terça-feira, 25 de abril de 2017

ARÁBIA SAUDITA: O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL DE PETRÓLEO

  A Arábia Saudita é o maior país do Oriente Médio, com 2.149.690 km², constituindo a maior parte da Península Arábica. Com a segunda maior reserva de petróleo e a sexta maior reserva de gás natural do mundo, a Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo e um dos mais poderosos do mundo, além de ser uma grande potência regional. O país é membro do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo Pérsico, da Organização da Conferência Islâmica, do G20 e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Mapa da Arábia Saudita
GEOGRAFIA
  A Península Arábica é uma região desértica, com poucas áreas propícias ao estabelecimento de núcleos de povoamento permanente (oásis e áreas litorâneas).
  A Península Arábica era, há muito tempo, conectada com o Norte da África. Nessa época, o Mar Vermelho não existia e, sob o ponto de vista físico, apresentava algumas similaridades com a atual região, dentre elas, a predominância do clima desértico. Isso é possível constatar pela presença do deserto da Arábia.
  Habitada historicamente por povos árabes, a Península Arábica compreende hoje Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos e Catar. Tais países se destacam pela produção de petróleo e, em contrapartida, pela escassez de água e solos disponíveis para a agricultura.
Caravana de viajantes e camelos no Deserto da Arábia
  O clima da Arábia Saudita é predominantemente desértico, com grande amplitude térmica diária, possuindo verões bastante quentes e secos e invernos suaves na costa e seco no interior. É frequente no país a ocorrência de tempestades de areia e poeira. O país conta também com oásis férteis e regiões de pastos. A região de Asir, localizada no sudoeste do país, é influenciada pelas monções do Oceano Índico, que geralmente acontecem entre outubro e março. Uma média de 300 milímetros de chuvas ocorre durante este período, que representa cerca de 60% da precipitação anual.
Paisagem do deserto da Arábia
  Na maior parte do país, a vegetação limita-se a ervas e arbustos. A tamareira é uma árvore típica do país, sendo encontrada principalmente nas áreas de oásis. A fauna saudita é composta por lobos, hienas, babuínos, gazelas, órix (um tipo de antílope), camelos e leopardos, dentre outros animais, principalmente de pequeno porte que habitam o deserto. Animais selvagens como o órix, têm sido exterminados por empresas de caça sauditas que recorrem ao uso de metralhadoras. A área costeira do mar Vermelho, em especial os recifes de coral, possui uma fauna marítima bastante rica.
  A principal característica topográfica da Arábia Saudita é o Planalto Central, que se eleva abruptamente do Mar Vermelho e desce gradualmente para o Néjede (região central da Península Arábica) e para o Golfo Pérsico. Na costa do Mar Vermelho há uma estreita planície costeira, conhecida como Tihamar. A província sudoeste de Asir é montanhosa e nela encontra-se o ponto culminante do país, o monte Jabal Sawda, com 3.133 metros.
Jabal Sawda - ponto culminante da Arábia Saudita
  Praticamente não há rios ou lagos no país, mas há numerosos uádis (leito seco de rio no qual as águas correm apenas na estação das chuvas). As poucas áreas férteis são encontradas nos depósitos aluviais em uádis, bacias ou oásis. Desertificação, esgotamento dos recursos aquáticos subterrâneos, a falta de rios ou lençóis permanentes de água doce levou à construção de grandes instalações de dessalinização da água do mar. Os constantes derrames de petróleo são responsáveis pela poluição costeira.
Uádi no deserto da Arábia - Arábia Saudita
  As fronteiras com a Jordânia, o Iraque e o Kuwait foram estabelecidas por uma série de tratados negociados nos anos 1920, que criaram duas "zonas neutras" - uma com o Iraque e outra com o Kuwait. A zona neutra Kuwait-Arábia Saudita foi administrada conjuntamente em 1971, com cada Estado partilhando igualitariamente os recursos petrolíferos da zona.
