domingo, 31 de julho de 2016

OS MOVIMENTOS SOCIAIS E A CRISE ECONÔMICA NA ARGENTINA

  No início de 2000, a Argentina atravessou a mais grave crise econômica de toda a sua história. Para um país que já teve uma economia de destaque e um nível social e cultural diferenciado de toda a América Latina, essa situação foi dramática e provocou transformações significativa no país.
  A crise econômica argentina foi uma situação financeira que afetou a economia do país durante a década de 1990 e início da década de 2000. O período crítico começou com a queda do PIB real em 1999 e terminou em 2002 com o retorno do crescimento do PIB. Porém, as origens do colapso da economia argentina e seus efeitos sobre a população, podem ser encontradas em ações anteriores.
Centro de Buenos Aires - capital da Argentina
ANTECEDENTES DA CRISE
  Diante das crescentes críticas ao governo de Carlos Menem acerca da corrupção e da incapacidade de combater o desemprego, ocorreu o surgimento de uma força política estabelecida a partir de um acordo entre a União Cívica Radical e a FREPASO, uma confederação formada pelos partidos Frente Grande, Socialista Popular, Socialista Democrático e Democrata Cristão. Em 1997, esses partidos passaram a fazer parte da "Aliança para o Trabalho, a Justiça e a Educação", mais conhecida como "Alianza".
  De suas frentes saiu a chapa Fernando de la Rúa - Carlos Chacho Álvarez, vencedora a eleição presidencial realizada em 24 de outubro de 1999, com 48,5% dos votos e 10,5% à frente do candidato justicialista Eduardo Duhalde.
  A campanha havia se baseado no combate ao desemprego, a purificação da corrompida estrutura política argentina e a garantia da manutenção da Lei de Convertibilidade do primeiro mandato de Menem. Em 10 de dezembro, de De la Rúa assumiu o poder com grande apoio popular, em clima de esperança.
Córdoba - segunda maior cidade da Argentina
  Após a sua posse, Fernando de la Rúa anunciou uma série de medidas, como aumento de impostos e ajuste da estrutura estatal de considerável magnitude. A situação econômica do país era muito delicada: elevada taxa de desemprego (que superava os 15%) e que subia implacavelmente. Insegurança nas ruas, desconfiança de parte do mercado financeiro internacional e uma gigantesca dívida externa eram alguns dos principais temas urgentes na agenda do governo.
  O Ministério da Economia havia traçado certas medidas financeiras com a finalidade de barrar o déficit fiscal, buscando principalmente novos empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI).
  Em meados de dezembro de 1999, iniciaram-se alguns protestos de classes populares em algumas cidades das províncias, organizados principalmente pelos piqueteros.
  A partir de 19 de dezembro de 2001, iniciaram-se as manifestações populares conhecidas como panelaço a favor do impeachment, que terminaram com a renúncia do presidente De la Rúa. Durante o dia, em diferentes pontos do país, mas com maior intensidade em Buenos Aires, graves distúrbios e revoltas sociais ocorreram. Diante das constantes manifestações, às 16 horas do dia 20 de dezembro, De la Rúa anunciou a sua renúncia.
Rosário - terceira maior cidade da Argentina
  A crise econômica foi responsável pelo fechamento de várias empresas e pelo aumento expressivo de desempregados e da população de pobres e miseráveis do país. No entanto, o movimento social argentino foi às ruas e buscou novas formas de se organizar para vencer as diversidades vividas. Dentre os movimentos, destacaram-se os piqueteros e os ocupas, símbolos de resistência do povo argentino.
Mendoza - quarta maior cidade da Argentina
OS PIQUETEROS
  Movimento de desempregados, os piqueteros argentinos ganharam visibilidade pública ao adotarem ações de grande impacto político. Seu objetivo era chamar a atenção das autoridades públicas e da sociedade civil para suas reivindicações. Dessa forma, muitas vezes, obstruíram estradas e vias de importante circulação.
  Diversos grupos de piqueteros mantêm uma rede social intensa e desenvolvem atividades nas comunidades nas quais estão inseridos. Desse modo organizam refeições populares, centros educativos e empreendimentos produtivos, como hortas comunitárias com venda direta, sem intermediários. Também se dedicam à elaboração de artesanatos, tecidos, entre outras atividades, cuja renda é revertida para a própria comunidade.
  Essas entidades são organizadas de forma autogestionária e cooperativa, ou seja, para que tenham êxito necessitam da participação ativa dos membros da comunidade, mesmo que, às vezes, não haja consenso na gestão dos recursos e ocorram discussões internas sobre a autossustentação desses empreendimentos.
Piqueteros argentinos protestam contra a situação do país, em 2001
OS OCUPAS
  Após a grave crise econômica argentina, muitos trabalhadores que perderam seu emprego por causa do fechamento de fábricas organizaram e começaram a ocupá-las para reativar seu funcionamento. Assim surgiu o movimento dos ocupas, que fez renascer frigoríficos, indústrias de plástico, têxteis, metalúrgicas, entre outras.
  A transição da empresa para o comando dos trabalhadores impunha um conjunto de questões jurídicas e acordos com provedores de matérias-primas ou de mercadorias para que fosse possível obter um mínimo de capital para reiniciar a produção.
  Os trabalhadores não estavam acostumados a gerir sua produção e planejá-la, pois essa atividade competia aos empresários ou aos cargos diretivos das empresas. Isso era um desafio ao movimento dos trabalhadores, que passaram a organizar a produção de forma menos hierarquizada, sem exploração da força de trabalho e sem as tradicionais formas de opressão verificadas nos ambientes de trabalho.
San Miguel de Tucumán - quinta maior cidade da Argentina
A GUERRA SUJA
  Entre 1976 e 1983, a Argentina viveu um dos momentos mais dramáticos de sua história. Governado por militares, o país passou pela chamada Guerra Suja, responsável pelo desaparecimento de mais de 30 mil pessoas que contestavam as práticas autoritárias do governo.
  Tais práticas incluíam a detenção de supostos opositores e a aplicação de tortura, que visava subjugar física e moralmente os presos para que dessem informações sobre movimentos contrários à ditadura militar.
  Essa estratégia utilizada pelos militares argentinos ocorreu também em outros países da América Latina, entre os anos de 1960 e 1980, como Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru e Bolívia.
La Plata - sexta maior cidade da Argentina
  A supressão dos direitos políticos por meio da instalação de uma ditadura fazia com que todos aqueles que se manifestassem contrariamente a algum ato do governo fossem perseguidos e detidos.
