sábado, 22 de agosto de 2015

OS RECIFES DE CORAL

  Os recifes de coral são formações típicas de mares tropicais e constituem o habitat de grande variedade de seres vivos. Isso ocorre porque todo recurso nutritivo disponível é utilizado e reutilizado por meio de uma cadeia alimentar bem diversificada. Algas soltas e presas aos recifes são o início da cadeia, que reúne peixes, estrelas-do-mar, moluscos, medusas, tartarugas, anêmonas, ouriços, moreias, entre outros.
  Os corais constituem ecossistemas únicos nos oceanos, fornecendo alimento para o desenvolvimento de várias espécies de animais e vegetais marinhos. Esse ecossistema sobrevive graças às águas claras, com fluxo constante, temperatura acima de 21ºC e elevada salinidade. Qualquer forma de modificação desse frágil e complexo ambiente ocasiona o rompimento de toda a cadeia alimentar.
  Os recifes de coral são formados com o acúmulo de esqueletos calcários de corais e de algumas algas. Com o tempo, em condições favoráveis, um recife de coral pode se transformar em uma ilha ou, pelo menos, em um atol (ilha oceânica em forma de anel com estrutural coralínea e de outros invertebrados, constituindo em seu interior uma lagoa, sem nenhuma aparente conexão com as rochas da Crosta). São ecossistemas com grande produtividade e grande biodiversidade que, em muitos casos, suportam importantes pescarias e o turismo. A própria rocha dos recifes de coral, é bastante utilizada nas construções, principalmente em recifes que se localizam em parte de terra firme.
Recife de coral na Flórida - EUA
  Tal como as florestas tropicais, os recifes de coral são habitados por uma variedade de vida selvagem que cobre uma área total correspondente à metade da França. São o lar de cerca de 4 mil espécies de peixes e 800 espécies de corais que constroem os recifes. É também um dos ecossistemas mais ameaçados do mundo, onde cerca de 60% dos recifes de coral estão em risco e 25% encontram-se em situação de alto risco.
  Estima-se que os recifes de coral cubram cerca de 284.300 km², sendo que 91,9% localizam-se na região Indo-Pacífico (Mar Vermelho, Oceano Índico, Sudeste Asiático e Oceano Pacífico) e 7,6% estejam localizados no Oceano Atlântico e no Mar do Caribe.
  Os recifes de coral são restritos ou ausentes na costa oeste das Américas, assim como na costa oeste da África. Isso ocorre principalmente devido ao fenômeno da ressurgência e das fortes correntes de águas frias, que reduzem a temperatura da água nessas áreas. Também são escassos na costa sul asiática do Paquistão até Bangladesh, bem como ao longo da costa nordeste da América do Sul por causa do grande aporte de água doce proveniente dos rios Amazonas, Indo e Ganges.
Localização dos recifes de coral no mundo
  Das aproximadamente 48 mil espécies reconhecidas de vertebrados, mais da metade (24.600) são peixes. Destes, mais de 60% vivem exclusivamente em ambientes marinhos. Apesar dos recifes de coral serem menos de 1% da área total dos oceanos do mundo, aproximadamente metade de todas as espécies conhecidas de peixes marinhos encontram-se concentrados nestas águas tropicais.
  Os seres humanos constituem a maior ameaça aos recifes de coral. Em particular, a contaminação terrestre e a sobrepesca são as maiores ameaças à esses ecossistemas. A destruição física de recifes devido ao tráfego marítimo de barcos é também outro grande problema que ameaça os recifes de coral.
  O comércio de peixe vivo vem provocando o declínio dos recifes de coral, devido à utilização de cianeto e outros produtos químicos na captura de pequenos peixes. Há também um problema natural que ameaça os recifes de coral: as temperaturas da água acima do normal devido a fenômenos climáticos como o El Niño e o aquecimento global.
Bioerosão - danos ao recife de coral
  Os blocos construídos nos recifes de coral são os "esqueletos" de várias gerações de algas, corais e outros organismos construtoras dos recifes, que são compostos por carbonato de cálcio. Como um recife de coral cresce, ele estabelece uma estrutura esquelética encaixando cada novo pólipo. Ondas, peixes de pastejo (como o peixe-papagaio), ouriços-do-mar, esponjas e outras forças e organismos quebram os esqueletos de corais em fragmentos que assentam em espaços na estrutura do recife.
  Algas coralinas são os principais contribuintes para a estrutura das partes do recife submetidas às maiores forças por ondas. Estas algas contribuem para a construção do recife através do depósito de calcário em folhas sobre a superfície do recife, contribuindo para a integridade estrutural dos mesmos. Muitas espécies de algas coralinas formam nódulos ou desenvolvem-se na superfície dos fragmentos, alargando os recifes.
Recife de coral na Indonésia
  A crosta protege espécies formadoras de recifes por resistir a pressões e ondas que iriam destruir a maior parte dos corais. Esta crosta frequentemente forma uma proteção sobre o cume de uma aresta exterior do recife (crista do recife ou margem do recife), em particular, no Oceano Pacífico.
  Os recifes de coral podem ter uma variedade de formas, como:
  • Recife avental - recife curto semelhante a um recife franja, porém, mais inclinado, que prorroga para fora e para baixo a partir de um ponto ou península.
  • Recife franja - recife que é ligado diretamente à terra ou fronteiras com um intervalo raso num canal ou lagoa.
  • Recife barreira - recife separado do continente ou ilha por uma terra profunda em uma lagoa.