  Tentativas de acordo para a partilha da zona neutra Kuwait-Arábia Saudita chegaram a um termo em 1981, sendo finalizadas em 1983. A fronteira sul do país com o Iêmen foi parcialmente definida em 1934 com o Acordo de Taif, pondo fim a uma breve guerra fronteiriça entre os dois Estados. Um tratado adicional assinado em junho de 2000 delineou porções da fronteira entre os dois países. A localização e status da fronteira entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não está finalizada; a fronteira de fato reflete a um acordo de 1974. A fronteira entre a Arábia Saudita e o Catar foi definida em março de 2001.  A fronteira com o Omã ainda não está demarcada.
Peregrinos na cidade de Meca
HISTÓRIA
  Muitos povos têm vivido na península Arábica ao longo de mais de cinco mil anos. A cultura Dilmun, ao longo da costa do Golfo Pérsico, era contemporânea dos sumérios e dos antigos egípcios, e a maior parte dos impérios do mundo antigo estabeleceu trocas comerciais com os estados da península. O território que hoje faz parte da Arábia Saudita foi a pátria dos semitas que, desde o início do quarto milênio a.C., deslocaram-se para a Mesopotâmia e para a Palestina. Os sabeus habitavam o sudoeste dos atuais territórios da Arábia Saudita e do Iêmen por volta de 700 a.C.
  No primeiro milênio a.C., o reino Mineu estava bem estabelecido ao longo da costa do Mar Vermelho; era um povo nômade e pastores. Depois, os nabateus se estabeleceram um pouco mais ao norte. A região foi objeto de luta pela hegemonia entre os etíopes e os persas. A partir do século V, Meca substituiu, em importância, a cidade nabatea de Petra.
Cidade antiga de Petra, Arábia Saudita
  Por volta do século VI, mais de trezentas tribos de origem semita habitavam a região, incluindo as tribos urbanas que habitavam a faixa costeira do Mar Vermelho e do sul da península - área com melhores condições climáticas e maior fertilidade do solo. Essas tribos concentravam-se principalmente em Meca, sua principal cidade, e em Iatreb (atual Medina).
  A importância de Meca era decorrente de seu valor comercial e religioso, uma vez que lá se encontrava a Caaba, santuário em que depositavam as imagens dos diversos ídolos representando os deuses das tribos árabes. A tribo dos coraixitas detinha grande poder e prestígio e controlava a cidade de Meca.
Caaba
  Nascido em 570 e oriundo de uma família humilde da tribo coraixita, Maomé passou a difundir uma nova fé. Seus ensinamentos continham influências judaicas e cristãs e pregavam a existência de um deus único, Alá. Depois da morte de Maomé, os fundamentos de sua crença - denominada de islamismo - foram reunidos em um livro sagrado, o Corão ou Alcorão.
  Maomé condenava a peregrinação das tribos até Meca para idolatrar os vários deuses representados na Caaba. Sentindo-se ameaçados, os coraixitas repudiaram a nova religião e expulsaram Maomé e seus seguidores, os quais se instalaram na cidade vizinha de Iatreb (que teve seu nome mudado para Medina, que significa "cidade do profeta"). Essa fuga caracterizou, em 622, a Hégira, evento que foi tomado como marco do início do calendário muçulmano.
Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca (gravura do século XV)
  Bem recebido em Iatreb, o profeta conseguiu o apoio dos comerciantes locais e a ajuda dos beduínos, que formaram um exército para conquistar Meca. Em pouco tempo, todos os povos árabes da península converteram-se ao islamismo, o que os unificou.
  Após a morte de Maomé, em 632, o esforço de expansão religiosa prosseguiu. Esse empenho é chamado no islamismo de Jihad, que significa a dedicação, a luta por conseguir a fé perfeita em sua própria consciência e na daqueles que ainda não a conhecem. Também foi tida como a "guerra santa" contra os infiéis ou inimigos do islã.