  Desde 1977, um grupo de mulheres argentinas, conhecidas como Mães da Praça de Maio, se reúne uma vez por semana em frente à Casa Rosada - sede do governo argentino - para reivindicar informações sobre seus filhos desaparecidos durante o regime militar.
  Levando cartazes com fotos dos filhos desaparecidos e fraldas amarradas na cabeça, símbolo do movimento, essas mulheres ficaram conhecidas internacionalmente pela tenacidade com que reivindicam que os crimes praticados pelos militares não permaneçam impunes. Alguns as chamam de "loucas".
Mar del Plata - sétima maior cidade da Argentina
REFERÊNCIA: Tempo, espaço e cultura: ciências humanas: ensino médio: Educação de Jovens e Adultos. 1. ed. - São Paulo: Global, 2013. - (Coleção viver, aprender).

terça-feira, 19 de julho de 2016

CHAPADA GAÚCHA (MG): A CHAPADA DA SOJA

  A cidade de Chapada Gaúcha, localizada no estado de Minas Gerais, além de abrigar o Parque Grande Sertão Veredas, abriga também propriedades que se especializaram na produção de soja.
  Na entrada da cidade ergue-se o barracão da Cooperativa dos Produtores de Soja. As ruas não são calçadas, mas por elas circulam enormes caminhões e tratores.
  O município de Chapada Gaúcha, antiga Vila dos Gaúchos, teve seu povoamento por volta de 1976, quando chegaram os primeiros moradores, vindos do Rio Grande do Sul, por meio do projeto PADSA (Projeto de Assentamento Dirigido à Serra das Araras), que integrava os municípios de Formoso, Arinos, Januária e São Francisco.
Plantio direto de soja na palha capim, em Chapada Gaúcha - MG
  No ano de 1994 aconteceu um plebiscito na Vila dos Gaúchos com o objetivo de escolher o nome do novo Distrito e os nomes mais votados foram: Novo Horizonte, Chapada Gaúcha e Serra Gaúcha. Como já tinha outros distritos com a denominação Novo Horizonte, prevaleceu o segundo, Chapada Gaúcha. Neste mesmo ano, a Câmara Municipal de São Francisco aprovou a Lei nº 1.523 de 19 de dezembro de 1994 criando o novo Distrito de Chapada Gaúcha, tendo seu território desmembrado do Distrito remanescente de Serra das Araras. Em 28 de janeiro de 1995, foi instalado o Distrito de Chapada Gaúcha, na antiga Vila dos Gaúchos; neste mesmo ano começou o processo de emancipação do distrito, se tornando o único povoado mineiro que virou Distrito e Município no mesmo ano. Pela Lei nº 12.030, de 21 de dezembro de 1995, ocorreu a junção dos Distritos de Chapada Gaúcha e Serra das Araras e a criação do município de Grande Sertão Veredas, tendo o Distrito de Serra das Araras como distrito. Em 1996 ocorreu a primeira eleição municipal e, em 1º de janeiro de 1997, instalou-se a primeira administração municipal.
Visão aérea da cidade de Chapada Gaúcha
  A partir da promulgação da Lei Orgânica, que ocorreu em 7 de novembro de 1997, estabeleceu-se 25 de julho para comemorar o aniversário do município, por ser dia do agricultor (colono/trabalhador rural) e dia do motorista, devido o município ser essencialmente agrícola.
GEOGRAFIA
  O município de Chapada Gaúcha apresentou, no censo do IBGE de 2010, uma população de 10.805 habitantes. Em 2015, segundo estimativas do IBGE, sua população era de 12.495 habitantes, distribuídos numa área de 3.255,189 km².
  Chapada Gaúcha está localizado na microrregião de Januária, pertencente à mesorregião do Norte de Minas Gerais. Faz divisa com os municípios de São Francisco, Urucuia, Januária, Pintópolis, Arinos e Formoso (todos em Minas Gerais) e Cocos, na Bahia, estando distante cerca de 700 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte. Sua altitude é de 624 metros acima do nível do mar.
  A vegetação predominante no município é o Cerrado, e o clima dominante é o tropical típico, com duas estações bem definidas: verão chuvoso e inverno seco.
Paisagem de Chapada Gaúcha - MG
ECONOMIA
  Economicamente, o município de Chapada Gaúcha é o que mais cresce no estado de Minas Gerais, graças ao setor agro-silvo-pastoril.
  A principal atividade econômica de Chapada Gaúcha é a agricultura extensiva, com destaque para a produção de soja e de sementes de brachiárias. Vem despontando atualmente, a agricultura familiar, a pecuária e o comércio.
  O município possui um forte potencial para o turismo ecocultural, graças à presença no seu território, de muitas áreas de conservação, como o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, o Parque Estadual da Serra das Araras, a Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari e várias RPPN's (Reservas Particular do Patrimônio Natural). No município há muitas cachoeiras e uma grande diversidade de fauna e flora do cerrado.
Campo de semente de Brachiária brizhanta, em Chapada Gaúcha - MG
  No entorno da sede do município de Chapada Gaúcha predomina a agricultura extensiva, mecanizada com implementos agrícolas avançados, cujos proprietários são, em sua grande maioria, agricultores oriundos do Rio Grande do Sul, que nos últimos anos vêm investindo no agronegócio em vários estados, como São Paulo, Mato Grosso, Bahia e no norte e noroeste de Minas Gerais, cuja produção é quase toda voltada para a exportação.
  Nas comunidades tradicionais ainda permanece a forma rudimentar de trabalhar a terra. Nelas, produtores independentes estão envolvidos em atividades econômicas de pequena escala, como o extrativismo, a agricultura, a pesca, a coleta e o artesanato. Os pequenos agricultores produzem para o consumo próprio e, no caso de excedentes, estes são comercializados.
Cultivo de soja, em Chapada Gaúcha - MG
  Cerca de 20 comunidades se organizam para colher e comercializar produtos feitos com variados frutos nativos ao longo do ano, ajudando a manter porções selvagens do mais ameaçado bioma brasileiro, o Cerrado.
  Além do agronegócio, dos parques estaduais e das belezas naturais, outro fator que chama atenção no cenário nacional, é a moeda social (a vereda), que circula no município.