  • Recife remendo - recife isolado, muitas vezes circular, geralmente dentro de uma lagoa ou baía.
  • Recife fita - recife longo, estreito e pouco sinuoso, geralmente associado a um atol ou lagoa.
  • Recife mesa - recife isolado, aproximando-se de um tipo de atol, mas sem lagoa.
  • Recife atol - recife de forma mais ou menos circular ou contínua de um recife barreira rodeando uma lagoa sem uma ilha central.
Grande Barreira de Coral da Austrália
  Dentre os principais recifes encontrados no planeta, destacam-se:
1. Grande Barreira de Coral da Austrália
  A grande Barreira de Coral da Austrália é uma imensa faixa de corais composta por cerca de 2.900 recifes, 600 ilhas e 300 atóis de coral, situada entre as praias do nordeste da Austrália e Papua Nova Guiné, possuindo uma extensão de 2.900 quilômetros de comprimento e uma largura que varia de 30 a 740 quilômetros. É um dos mais complexos e importantes ecossistemas da Terra. Maior que o território da Itália, ela abriga cerca de 1.500 espécies de peixes e mais de 360 de coral. Os recifes geram ainda 4 bilhões de dólares ao ano em receita de turismo e pesca.
  A Grande Barreira de Coral pode ser vista do espaço e é a maior estrutura do mundo feita unicamente por organismos vivos. As estruturas dos recifes são compostas por milhares de milhões de minúsculos organismos, conhecidos como pólipos de coral.
Grande Barreira de Corais da Austrália
  Uma grande parte do recife é protegido pelo Parque Marinho de Grande Barreira de Corais, que ajuda a limitar os impactos da atividade humana, como a pesca e o turismo. Outras pressões ambientais sobre o recife envolvem o escoamento superficial, as alterações climáticas acompanhada do embranquecimento maciço dos corais e surtos na população de estrelas-do-mar-coroa-de-espinhos, que se alimenta dos corais.
  A Grande Barreira de Coral tem sido conhecida pelo seu uso pelos aborígenes locais e pelos nativos da Ilha do Estreito de Torres, e é um importante componente para a cultura local. É também um importante destino turístico, principalmente nas regiões das ilhas de Whitsunday e da cidade de Cairns.
Corais da Grande Barreira de Corais, na Austrália
2. Barreira de Corais de Belize
  A Barreira de Corais de Belize é a maior barreira de recifes do hemisfério Norte e a segunda maior do mundo, perdendo apenas para a Grande Barreira de Coral da Austrália. Possui cerca de 300 quilômetros ao longo da península de Yucatán, abrangendo a maior parte do litoral de Belize. Além do recife propriamente dito, a Rede de Reserva dos Recifes da Barreira de Belize possui cerca de 450 pequenas ilhas e três atóis de corais. Sete regiões marinhas nessa reserva, num total de 960 km², estão protegidos pela Convenção do Patrimônio Mundial.
Barreira de Corais de Belize
  As águas cristalinas dos recifes de Belize, com temperatura média de 26ºC, são ideais para os praticantes de mergulho autônomo (com cilindro de oxigênio) e de mergulho livre. Cerca de 90% dos recifes de Belize ainda não foram explorados.
  A Barreira de Corais de Belize é o lar de mais de 65 espécies de coral pétreo (corais duros), 350 espécies de moluscos e mais de 500 espécies de peixes, além de várias outras espécies de animais marinhos. É também o lar de uma das maiores populações mundiais de peixe-boi.
Corais da Barreira de Corais de Belize
3. Recife de Coral do Mar Vermelho
  O Mar Vermelho é uma das maiores concentrações de vida marinha do planeta. O Recife de Coral do Mar Vermelho está localizado ao longo da costa do Egito, destacando-se os recifes de Shark e Yolanda Reef. Ambos os recifes egípcios são conhecidos por apresentar diferentes espécies de tubarões e peixes raros. Muitos navios afundados no Mar Vermelho contribuem para a formação de recifes de coral.
  No recife de Shark é possível apreciar cardumes de barracudas devido à fauna de mar aberto. No recife de Yolanda, o destaque fica por conta dos destroços do navio Yolanda, local que vira ninho de acasalamento entre dezembro e janeiro.
Barreira de Coral do Mar Vermelho
FONTE: Moreira, Igor
Mundo da geografia, 6º ano / Igor Moreira; ilustrações Antônio Eder ...[et al.]. Curitiba: Positivo, 2012.

terça-feira, 18 de agosto de 2015

A ECONOMIA DO MEIO-NORTE

  A sub-região do Meio-Norte é uma faixa de transição localizada entre o Sertão seco e a Amazônia de clima equatorial, quente e úmido, e é também conhecida como mata dos cocais devido à presença de palmeiras, como o babaçu e a carnaúba. Abrange grande parte dos estados do Maranhão e do Piauí e apresenta uma população pouco numerosa.
  Latitudinalmente o Meio-Norte pode ser subdividido em setentrional e meridional, e longitudinalmente em leste e centro-oeste, sendo o leste ocupado pelo Piauí ocidental, e o centro-oeste pelo Maranhão.
    As maiores cidades do Meio-Norte são Teresina e Parnaíba, no Piauí, e São Luís, Imperatriz, Balsas e Caxias, no Maranhão, importantes centros comerciais e de serviços, além da produção agrícola, principalmente em Balsas.
