucedido desse tipo de agricultura ocorreu em Cuba, onde, desde 1994, foi aplicado o Programa Nacional de Agricultura Urbana, que consistiu em apoiar o cultivo de alimentos orgânicos em áreas urbanas no país. Essa iniciativa gerou mais de 350.000 postos de trabalho e a produção de mais de 4 milhões de toneladas de frutas e verduras em Havana, capital do país.
Horta orgânica em Havana - Cuba
  Na Europa, a Alemanha é o país mais exigente em relação à comida natural, seguida pela França. Em muitos países, como no Reino Unido, nos Estados Unidos e no Brasil, os produtos orgânicos vêm ganhando a cada dia, mais importância e valor econômico.
Produtos orgânicos
FONTE: Ribeiro, Wagner Costa. Por dentro da geografia, 9° ano : globalização e tensões / Wagner Costa Ribeiro. - 1. ed. - São Paulo: Saraiva, 2012.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ISRAEL: UMA ECONOMIA DESENVOLVIDA NO ORIENTE MÉDIO

  País mais industrializado do Oriente Médio, Israel está situado ao longo da costa oriental do mar Mediterrâneo. O país faz fronteira com o Líbano ao norte, com a Síria a nordeste, com a Jordânia e a Cisjordânia a leste, com o Egito e a Faixa de Gaza ao sudoeste, e com o Golfo de Acaba, no mar Vermelho, ao sul. Israel é o único Estado de maioria judia do mundo.
HISTÓRIA
  A história da Antiga Israel abrange o período que vai do século XX a.C. até a expulsão e Diáspora do povo judaico no século I a.C., na área compreendida entre o mar Mediterrâneo, a península do Sinai, as montanhas do Líbano e o deserto da Judeia. Concentra-se especialmente no estudo do povo judeu neste período, e de forma secundária dos outros povos que com eles conviveram, como os filisteus, fenícios, moabitas, idumeus, hititas, madianitas, amoritas e amonitas.
Território de Israel no século XIV a.C. e o cruzamento de rotas comerciais e militares
  O moderno Estado de Israel tem suas raízes históricas e religiosas na bíblica Terra de Israel (Eretz Israel), um conceito central para o judaísmo desde os tempos antigos, e no coração dos antigos reinos de Israel e Judá.
  A Terra de Israel, conhecida em hebraico como Eretz Israel, é sagrada para o povo judeu desde os tempos bíblicos. De acordo com a Torá, a Terra de Israel foi prometida aos três patriarcas do povo judeu (Abraão, Isaac e Jacó), por Deus, como a sua pátria.
  A partir do século X a.C., uma série de reinos e estados judaicos estabeleceram um controle sobre a região que durou cerca de 150 anos, para o Reino de Israel, até a sua conquista pelos assírios em 721 a.C., e quatro séculos para o Reino de Judá, até a sua conquista por Nabucodonosor, em 586 a.C. e a destruição do Templo de Salomão pelos babilônios. Em 140 a.C., a revolta dos Macabeus levou ao estabelecimento do Reino Hasmoneu de Israel, cuja existência enquanto reino independente, durou 77 anos, até a conquista de Jerusalém por Pompeu em 63 a.C., fato este que tornou Israel um reino do Império Romano.
Antecedentes (1550-1200 a.C.)
  Israel e Judá emergiram entre a costa do Mediterrâneo e a depressão do vale do Jordão. Vizinhos a estes estavam os reinos de Edom (ao sul do mar Morto), Moabe (a leste do mar Morto), e Aram e Amon ao norte. Na costa mediterrânea, a sudoeste, estavam as cidades-estados dos filisteus e a noroeste as dos fenícios, com cidades-estados israelitas entre elas. Grandes impérios se estendiam a sudoeste, como o Antigo Egito, e a nordeste, como a Assíria nos séculos VIII e VII a.C., Babilônia no século VI a.C., e Pérsia após esse século. Também havia contato entre todos esses reinos e a Grécia Antiga através do Mediterrâneo oriental.
  De acordo como os textos bíblicos, os israelitas conquistaram a sua terra dos canaanitas nos tempos de Josué, através da promessa e orientação divinas, após o Êxodo.
Mapa do Reino de Davi e estados vassalos
    O primeiro registro do nome de Israel se encontra numa frase da Estela de Merneptah, erguida pelo faraó egípcio Merneptah por volta de 1209 a.C.: "Israel está destruída e sua semente não". Este "Israel", situado nos planaltos centrais, era uma entidade cultural e política, ou seja, um grupo étnico. Os ancestrais dos israelitas podem ter sido os semitas que ocuparam Canaã, bem como os Povos do Mar.
  As aldeias tinham populações de até 300 ou 400 habitantes, que viviam da agricultura e do pastoreio, sendo, em grande parte, autossuficientes. O intercâmbio econômico desse povo era frequente. A escrita era conhecida e estava disponível para os registros. A evidência arqueológica indica uma sociedade de centros urbanos semelhantes a vilas, porém com recursos mais limitados e uma população reduzida.
Estela de Merneptah - registro mais antigo do nome de Israel
Israel e Judá (1200-576 a.C.)
  Israel e Judá foram reinos da Idade do Ferro do antigo Oriente Médio, no período que vai de 1200 a.C. até o reino judeu da época de Jesus Cristo e a Diáspora.
  Os dois reinos surgiram na costa oriental do Mediterrâneo, na porção mais a oeste do Crescente Fértil, entre os antigos impérios do Egito ao sul, Assíria e Babilônia (que mais tarde veio a se chamar de Pérsia) ao norte e a leste, e Grécia e depois Roma através do mar a oeste.
Mapa da região no século IX a.C.
  Israel e Judá emergiram da cultura canaanita autóctone do Bronze Tardio, e tinham como base vilas que se formaram e cresceram nas áreas montanhosas do Levante meridional (atual planície costeira e vale do Jordão) entre 1200-1000 a.C.. Israel se tornou um importante poder local nos séculos IX e XVIII a.C. antes de ser dominado pelos assírios; o reino do sul, Judá, usufruiu de um período de prosperidade como um estado-vassalo dos grandes impérios da região antes de uma revolta contra a Babilônia que levou a sua destruição no início do século VI a.C.. Exilados judeus retornaram da Babilônia no começo da dominação persa, inaugurando uma época de formação no desenvolvimento de uma distinta identidade judaica na província de Yehud, nome que recebeu Judá. Yehud foi absorvida pelos reinos gregos subsequentes às conquistas de Alexandre, o Grande. No século II a.C., os judeus se revoltaram contra o domínio grego e criaram o reino Hasmoneu, que primeiramente, se tornou um estado-vassalo de Roma, passando depois para o seu controle direto.
As Doze Tribos de Israel, da qual surgiu o Reino
  A Bíblia Hebraica descreve confrontos militares constantes entre judeus e outras tribos, incluindo os filisteus, cuja capital era Gaza.
  Por volta de 930 a.C. o reino se dividiu entre o Reino de Judá, ao sul, e o Reino de Israel, ao norte.