Fazenda em Chapada Gaúcha - MG
PARQUE NACIONAL GRANDE SERTÃO VEREDAS
    O Parque Grande Sertão Veredas está cercado de soja por todos os lados. Situa-se na divisa dos estados de Minas Gerais e Bahia, com sede localizada no município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 231.668 hectares e é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
  O nome do parque é uma homenagem a João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores da literatura brasileira, cuja obra-prima foi Grande Sertão: Veredas, onde destaca a luta dos sertanejos. O parque preserva parte do planalto chamado Chapadão Central, que divide as bacias dos rios São Francisco e Tocantins.
  A vegetação do parque é o Cerrado, fazendo dele o maior do país com essa predominância. Há mata de galeria nas margens dos rios, onde podem ser encontrados muitos buritis. São comuns o pacari e o ipê-amarelo.
  Dentre a fauna, destaca-se a presença de emas, do tamanduá-bandeira, do lobo-guará e do veado-campeiro, entre outras espécies. A caça, as carvoarias e os desmatamentos constantes são os principais problemas do parque.
Parque Nacional Grande Sertão Veredas, em Chapada Gaúcha - MG
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DAS ARARAS
  O Parque Estadual da Serra das Araras é outro parque localizado no município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 11.137 hectares e se destaca pelos seus paredões e diversos ecossistemas, sendo considerado um área de preservação permanente (veredas, matas ciliares, nascentes e topos de morros). Seus sítios geomorfológicos, funcionam como habitat e criadouro natural de espécies de araras ameaçadas de extinção (como a arara-vermelha e a arara-canindé).
  A região é preenchida por inúmeras veredas (cabeceiras pouco profundas), que fornecem abrigo e servem de reprodução de treze espécies de faunas ameaçadas de extinção, além de abrigar paisagens naturais de grande valor.
  A vegetação é formada predominantemente pelo Cerrado e ecossistemas associados. Dentre as espécies da flora destacam-se a fava-d'anta, a mangabeira, o pequi, o jatobá-de-cerrado, o araçá, a gabiroba, dentre outros. Nas veredas e matas ciliares há presença marcante da palmácea buriti e da pindaíba.
  Na fauna, além das araras, destacam-se o veado-galheiro ou sussuapara, espécie extremamente rara em Minas Gerais, que ocupa as áreas alagadas das veredas, do veado-campeiro, da onça-parda, da jaguatirica, do gato-mourisco, da lontra, do tatu-canastra, do tamanduá-bandeira e uma variedade de outras espécies.
Parque Estadual Serra das Araras, em Chapada Gaúcha - MG
RESERVA DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL VEREDAS DO ACARI
  A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (REDS) Veredas do Acari está localizada no Distrito de Serra das Araras, município de Chapada Gaúcha. Possui uma área de 60.975 hectares e sua criação se deu através do Decreto sem número de 21 de outubro de 2003.
  A reserva trata-se de um complexo de veredas que tem como principal uma vereda chamada Acari, a qual cedeu o nome à unidade de conservação (UC) e, ao longo do seu percurso, transforma no rio Acari, que deságua diretamente no rio São Francisco.
  Suas belas veredas é uma área de proteção especial devido a sua importância para o regime hídrico do rio São Francisco. Existem belas paisagens, lindas cachoeiras e lagoas, as quais contêm várias espécies de animais do bioma Cerrado, alguns ameaçados de extinção, como o lobo-guará, a onça-parda, o suçuapara, a ema, a anta, o tatu-canastra, o tatu-bola, o veado-campeiro, a arara-vermelha, a arara-amarela (canindé), entre outros.
  O objetivo dessa reserva é proteger e conservar o bioma Cerrado na bacia do rio São Francisco e trazer benefícios para as populações tradicionais que habitam o entorno de referida UC, através do uso de áreas de uso sustentável no seu interior, além de proteger a biodiversidade e os aquíferos e promover a pesquisa do pequi, da fava-d'anta e de outros frutos do Cerrado, que são disponibilizados para extração pelas populações tradicionais do entorno.
Reserva de Desenvolvimento Sustentável Veredas do Acari, em Chapada Gaúcha - MG
REFERÊNCIA: Terra, Lygia
Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil / Lygia Terra, Regina Araújo, Raul Borges Guimarães. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2013.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

VANUATU: O PAÍS DA POPULAÇÃO MAIS FELIZ DO MUNDO

  Antiga Novas Hébridas, Vanuatu foi administrado pelo Reino Unido e pela França, tornando-se independente em 1980. Localizada na Oceania, o território de Vanuatu é formado por 83 ilhas que ocupam o arquipélago das Nova Hébridas. O país não possui fronteiras terrestres e as nações mais próximas são as Ilhas Salomão ao norte, e Fiji a leste.
  Situado em uma zona de convergência entre placas tectônicas, Vanuatu é frequentemente atingido por erupções, terremotos e tsunamis.
  Em 1887, franceses e britânicos iniciaram a colonização do arquipélago das Novas Hébridas, que conquistou a independência em 1980, adotando a nomenclatura atual - Vanuatu. Desde então, o país passou a integrar a Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth). As heranças do processo de colonização estão presentes nos idiomas oficiais do país: inglês, francês e bislama, que é uma adaptação regional do inglês. Além dessas três línguas oficiais, existem mais de cem dialetos tribais.
Localização de Vanuatu na Oceania
HISTÓRIA
  A pré-história de Vanuatu é um pouco incerta. A teoria mais aceita, baseia-se em evidências arqueológicas de que povos que falavam línguas austronésias habitaram as ilhas entre 4.000 e 6.000 anos atrás. Fragmentos de cerâmica encontrados datam de 1.300 a.C.
  A primeira ilha de Vanuatu descoberta pelos europeus foi a ilha de Espírito Santo, em 1606, quando o explorador português Pedro Fernandes de Queirós avistou-a e pensou tratar-se de um continente do sul. Os europeus retornaram às ilhas em 1678, quando o explorador francês Louis Antoine de Bougainville redescobriu as ilhas. Em 1774, o capitão inglês James Cook, nomeou as ilhas de Novas Hébridas, nome que permaneceu até a independência do arquipélago.
  Em 1825, o comerciante francês Peter Dillon descobriu madeira de sândalo na ilha e Erromango, iniciando uma corrida que terminou em 1830 após um confronto entre trabalhadores imigrantes polinésios e melanésios autóctones.
Lenakel - com uma população de 2.826 habitantes (estimativa 2016) é a quarta maior cidade de Vanuatu
  Durante a década de 1860, fazendeiros da Austrália, de Fiji, da Nova Caledônia e de Samoa, que necessitavam de mão de obra, incentivaram o comércio de trabalhadores, que foram contratados por um longo tempo, chamado de "blackbirding" ("pássaro preto", em português). No auge do blackbirding, mais da metade da população adulta masculina das ilhas foram trabalhar no exterior.