  Conquistada Meca, o Império Islâmico começava a se formar; conduzido pelo poder dos califas, como eram chamados os líderes árabes, ao mesmo tempo chefes religiosos e políticos.
Profeta Maomé orando na Caaba (gravura otomana do século XVI)
  Com a morte de Maomé a discordância eclodiu sobre quem iria sucedê-lo como líder da comunidade muçulmana. Abu Bakr, um companheiro e amigo próximo de Maomé, foi nomeado primeiro califa. Durante a liderança de Abu Bakr, os muçulmanos se expandiram para a Síria, depois de derrotar uma rebelião de tribos árabes em um episódio conhecido como as Guerras Ridda, ou Guerras de Apostasia. Nessa época, o Alcorão foi compilado em um único volume.
  A morte de Bakr, em 634, resultou na sucessão de Umar ibn al-Khattab como califa, seguido por Uthman ibn al-Affan, Ali ibn Abi Talib e Hasan ibn Ali. Os primeiros califas são conhecidos como al-khulafã ar-rashidun (califas bem orientados). No governo deles, o território sob o domínio muçulmano expandiu profundamente em regiões persas e em territórios bizantinos.
  Quando Umar foi assassinado pelos persas em 644, a eleição de Uthman como sucessor foi recebida com uma crescente oposição. Cópias padrão do Alcorão foram distribuídos em todo o Estado islâmico. Em 656, Uthman também foi morto e Ali assumiu o cargo de califa. Após a primeira guerra civil (Primeira Fitna), Ali foi assassinado por carijitas em 661. Após um tratado de paz, Muawiya I chegou ao poder e começou a disnastia Omíada. Ele transferiu a capital de Medina para Damasco, na Síria e a península Arábica começou a perder importância como centro político e religioso do Império.
Mapa da expansão islâmica
  Durante o século VIII, o Império Árabe abarcou à África do Norte, o sul da Espanha, o Afeganistão e o Paquistão. A partir de 750 começou a fragmentar-se em Estados menores. Durante mais de mil anos, muitas tribos guerreiras controlaram as diversas regiões que compõem a maior parte da Arábia. No início do século XVI, os turco-otomanos conquistaram Hejaz e partes de Asir.
  A Dinastia Saud, que em meados do século XV havia dominado uma pequena área ao redor da aldeia de Dariah, ocupou uma posição secundária nas disputas de poder até meados do século XVIII. Nessa época, o governante saudita Muhammad ibn Saud formou uma aliança com o reformador religioso Muhammad ibn Abd al-Wahhab, líder da seita vaabita.
  Ibn Abd al-Wahhab condenava o crescente abandono dos ensinamentos do islamismo na Arábia e pregava a obediência do povo às leis muçulmanas. O movimento vaabita rapidamente tomou conta da maior parte da Arábia. A família Saud ampliou o Estado saudita, assumindo o controle das regiões convertidas ao vaabismo.
Al Hofuf - com uma população de 1.229.807 habitantes (estimativa 2017) é a quinta maior cidade da Arábia Saudita
  No início do século XIX, o governante otomano do Egito atacou o Estado saudita para pôr fim à sua expansão. A família Saud lutou para reconquistar os territórios perdidos nesse conflito e, por volta de 1843, seu exército havia reconquistado a maior parte da Arábia.
  O Reino Unido criou protetorados ao longo das costas sul e leste da Arábia durante o século XIX. Mas os líderes tribais árabes ainda governavam a maior parte da imensa região do interior.
  Depois de 1865, disputas entre clãs provocaram uma guerra civil e o consequente enfraquecimento do poder saudita. Por volta de 1891, a maior parte da Arábia encontrava-se dividida entre os diversos chefes tribais e os otomanos. Abud al-Raman ibn Saud, teve que exilar-se no Kuwait.