  Uma aliança entre o rei Ahab de Israel e Ben Hadad II de Damasco conseguiu impedir as incursões dos assírios após uma vitória na Batalha de Qarqar (854 a.C.). O Reino de Israel foi destruído posteriormente pelo rei assírio Tiglath-Pileser III por volta de 750 a.C.. O reino filisteu também foi destruído. Os assírios enviaram para o exílio boa parte da população do reino israelita do norte, dando origem às Tribos Perdidas de Israel. Os samaritanos alegam ser descendentes dos israelitas que sobreviveram a esta conquista assíria e ficaram na região. Uma revolta israelita ocorrida entre 724 e 722 a.C. foi debelada após o cerco e a conquista da Samaria pelo reio Sargão II. O rei assírio Senaquerib também tentou conquistar o reino de Judá, porém, não obteve sucesso.
Mapa do domínio assírio
O Povo de Israel
  O Povo de Israel surgiu de grupos nômades que habitavam a Mesopotâmia há cerca de cinco mil anos e que posteriormente rumaram para a região do Levante por volta do ano 2000 a.C.. No fim do século XVII a.C., por motivo de uma grande fome, Israel emigrou para o Egito, onde o governador da época era José, filho de Jacó. Dentro de um período de quatrocentos anos, com a morte de José e a sucessão do faraó, o Egito, com medo do grande crescimento do povo israelita, escravizou os hebreus.
  Após o Êxodo do Egito, sob a liderança de Moisés, os israelitas - que eram nômades - vagaram pelo Oriente Médio durante décadas até que, no final do século XIII a.C., sob a liderança de Josué, os israelitas conquistaram a terra prometida, Canaã, abandonando o nomadismo e estabelecendo-se nas terras conquistadas, dividindo o território entre as doze tribos. O reino surge em meados do século XI a.C. Segundo os relatos tradicionais, foi durante o reinado de Saul que, pressionado pelas constantes guerras com os povos vizinhos, as Doze Tribos se unificaram, formando um único reino.
Moisés - obra de José de Ribeira
  Saul foi o primeiro rei. Contudo, não existia um verdadeiro poder central pois cada tribo governava a si mesmo. Os líderes nacionais, que se designavam "Juízes" tinham um poder muito frágil e só conseguiam unir as várias tribos em caso de guerra com os povos inimigos. A união entre as tribos era tão frágil que por vezes se guerreavam entre si.
  Cansados destas situações, as tribos israelitas resolveram unir-se e formar a monarquia. O profeta Samuel, último dos Juízes, designou Saul, da Tribo de Benjamin. O reino abrangia a região montanhosa de Judá e Efraim, cuja capital era Gibeal.
  Saul foi sucedido por Davi, em torno do ano 1000 a.C., que expandiu o território de Israel e conquistou a cidade de Jerusalém, onde instalou a capital do seu reino.
Saul arremessa lança contra Davi, de George Tinworth
  Sob o reinado de Salomão, Israel alcançou o seu apogeu, entre os anos 966 a.C. a 926 a.C.. Roboão, filho de Salomão, lhe sucedeu como rei em 922 a.C.. Porém, durante o seu reinado o Reino de Israel foi dividido em dois: a Norte, o Reino das Dez Tribos, também chamado de Reino de Israel cuja capital era Samaria; a Sul, o Reino das Duas Tribos, também chamado de Reino de Judá, cuja capital ficou sendo Jerusalém.
Aldeia palestina na região da Samaria
  Em 586 a.C. o imperador babilônico Nabucodonosor invade Jerusalém, destrói o Primeiro Templo e obriga os israelitas ao seu primeiro exílio. Levados à força para a Babilônia, os prisioneiros de Israel e Judá passaram cerca de 50 anos como escravos sob o domínio babilônico. O fim do Primeiro Êxodo possibilitou a volta dos israelitas a Jerusalém, que foi reconstruída, juntamente com o seu Grande Templo. Do nome de Judá nasceram as denominações judeu e judaísmo.
Templo de Salomão ou Primeiro Templo
  Após o fim do Cativeiro da Babilônia, os israelitas foram dominados pelo Império Romano. Ao longo de toda a dominação romana aconteceram duas grandes revoltas dos judeus. Antes, houve uma primeira revolta no ano 134 a.C., quando Antíoco IV Epifânio, ainda durante a dominação selêutica, profanou o Templo ao sacrificar uma porca (animal considerado impuro para o judaísmo) em seu altar. A revolta, chamada de Hasmoniana foi vitoriosa e garantiu a independência de Israel até o ano 63 a.C., quando ocorreu a dominação romana. Durante este domínio surge o Cristianismo.
  Os romanos estabeleceram no reino judeu um protetorado, e a prática da religião hebraica era constantemente reprimida pelo exército romano, que interferiam na administração do Templo e atacavam e profanavam os locais de culto.
A Judeia no período da invasão romana
  A primeira grande revolta contra o domínio romano se iniciou no ano 66 d.C. e ficou conhecida como Grande Revolta Judaica. Essa rebelião duraria até o ano 72 d.C., quando o general Tito invade a região, destrói Jerusalém e o Segundo Templo. Cerca de 1 milhão de judeus morreram durante os combates. Após a guerra, a região foi transformada em província romana e batizada com o nome de Província Judaica.
Modelo do Templo de Herodes ou Segundo Templo
  A segunda e última rebelião contra os romanos foi a Revolta de Bar Kochba. A revolta foi esmagada pelo imperador Adriano no ano 135 e os judeus sobreviventes foram feitos escravos e expulsos da sua terra. Nesse mesmo ano, Adriano renomeou a Província Judeia para Província Sírio Palestina, como tentativa de desligar a terra de seu passado judaico.
  Depois dos romanos, os bizantinos e finalmente os muçulmanos conquistaram a Palestina em 638. A área do Levante foi controlada por diferentes estados muçulmanos ao longo dos séculos - a exceção do controle dos cristãos cruzados - até fazer parte do Império Otomano, entre 1517 e 1917.
Pedras do lado oeste do Templo da Montanha em Jerusalém - pode terem sido jogadas pelos soldados romanos no ano 70 d.C.
O exílio e as perseguições antijudaicas
  Durante os dois mil anos de duração do Êxodo e sob o domínio de diversos povos, culturas e religiões, os judeus exilados não encontraram jamais um clima de liberdade plena. Mesmo assim, os judeus sobreviveram às perseguições morais ou violentas em torno de sua religião e de sua cultura particular.
  Na península Arábica do século VII, onde, provavelmente, chegaram após a destruição do Segundo Templo, os judeus viram-se envolvidos nas lutas entre Maomé e os habitantes de Meca. De início, parte integrante da Umma (comunidade constituída por todos os muçulmanos do mundo, unidos pela crença em Alá, no profeta Maomé, nos profetas que o antecederam, nos anjos, na chegada do dia do Juízo Final e na predestinação divina) criada por Maomé em Medina, duas tribos judaicas seriam expulsas da cidade, enquanto a terceira seria executada (com exceção das mulheres e crianças).