  No século XIX, missionários católicos e protestantes chegaram às ilhas, além de colonos em busca de terra para as plantações de algodão. Quando os preços do algodão entraram em colapso no mercado mundial, esse cultivo foi substituído por plantações de café, cacau, banana e, principalmente, por coco.
  Inicialmente, súditos britânicos da Austrália formaram a maioria dos colonos que chegaram às ilhas, mas a criação da Companhia Caledônia das Novas Hébridas, em 1882, fez com que a maioria da população passasse a ser de colonos franceses.
  Os interesses de franceses e britânicos pelas ilhas provocou uma disputa entre os dois países, que desejavam anexar este território. Em 1906, França e Reino Unido concordaram em administrar conjuntamente as ilhas. Chamado de Condomínio Franco-Britânico, era uma forma única de governo, com distintos sistemas governamentais que se reuniram em um tribunal comum. Melanésios foram impedidos de adquirir a cidadania tanto britânica quanto francesa. No início dos anos 1940, vários protestos foram realizados contra essa forma de governo.
Isangel - com uma população de 2.741 habitantes (estimativa 2016) é a quinta maior cidade de Vanuatu

  Durante a Segunda Guerra Mundial, a chegada de norte-americanos, com sua conduta informal e relativa riqueza, promoveu a ascensão do nacionalismo nas ilhas. A crença em uma figura mística messiânica chamada John Frum era a base para um culto à carga indígena (um movimento para tentar obter bens industriais através da magia), que prometia a libertação da Melanésia. Atualmente, John Frum é uma religião e um partido político com um membro no Parlamento de Vanuatu.
  O primeiro partido político foi estabelecido no início de 1970 e, originalmente, chamava-se Partido Nacional das Novas Hébridas, que teve como um dos fundadores o padre Walter Lini, que mais tarde se tornou primeiro-ministro. Renomeado Pati Vanua'aku em 1974, o partido iniciou o movimento pela independência. Em 1980, em meio a uma breve guerra civil, chamada de Guerra do Coco, foi criada a República de Vanuatu.
  Durante a década de 1990, ocorreu uma instabilidade política, resultando em um governo mais descentralizado. Em 1996, o Vanuatu Mobile Force, um grupo paramilitar local, tentou dar um golpe de Estado por causa de uma disputa salarial. Houve denúncias de corrupção no governo do presidente Maxime Carlot Korman. Em novembro de 1997, o presidente Jean Marie Leye dissolveu o Parlamento. Em 14 de março de 2015, o arquipélago foi devastado pelo ciclone Pam, que causou dezenas de mortes.
Parte de Porto Vila após a passagem do ciclone Pam, em 2015
GEOGRAFIA
  Vanuatu é um arquipélago composto por 83 ilhas relativamente pequenas, das quais duas - Matthew e Hunter - são reclamadas pelo departamento francês de Nova Caledônia. Geologicamente recentes, as ilhas são de origem vulcânicas, espalhadas a uma distância de 1.300 km no sentido norte-sul. O ponto mais elevado de Vanuatu é o Monte Rabwemasana, localizado na ilha de Espírito Santo, com uma altitude de 1.879 metros.
  A maioria das ilhas de Vanuatu são íngremes, com solos instáveis e com pouca reserva permanente de água doce. As terras também são, em sua maioria, impróprias para a agricultura. O litoral é geralmente rochoso, com recifes de franja e sem plataforma continental.
Monte Rabwemasana - ponto culminante de Vanuatu
  Existem vários vulcões ativos em Vanuatu, destacando-se o Monte Yasur, o vulcão acessível mais ativo do mundo, bem como o Lopevi e vários outros vulcões submarinos. A atividade vulcânica é comum, sendo constante a ocorrência de erupções. Uma erupção submarina bem recente ocorreu em novembro de 2008, com uma magnitude de 6,4 graus, mas não houve vítimas.
  Vanuatu é reconhecido como uma distinta eco-região terrestre, conhecida pelas suas florestas tropicais. É parte da ecozona da Austrália, que inclui Nova Caledônia, Ilhas Salomão, Austrália, Papua Nova Guiné e Nova Zelândia.
Monte Yasur em atividade em 2006
  A população crescente de Vanuatu está aumentando a pressão sobre os recursos naturais locais por causa da agricultura, do pastoreio, da caça e da pesca. Cerca de 90% da população vanuatuense consome peixe, o que causou intensa pesca perto das aldeias e o esgotamento das espécies de peixes perto da costa.
  O clima de Vanuatu é quente e chuvoso - tropical no norte e subtropical no sul. A estação chuvosa vai de novembro a abril, mas súbitos aguaceiros podem acontecer em qualquer época do ano.
Paisagem de Vanuatu
  Embora bem florestada, a maioria das ilhas já mostram sinais de desmatamento. Eles têm sido registrado (especialmente de madeira de maior valor) em grande escala decorrente do corte e queima para a agricultura, convertidos em plantações de coco e em criações de gado, e mostram sinais de aumento da erosão do solo e deslizamentos de terra.
  A água doce é cada vez mais escassa e as bacias de terra firme estão sendo desmatadas e degradadas. Outra questão ambiental refere-se a disposição inadequada dos resíduos sólidos e a poluição. A falta de oportunidades de emprego nas indústrias e nas áreas urbanas e a inacessibilidade aos mercados contribuem para aumentar a pobreza no país.
Sola - com uma população de 2.419 habitantes (estimativa 2016) é a sexta maior cidade de Vanuatu
POPULAÇÃO
  Apesar de apresentar alguns problemas socioeconômicos, os habitantes de Vanuatu são considerados os mais felizes do mundo. Um dos principais motivos para esse feito são as belezas naturais que o país abriga. Essa constatação ocorreu em 2006, quando uma Organização Não Governamental do Reino Unido pesquisou o nível de felicidade da população em 178 país, e os vanuatuenses lideraram o ranking.
  Cerca de 92% da população de Vanuatu é composta por nivanuatus (um grupo melanésio), 6% é composto por outros grupos melanésios e 2% é formada por europeus e/ou outros grupos.
  Existem três idiomas oficiais em Vanuatu: o inglês, o francês e o bislama (um idioma crioulo que evoluiu do inglês), além de mais de 100 línguas faladas nas ilhas.
  O cristianismo é a religião predominante, que está dividido em várias denominações. A Igreja Presbiteriana é a maior delas, que abarca um terço da população.