Taif - com uma população de 1.142.818 habitantes (estimativa 2017) é a sexta maior cidade da Arábia Saudita
  Em 1902, Abd al-Aziz ibn Saud, filho de Abud, apoiado pelos vaabitas, comandou do Kuwait uma ofensiva e conquistou Riad. Durante os anos que se seguiram, Ibn Saud empenhou-se na conquista do território, anteriormente governado por seus antepassados, e no restabelecimento do movimento vaabita. Em 1932, ele proclamou a união do Reino da Arábia Saudita. Com as divisas do petróleo, desenvolveu um amplo programa de modernização, fortaleceu as relações com outros estados do Oriente Médio e adotou uma política de amizade com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.
Mapa da Arábia Saudita, em 1914
  Em 1953, foi sucedido por Ibn Abdul Aziz Saud, que defendeu a neutralidade árabe na Guerra Fria. Como consequência da nacionalização do Canal de Suez e depois do ataque dos israelitas, britânicos e franceses sobre o Egito em 1956, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com a Grã-Bretanha e com a França, e lhes cortou o suprimento de petróleo. Em 1957, iniciou acordos com os Estados Unidos. As relações com o Egito haviam se deteriorado e, após a revolução do Iêmen, em 1962, rompeu relações diplomáticas, pois o governo egípcio apoiava o novo governo republicano.
  O príncipe Faysal sucedeu no trono a Saud em 1964. Em 1967, diante da intensificação do conflito árabe-israelense, na Guerra dos Seis Dias, o rei manifestou seu apoio ao presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, que enviou soldados para enfrentar Israel.
  Durante a guerra árabe-israelense, em 1973, a Arábia Saudita participou do boicote do petróleo árabe aos Estados Unidos e aos Países Baixos. Como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o país juntou-se a outros países-membros, elevando moderadamente o preço do petróleo, em 1971.
 Em 1975, o rei Faysal foi assassinado e sucedido pelo príncipe Jalid, embora o príncipe herdeiro Fahd ibn Abd al-Aziz tenha tomado o poder.
Imagem de satélite da Arábia Saudita
  O país manteve sua linha conservadora e sua influência na OPEP para manter o incremento do preço do petróleo no mercado internacional. A inflação interna e o difícil cumprimento de programas de desenvolvimento foram problemas contínuos. Em 1977, a Arábia Saudita mostrou-se contra a política conciliadora do presidente egípcio Anwar Al Sadat, colocando-se contra Israel. Depois do Acordo de Camp David, em 1978, entre Israel e Egito, a Arábia Saudita rompeu relações com o Egito em 1979.
  Em junho de 1982, o então rei Khalid faleceu e Fahd tornou-se rei e Primeiro-Ministro numa suave transição. Um outro meio-irmão, o Príncipe Abdalá, comandante da Guarda Nacional Saudita, foi nomeado príncipe herdeiro e principal Primeiro-Ministro. Outro irmão do rei Fahd, o príncipe Sultan, então ministro da Defesa e da Aviação, tornou-se o vice Primeiro-Ministro.
Dammam - com uma população de 1.045.281 habitantes (estimativa 2017) é a sétima maior cidade da Arábia Saudita
  A Arábia Saudita apoiou a navegação neutra no Golfo Pérsico durante a guerra Irã X Iraque e ajudou a economia iraquiana a se erguer após a guerra. O rei Fahd desempenhou um importante papel na realização do cessar fogo entre o Irã e o Iraque, assim como na organização e no fortalecimento do Conselho de Cooperação do Golfo, um grupo de seis países árabes dedicados à implementação da cooperação econômica regional e do desenvolvimento pacífico.
  Em 1990-91, o rei Fahd desempenhou um papel-chave antes e depois da Guerra do Golfo: a Arábia Saudita acolheu a família real kuwaitiana, além de 400.000 refugiados e de permitir que as tropas norte-americanas e aliadas se instalassem em seu território. Forças sauditas lutaram contra o Iraque na Guerra do Golfo.