  Em 1066, ocorreu o Massacre de Granada e, entre os séculos XII e XV, os judeus foram expulsos do Norte da Europa, que era totalmente cristão. Os grandes massacres de judeus se sucederam em diversos países: Alemanha e Inglaterra (1290), França (1306 e 1394) e Espanha (1391), culminando na expulsão de 1492 e no grande massacre de Lisboa em 1506. Após a expulsão da Europa Ocidental, os judeus passaram a habitar a Europa Oriental.
Massacre de Granada
  Com o fim da Idade Média e o Iluminismo, as perseguições diminuíram, embora prosseguissem. Durante a Era Moderna, os judeus da Rússia e de toda a região do Leste Europeu foram constantemente perseguidos e massacrados sob os mais diversos pretextos e acusações. Em meados do século XIX, os pogroms (ataque violento e maciço a pessoas, com destruição simultânea do seu ambiente - casas, negócios, centros religiosos) forçaram as ondas de imigração judaica para a América e fomentaram o surgimento dos primeiros movimentos sionistas.
Os motins Hep-Hep em Frankfurt, em 1919. Gravura contemporânea de Johann Michael Voltz
O MOVIMENTO SIONISTA
  O sionismo - termo que vem de Sion, colina da antiga Jerusalém -, surgiu na Europa em meados do século XIX. Inicialmente de caráter religioso, o sionismo pregava a volta dos judeus à Terra de Israel, como forma de estreitar os laços culturais do povo judeu em torno de sua religião e de sua cultura ancestral.
  No início o sionismo não sabia exatamente onde fundar o Estado judaico, havendo várias possibilidades: na ilha de Chipre, sul da Argentina ou no Congo, entre outros locais julgados propícios. Mas acabaram se decidindo pela Palestina, por ser a terra - que já foi chamada de Canaã e de Judeia na Antiguidade - onde os judeus residiram há mais de 2 mil anos (junto com outros povos que também a habitavam), antes de terem sido expulsos pelos romanos, quando ocorreu a diáspora judaica (a dispersão dos judeus por várias regiões do globo). Mas a escolha dessa região, a Palestina, também se deveu ao fato de que no início do século XX alguns judeus ilustres - como o Lorde Rothschild, um dos banqueiros mais importantes do mundo na época e que era simpatizante do movimento sionista - tinham ótimas relações com as autoridades britânicas, e o Reino Unido ainda era a grande potência mundial e desejava tomar aquela área onde hoje estão Israel, Síria, Jordânia, etc. dos turcos otomanos.
Monte Sião
Precedentes sionistas
  Entre os séculos XIII e XIX, o número de judeus que fizeram aliá (literalmente "ascensão" - ato de um judeu imigrar para a Terra Santa) foi constante e crescente, estimulado por periódicos surgimentos de crenças messiânicas e de perseguições antijudaicas.
  Essas perseguições tinham quase sempre um caráter religioso. Vários Estados atacaram e expulsaram os judeus de seus territórios, sob acusações que variavam entre o deicídio (a suposta culpa dos judeus pela morte de Jesus Cristo) e lenda sobre envenenamento de poços, uso de sangue de crianças cristãs em rituais judaicos ("Líbelo de Sangue") e de heresia.
Cópia do Decreto de Alhambra, que expulsou os judeus da Espanha em 1492
  Os judeus que retornaram à Palestina estabeleceram-se principalmente em Jerusalém, mas também desenvolveram significativos centros religiosos em cidades mais distantes. A partir do século XV a cidade de Safed se tornaria o mais importante local de reunião dos cabalistas (sabedoria que investiga a natureza divina).
  O maior incremento da imigração judaica para a Palestina ocorreu na primeira metade do século XIX. Os judeus já eram a maioria da população de Jerusalém no ano de 1844, convivendo com os muçulmanos, cristãos, armênios, gregos e outras minorias, na época sob o domínio Turco-Otomano. Aliado aos migrantes religiosos vieram os primeiros migrantes seculares a partir da segunda metade do século, em geral, judeus vindos da Europa Central e adeptos de ideologias socialistas.
  O primeiro kibbutz estabelecido na Palestina foi a colônia Mikveh Israel ("A Esperança de Israel", em hebraico), fundado em 1870 pela Alliance Israelite Universelle, seguido pela colônia Petah Tikva (1878), Rishon LeZion (1882), e outras comunidades agrônomas fundadas por organizações como a Bilu e Hovevei Zion.
Rua de Rishon LeZion - um dos primeiros assentamentos judeus na Palestina
O sionismo político
  Em 1895, na França, um militar judeu foi acusado de fornecer informações secretas para os alemães. O capitão Alfred Dreyfus foi julgado e condenado após um julgamento que se tornou célebre e mobilizou a opinião pública mundial, já que a ausência de provas que comprovasse seu suposto crime evidenciavam o  caráter antijudaico do processo.
  Um jornalista húngaro de origem judaica, Theodor Herzl, estava em Paris cobrindo o Caso Dreyfus para o jornal Neue Freie Presse, quando percebeu que as perseguições contra os judeus só teriam fim quando estes reconquistassem sua autonomia nacional. No mesmo ano, Herzl publicou em Viena o livro "O Estado Judeu", onde expunha a sua concepção de uma nação judaica.
Theodor Herzl (1860-1904)
  O sionismo moderno aos poucos ganhou adeptos e convenceu a maioria dos judeus de todo o mundo. Começaram as imigrações judaicas para a província palestina, onde estes prisioneiros adquiriam terras dos árabes e estabeleciam colônias e fazendas coletivas (Kibutzim).
  A escolha da causa sionista pelo território da então província palestina derivava de todo o significado cultural e histórico que a antiga Israel bíblica possuía para o povo judeu. Herzl e os sionistas defendiam a criação de um Estado judaico em todo o território original de Israel, o que incluiria a atual Jordânia.
Kibutz Kfar Blum
  No início, os judeus foram até bem recebidos pelos árabes, pois durante séculos houve uma boa convivência entre árabes e judeus (além de curdos, armênios, etc.) em várias partes do império otomano. Além disso, os judeus vinham com o valorizado dinheiro dos países europeus, principalmente com a libra esterlina inglesa, e conseguiram comprar propriedades palestinas por preços baixos. Mas quando eles se tornaram uma minoria significativa na área, e também com a posse de inúmeras propriedades, isso passou a incomodar as lideranças árabes, que começaram a temer a perda de sua pátria.
   Durante a Primeira Guerra Mundial, os britânicos fizeram um jogo duplo: ao mesmo tempo que prometiam toda aquela área aos árabes, que os ajudaram na luta contra os turcos, também prometiam uma parte dela aos judeus. No dia 2 de novembro de 1917, o Ministro Britânico de Relações Exteriores, Arthur Balfour emitiu o que ficou conhecido como a Declaração de Balfour, que diz "O governo de Sua Majestade encara favoravelmente o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o Povo Judeu ...". Com essa declaração, os britânicos destinavam a Palestina ao povo judeu caso eles (os ingleses) derrotassem o império otomano, que ainda dominava aquela região. Os britânicos, dessa forma, não se opuseram - pelo contrário, até incentivaram - às migrações em massa do povo judeu para a região. Só que depois, quando começaram a ocorrer sérios conflitos entre judeus e árabes na Palestina, eles acabaram se omitindo, entregando o problema para a ONU.