Saramatha - com uma população de 2.323 habitantes (estimativa 2016) é a sétima maior cidade de Vanuatu
CULTURA
  A ilha de Tanna está povoada completamente por melanésios, que seguem um tipo de vida mais tradicional que os de muitas outras ilhas. Em algumas das aldeias a cultura é conhecida como kastom (do inglês custom, costume), onde estão proibidos os inventos modernos. Os homens usam kotekas (pênis bainha, tradicionalmente usadas pelos nativos do sexo masculino para cobrir seus órgãos genitais) e camisas de grama, e os meninos não vão à escola. Os vanuatuenses amam o seu país e desejam que os visitantes o desfrutem ao máximo.
Vanuatuenses usando koteka
  O príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth, é um deus no sul do Pacífico. A tribo Yaohnanen, de Vanuatu, acredita que o príncipe é um ser divino, filho de um espírito da montanha que viajou pelos mares para um lugar distante, se casou com uma mulher poderosa, e retornará à sua terra um dia.
  Existe um movimento do tipo "culto a produtos", onde as tribos se focam na obtenção de bens materiais trazidos das nações industrializadas. Eles vêem esses materiais avançados como tendo sido criados por espíritos ou ancestrais para eles, e que foram injustamente "apreendidos" por outras nações. A maioria desses cultos a produtos foram iniciados durante a Segunda Guerra Mundial, quando grandes quantidades de mercadorias eram trazidas pelos militares para a região. Quando a guerra terminou e as bases se fecharam, as entregas acabaram, fazendo com que os nativos criassem falsos aeroportos e equipamentos de rádio com cocos, na esperança de atrair mais entregas, imitando o que tinham visto. Assim, quando o casal real fez uma visita oficial a Vanuatu em 1974 (levando presentes), a lenda do príncipe Philip cresceu mais ainda.
Vídeo sobre Vanuatu
ECONOMIA
  A economia de Vanuatu está baseada principalmente na agricultura de subsistência ou de pequena escala, que emprega cerca de 65% da população economicamente ativa. A pesca, os serviços financeiros de bancos estrangeiros e o turismo, são outras importantes fontes de renda. Não há no país reservas minerais e os derivados de petróleo vem de outros países, principalmente da Austrália.
Lorevilko com uma população de 2.210 habitantes (estimativa 2016) é a oitava maior cidade de Vanuatu
  O desenvolvimento econômico de Vanuatu depende exportações. O país é prejudicado devido à vulnerabilidade aos desastres ambientais e as longas distâncias entre os principais mercados e as ilhas.
Lakatoro - com uma população de 1.854 habitantes (estimativa 2016) é a nona maior cidade de Vanuatu
ALGUNS DADOS DE VANUATU
NOME: República de Vanuatu
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido e da França, em 30 de julho de 1980
CAPITAL: Porto Vila
Centro de Porto Vila
GENTÍLICO: vanuatuano, vanuatuense
LÍNGUA OFICIAL: bislama, inglês e francês
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: Oceania (Melanésia)
ÁREA: 12.189 km² (158º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2016): 270.950 habitantes (189°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 22,22 hab./km² (160°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - Estimativa 2015): 2,38% (37°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2016):
Porto Vila: 47.598 habitantes
Porto Vila - capital e maior cidade de Vanuatu
Luganville: 21.235 habitantes
Luganville - segunda maior cidade de Vanuatu
Norsup: 5.633 habitantes
Norsup - terceira maior cidade de Vanuatu
PIB (FMI - 2015): US$ 765 milhões (178º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2015): US$ 3.081,00 (123°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2015): 0,594 (134°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2015): 72,4 anos (118º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2015): 22,35/mil (86º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2015): 7,82/mil (109º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2015): 49,45/mil (174°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2015): 3,25 filhos/mulher (49º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 74,0% (167°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 74,2% (166°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Vatu
RELIGIÃO: cristianismo (92,8%, sendo 51,6% de protestantes, 17,1% de anglicanos, 14,4% de católicos, 9,7% de outras religiões cristãs), crenças tradicionais (3,5%), outras religiões (3,1%), sem religião ou ateus (0,6%).
DIVISÃO: Vanuatu está dividido em seis províncias, que são: Malampa, Penama, Sanma, Shefa, Tafea e Torba.
Mapa de Vanuatu
REFERÊNCIA: Adas, Melhem
Expedições geográficas / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2015.

sexta-feira, 17 de junho de 2016

A REPÚBLICA DA GUATEMALA: BERÇO DA CIVILIZAÇÃO MAIA

  No século XVI, os espanhóis dominaram o trecho continental da América Central, que passou a fazer parte de uma capitania criada por esses colonizadores - a Capitania Geral da Guatemala. Em 1821, essa capitania declarou sua independência.
  A Guatemala, em cujas terras, no passado, viviam os maias, foi integrada ao México em 1822, mas no ano seguinte tornou-se independente e passou a fazer parte das Províncias Unidas del Centro de América. Em 1838, o país deixou as Províncias e declarou-se novamente independente.
  A Guatemala é a nação mais populosa da América Central. O país dispõe de uma grande variedade de biodiversidade, com um grande número de espécies endêmicas.
Mapa com a localização da Guatemala
HISTÓRIA
  Acredita-se que o topônimo "Guatemala" derive da palavra indígena "Quhatezmalha", que significa "montanha que verte água", em alusão ao vulcão Aqua, que destruiu a Cidade Velha (Santiago de los Caballeros), primeira capital espanhola da capitania geral.
  Na Pré-história, a atual Guatemala esteve culturalmente ligada à península de Yucatán, e testemunhou a ascensão das civilizações pré-maia e maia. Foram nas suas planícies centrais e do norte que ergueram as grandes e clássicas cidades maias de Tikal, Uaxactún, Altar de Sacrifícios, Piedras Negras, Yaxhá e Seibal.
  A Guatemala é o berço da civilização maia, cujo centro era a região de Petén, o que justifica as características únicas da cultura guatemalteca no quadro da cultura centro-americana.
  Entre os séculos VII e XII, quando os astecas estenderam seu domínio até a Guatemala, os maias migraram para Yucatán. Posteriormente, nova migração os conduziu a Petén. De 2.500 a.C. até os séculos X d.C., os maias viveram uma era florescente, entrando depois em declínio até serem subjugados pelo conquistador espanhol Pedro de Alvarado, em 1523.