A área verde corresponde a sub-região Meio-Norte
  Em razão da diversidade climática, a vegetação muda drasticamente à medida que se aproxima da Floresta Amazônica, passando da vegetação seca e árida da Caatinga para a mata de cocais, até a formação de uma floresta mais fechada. No sul do Piauí e do Maranhão aparece o Cerrado, vegetação rasteira composta de campos, com a presença de pequenas árvores e arbustos com galhos retorcidos.
  A carnaúba é conhecida como a "árvore da providência" pois dela tudo se aproveita. A madeira é muito resistente; o fruto é usado para alimentar o gado; as raízes, para preparar medicamentos; as folhas para tecer cordas, redes, esteiras; a semente para produzir óleo de cozinha; e a cera, para fabricar velas, tintas, graxas e vernizes.
Carnaubeiras no Piauí
  Outra árvore de grande importância para o Meio-Norte é o babaçu. Seus frutos são empregados na confecção de muitos produtos: remédios, creme hidratante, maquiagem, loção para o corpo, óleo industrial ou comestível, mas os principais produtos, feitos com o coco do babaçu, são o carvão e o óleo.
  A maior parte dos trabalhadores que realizam a atividade de colher os cocos, quebrá-los e extrair as sementes são mulheres. O trabalho, realizado manualmente, é muito difícil. As quebradeiras de babaçu passam a tarde inteira sentadas no quintal, quebrando os cocos com um porrete de madeira. Ao final do dia, seu corpo está dolorido e as mãos, calejadas. É com esse trabalho que muitas garantem o sustento da família.
Quebradeiras de coco babaçu
  O Meio-Norte possui terras predominantemente em altitudes baixas (entre 0 e 200 metros); apenas na porção mais ao sul as terras apresentam-se em altitudes mais elevadas (entre 200 e 500 metros), e, em pequenos trechos, em altitudes entre 500 e 800 metros, onde nascem vários rios que formam a rica rede hidrográfica do Meio-Norte.
  Destaca-se nessa sub-região o Rio Parnaíba, com extensão de 1.414 quilômetros. Ele forma a divisa dos estados do Piauí e Maranhão e deságua no Oceano Atlântico. Sua foz, em forma de delta, localiza-se no município de Parnaíba. Próximo à foz do rio Parnaíba, encontra-se o único porto do Piauí, o porto de Luís Correia, no município de mesmo nome, que ainda está em construção.
Obras no porto de Luís Correia
  No seu alto curso e em parte do curso médio é um típico rio de planalto, com várias corredeiras. Nele, foi construída a barragem e a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança. O rio é navegável na sua porção de planície, sobretudo entre Teresina, capital do Piauí, e Parnaíba, no litoral.
  A Usina Hidrelétrica Boa Esperança, anteriormente denominada Usina Hidrelétrica Marechal Castelo Branco, está situada na cidade piauiense de Guadalupe, a 380 quilômetros da capital Teresina.
Usina Hidrelétrica Boa Esperança
  Predomina no Meio-Norte o clima tropical com verão úmido e inverno seco. No extremo oeste do Maranhão o clima é equatorial úmido. As médias térmicas anuais situam-se entre 24ºC e 26°C, e a precipitação total anual varia conforme a área considerada, de 1.000 mm a mais de 2.000 mm. Em São Luís, capital do Maranhão, que se localiza em área litorânea, a precipitação é elevada (2.200 mm anuais). Em Teresina, no Piauí, a única capital do Nordeste que não se localiza no litoral, a precipitação é em torno de 1.678 mm anuais.
São Luís (MA) - maior e mais importante cidade do Meio-Norte
  As atividades econômicas predominantes no Meio-Norte são ligadas ao campo. Até aproximadamente 1960, a economia do Meio-Norte assentava-se na criação de gado, cultura do algodão, extração do babaçu, produção de açúcar, plantio e beneficiamento de arroz e extração de cera de carnaúba.
  A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um processo de modernização econômica. Investimentos foram realizados na agropecuária, principalmente por fazendeiros vindos da Região Sul, e no extrativismo vegetal e mineral. O Maranhão passou a ser o escoadouro das riquezas minerais da Serra dos Carajás, no estado do Pará. Para isso, foi construída a Estrada de Ferro Carajás, ligando as jazidas minerais ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Esse porto foi equipado para exportar minério de ferro e receber navios de grande capacidade de transporte.
Teresina (PI) - segunda maior cidade do Meio-Norte
  A atividade extrativa vegetal é praticada em grande parte dessa região, sobretudo na mata dos cocais, onde são explorados o babaçu e a carnaúba. Embora as técnicas de exploração sejam tradicionais, essa coleta constitui a principal fonte de renda para muitos trabalhadores. Na região da mata dos cocais, também é comum a criação extensiva de gado bovino.   Nas margens dos principais rios do Meio-Norte, onde os solos são mais úmidos, desenvolvem-se grandes plantações de arroz de várzea, principalmente no Maranhão, um dos maiores produtores do país. Nas áreas mais secas são cultivadas lavouras de mandioca, milho e algodão.
Imperatriz (MA) - terceira maior cidade do Meio-Norte
  A soja foi introduzida na região por migrantes do Sul, principalmente gaúchos, que desenvolvem suas lavouras valendo-se de alta tecnologia, com o uso de pivôs de irrigação automáticos, fertilizantes, sementes selecionadas e máquinas modernas.
  A cerca de três décadas, a cultura da soja vem sendo praticada em diversos municípios localizados no Meio-Norte, sobretudo nas áreas de cerrado, como no sul dos estados do Maranhão e do Piauí.