Arthur Balfour
  A Legião Judaica, um grupo de batalhões compostos sobretudo de voluntários sionistas, havia assistido os britânicos na conquista da Palestina. a utilização do termo "lar nacional" alarmou os árabes e, em 7 de novembro de 1918 o Reino Unido assinou com a França a Declaração Anglo-Francesa, declarando como objetivo comum entre ambos os países, "a libertação final e completa dos povos que há muito vinham sendo oprimidos pelos turcos, e o estabelecimento de governos nacionais e administrações.
Assentamento agrícola de Biluim nos anos 1880
  Em 1919, durante um memorando governamental interno, Balfour declarou que não tinha a intenção de consultar os habitantes da Palestina sobre as suas aspirações, contrariando a Declaração de 1918 e a Declaração de Balfour na sua promessa de não prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas da Palestina. A oposição árabe a este plano levou aos distúrbios de 1920 na Palestina e à formação da organização judaica conhecida como Haganh ("a Defesa", em hebraico).
  Em 1922, a Liga das Nações concedeu ao Reino Unido um mandato na Palestina em condições semelhantes à Declaração de Balfour. A população da região era predominantemente muçulmana, enquanto na maior área urbana da região, Jerusalém, era maioritariamente judaica.   A ascensão do nazismo na década de 1930, levou ao aumento do fluxo de judeus na Palestina, provocando a Revolta Árabe de 1936-1939 e obrigando os britânicos a conter a imigração através do Livro Branco de 1939. Com países de todo o mundo recebendo refugiados judeus que fugiam do Holocausto, um movimento clandestino conhecido como Aliyah Bet foi organizado para transportar judeus para a Palestina. No final da Segunda Guerra Mundial, os judeus representavam 33% da população na Palestina.
Vala dentro do campo de extermínio judeu  Bergen-Belsen
  Percebendo o enfraquecimento de sua dominação nessa área e a intensa rivalidade entre esses povos, em 1936 os britânicos propuseram um plano para a divisão da Palestina em três partes, o que foi recusado pelos interessados. Mas após o fim da Segunda Guerra Mundial, ocorreu a criação da ONU, que propôs, em 1947, a criação de dois Estados na Palestina, um judeu e um árabe.
CRIAÇÃO DO ESTADO DE ISRAEL
  A criação do Estado de Israel segue a trajetória de formação de Estados, não só no Oriente Médio, como em toda a África e Ásia no transcorrer do século XX, a partir da influência de potências estrangeiras, especialmente do Reino Unido. A grande diferença de Israel em relação aos demais países é que os judeus em sua imensa maioria vieram de fora da região; eles não eram (a não ser uma minoria insignificante) habitantes que já ocupavam essas áreas, como é o caso dos árabes nos atuais países árabes, dos persas no Irã, dos turcos na Turquia, entre outros.
  A criação de um Estado judaico foi ideia de um movimento denominado sionismo, que nasceu no fim do século XIX na Europa. Os judeus encontravam-se em grande parte, espalhados por vários países e continentes, e no fim do século XIX sofriam perseguições em alguns países, seja devido ao fato de serem estigmatizados pelos cristãos como aqueles que teriam crucificado Jesus Cristo, seja porque alguns deles eram muito ricos e as autoridades locais queriam se apropriar dos seu bens.
Mapa do domínio estrangeiro na Ásia
  Após 1942, com a rejeição do Livro Branco de 1939 por parte dos líderes sionistas, o Reino Unido tornou-se cada vez mais envolvido num conflito violento com os judeus. Vários ataques armados foram levados a cabo pelos sionistas contra alvos britânicos, como o assassinato do Ministro de Estado britânico Lord Moyne, no Cairo, em novembro de 1944 pelo Stern Gang (Lutadores para a Liberdade de Israel), liderado por Yitzhak Shamir, e a explosão do Hotel King David, pelo Irgun (Organização Militar Nacional na Terra de Israel), liderado por Menachem Begin, em 1946. No início de 1947, o governo britânico, percebendo o problema político e econômico que era o conflito na Palestina, decidiu acabar com o Mandato, declarando que era incapaz de chegar a uma solução aceitável para ambos os lados, árabes e judeus.
Atentado terrorista ao Hotel King David em 1945 marcou o início da luta pela criação do Estado de Israel
  Entre 1945 e 1947, o mundo acabava de sair da Segunda Guerra Mundial e as potências europeias, entre as quais o Reino Unido, estavam perdendo seu poderio, com a independência de suas colônias na Ásia e na África. Havia assim uma grande redefinição do mapa político no Oriente Médio. E como uma das grandes vítimas da guerra e do nazismo havia sido o povo judeu, a opinião pública em geral era amplamente favorável à criação de uma pátria para esse povo, que  vivia espalhado por inúmero países, em vários continentes.
  Assim, a Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou a aplicação do Plano de Participação da Palestina, aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas através da Resolução 181, de 29 de novembro de 1947, propondo a divisão do país em dois Estados: um árabe e um judeu. Segundo esta proposta, a cidade de Jerusalém teria um estatuto de cidade internacional administrada pela ONU para evitar um possível conflito sobre o seu estatuto.
  A partilha proposta pelo  Comitê Especial das Nações Unidas para a Palestina (UNSCOP) concedia ao Estado judeu 56% do território e 44% para o Estado palestino.
Plano de partilha da Palestina proposto pela ONU em 1947
  Os árabes - e a Liga Árabe, criada em 1945 - discordaram veementemente dessa decisão da ONU, argumentando que o povo local, os árabes palestinos, eram a maioria da população na área (70% do total) e não foi consultado sobre essa partilha. Além disso, o novo Estado judaico ficou com a grande maioria das terras férteis, o que dificultava a sobrevivência do Estado palestino.
  A Agência Judaica aceitou o plano, embora nunca tivesse afirmado que limitaria o futuro Estado judaico à área proposta pela Resolução 181. No dia 30 de novembro de 1947, a Alta Comissão Árabe rejeitou o plano, na esperança de que o assunto fosse revisto e uma proposta alternativa apresentada. No dia seguinte à rejeição do plano, o conflito armado estendeu-se a toda a Palestina. As organizações paramilitares sionistas, em especial o Haganah e os voluntários internacionais que se lhes juntaram, iniciaram o que David Ben Gurion chamou de "defesa agressiva", na qual qualquer ataque árabe seria respondido de forma decisiva, com destruição do lugar, expulsão de seus moradores e captura da posição.
  No dia 14 de maio de 1948, algumas horas antes do término do mandato britânico sobre a Palestina (o término do mandato foi determinado pela ONU para as 12:00 do dia 15 de maio), David Ben Gurion assinou a Declaração de Independência de Israel.
David Ben Gurion discursa na Declaração de Independência do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948
PRINCIPAIS CONFLITOS ENTRE JUDEUS E PALESTINOS
1. Guerra da Independência ou Guerra Árabe-Israelense de 1948-1949
  Logo que a independência de Israel foi proclamada, ele entrou em guerra com os países árabes vizinhos, que o invadiram, fato que ocasionou a fuga de cerca de 800 mil árabes palestinos, que perderam suas casas e passaram a ser refugiados em países vizinhos. Aí começou o problema dos refugiados palestinos, aqueles que moram - muitas vezes em campos de refugiados, em tendas improvisadas - em outros países e almejam, pelo menos uma parte deles, um dia voltar à Palestina.