Caças F-15 ES dos Estados Unidos estacionados na Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo
  Quando o então rei Fahd sofreu um enfarte, em novembro de 1995, seu sucessor, o príncipe-herdeiro Abdallah assumiu o trono, que durou até 22 de janeiro de 2015, quando faleceu. O seu sucessor foi seu meio irmão, Salman bin Abdalazis Al Saud, que depois passou o trono para o seu sobrinho Mohammed bin Nayef.
  Em meados da década de 1990, a situação econômica do país agravou-se. Em primeiro lugar, a era de abundância de dólares tinha chegado ao fim, pois, além da concorrência dos países filiados à OPEP, os países não-filiados passaram a adotar uma política comercial agressiva no mercado mundial de petróleo. Em segundo lugar, os gastos militares realizados durante e depois da Guerra do Golfo geraram um grande déficit fiscal.
  Em 1995, o governo saudita procurou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nessa época, a oposição fundamentalista islâmica realizou alguns atentados terroristas contra as tropas ocidentais no país. A crise econômica do Sudeste Asiático, em 1997, acarretou a redução da demanda de petróleo no mercado mundial, baixando os preços do produto.
  Em 1999, a OPEP adotou diretrizes para diminuir a produção e pressionar o aumento do preço do petróleo. A ação da OPEP, a recuperação econômica dos Tigres Asiáticos e a manutenção do crescimento da economia norte-americana fizeram o consumo do produto aumentar, elevando o preço do barril de petróleo.
Paisagem do deserto da Arábia, na divisa entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes
  Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com o Afeganistão. Mas, apesar de apoiar a luta contra o terror, o país não permitiu que os norte-americanos usassem seu território como base para atacar o Afeganistão.
  A partir de 18 de dezembro de 2010, uma onda revolucionária de manifestações e protestos ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África. Os protestos compartilharam técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por parte dos Estados.
  Na Arábia Saudita, a minoria xiita da região oriental petrolífera implementou uma manifestação pacífica para exigir a libertação de ativistas detidos e contra o autoritarismo do governo. Essa minoria foi às ruas e fez pequenos protestos, sendo sufocados pela própria falta de visibilidade garantida pela censura da monarquia sunita, conhecida por seu conservadorismo.
  Para controlar a rebelião, o governo saudita realizou um pacote de subsídios de 35 bilhões de dólares para a população saudita, além de uma ajuda para os jovens desempregados, empréstimos para habitação e aumentos salariais de 15% para funcionários públicos.
Protestos durante a Primavera Árabe, na Arábia Saudita
ECONOMIA
  A Arábia Saudita é o mais rico dos países da Península Arábica. Possui em seu território, além de grandes reservas de petróleo, gás natural em abundância. Cerca de 75% das receitas orçamentais e 90% das receitas de exportação do país vêm da indústria petrolífera. Nos últimos anos, o governo árabe vem tentando promover o crescimento do setor privado através da privatização de setores como a energia e as telecomunicações.
  Na década de 1990, a Arábia Saudita sofreu uma contração significativa das receitas de petróleo, combinados com uma elevada taxa de crescimento populacional. A renda per capita saudita caiu abruptamente. Porém, o aumento do preço do produto entre 2008 e 2009, provocou um boom econômico.
Produção de petróleo na Arábia Saudita
  A agricultura e a pecuária são atividades básicas na Arábia Saudita. Os principais produtos agrícolas do país são a tâmara e cereais. As áreas que cultivam tais culturas se encontram nas proximidades do Mar Vermelho, locais que apresentam uma umidade significativa. Para tentar aumentar a produção agrícola do país, o governo saudita vem promovendo a irrigação artificial em áreas desérticas, dessalinizando a água do Mar Vermelho e usando para a produção agrícola.
  Na pecuária, destaca-se a criação de camelos, além de cavalos da raça árabe, jumentos, cabras e ovelhas. As principais indústrias do país são, além da petroquímica, a de peles, tapetes, material elétrico, cimento, gesso e adubos químicos.