  O avanço da agricultura nesta zona geográfica ocorre sobretudo com a soja, além do arroz, do milho e do algodão. A produção de soja, algodão e milho concentra-se no sul desta sub-região, que faz parte do cerrado nordestino. No Piauí, o estado mais promissor do agronegócio, destacam-se as cidades de Uruçuí, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves. No Maranhão, o desenvolvimento é facilitado pelas excelentes condições de logística da região para exportação.
Cultivo de soja em Balsas, MA
  A produção de culturas altamente tecnificadas e voltadas para o mercado externo no Meio-Norte tornou-se viável com a implantação do chamado Corredor de Exportação Norte, uma extensa área geográfica formada por dezenas de cidades atendidas por um sistema multimodal de transportes, que integra rodovias, ferrovias e hidrovias. O Corredor de Exportação foi criado para permitir o escoamento das safras agrícolas do Meio-Norte e de porções das regiões Norte e Centro-Oeste em direção ao porto de Itaqui, em São Luís, no Maranhão, onde são embarcadas para o exterior.
  O cultivo nessa área é realizado em fazendas altamente mecanizadas, com os melhores índices de produtividade agrícola por hectare do Brasil. Tem ainda como benefício a menor distância em relação ao mercado europeu.
Colheita da soja no Maranhão
  Desde 1992, quando começou a funcionar o Corredor de Exportação Norte, toda a produção agrícola do sul do Maranhão passou a escoar para o Porto de Ponta da Madeira por um longo trecho de estrada de ferro operado pela Vale. 
  Outra atividade econômica bastante relevante nessa sub-região nordestina é a mineração graças à implantação do Projeto Grande Carajás. Esse projeto foi criado na década de 1980 pela Vale do Rio Doce (atual Vale), para a extração e transporte de minérios em terras do Maranhão, Pará e Tocantins. Os principais minérios extraídos são: ouro, estanho, bauxita, manganês, níquel e cobre. 
  O Projeto Grande Carajás foi muito importante para alavancar o desenvolvimento da região, uma vez que a partir dele foram construídas estradas, como a Estrada de Ferro Carajás, o que propiciou a instalação de indústrias, entre outros benefícios.
Porto de Itaqui, em São Luís - MA
  A criação do Complexo Portuário e Industrial de São Luís, que congrega os portos de Itaqui e da Madeira, também tem colaborado para impulsionar o crescimento dessa sub-região nordestina. O porto de Itaqui é fundamental para as exportações agrícolas, e pelo porto da Madeira é embarcado todo o minério de ferro, cobre e manganês extraído na Serra do Carajás, no Pará.
  Espera-se que outro grande impulso à economia do Meio-Norte seja dado com a conclusão da construção da Ferrovia Norte-Sul. Essa ferrovia faz entroncamento com a Estrada de Ferro Carajás, em Açailândia (MA), permitindo acesso ao Porto de Itaqui. De Açailândia, ela segue em direção à Araguaína (TO). Em sua extensão total, a ferrovia ligará o município de Panorama (SP) a Belém (PA), em um percurso total de 3.100 quilômetros.
  No setor secundário, destaca-se o Complexo Industrial e Portuário de São Luís. Em Imperatriz encontra-se grandes indústrias, como a Suzano Celulose.
Porto da Madeira, em São Luís - MA
FONTE: Geografia espaço e vivência: a organização do espaço brasileiro, 7º ano / Levon Boligian ... [et al.]. 4. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2012.

sábado, 15 de agosto de 2015

A ILHA SURTSEY: UMA DAS ILHAS MAIS JOVENS DA TERRA

  A ilha Surtsey está localizada na Islândia (norte do oceano Atlântico), e foi formada em poucos meses por causa do derramamento de lava de uma erupção vulcânica ocorrida no início da década de 1960.
  A erupção que originou a ilha Surtsey começou a 130 metros abaixo da superfície do oceano, emergindo no dia 14 de novembro de 1963, o que fez daquela ilha um dos territórios mais jovens do planeta e a ilha mais nova do Oceano Atlântico. A erupção, que começara alguns dias antes da ilha emergir, durou até 5 de julho de 1967, data em que a ilha atingiu a sua máxima extensão, ocupando então uma área de 2,7 km². A partir daí, a erosão marinha e o vento vêm reduzindo paulatinamente o tamanho da ilha que, atualmente, conta com apenas 1,4 km² de área. A nova ilha foi batizada em honra a Surtr, o gigante do fogo da mitologia nórdica.
Mapa de localização da ilha Surtsey
  A ilha foi estudada intensivamente desde os estágios iniciais da erupção, fornecendo um modelo de grande interesse para os estudos de vulcanologia e evolução dos materiais vulcânicos, erosão costeira e ecologia, com destaque para estudos sobre a palagonitização (material rico em ferro) dos tufos vulcânicos e os processos de colonização vegetal de novos territórios insulares.
  A ilha resultou de uma erupção situada ao longo de uma das múltiplas linhas de fratura que formam o sistema vulcânico submarino de Vestmannaeyjar (arquipélago de Vestmann), parte da grande cadeia vulcânica da Dorsal Média do Atlântico.
  O sistema vulcânico de Vestmannaeyjar também produziu em 1973 a erupção Eldfell, na ilha de Heimaey. A erupção que criou Surtsey também deu origem a alguns outros pequenos ilhéus nas imediações, como o Jolnir e outros rochedos, a maior parte dos quais já desapareceu devido à abrasão marinha.