  No dia seguinte após a proclamação do Estado de Israel, cinco países da Liga Árabe (Egito, Síria, Jordânia - na época Transjordânia -, Iraque e Líbano), apoiados pela Arábia Saudita e pelo Iêmen, invadiram o território do antigo Mandato Britânico da Palestina, iniciando a Guerra da Independência. Marrocos, Sudão, Iêmen e Arábia Saudita também enviaram tropas para ajudar os invasores. Após um ano de combates, um cessar-fogo foi declarado e uma fronteira temporária, conhecida como Linha Verde, foi estabelecida. A guerra foi vencida pelos israelenses, que ampliaram o seu domínio por uma área de 20 mil km² (75% da superfície da Palestina), além de ter se apossado da parte ocidental da cidade de Jerusalém. O território restante foi ocupado pela Jordânia, que anexou a Cisjordânia, e pelo Egito, que ocupou a Faixa de Gaza.
Divisão da Palestina após a Guerra da Independência
  Em retaliação, os governos de diversos países árabes e muçulmanos iniciaram uma política de perseguição e expulsão de suas populações judaicas, resultando no êxodo de cerca de 700 mil pessoas, a maioria absorvida por Israel.
2. A guerra de Suez
  A Guerra de Suez, também conhecida como Guerra Israelo-Árabe ou Crise de Suez, teve início em 29 de outubro de 1956, quando Israel, com o apoio da França e do Reino Unido, que utilizavam o canal para ter acesso ao comércio oriental, declarou guerra ao Egito. O presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser havia nacionalizado o Canal de Suez, cujo controle ainda pertencia à Inglaterra. Em consequência, o porto israelense de Eliat ficaria bloqueado, assim como o acesso de Israel ao mar Vermelho, através do estreito de Tiran, no golfo de Aqaba.
Área do conflito de Suez em 1956
  Em 1956, o nacionalismo, a Guerra Fria e o conflito árabe-israelense estiveram reunidos como fatores de um curto e violento conflito mas regiões egípcias do Canal de Suez e da Península do Sinai. O Egito, numa atitude unilateral de combate ao colonialismo anglo-francês, tinha nacionalizado o canal de Suez e fechado o porto de Eliat, ameaçando os projetos de Israel de irrigação do deserto de Neguev, além de cortar o seu único contato com o mar Vermelho, o golfo de Aqaba.
  No desenrolar da Guerra Fria, o Egito procurou ajuda externa para a construção da barragem de Assuã, que passaria a controlar o rio Nilo. Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, os principais intervenientes do Ocidente, se recusaram a ajudar o Egito por causa dos seus laços políticos e militares com a União Soviética. Os soviéticos apressaram-se em ajudar o Egito. Após isso, o Egito passou a ser considerado um amigo dos soviéticos e uma Nação não muito amigável do Ocidente.
Represa de Assuã, no Egito
  Como parte da agenda nacionalista, o presidente egípcio Nasser tomou controle do Canal de Suez, tomando-o das empresas britânicas e francesas. Ao mesmo tempo, como parte de sua luta permanente com Israel, forças egípcias bloquearam o Estreito de Tiran.
  Em 29 de outubro de 1956, tropas israelenses invadiram a Península do Sinai e rapidamente superou a oposição das tropas egípcias. No dia seguinte, a Grã-Bretanha e a França se ofereceram para ocupar temporariamente a Zona do Canal, sugerindo uma zona de 10 milhas em cada lado que iria separar as forças egípcias dos israelenses. Nasser recusou, e em 31 de outubro, o Egito foi atacado e invadido por forças militares britânicas e francesas. Em resposta, a União Soviética ameaçou intervir em nome do Egito. O presidente norte-americano, Eisenhower, pressionou a Grã-Bretanha, a França e Israel a concordar com um cessar-fogo e a retirada do Egito. As forças foram retiradas com a supervisão da ONU.
Infantaria israelense avança no deserto de Neguev e ao lado caminhão conduzindo prisioneiros egípcios
2. A Guerra dos Seis Dias
  Em 1967 ocorreu a chamada Guerra dos Seis Dias, quando houve vários ataques terroristas contra Israel, que reagiu bombardeando zonas fronteiriças. Isso levou a uma situação de pré-guerra com os países vizinhos, que finalmente foram invadidos por tropas israelenses, se antecipando a um ataque ao seu território.
  Tudo começou com a circulação de rumores de que as forças israelenses arquitetavam uma nova série de invasões com objetivos expansionistas. Nessa época, o governo sírio começou a dar apoio aos grupos de guerrilheiros palestinos e o governo egípcio, por sua vez, deslocou um conjunto de tropas para bloquear o Estreito de Tiran, um importante acesso de Israel para o Oceano Índico.
Mapa do Estreito de Tiran
  Em maio de 1967, os ânimos entre os países envolvidos se acirraram ainda mais quando Síria, Jordânia e Egito firmaram um acordo militar de defesa mútua e logo deixou o governo de Israel em alerta. A tensão serviu para que as tropas de Israel realizassem o primeiro ataque, mesmo sem nenhum tipo de investida realizada pelos países vizinhos.
  O Egito, a Síria e a Jordânia mandaram suas tropas até as fronteiras israelenses, expulsando as forças de paz da ONU e bloqueando o acesso de Israel ao Mar Vermelho. Israel viu essas ações como motivo para um conflito, iniciando a Guerra dos Seis Dias.
  Diante da ação árabe, antes de começar a invasão, o governo e os líderes militares de Israel implementaram uma estratégia para furar o bloqueio militar imposto pelos árabes. Logo depois das 8:45 do dia 5 de junho, Israel lançou um ataque aéreo contra as forças árabes. Este ataque, com o nome de código "Moked", foi desenhado para destruir a Força Aérea do Egito enquanto esta estava no solo. Em três horas, a maioria dos aviões e bases estavam destruída. Os caças israelenses operavam continuamente apenas voltando para se reabastecer de combustível e armamento.
  Após destruir a base aérea egípcia, Israel começou a ofensiva terrestre deslocando-se para a Península do Sinai e Faixa de Gaza onde cercaram as unidades egípcias.
Esquema da conquista da Península do Sinai na Guerra dos Seis Dias
  A guerra  não era longe da frente de Israel. O primeiro-ministro de Israel, Levi Eshkol, enviou uma mensagem ao rei Hussein da Jordânia: "Não empreenderemos ações contra a Jordânia, a menos que o seu país nos ataque". Mas na manhã do segundo dia, Nasser telefonou a Hussein, encorajando-o a lutar, dizendo que o Egito tinha saído vitorioso no combate da manhã, enganando o rei jordaniano. No mesmo dia, às 11:00 tropas da Jordânia atacaram Israel a partir de Jerusalém, com morteiros e artilharia. Com o controle total dos céus, as forças israelenses estavam livres para invadir o Egito e a Jordânia, permitindo que as tropas israelenses conquistassem grande parte das cidades jordanianas. No terceiro dia, as forças jordanianas foram empurradas para a Cisjordânia, atravessando o rio Jordão. Israel anexou toda a Cisjordânia e Jerusalém, entrando e reunificando a cidade.