Ruínas de Tikal - Guatemala. Tikal era a maior cidade maia
  Quando chegaram ao território que atualmente faz parte da Guatemala, os espanhóis o encontraram povoado pelos maias-quichés, cachiqueles e tzuloiles. A civilização maia já tinha entrado em declínio, e a tecnologia utilizada pelos povos que habitavam a Guatemala era atrasada, com grande estagnação cultural. Assim como outros povos ameríndios, os nativos da época ainda não tinham descoberto o uso da roda e seus instrumentos de armas eram de pedra e madeira. A conquista definitiva do território guatemalteco ocorreu em 1544.
  Em 1570, foi criada a Audiência (alta corte que exercia um papel político) da Guatemala, mais tarde capitania geral, dependente do vice-reino da Nova Espanha (depois México). A capitania Geral da Guatemala abrangia toda América Central, desde Chiapas (no sul do México) até a Costa Rica.
Império Maia
  Durante o século XVIII, piratas e comerciantes ingleses exploravam a madeira da Costa dos Mosquitos, autorizados pelo Tratado de Paris, em 1763, concessão que culminou com a incorporação de Belize à coroa britânica, em 1862. A capital, também chamada da Guatemala, foi destruída por um terremoto em 1773. Suas ruínas formam a Antiga Guatemala, ou Antígua. A construção da nova Guatemala foi autorizada em 1775.
  As conspirações anteriores ao movimento de 15 de setembro de 1821, não tiveram grande importância. Depois de três séculos de domínio espanhol, marcado pelo fraco desenvolvimento comercial, esse movimento levou à proclamação da independência da Guatemala, sendo formada uma federação que incluía todos os territórios da antiga Capitania Geral da Guatemala, exceto Chiapas, anexada pelo México. A independência contou com a adesão dos monarquistas da colônia, fortes opositores do regime liberal instaurado na Espanha pela revolução de 1820.
Ruínas da Antígua Guatemala
  Após um conturbado processo político, que incluiu a tentativa de as unidades políticas da extinta capitania se unirem ao México, estas constituíram, em 1823, uma república federativa denominada Províncias Unidas da América Central. Em 1838, em função de divergências internas, a república foi dissolvida, dando origem a cinco países independentes: Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica.
  Depois de declarar sua independência, esses países enfrentaram grande instabilidade política, o que levou à implantação de sangrentas ditaduras ao longo do século XX.
  O colapso da federação foi resultado de uma forte oposição liderada pelo general conservador Rafael Carrera, o qual, à frente de um exército popular, assumiu o poder em 1838. Eleito presidente em 1844, promulgou a independência do país em 21 de março de 1847 e governou autoritariamente até a sua morte, em 1865.
Pirâmide Maia - Guatemala
  Em 1859, Carrera firmou com o Reino Unido um tratado que definiu os limites com as Honduras Britânicas (atual Belize). Em 1871, teve início uma revolução que derrubou o governo e iniciou um período liberal que se manteve, com breves interrupções, até 1944.
  O governo de Justo Rufino Barrios (1873-1885) foi marcado pela política anticlerical e de desenvolvimento econômico, baseada no investimento em grandes propriedades produtoras de café. Sua política social, porém, foi prejudicial aos indígenas, que ficaram subordinados a um regime de trabalho quase servil. Ardoroso defensor da união centro-americana, Rufino tentou obtê-la a força, invadindo El Salvador. Morreu na Batalha de Chalchuapa, em 1885. Após a morte de Rufino, seguiram-se governos autoritários e grandes instabilidades políticas até 1931.
Petapa - com uma população de 159.094 habitantes (estimativa 2016) é a quarta maior cidade da Guatemala
  Por intermédio da United Fruit Company, instalada no país em 1901, os Estados Unidos exerceram forte influência sobre o país.
  Em 1930, os efeitos da depressão econômica e as acusações de corrupção contra o governo guatamalteco, derrubaram o governo de Lázaro Chacón. Em seu lugar, foi nomeado o general Jorge Ubico Castañeda, em 1931.
  Castañeda era um político populista, alcançando alguns êxitos notáveis em relação à economia guatemalteca, como a recuperação da depressão de 1930 e o primeiro superávit nas contas do país. No entanto, quem mais se beneficiou foi a empresa norte-americana United Fruit Company e a oligarquia nacional.
  A rigidez do seu regime fez com que Jorge Ubico fosse obrigado a renunciar em consequência de uma greve geral, em 1944, pondo um ponto final às ditaduras militares. Os trabalhadores organizaram-se em sindicatos e formaram-se partidos políticos.
  Em 1944, Juan José Arévalo, à frente de uma coligação democrático-liberal, foi eleito para a presidência, assumindo em 1945. Em sua administração, promulgou-se uma nova Constituição e instituiu-se um quadro de reformas políticas e sociais que favoreciam os trabalhadores urbanos e os camponeses, retirando poderes dos grandes latifundiários e dos militares.
San Juan Sacatepequez - com uma população de 153.955 habitantes (estimativa 2016) é a quinta maior cidade da Guatemala
  Em 1945, a Guatemala renovou as suas reclamações sobre as Honduras Britânicas (Belize), um tema pendente desde a formação da república. O conflito agravou-se em 1948, quando unidades da Marinha Britânica foram enviadas ao porto da cidade de Belize a fim de impedir uma suposta invasão guatemalteca. A Guatemala fez um protesto dirigido às Nações Unidas e à União Pan-americana e fechou a sua fronteira com as Honduras Britânicas.
  Nas eleições gerais de 1950, saiu vitorioso o coronel Jacobo Arbenz Guzmán, apoiado por uma coalizão de partidos de esquerda, tendo continuado a política de reformas sociais de seu antecessor. O Congresso Nacional aprovou uma lei de reforma agrária que estabeleceu a divisão das terras não cultivadas a trabalhadores sem terra, afetando a United Fruit Company.
Quetzaltenango - com uma população de 148.719 habitantes (estimativa 2016) é a sexta maior cidade da Guatemala
  Em 1954, os Estados Unidos forneceram armas e apoio estratégico aos partidários de Castillo Armas, do Exército de Libertação, que derrubou o governo de Jacobo Arbenz Guzmán. O Exército de Libertação era formado por políticos exilados treinados e apoiados pelos Estados Unidos, através da CIA (Agência Central de Inteligência).