Erupção do Vestmannaeyjar, em 1973
  A erupção que deu origem à ilha de Surtsey, na manhã de 14 de novembro de 1963, liberou uma coluna de gases e cinzas com vários quilômetros de altura, permitindo ser vista  em quase  toda região costeira sul da Islândia. Essa erupção se deu por três crateras separadas ao longo de uma fissura alinhada no sentido nordeste-sudoeste, mas os centros eruptivos acabaram por se fundir numa única erupção de caráter fissural, relativamente linear.
  Ao longo da semana, as explosões eram contínuas e em poucos dias formou-se uma nova ilha, essencialmente composta por escórias vulcânicas. Esta ilha tinha cerca de 500 metros de comprimento e uma altitude máxima de 45 metros acima do nível do mar.
Ilha Surtsey
  Com a continuação da erupção, as emissões foram-se concentrando em torno de um único ponto, levando a construção de uma ilha com uma forma quase circular. No dia 24 de novembro a ilha media cerca de 900 por 600 metros. As violentas explosões causadas pela rápida expansão do vapor sobreaquecido produzido pelo contato da água do mar com a água incandescente levou a ilha a ser constituída essencialmente por escórias de rocha vulcânica, de baixa densidade e com baixo grau de agregação, deixando a estrutura bastante vulnerável à erosão marinha.
  Após o fim da erupção, foi estabelecida uma rede de observação científica, incluindo uma rede de referenciais para determinar a evolução das costas da ilha e a sua possível alteração na forma do relevo.
Erupção que deu origem à ilha Surtsey
  A ilha já perdeu grande parte de sua área por causa da erosão mas, segundo os estudiosos, a ilha provavelmente não desaparecerá no futuro próximo. A parte já erodida consistia  essencialmente em material não consolidado, que era facilmente arrastado pelas ondas e pelos ventos, enquanto que a parte remanescente está recoberta por basalto, muito mais resistente à erosão.
Visão aérea da ilha Surtsey
  Assim, apesar da ilha perder parte da superfície, ela persistirá por muitos séculos. Em 2001, o governo islandês apresentou a candidatura de Surtsey para a inclusão na lista da UNESCO de localidades consideradas como Patrimônio da Humanidade.
Surtsey, 16 dias após o início da erupção
FONTE: Geografia espaço e vivência: o espaço geográfico mundial, 8º ano / Levon Boligian ... [et al.]. -- 4. ed. -- São Paulo: Saraiva, 2012.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

TAIWAN: A "PROVÍNCIA REBELDE" DA CHINA

  Localizado na ilha de Formosa, na Ásia Oriental, Taiwan é um país insular, separado do continente por um estreito de 150 quilômetros de largura, no Oceano Pacífico.
  Também conhecida como China Nacionalista ou Formosa, Taiwan é considerada uma "ilha rebelde" por parte da China continental. Durante a Revolução Chinesa em 1949, quando os comunistas assumiram o poder na China, as lideranças nacionalistas contrárias ao comunismo, invadiram e tomaram a ilha. Até hoje, a China continental não reconhece a independência de Taiwan, que não possui representação na ONU.
  Logo após a Revolução Chinesa, os Estados Unidos deram apoio militar a Taiwan, garantindo sua autonomia. Nas últimas três décadas, a ilha apresentou um crescimento médio do PIB de 8% ao ano e tornou-se um importante parceiro comercial da China.
Mapa de Taiwan
HISTÓRIA
  A ilha de Taiwan era ligada ao continente asiático no Pleistoceno Superior, até que o nível do mar subiu cerca de 10 mil anos atrás. Restos humanos fragmentados na ilha datam de 20 mil a 30 mil anos atrás, bem como artefatos posteriores de uma cultura paleolítica.
  Há mais de 8 mil anos, os primeiros austronésios estabeleceram em Taiwan. As línguas de seus descendentes, que são conhecidos como osaborígenes de Taiwan, atualmente pertencem à família das línguas austronésias, que também inclui as línguas malaio-polinésias, abrangendo uma enorme família linguística, que inclui o tagalog das Filipinas, o malaio da Malásia, o indonésio da Indonésia, o javanês de java, o malgaxe de Madagascar e o Rappa Nui da ilha de Páscoa.
  Os chineses da etnia han começaram a se estabelecer nas ilhas Pescadores no século XIII, mas tribos hostis da ilha e sua falta de recursos comerciais valorizados tornavam o local pouco atraente para os chineses.
Taoyuan - com uma população (estimativa 2015) de 2.085.883 habitantes, é a quinta mais populosa cidade de Taiwan
  A Companhia Holandesas das Índias Orientais tentou estabelecer um posto avançado de negociação nas ilhas Pescadores em 1622, mas foram militarmente derrotados e expulsos pelas autoridades locais.
  Em 1626, os espanhóis desembarcaram e ocuparam o norte da ilha de Taiwan, nos portos de Keelung e Tamsui, objetivando formar uma base para desenvolver o seu comércio na região. O período colonial espanhol durou 16 anos, quando, em 1642, a última fortaleza espanhola caiu sob o domínio holandês. Após a queda da dinastia Ming, Koxinga (Zheng Keshuang), um auto-denominado apoiante dos Ming, chegou à ilha e capturou Fort Zelandia em 1662, expulsando o governo e os militares holandeses da ilha. Koxinga estabeleu o Reino de Tungning (1662-1683), tendo como capital a cidade de Tainan. Ele e seus herdeiros continuaram a lançar ataques à costa sudeste da China continental.