Militares israelenses ao lado de uma aeronave árabe destruída durante a Guerra dos Seis Dias
  A ONU, sob pressão americana, iniciou um apelo e negociações com os países árabes envolvidos, já prevendo um rearmamento desses países pelos soviéticos, além da entrada de mais países muçulmanos nessa guerra.
  A superioridade bélica e o uso de armas pesadas foram de grande importância para que, em territórios desérticos, a vitória israelense acontecesse. As Forças de Defesa de Israel atacaram com três divisões de tanques, paraquedistas e infantaria.
  Em 8 de junho de 1967, os israelenses começaram o seu ataque no Deserto do Sinai, sob a liderança de Ariel Sharon, que empurraram os egípcios para o Canal de Suez. No final do dia, as tropas israelenses alcançaram o canal e a sua artilharia comandou a batalha ao longo da linha de frente, enquanto a força aérea atacava as forças egípcias, que tentavam recuar utilizando as poucas estradas não controladas. No final do dia, os israelenses controlavam toda a Península do Sinai e, em seguida, o Egito, por intervenção da ONU, aceitou um cessar-fogo.
  Com o Sinai sob controle, Israel começou a atacar as posições sírias nas Colinas de Golã, no dia 9 de junho. Devido as trincheiras montadas pelas forças sírias e ao terreno acidentado, Israel teve dificuldade em vencer o exército sírio. Às 18:30 do dia 10 de junho, a Síria retirou-se da ofensiva, atendendo ao apelo da ONU.
  A Guerra dos Seis Dias foi uma derrota para os Estados árabes, que perderam mais da metade do seu equipamento militar. A Força Aérea da Jordânia foi completamente destruída. Os árabes sofreram 18.000 baixas, enquanto no lado israelense houve 766. Ao final da guerra, Israel conseguiu ampliar o seu território ao conquistar a Península do Sinai, a Faixa de Gaza, a Cisjordânia e as Colinas de Golã.
Território israelense após a Guerra dos Seis Dias
3. Guerra do Yom Kippur
  Após a Guerra dos Seis Dias, o governo israelense tomou providências no sentido de proteger as terras conquistadas e, principalmente, o controle obtido sob o Canal de Suez. Por isso, construíram uma linha de fortificações ligadas por estradas que ficou conhecida como a Linha Bar-Lev. por outro lado, as nações árabes derrotadas nesse primeiro conflito ainda se sentiam desrespeitadas com tal situação e logo organizaram uma resposta contra Israel.
Topo da Linha Bar-Lev
  Em 1973, na Guerra do Yom Kippur (o "dia do perdão", para os israelenses) ou do Ramadã (o "período do jejum", para os árabes), o Egito e a Síria, ajudados  pela Jordânia, tentaram, sem sucesso, retomar as áreas de seus territórios anexadas por Israel em 1967.
  No dia 6 de outubro de 1973, grande parte da nação judaica se encontrava ocupada com os preparativos do "Yom Kippur", um importante feriado também conhecido como "dia do perdão". Aproveitando da situação, Egito e Síria iniciaram um pesado ataque militar abrindo fogo contra os postos israelenses que protegiam a região de Suez. Nesse primeiro instante, a ação sírio-egípcia deu bons resultados ao permitir a travessia do canal com um pequeno número de baixas entre os oficiais. Enquanto isso, os sírios organizavam o outro braço da investida penetrando no território judeu através das Colinas de Golã.
Área do conflito na Guerra do Yom Kippur
  A reação de Israel foi contundente e conseguiu derrotar os dois lados da invasão. Apesar da derrota, os árabes tomaram a guerra do Yom Kippur como um importante evento em que demonstraram o seu repúdio à presença judaica no Oriente Médio. Os vários militares israelenses mortos e pegos de surpresa acabaram simbolizando a resistência dos árabes e inflamou os vários grupos terroristas que se organizavam naquela época.
  Uma das mais pesadas consequências da Guerra do Yom Kippur foi a deflagração da Crise do Petróleo, que se instalou nos países árabes integrantes da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Esses países se negaram a vender petróleo aos países que apoiavam o governo israelense e o preço do barril do produto triplicou no mercado mundial.
Ausência de combustível nos Estados Unidos em 1973
4. A Intervenção no Líbano
  No final da década de 1970 eclode no Líbano uma guerra civil entre a minoria cristã e os muçulmanos. A OLP (Organização para a Libertação da Palestina) de Yasser Arafat aproveita a anarquia no país e intensifica os ataques contra Israel, usando o território libanês como abrigo.
  Para se defender destes ataques, Israel invade o Líbano em junho de 1982 e cerca Beirute, onde se encontrava o quartel-general da OLP. Um acordo entre os norte-americanos, europeus e sauditas permite que os integrantes da OLP deixem o Líbano e se transfiram à Tunísia. Em 1983, Israel começa a desocupar a região sul do Líbano, se retirando completamente em 1985.
Tropas israelenses no sul do Líbano em 1982
5. A Primeira e Segunda Intifadas
  Intifada é o termo que representa a insurreição dos palestinos contra os abusos promovidos pelos israelenses.
  A Intifada surgiu como um movimento palestino no ano de 1987, quando a partir do dia 9 de dezembro surgiram os levantes espontâneos da população palestina contra os militares israelenses. A comunidade palestina, cansada da opressão, combateu os militares israelenses fazendo o uso apenas de paus e pedras. Esse movimento ficou conhecido como Primeira Intifada.
  A Primeira Intifada não colocou fim ao conflito israelo-palestino, mas serviu para intensificar a tensão na região e aumentar a instabilidade do local. Em alguns momentos a comunidade internacional tentou interferir para promover a paz na região, mas os envolvidos não chegaram a um acordo definitivo.
  Um dos momentos de tentativa de conciliação aconteceu quando o líder palestino Yasser Arafat recusou a proposta de paz de Israel. Isso provocou a Segunda Intifada, quando o líder israelense Ariel Sharon caminhou pela Esplanada das Mesquitas e pelo Monte do Templo, ambos locais sagrados para judeus e muçulmanos. No dia 29 de setembro de 2000 os palestinos eclodiram uma nova insurreição.