Khamis Mushait - com uma população de 728.784 habitantes (estimativa 2017) é a oitava maior cidade da Arábia Saudita
  Outra atividade bastante crescente no país é o turismo religioso, graças as cidades históricas de Meca e Medina.
As cidades históricas de Meca e Medina
  A fé islâmica apresenta cinco pilares centrais: a oração (salat), a peregrinação anual à cidade sagrada de Meca (hadj), o jejum realizado no mês do Ramadã (sanm), a doação do dízimo (zakat) e a submissão a Deus e a seu profeta Maomé (shahada). Dentre esses pilares, o mais difícil de concretizar para a maioria dos muçulmanos é o hadj, já que este envolve, em alguns casos, longas viagens e um gasto considerável de dinheiro e tempo. Ainda assim, é considerado um dever de todo muçulmano realizar o hadj ao menos uma vez na vida e, há muitos séculos, pessoas de várias partes do mundo, do oeste da África à Indonésia, realizam a peregrinação. Dentre estes, a maioria segue o costume milenar de visitar, ao longo do caminho, centros importantes do islamismo, como a cidade de Damasco, na Síria, e principalmente a cidade de Medina, também na Arábia Saudita, a segunda cidade mais sagrada do Islã, pois foi o local onde o profeta Maomé fundou sua comunidade.
  Já para os governantes dessas cidades, o hadj sempre representou uma fonte de poder político e econômico; em contrapartida, eles são responsáveis por garantir a segurança e oferecer a infraestrutura necessária para acomodar os fiéis durante as preces coletivas e também nas horas de descanso. Em Medina foram erguidas grandes estruturas para proteger os fiéis do sol do Deserto da Arábia.
Medina - com uma população de 1.365.914 habitantes (estimativa 2017) é a quarta maior cidade da Arábia Saudita
DEMOGRAFIA
  A população da Arábia Saudita é composta principalmente por árabes, que corresponde a cerca de 56% da população. Uma minoria importante é a de imigrantes, que representa cerca de 18% da população. Esses imigrantes começaram a chegar no país a partir da década de 1950. Os beduínos (povos nômades), representam cerca de 23% da população. O restante da população é de outras minorias.
  A língua nacional é a árabe e quase todos os sauditas seguem a religião islâmica, sendo que a grande maioria é sunita. Estima-se que 240 mil palestinos moram na Arábia Saudita e eles não estão autorizados a manter ou até mesmo solicitar a cidadania saudita por causa de instruções da Liga Árabe, que impede que os Estados árabes lhes concedam cidadania.
  Os árabes são descendentes de antigas tribos de origem caucasiana, que foi miscigenada aos negroides (escravos trazidos da África). Cerca de 80% dos árabes são sauditas, sendo o restante desse povo de outros países árabes. No país é proibida a entrada de judeus.
Buraydah - com uma população de 710.382 habitantes (estimativa 2017) é a nona maior cidade da Arábia Saudita
ALGUNS DADOS DA ARÁBIA SAUDITA
NOME: Reino da Arábia Saudita
FORMAÇÃO:
Declaração da independência: 8 de janeiro de 1926
Reconhecida: 20 de maio de 1927
Unificação: 23 de setembro de 1932
CAPITAL: Riad
Centro Financeiro de Riad
GENTÍLICO: saudita
LÍNGUA OFICIAL: árabe
GOVERNO: Monarquia Absolutista Islâmica Wahhabista
LOCALIZAÇÃO: Oriente Médio
ÁREA: 2.149.690 km² (12º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2017): 32.933.577 habitantes (40°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 15,32 hab./km² (174°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2015): 2,24% (40°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2017):
Riad: 6.163.694 habitantes
Riad - maior cidade da Arábia Saudita
Jeddah: 3.998.200 habitantes
Jeddah - segunda maior cidade da Arábia Saudita
Meca: 1.938.065 habitantes
Meca - terceira maior cidade da Arábia Saudita
PIB (FMI - 2016): US$ 653,219 bilhões (20º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2016): US$ 20.813 (34°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2016): 0,847 (38°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2016): 74,3 anos (97º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2016): 29,1/mil (53º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2016): 2,58/mil (194º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2016): 15,61/mil (113°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2016): 2,12 filhos/mulher (105º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 86,6% (141°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 82,7% (29°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Riyal
RELIGIÃO: cerca de 97% população da Arábia Saudita praticam o islamismo e os 3% restantes são cristãos ou praticam outras religiões. A grande maioria dos islâmicos da Arábia Saudita são sunitas, que representa cerca de 85% do total. No país, a liberdade de religião não é reconhecida ou protegida sob a lei. Nenhuma outra religião, que não seja o islamismo, pode ser praticada no país, e os cristãos são quase todos estrangeiros.