Fort Zelandia
  Em 1683, após a derrota do neto de Koxinga por uma armada liderada pelo almirante Shi Lang, do sul de Fujian, a dinastia Qing anexou formalmente a ilha de Taiwan, colocando-a sob a jurisdição da província de Fujian. O governo imperial Qing tentou reduzir a pirataria na área e emitiu uma série de editais para gerir a imigração e respeitar os direitos de terra indígenas. Imigrantes, sendo a maior parte do sul de Fujian, continuaram a entrar na ilha, promovendo a absorvição de algumas culturas nativas pelos chineses, enquanto outras tribos se retiraram para as montanhas.
  Entre o fim do século XIX e os anos 1930 ocorreram muitas rebeliões contra a ocupação japonesa, que ocorreu durante a Primeira Guerra Sino-Japonesa (1894-1895), algumas das quais resultaram em milhares de mortos. A China continental se dividiu em vários governos regionais menores no período seguinte, após o fim da monarquia em 1912. A ocupação japonesa de Taiwan durou até o final da Segunda Guerra Mundial.
  Após a rendição do Japão, em 15 de agosto de 1945, a ilha de Taiwan retornou ao controle da República da China, cuja formalização se deu mais tarde, pelo Tratado de Paz de São Francisco em 1951.
  Ao longo da primeira metade do século XX, em diversos pontos do território chinês, muitos chineses iniciaram uma longa luta para acabar com o domínio estrangeiro. Na década de 1920, destacaram-se dois grandes grupos nacionalistas. Um deles, liderado pelo general Chiang Kai-shek, pregava a expulsão de todos os estrangeiros do país e contava com o apoio dos ricos proprietários rurais e das tradicionais famílias chinesas.
  O outro grupo nacionalista tinha o comando do líder socialista Mao Tsé-tung, que acreditava que a expulsão dos estrangeiros deveria ser acompanhada de uma mudança na economia, com a implantação do socialismo.
Chiang Kai-shek (1887-1975)
  Apesar de rivais, esses grupos nacionalistas estabeleceram um acordo durante a Segunda Guerra Mundial. Desse modo, puderam lutar juntos pela expulsão dos japoneses, que haviam invadido a Manchúria em 1931. Entretanto, em 1945, no fim da Segunda Guerra, os dois grupos começaram uma guerra civil na China.
  A guerra civil entre os dois grupos nacionalista se espalhou por todo o território chinês. No final de 1948, as tropas lideradas por Mao Tsé-tung conseguiram grandes vitórias, cercando os comandados de Chiang Kai-shek.
  Após muitas negociações, o general Chiang Kai-shek e seus seguidores se refugiaram na ilha de Formosa e declararam a independência daquele território, que passou a se chamar República da China, também conhecida como Taiwan. Apoiada pelos Estados Unidos e pela Inglaterra, a ilha adotou o capitalismo, permitindo a presença de empresas privadas estrangeiras.
Tropas comunistas próximo à Pequim, em 1949
  Uma das primeiras medidas adotadas por Chiang Kai-shek foi promover a reforma agrária, dividindo as terras em pequenas propriedades. A política posta em prática em Taiwan fundamentou-se nos "Três Princípios Básicos do Povo", de Sun Yatsen (líder da revolução que derrubou a Monarquia na China): distribuição equilibrada da riqueza, melhor utilização da terra e melhores condições para o povo.
  Quando a China se declarou socialista, os Estados Unidos não reconheceram a legitimidade da China continental. Passaram a apoiar e reconhecer somente o governo da ilha de Taiwan como representante do povo chinês e pressionaram a ONU para que fizesse o mesmo. Durante muitos anos, a ilha de Taiwan foi protegida por tropas estadunidenses contra uma possível invasão da China socialista. Essa proteção e o apoio externo deram suficiente tranquilidade para a evolução capitalista da ilha de Taiwan.
  Enquanto Taiwan se desenvolvia, a China afastou-se da esfera de influência soviética. Aproveitando a situação, os Estados Unidos iniciaram conversações com os líderes chineses. A intenção era trazer a China continental para a área de influência dos Estados Unidos, o que seria uma enorme perda para os soviéticos. Além disso, a grande população da China poderia se transformar em importante mercado consumidor para as empresas estadunidenses.
Encontro entre o presidente dos Estados Unidos (Richard Nixon) e o presidente da China (Mao Tsé-tung), em fevereiro de 1972, em Pequim - China
  Na sequência dos acontecimentos, em 1971, Taiwan retira-se da ONU e é substituída pela China socialista. Apesar da aproximação dos norte-americanos com os chineses, os Estados Unidos decidiram manter a ajuda financeira e militar a Taiwan para evitar uma possível intervenção militar chinesa.
  As mudanças ocorridas na China, em especial a abertura para o capital externo e a aceitação do conceito de "um país, dois sistemas", segundo o qual o governo socialista chinês aceitava uma economia com relações capitalistas, estimularam Taiwan a iniciar uma lenta aproximação da China.
  Após a morte de Chiang Kai-shek em 1975, o vice-presidente Yen Chia-kan assumiu o comando de Taiwan, mas quem comandava mesmo o governo era  o filho de Chiang Kai-shek, Chiang Ching-kuo, que se tornou presidente em 1978. Chiang Ching-kuo promoveu o crescimento econômico de Taiwan, levando o país a ser um dos mais industrializados e desenvolvidos da Ásia.
  Em dezembro de 1978, o presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, anunciou que o país deixava de reconhecer a República da China como uma nação independente, transferindo o reconhecimento diplomático para a República Popular da China. Apesar desse episódio, o Congresso norte-americano aprovou a Lei de Relações com Taiwan, confirmando o apoio militar à República da China.