Palestinos enfrentando a polícia israelense durante a Intifada de 2000
ACORDOS DE PAZ ENTRE ISRAEL E VIZINHOS
1. Acordo de Camp David
  Os dois acordos de Paz de Camp David, negociados na casa de campo do presidente dos Estados Unidos em Maryland e assinados na Casa Branca pelo presidente Anwar Sadat, do Egito, e pelo primeiro-ministro de Israel Menachem Begin, em 17 de setembro de 1978, formam um pactum de contrahendo pelo qual o Egito e Israel se comprometiam a negociar em boa fé e a assinar um tratado de paz, conforme os princípios delineados nos Acordos de Paz. O presidente norte-americano, Jimmy Carter, foi o patrocinador e anfitrião do encontro, participando ativamente das negociações. O Tratado de Paz Israelo-Egípcio foi celebrado no dia 26 de março de 1979, em Washington D.C.   Os dois Acordos de Paz, A Framework for Peace in the Middle East ("um quadro para a paz no Oriente Médio") e A Framework for the Conclusion of Peace Treaty between Egypt and Israel ("um quadro para a conclusão de um tratado de paz entre Egito e Israel"), contêm disposições sobre como seria encaminhada a questão palestina (os palestinos reivindicam a formação de um Estado próprio em áreas sobre as quais Israel exerce jurisdição) e sobre como seria negociado o tratado de paz israelo-egípcio (local e data das negociações, reconhecimento mútuo, desocupação da Península do Sinai por Israel, limitações militares na fronteira comum, solução pacífica de controvérsias, extinção de boicotes econômicos, direitos de passagem etc.).
Begin, Carter e Sadat em Camp David
  A paz entre os dois países sobreveio após trinta anos de hostilidades, contados desde a fundação do Estado de Israel. Para o Egito, a paz com os israelenses significou o isolamento egípcio da comunidade árabe e muçulmana, que perdurou até a década de 1980.
  Pelo acordo de Camp David, Israel concordou em devolver ao Egito a península desértica do Sinai. Em troca, o Egito reconhecia o Estado de Israel.
2. Tratado de Paz Israel-Jordânia
  O Tratado de Paz Israel-Jordânia foi assinado em 26 de outubro de 1994 entre esses dois países por intermédio do então presidente norte-americano Bill Clinton. Esse tratado foi assinado pelo rei Hussein I da Jordânia, e pelo primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin em Arava, posto fronteiriço entre Israel e Jordânia e compreendeu seis pontos principais: a demarcação da fronteira Israel-Jordânia, assuntos referentes aos recursos hídricos, a segurança, a liberdade de movimentos, os lugares de significado histórico e religioso e os refugiados e pessoas deslocadas.
Aperto de mão entre o primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin (à esquerda) e o rei Hussein I da Jordânia (à direita), tendo ao centro o presidente norte-americano Bill Clinton
3. Acordo de Paz de Oslo I e II
  Os acordos de Oslo foram uma série de acordos na capital norueguesa, Oslo, entre o primeiro-ministro israelense Yitzahk Rabin, e o presidente da OLP, Yasser Arafat, mediados pelo presidente norte-americano Bill Clinton. Os dois líderes assinaram acordos que se comprometiam a unir esforços para a realização da paz entre os dois povos. Estes acordos previam o término dos conflitos, a abertura das negociações sobre os territórios ocupados, a retirada de Israel da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, o direito dos palestinos ao auto-governo nas zonas governadas pela Autoridade Palestina e a questão do status de Jerusalém.
Aperto de mão entre Yitzhak Rabin e Yasser Arafat durante o Acordo de Oslo em 1993
GEOGRAFIA
  O Estado de Israel possui uma forma alongada e estreita, tem em seu comprimento 470 km, e em sua largura máxima, 135 km. Suas fronteiras estão entre o Líbano, a Síria, a Jordânia, o Egito e o Mar Mediterrâneo.
  O país possui uma geografia extremamente diversificada, com regiões de deserto no sul, montanhas cobertas de neve ao norte e considerável região costeira. No norte do país nasce o rio Jordão, importante recurso hídrico para a região, e que cruza o país de norte a sul e serve de fronteira com a Jordânia, alimentando o Mar da Galileia e desaguando no Mar Morto. O formato meridional e litorâneo fornece ao país um microclima bem diversificado.
  No nordeste do país nascem as cadeias de montanhas, onde localiza-se o Planalto de Golã, formado por rochas de basalto resultantes de erupções vulcânicas, que beiram o vale do Hula.
Vale do Hula, visto das Colinas de Golã
  Seguindo a cadeia rochosa, localizam-se as montanhas da Galileia, composta de rocha calcária branda e dolomita, que chegam a atingir 1.200 metros acima do nível do mar. Acompanhando essa cadeia montanhosa seguem córregos que mantém a região verde por todo o ano. Entre as montanhas da Galileia e da Samaria, encontra-se o Vale de Jizreel, a região com maior produção agrícola de Israel. Ao sul, aparece o Neguev, que constitui quase metade do território israelense. Um pouco mais adiante a região torna-se mais árida, composta por planícies de arenito em cumes de pedras, crateras, platôs, entre outros. No oriente, encontra-se uma região fértil onde se localiza a fenda Sírio-Africana e é cortada de norte a sul pelo rio Jordão.
Paisagem do deserto de Neguev em Israel
  O rio Jordão é um rio que se origina das geleiras do Monte Hermon, que são derretidas durante o verão, atravessando o vale do Hula, o mar da Galileia e desaguando no mar Morto, o ponto mais baixo da superfície terrestre. O rio Jordão é raso e estreito, onde a profundidade máxima não chega a 5,2 metros e a largura máxima é de 18,3 metros.
Rio Jordão
  Ao sul do Mar Morto, encontra-se o Aravá, a savana de Israel, que se estende até o golfo de Aqaba, de clima subtropical e águas profundas, com recifes de corais e uma variedade de fauna marinha.
  As temperaturas variam muito em Israel, principalmente durante o inverno. As regiões montanhosas do país são frias, chegando a ocorrer neve; o pico do monte Hérmon - o ponto culminante do país, com 2.814 metros acima do nível do mar - é coberto de neve na maior parte do ano e a cidade de Jerusalém registra todo ano queda de neve. As cidades costeiras, como Tel Aviv e Haifa possuem clima mediterrâneo típico, com inverno chuvoso e frio e verão quente e seco.
Monte Hérmon - ponto culminante de Israel
  De maio a setembro a chuva é rara em Israel. Com a escassez de recursos hídricos, Israel tem desenvolvido diversas tecnologias de economia de água, como irrigação por gotejamento. Os israelenses também aproveitam a grande incidência de luz solar para a produção de energia, fazendo com que Israel seja a nação líder de energia solar em uso per capita.
Produção de energia solar no deserto de Neguev - Israel
  A fauna e a flora no país são diversificadas. Na flora, já foram catalogadas mais mais de 2.800 espécies de plantas, como o papiro e a peônia vermelho-coral brilhante. Ao longo do território há um misto de flores cultivadas e plantas nativas: íris, açucena e tulipa, misturam-se ao açafrão e à cila, plantas denominadas de litófilas (plantas que crescem diretamente sobre rochas). Na fauna há uma grande variedade de borboletas e pássaros, além de gazelas, raposas, gatos selvagens e outros mamíferos, como cabritos monteses que vivem nos rochedos dos desertos. Camaleões, cobras e lagartos, completam a variedade faunística do país.
  Para preservar a vida das espécies animais e vegetais, o governo israelense criou o Fundo Nacional Judaico, que atua na acumulação de água, no reflorestamento e na sua manutenção. Além disso, severas leis foram adotadas objetivando preservar a vida natural do país.