  Na Arábia Saudita, igrejas ou outros templos não-muçulmanos são proibidos. Mesmo a realização de orações de forma privada é proibida na prática e a polícia religiosa saudita supostamente investiga as casas dos cristãos. Os trabalhadores estrangeiros têm que comemorar o Ramadã, mas não estão autorizados a celebrar o Natal ou a Páscoa.
Mesquita Al-Masjid an-Nabawi, em Medina
DIVISÃO: a Arábia Saudita é dividida em 13 províncias, que são (os números em negrito correspondem à província no mapa e entre parêntese estão as capitais): 1. Al Jawf (Sakaka) 2. Fronteira do Norte (Arar) 3. Tabuk (Tabuk) 4. Hail (Hail) 5. Medina (Medina) 6. Al Qasim (Buraydah) 7. Meca (Meca) 8. Riad (Riad) 9. Província Oriental (Dammam) 10. Al Bahah (Al Bahah) 11. Asir (Abha) 12. Jizan (Jizan) 13. Najran (Najran).
Mapa da Arábia Saudita com sua divisão política
REFERÊNCIA: Furquim Júnior, Laércio
Geografia cidadã, 9º ano: ensino fundamental II / Laércio Furquim Jr. 1ª ed. - São Paulo: Editora AJS, 2015. - (Coleção geografia cidadã).

sábado, 15 de abril de 2017

O CULTIVO DE COCA NA AMÉRICA LATINA

  Coca (do quíchua kuka) é uma planta da família Erythroxylaceae, seu nome científico é Erythroxylum cocaA coca é uma planta nativa da região dos Andes. Considerada sagrada para os povos andinos, era utilizada em antigos rituais pré-colombianos. Por ser comestível, a coca também é utilizada para combater o mal-estar causada por grandes altitudes e tem usos cosméticos e medicinais. O cultivo do arbusto de coca nos Andes é muito antigo. Segundo os povos nativos, mascar folhas de coca potencializa as energias para enfrentar o desgaste provocado pela altitude. Atualmente, em alguns países da América Latina, principalmente Bolívia, Colômbia e Peru, é possível encontrar lavouras de coca em várias propriedades agrícolas.
  Porém, o cultivo da coca passou a ter maior interesse comercial para determinados grupos (guerrilheiros e narcotraficantes) que utilizam suas folhas para a produção da pasta base de cocaína, uma droga de consumo proibido na maioria dos países do mundo.
  Com isso, muitos pequenos proprietários foram, então, estimulados a plantar coca, deixando de cultivar produtos tradicionalmente comerciais, como frutas, cereais e cana-de-açúcar, e passaram a sobreviver do cultivo de coca, já que seu comércio é mais rentável.
Produção de coca na Bolívia
  A folha de coca apresenta em sua composição uma quantidade muito pequena de cocaína, substância tóxica que atualmente é uma das drogas mais difundidas no mundo, especialmente na América e na Europa.