Tainan - com uma população (estimativa 2015) de 1.910.971 habitantes, é a sexta cidade mais populosa de Taiwan
  Após a morte de Chiang Ching-kuo, o seu sucessor Lee Teng-hui,  taiwanês de nascimento e educado no Japão, acelerou as reformas democráticas e promoveu o poder e a reafirmação de uma identidade taiwanesa diferenciada da China.
  A continuação das reformas democráticas em Taiwan levou à legalização dos partidos políticos da oposição. Estas reformas culminaram nas eleições presidenciais de 1996, onde, pela primeira vez, os taiwaneses puderam eleger o seu presidente pelo sufrágio universal, quando Lee Teng-hui foi reeleito presidente.
  Em 2000 ocorreu uma nova eleição presidencial, onde a oposição, liderada por Chen Shui-bian, líder do Partido Progressista Democrático, saiu vitorioso, derrotando pela primeira vez o partido governista Kuomintang.
  A entrada de Taiwan na Organização Mundial do Comércio (OMC), em novembro de 2001, deu-se como território, não como país. Apesar de haver ingressado na OMC, esse país ainda luta pelo seu reconhecimento internacional como Estado-nação.
Hsinchu - com uma população (estimativa 2015) de 437.816 habitantes, é a sétima cidade mais populosa de Taiwan
GEOGRAFIA
  A ilha de Taiwan fica a cerca de 180 quilômetros da costa sudeste da China, sendo separada deste país pelo estreito de Taiwan, possuindo uma área de 35.881 km². Incluindo a ilha dos Pescadores e as demais ilhas do país, sua área total é de 36.179 km². Ao norte da ilha de Taiwan está o mar da China Oriental, a leste o mar das Filipinas, ao sul o estreito de Luzon, e o mar da China Meridional a sudoeste.
  A ilha é caracterizada pelo contraste entre o leste e o oeste. O leste consiste principalmente de montanhas escarpadas que ficam em cinco cordilheiras e que cortam o país de norte a sul. O oeste é suavemente ondulado, onde aparece o planalto Chianan, e é onde reside a maior parte da população. O ponto culminante de Taiwan é a montanha Yu Shan, com 3.952 metros de altitude. Há ainda outros cinco picos com altitudes superiores a 3.500 metros, fazendo de Taiwan a quarta ilha mais alta do mundo.
Yu Shan - ponto culminante de Taiwan
  O Parque Nacional Taroko, localizado no lado oriental e montanhoso da ilha, possui grandes desfiladeiros e erosão causada por um rio que flui rapidamente. Os rios são de pouca dimensão e de torrentes, com imensas cheias e pronunciação de estiagens.
  O clima de Taiwan é o tropical, sendo bastante quente e chuvoso, com duas estações de chuvas. A monção de verão (de abril a setembro) se instala em todo o país; as precipitações são abundantes e provocam inundações. A monção de inverno (de outubro a março) é frio e com pouca chuva no sul e no norte é comum aparecer tufões. Na parte central da ilha, devido as altitudes das montanhas, o clima é mais ameno, tanto no verão quanto no inverno.
Parque Nacional Taroko
ECONOMIA
  Taiwan possui uma economia dinâmica, capitalista, impulsionada pelas exportações com uma diminuição gradual do envolvimento do Estado nos investimentos e no comércio exterior.
  Graças à proteção e o apoio externo no processo que culminou com a separação entre as duas Chinas e a adoção do capitalismo na ilha de Taiwan, ocorreram reformas em diversas áreas. Na parte agrária, criaram-se incentivos à maior produção de alimentos, favorecendo os pequenos proprietários de terras. Na área educacional, o governo passou a conceder bolsas de estudos para capacitação técnica dos estudantes fora do país. A educação foi dirigida para formar cientistas e profissionais capazes de desenvolver e trabalhar com tecnologias novas e cada vez mais revolucionárias.
  Dessa forma, em poucos anos Taiwan transformou-se em uma plataforma de exportação, com um grande crescimento econômico entre 1970 e 1988, com uma taxa de crescimento médio de 8,5% ao ano,  considerado um dos maiores índices de expansão capitalista em todos os tempos, fazendo com que o país entrasse para o "clube" dos Novos Países Industrializados (NIPs).
Produção de chá em Taiwan
  Atualmente muitas indústrias taiwanesas investem também na China socialista. Essa relação foi se aprofundando, e hoje Taiwan já é o maior investidor estrangeiro na China, principalmente no setor de informática - Tecnologia de Informações (TI). A maior fabricante mundial de placas de computador, de origem taiwanesa, já é uma das grandes exportadoras da economia chinesa. Além disso, a maior produtora de laptops do mundo é taiwanesa, e grande parte da produção se concentra na China.
  Mas essas empresas mantiveram suas redes e seus centros de pesquisa em Taiwan. Transferiram para a China apenas a parte da montagem de seus produtos, aproveitando o crescente mercado consumidor chinês.
  Hoje, cerca de 40% das exportações de Taiwan vão para a China. Esse comércio se dá, em grande parte, dentro de uma mesma empresa: a matriz instalada em Taiwan exporta peças e equipamentos modernos para a filial instalada na China, onde são montados. Para dar mais suporte a essa integração crescente, em 2008, o governo de Taiwan adotou medidas importantes, como a implantação de voos diários para a China e a abertura de conversações para estabelecer um Tratado de Livre Comércio.