Chão forrado de flores da espécie Anemone coronaria, nativa de Israel
ECONOMIA
  Israel é considerado um dos países mais avançados do sudoeste da Ásia em desenvolvimento econômico e industrial, além de ser o país mais industrializado do Oriente Médio juntamente com a Turquia. O país possui uma indústria de armamentos bastante desenvolvida, além de indústrias químicas, têxteis, de informática, de material de transportes, de lapidação de diamantes, de produtos eletrônicos, dentre outros.
  Apesar dos limitados recursos naturais, o intensivo desenvolvimento industrial e da agricultura ao longo das últimas décadas fez com que Israel se tornasse autossuficiente na produção de alimentos, especialmente grãos e carne. Entre os produtos mais importados por Israel, estão os combustíveis fósseis, as matérias-primas e equipamentos militares. Dentre os produtos que o país exporta destacam-se: frutas, vegetais, produtos farmacêuticos, softwares, produtos químicos, tecnologia militar, diamantes, entre outros.
Caças F-16 Fighting Falcon da Força Aérea Israelense sobrevoando Tel Aviv
  A ajuda internacional - especialmente dos Estados Unidos e, até recentemente, da Alemanha, que pagou aos israelenses indenizações devidas a perseguições de judeus pelo regime nazista - sempre foi e continua sendo importante para a economia israelense. Essa ajuda é essencial, não apenas para a economia, mas também para a sobrevivência do país, pois ele é cercado por vizinhos mais populosos e hostis e se mantém em boa parte devido aos armamentos modernos, como os mais avançados  aviões de combate ou mísseis terra-ar.
  Israel gasta cerca de 25% a 30% de seu orçamento na defesa, um percentual elevadíssimo, provavelmente o mais elevado de todo o mundo. O treinamento militar israelense é rigoroso, talvez o mais intenso do mundo: todo cidadão, com exceção dos judeus ultraortodoxos, deve servir às forças armadas, onde será bem treinado para o combate durante três anos (homens) ou um ano (mulheres).
Tanque Merkava das Forças de Defesa de Israel
  A agricultura israelense baseia-se no cultivo - e exportação - de frutas cítricas, abacate, legumes, trigo, batata, entre outros. Ela é conhecida em todo o mundo pelas fazendas coletivizadas - os kibutzim - e pelo sistema de irrigação empregado, que permite aos israelenses cultivar produtos agrícolas em áreas do deserto de Neguev, onde se localiza grande parte de seus solos.
  O kibutz - palavra hebraica que significa ajuntamento, comunidade, colônia coletivista, reunião, e que em Israel significa grupo - é uma propriedade coletiva, inspirada num ideal socialista de igualdade. Apesar de geralmente se localizar na zona rural, o kibutz não é voltado somente para a agropecuária. Nessas propriedades, também se desenvolvem o artesanato, pesquisas de novas tecnologias para a produção agrícola e até atividades industriais.
Aquacultura no Kibutz Ketura - deserto de Neguev
  Embora apenas 3,5% da população more nos kibutzim, essas fazendas coletivizadas são responsáveis por cerca de 40% da produção agrícola exportada e por uma parte da produção industrial de Israel. Os kibutzim, contudo, vêm enfrentando dificuldades ultimamente. Por causa dos conflitos militares e do desinteresse dos jovens pelo ideal de vida coletiva, tem sido difícil a criação de novos kibutzim e mesmo a manutenção dos já existentes.
  Do ponto de vista de seu desempenho na economia e na tecnologia (sobretudo para fins militares), a elevada renda per capita e a boa qualidade de vida, Israel apresenta todas as condições para ser classificado como um país do Norte. Mas, sua existência como Estado e seu desenvolvimento econômico estão intimamente ligados às relações tensas e conflituosas que, desde sua criação, mantém com seus vizinhos do Oriente Médio.
Agricultura em estufa no deserto de Neguev
ALGUNS DADOS SOBRE ISRAEL
NOME: Estado de Israel 
CAPITAL: Tel Aviv e Jerusalém
Obs: A Lei de Jerusalém declara que "Jerusalém, completa e unida, é a capital de Israel" e a cidade serve como sede de governo, sede da residência do presidente, dos escritórios governamentais, da Suprema Corte e do Parlamento. As Nações Unidas, conforme declaração da Resolução 478 do Conselho de Segurança da ONU, e a maior parte dos países não aceita a Lei de Jerusalém e mantêm suas embaixadas e representantes diplomáticos em outras cidades como Tel Aviv, Ramat Gan e Herzliya. A Autoridade Palestina declara Jerusalém Oriental como capital do futuro Estado palestino, e o status atual da cidade ainda aguarda negociações futuras entre Israel e a Autoridade Palestina.
Muro das Lamentações e o Domo da Rocha ao fundo, em Jerusalém
LÍNGUA OFICIAL: hebraico, árabe e inglês
GOVERNO: República Parlamentarista
 
INDEPENDÊNCIA: 
Declaração: 14 de maio de 1948 
GENTÍLICO: israelita, israelense, israeliano
LOCALIZAÇÃO: Oriente Médio
ÁREA: 20.770 km² (150°) - não inclui os territórios palestinos (Faixa de Gaza e Cisjordânia)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2013): 7.923.900 habitantes (93°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 381,50 hab./km² (16°) 
MAIORES CIDADES:
Jerusalém (Estimativa 2013): 813.569 habitantes
Jerusalém - maior cidade de Israel
Tel Aviv (Estimativa 2013): 408.600 habitantes
Tel Aviv - segunda maior cidade de Israel
Haifa (Estimativa 2013): 278.546 habitantes
Haifa - terceira maior cidade de Israel
PIB (FMI - 2012): U$ 246,780 bilhões (42º) 
IDH (ONU - 2012): 0,900 (16º)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010): 80,69 anos (9°) 
CRESCIMENTO VEGETATIVO: 2,51 / mil (29°)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2011): 199,27 / mil (171°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2011): 92% (12°) 
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2009/2010): 97,1% (56°) 
PIB PER CAPITA (FMI - 2011): U$ 31.986 (29°) 
MOEDA: Novo Shekel 
RELIGIÃO (2010): 
  A Religião em Israel é uma das principais características nacionais, representando uma base fundamental da formação cultural e social de seus habitantes. A religião têm desempenhado um papel central na história do país. Cerca de 75,3% dos israelenses são judeus, 20,5% são muçulmanos e 4,2% professam outras religiões.
  A cidade de Jerusalém é uma cidade sagrada para as três principais religiões monoteístas do planeta: o cristianismo, o islamismo e o judaísmo.
Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém - local onde Jesus foi sepultado
DIVISÃO: o Estado de Israel está dividido em seis principais distritos administrativos, conhecidos como mehozot. Os distritos são: Centro, Haifa, Jerusalém, Norte, Sul e Tel Aviv. Os distritos dividem-se em quinze subdistritos conhecidos como nafot, que são divididos em cinquenta regiões naturais.
Distritos de Israel
FONTE: Vessentini, J. William. Projeto Teláris: Geografia / J. William Vessentini, Vânia Vlach. - 1. ed. - São Paulo: Ática, 2012. - (Projeto Teláris: Geografia).

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