  Castillo Armas foi nomeado presidente provisório e seu mandato foi ratificado mediante um plebiscito nacional. Paralelamente, a assembleia constituinte redigiu uma nova Constituição. Em 1957, Castillo Armas foi assassinado e uma junta militar passou a administrar provisoriamente o país. No dia 2 de março de 1958, Miguel Ydígoras Fuentes foi nomeado pelo Congresso como presidente, sendo derrubado pelo seu ministro de Defesa, o general Enrique Peralta Azurdia, em março de 1963.
  Em 1966, ocorreu uma eleição pacífica, elegendo-se presidente o líder do Partido Revolucionário, Júlio César Méndez Montenegro, que tinha como principal objetivo administrar de forma moderada. Porém, devido a ação dos militares, ele não conseguiu pôr em prática suas ações.
Villa Canales - com uma população de 137.431 habitantes (estimativa 2016) é a sétima maior cidade da Guatemala
  Em 1970, foi eleito Carlos Arana Osorio, que impôs uma política de extinção de todos os opositores, tanto de partidos políticos quanto das guerrilhas rural e urbana. Nas eleições de 1974 e 1978 foram eleitos, respectivamente, os generais Kjell Laugerud García e Romeu Lucas García.
  A descoberta de reservas petrolíferas no final da década de 1970, no norte da Guatemala, resultou numa crise entre a Guatemala e as Honduras Britânicas, pois acreditava-se que as reservas se estendiam para a colônia inglesa. Em setembro de 1981, a Inglaterra concedeu a independência das Honduras Britânicas, que passou a se chamar Belize, sob os protestos da Guatemala, que só abdicaria das suas pretensões sobre o Belize em setembro de 1991. Esta descoberta serviu também de pretexto para o governo guatemalteco iniciar um movimento repressivo sobre os índios do Norte do território, provocando, não só o êxodo para o México, como também uma adesão às guerrilhas sem precedentes.
Escuintla - com uma população de 128.894 habitantes (estimativa 2016) é a oitava maior cidade da Guatemala
  Em 1983, o general Óscar Mejía Victores tomou o poder, prometendo redemocratizar o país. Em 1984, realizaram-se eleições para a Assembleia Constituinte e, em dezembro de 1985, na sequência da aprovação em março de uma nova Constituição, foi eleito presidente o civil democrata-cristão Marco Vinicio Cerezo Arévalo.
  A partir de 1987, a Guatemala integrou o esforço de paz na América Central (acordos assinados em 1987 e 1989 com a Costa Rica, Honduras, Nicarágua e El Salvador). Contudo, em vez de apaziguar o país, Cerezo promoveu o ressurgimento dos esquadrões da morte (muito ativos durante as presidências militares), o que provocou a formação, por parte das várias guerrilhas, da União Revolucionária Nacional da Guatemala (URNG). Cerezo também enfrentou várias tentativas de golpe de Estado.
Chinautla - com uma população de 109.289 habitantes (estimativa 2016) é a nona maior cidade da Guatemala
  Nas eleições de 1991, o evangélico Jorge Serrano Elías, dirigente do Movimento de Ação Solidária (de centro-direita), foi eleito para a presidência e estabeleceu um diálogo com a URNG. Esta iniciativa causou reações violentas por parte da ala direita, através de ações perpetradas pelos esquadrões da morte.
  Em 1993, Serrano anunciou um golpe de Estado, dissolveu o Congresso e a Corte Suprema e suspendeu a Constituição, mas a pressão popular fez com que o exército retirasse o apoio a ele, que teve que renunciar. Seu vice, Gustavo Espina, caiu logo em seguida. Em junho, o Congresso elegeu para a presidência Ramiro de León Carpio, advogado dos direitos humanos que tinha se destacado por suas denúncias sobre a violência institucional.
  Carpio instaurou várias reformas constitucionais, que limitaram o mandato presidencial a quatro anos, estabeleceu negociações com a guerrilha e apoiou a criação de uma comissão para limitar a responsabilidade sobre a violência institucional, que tinha provocado a morte de mais de 100 mil pessoas, além de 50 mil desaparecidos.
Chimaltenango - com uma população de 92.641 habitantes (estimativa 2016) é a décima maior cidade da Guatemala
  Apesar da assinatura dos acordo de paz entre o Governo e a URNG em 1993, a instabilidade política e social continuou a marcar o cotidiano da Guatemala, tornando impotentes os esforços do presidente Carpio no estabelecimento de uma democracia sólida no país.
  Em março de 1994, ocorreu o espancamento de uma cidadã norte-americana que foi acusada de tráfico infantil e levada a cabo por milícias populares. Este episódio, que acarretou em enormes prejuízos econômicos ao provocar o cancelamento de visitas turísticas, surgiu no momento em que os militares tentavam intervir cada vez mais na política guatemalteca, gerando especulações sobre um possível envolvimento militar no país.
Vídeo sobre a Guatemala
GEOGRAFIA
  A Guatemala é um país da América Central Continental, limitado a norte e a noroeste com o México, a leste com Belize e com o Golfo de Honduras, a sudeste com Honduras, a sudoeste com El Salvador e a oeste com o Oceano Pacífico. Com exceção das áreas perto do litoral, a Guatemala é um país montanhoso. Com uma área de 108.299 km², é o quarto maior país da América Central (sendo superado apenas por pela Nicarágua, por Honduras e por Cuba).
  Apesar de possuir um território pequeno, a Guatemala possui uma grande variedade de climas devido ao seu terreno montanhoso, que vai desde o nível do mar até mais de 4 mil metros. O ponto culminante do país é o monte Tajumulco, com 4.210 metros.
Vulcão Tajumulco - ponto culminante da Guatemala
  Diversos ecossistemas estão presentes na Guatemala, que varia desde os manguezais do Pacífico até as florestas das altas montanhas. A abundância de áreas biologicamente significativas e exclusivas da Guatemala contribui para a classificação do país como um hotspot de biodiversidade.
  Assim como os outros países centro-americanos, a Guatemala possui diversos lagos, cadeias de montanhas - que são um prolongamento da Sierra Madre mexicana - e grandes vulcões ativos, como o Tajumulco e o Tacaná, segundo ponto mais alto do país, com uma altitude de 4.093 metros.
  Ao sul e a leste do país as altitudes são menores. O Vale Motagua, na planície de El Petén, é um dos principais campos fósseis de dinossauros. É também a região mais fértil do país e onde se concentram as principais atividades econômicas, com destaque para o cultivo do milho e da banana. Na região próxima ao Pacífico, as plantações de cana-de-açúcar e café são as mais importantes.