Fábrica de produtos para computador em Taiwan
  Entre as tecnologias de ponta que Taiwan desenvolve em seu território, destaca-se a optoeletrônica, que fabrica dispositivos eletrônicos que interagem com a luz, como células de energia solar. Outra tecnologia avançadíssima na ilha são os equipamentos de precisão e os painés de LCD. Boa parte dessas tecnologias existentes hoje no mundo foi desenvolvida em Taiwan. Sua liderança também é absoluta na produção de semicondutores.
  Esse estrondoso avanço vem alterando completamente o espaço geográfico de Taiwan. Existem na ilha três importantes portos e dezenas de aeroportos, além de modernas rodovias e ferrovias.
  Todas essas mudanças já podem ser sentidas na melhora da qualidade de vida de Taiwan, constatada pela elevação do IDH do país. Quase a totalidade da riqueza produzida é gerada pela indústria e pelos serviços.
Mapa da economia de Taiwan
  Nas últimas décadas, esse crescimento econômico também trouxe uma série de problemas para o país. Com a expansão da produção, a necessidade de energia é cada vez maior. Dessa forma Taiwan depende quase totalmente da importação de petróleo. Para tentar amenizar esse problema, o governo vem investindo cada vez mais em energias alternativas, como a energia eólica e solar.
  O turismo é uma importante fonte de renda para o país e essa atividade vem crescendo muito a cada ano. A maioria dos turistas são asiáticos, principalmente do Japão. Fora da Ásia, os turistas que visitam o país são principalmente dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Keelung - com uma população (estimativa 2015) de 385.757 habitantes, é a oitava cidade mais populosa de Taiwan
POPULAÇÃO
  A população taiwanesa é de pouco mais de 23 milhões de habitantes. O governo da República da China estima que mais de 90% da população seja composta por chineses da etnia han, dos quais a maioria inclui descendentes dos primeiros imigrantes chineses que chegaram a Taiwan a partir do século XVII.
Chiayi - com uma população (estimativa 2015) de 275.504 habitantes, é a nona cidade mais populosa de Taiwan
PRINCIPAIS TRANSNACIONAIS DE TAIWAN
  As principais transnacionais taiwanesas são a Acer e a HTC Corporation. A Acer é a terceira maior fabricante de PCs do planeta. Dentre os produtos oferecidos pela Acer destacam-se os computadores de mesa (desktops), computadores móveis (laptops), servidores, periféricos de armazenamento de dados, displays, entre outros. A HTC Corporation é uma fabricante de smartphones e tablets.
Changhua - com uma população (estimativa 2015) de 238.583 habitantes, é a décima cidade mais populosa de Taiwan
ALGUNS DADOS DE TAIWAN
NOME OFICIAL: República da China
CAPITAL: Taipé
Taipé - com uma população (estimativa para 2015) de 2.685.240 habitantes, é a capital e quarta maior cidade de Taiwan
GENTÍLICO: taiwanês, formosano, formosino, taiuanês
LÍNGUA OFICIAL: mandarim
GOVERNO: República Semipresidencialista
ESTABELECIMENTO:
Império Centralizado Unificado: 221 a.C.Declaração da República: 10 de outubro de 1911
Estabelecida: 1 de janeiro de 1912
Transferência para Taiwan: 7 de dezembro de 1949
LOCALIZAÇÃO: Ásia Oriental
ÁREA: 36.179 km² (134°)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2015): 23.237.895 habitantes (49°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 642,30 habitantes/km² (9°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativas 2015):
Nova Taipé: 3.969.950 habitantes
Nova Taipé - cidade mais populosa de Taiwan
Kaohsiung: 2.813.985 habitantes
Kaohsiung - segunda cidade mais populosa de Taiwan
Taichung: 2.701.113 habitantes
Taichung - terceira cidade mais populosa de Taiwan
PIB (Banco Mundial 2013): US$ 466,054 bilhões (27°). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
IDH (ONU 2014): 0,882 (21°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
Mapa do IDH dos países
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU 2012): 80,6 anos (31°). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU 2005-2010): 0,36% (178°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma determinada população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU 2005-2010): 6,97/mil (193°). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2007): 6,48/mil (153°). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook 2013): 4,49/mil (23°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook 2014): 1,11 filhos/mulher (222°). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook 2014): 98,29% (59°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook 2005-2010): 73,5% (52°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
PIB PER CAPITA (FMI 2013): US$ 20.930 (37°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população.
MOEDA: Novo Dólar Taiwanês
RELIGIÃO: crenças populares chinesas (40,7%), budismo (35,1%), taoísmo (12,5%), cristianismo (6,6%), sem religião e ateus (4,4%), outras religiões (0,7%).
Templo budista Mengjia Longshan, em Taipé
DIVISÃO: a República da China é dividida em duas províncias (Província de Taiwan e Província de Fujian) e pelas municipalidades de Taipé, Kaohsiung, Nova Taipé, Taichung e Tainan. A província de Taiwan é formada pelo Condado de Penghu (Ilha dos Pescadores) e uma série de ilhas periféricas, por doze municípios e três cidades provinciais. Penghu é o único condado da província de Taiwan que não fica na ilha de Taiwan. A província de Fujian é constituída por várias ilhas ao largo do país, pelo Condado de Kinmen e parte do Condado de Lienchiang.
Mapa da divisão administrativa de Taiwan
FONTE: Araújo, Regina
Observatório de geografia / Regina Araújo, Ângela Corrêa da Silva, Raul Borges Guimarães. - 1. ed. - São Paulo: Moderna, 2009.

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