  A temperatura é quente nas planícies e fria nas montanhas. No litoral do Pacífico, o clima é o tropical e na costa do Caribe as temperaturas chegam a registrar os 38ºC durante o verão. Na planície de El Petén, a umidade varia de acordo com a época do ano.
  O Canal da Guatemala é um corredor artificial de navios em construção, que pretende ligar o Oceano Atlântico (através do Mar do Caribe) ao Oceano Pacífico.
Paisagem da Guatemala
POPULAÇÃO
  A Guatemala é o país mais populoso da América Central, possuindo, segundo estimativas para 2016, uma população de 16.657.568 habitantes.
  De acordo com o censo de 2010, cerca de 41% da população da Guatemala é formada por mestiços; os brancos de ascendência europeia, sobretudo alemã, representam 18,5%; os ameríndios, descendentes dos maias, constituem 38,9% da população; 1,6% é formada por outras raças, como chineses e negros.
  A pirâmide etária da Guatemala é muito semelhante à dos demais países centro-americanos. Sua base é larga, o que demonstra o predomínio de jovens na população.
Pirâmide etária da Guatemala
  Embora a língua oficial seja o espanhol, ela não é universalmente compreendida entre a população indígena: ainda são faladas várias línguas maias, em especial em áreas rurais. 
  Um número significativo de guatemaltecos vivem fora do seu país. A maioria estão nos Estados Unidos. A emigração para os Estados Unidos levou à formação de comunidades da Guatemala na Califórnia, em Delaware, na Flórida, em Illinois, em Nova York, em Nova Jersey, no Texas, em Rhode Island e em outros estados norte-americanos a partir de 1970.
  De acordo com o CIA World Factbook, os mestiços e europeus compõem 59,5% da população. Os principais grupos ameríndios, em sua maioria povos maias, têm a seguinte participação: quichés (9,1%), kaqchikel (8,4%), mam (7,9%) q'eqchi (6,3%).
Descendentes maias
CULTURA
  Na cultura da Guatemala, assim como de vários países latino-americanos, verifica-se o predomínio cultural dos indígenas, visto que a maioria da população descende desse grupo.
  A Guatemala, berço da civilização maia, tem uma cultura gastronômica rica, variada e bastante antiga. Na culinária cotidiana da Guatemala, destaca-se o milho. Tortilhas, tamalintas, pishtones, tacos, enchiladas, chuchitos, entre outros, são produtos que têm o milho como ingrediente principal.
  No território guatemalteco se encontram alguns dos mais remotos vestígios da civilização maia, cujas fases são conhecidas graças às estelas de pedra, usadas para medir o tempo. A primeira foi encontrada em Uaxactún e data do ano 328 d.C. Outros centros com ruínas maias são Quirigua e Yaxchilán.
Ruínas de Quirigua - Guatemala
  Na arquitetura colonial predominou o barroco espanhol com elementos indígenas. As ruínas de Antígua Guatemala retrata esse estilo.
  Na literatura guatemalteca, a figura de maior destaque nas letras é Miguel Ángel Asturias, que recebeu, em 1967, o Prêmio Nobel de Literatura. Seu interesse pelas raízes do povo se expressa em todas as suas obras, com frequentes alusões a mitos indígenas.
Vídeo sobre um pouco da cultura da Guatemala
ECONOMIA
  A agricultura guatemalteca está baseada no cultivo de produtos tropicais, com destaque para o café, a banana e a cana-de-açúcar. Esses produtos são os principais itens de exportação do país. O país é o nono maior produtor mundial de café. O milho é o produto mais importante do país em termos de consumo interno, e vem sendo cultivado desde os tempos da civilização maia.
  Nos últimos anos o país recebeu novos investimentos no setor de produção de açúcar e álcool, o que pode aumentar a sua presença no mercado internacional desses produtos.
  Devido abrigar grande parte das ruínas arqueológicas de origem maia, a Guatemala vem recebendo um número cada vez maior de turistas a cada ano.
  A economia guatemalteca é dominada pelo setor privado, que gera cerca de 85% do PIB nacional. A maioria das indústrias é de fabricação e montagem de luz e de processamento de alimentos, voltado para o uso doméstico e, em sua maior parte, destinada ao exterior, principalmente dos Estados Unidos.
Plantação de café na Guatemala
ALGUNS DADOS DA GUATEMALA
NOME: República da Guatemala
INDEPENDÊNCIA: da Espanha
Declarada: 15 de setembro de 1821
Promulgada: 21 de março de 1847
CAPITAL: Cidade da Guatemala
Cidade da Guatemala - capital da Guatemala
GENTÍLICO: guatemalteco (a), guatemalense, guatemalês (esa)
LÍNGUA OFICIAL: espanhol
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: América Central Continental ou Ístmica
ÁREA: 108.899 km² (105º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2016): 16.657.568 habitantes (67°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 152,96 hab./km² (50°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - Estimativa 2015): 2,47% (31°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2016):
Cidade da Guatemala: 1.119.006 habitantes
Cidade da Guatemala - capital e maior cidade da Guatemala
Mixco: 532.073 habitantes
Mixco - segunda maior cidade da Guatemala
Villa Nueva: 457.561 habitantes
Villa Nueva - terceira maior cidade da Guatemala
PIB (FMI - 2015): US$ 63,911 bilhões (70º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2015): US$ 3.512,00 (114°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2015): 0,627 (128°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2015): 70,27 anos (115º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2015): 29,09/mil (54º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2015): 5,2/mil (170º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2015): 27,84/mil (147°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2015): 2,9 filhos/mulher (57º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 69,1% (179°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 49,7% (116°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Quetzal
RELIGIÃO: católicos romanos (52,7%), protestantes (30,4%), sem religião (12,9%), outras religiões (4%).
Catedral na Cidade da Guatemala
DIVISÃO: a Guatemala está dividida em 22 departamentos, que são (os números em negrito correspondem aos números no mapa): 1. Alta Verapaz 2. Baja Verapaz 3. Chimaltenango 4. Chiquimula 5. El Petén 6. El Progreso 7. El Quiché 8. Escuintla 9. Guatemala 10. Huehuetenango 11. Izabal 12. Jalapa 13. Jutiapac 14. Quetzaltenango 15. Retalhuleu 16. Sacatepéquez 17. San Marcos 18. Santa Rosa 19. Sololá 20. Suchitepéquez 21. Totonicapán 22. Zacap.
Mapa da divisão administrativa da Guatemala
REFERÊNCIAS: Adas, Melhem
Expedições geográficas / Melhem Adas, Sérgio Adas. - 2. ed. - São Paulo: Moderna, 2015.

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