  Nas últimas décadas, a produção dessa folha tem sido cada vez mais voltada para a obtenção da pasta de coca, que, depois de refinada, é transformada em cocaína. Isso ocorre principalmente na Colômbia, o maior produtor mundial dessa droga. Desse país, a cocaína é escoada por várias rotas e levada aos centros de distribuição e consumo no mundo.
  A partir da década de 1980, grande parte da produção de coca, na Colômbia, passou a ser controlada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o que contribuiu para intensificar a exploração do narcotráfico.
Mapa da produção de coca na Colômbia
  O governo dos Estados Unidos, maior consumidor mundial de cocaína, tem pressionado a Bolívia, o Peru e a Colômbia a adotar uma série de medidas para deter a produção e comercialização dessa droga. Essa pressão está ocorrendo porque os Estados Unidos querem deter o crescimento do consumo de cocaína no país. Isso tem sido tentado por meio da desarticulação do poder dos narcotraficantes nesses países, bem como da oferta ao pequeno agricultor de vantagens, como incentivos fiscais, subsídios para a compra de sementes e insumos, para que ele deixe de cultivar o arbusto de coca.
  Os governos desses países, no entanto, têm encontrado muitas dificuldades para adotar as medidas exigidas pelo governo dos Estados Unidos, apesar de este oferecer-lhes apoio militar e financeiro. Essas dificuldades são resultados dos seguintes fatores:
  • os agricultores não se mostram muito animados em substituir suas plantações de coca por cultivos tradicionais, uma vez que, nas últimas décadas, o preço desses produtos no mercado internacional caiu muito;
  • o poder dos narcotraficantes nesses países é bem maior do que se imaginava, pois grande parte das autoridades desses países foi corrompida por esses grupos;
  • o aumento do consumo de cocaína no mundo, especialmente nas cidades mais ricas dos Estados Unidos e da Europa, funciona como um estímulo ao aumento da produção dessa droga.
Aviões do Exército colombiano lançando herbicida contra plantações de coca na Colômbia
  Na Colômbia, os problemas ainda são maiores, pois nesse país existe uma guerra civil, a qual determina que uma parte do país fique fora do controle político do governo oficial.
  Após quase 50 anos de conflitos entre as Farc e o governo colombiano, ambas as partes começaram a discutir um possível acordo de paz. Nesse acordo, previa-se a substituição dos cultivos ilegais de coca com consentimento e participação dos camponeses.
  Em maio de 2014, Farc e governo firmaram um acordo de parcial. Em 2015, ambas as partes ainda dialogavam um acordo final de paz.
Soldados destruindo plantações de coca na Bolívia
REFERÊNCIA: Garcia, Valquíria Pires
Projeto mosaico: geografia: ensino fundamental / Valquíria Pires Garcia, Beluce Bellucci - 1. ed.  - São Paulo: Scipione, 2015

segunda-feira, 20 de março de 2017

O ESTADO DE PERNAMBUCO

  Pernambuco é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está localizado no centro-leste da região Nordeste e tem como limites os estados da Paraíba ao norte, o Ceará a noroeste, Alagoas a sudeste, Bahia ao sul, e o Piauí a oeste, além de ser banhado pelo oceano Atlântico a leste. Além da parte continental, fazem parte do estado os arquipélagos de Fernando de Noronha e de São Pedro e São Paulo.
  O Estado foi o primeiro núcleo econômico do Brasil, uma vez que se destacou na extração do pau-brasil (ou de pau-pernambucano, como era chamada a árvore) e foi a primeira área do país onde a cultura canavieira desenvolveu-se efetivamente. A Capitania de Pernambuco, a mais rica das capitanias durante o período colonial, chegou a ser o maior produtor mundial de açúcar do mundo.
  Pernambuco teve ativa participação em diversos episódios da história brasileira: foi palco das Batalhas dos Guararapes e serviu de berço para movimentos de caráter nativistas ou de ideias libertários, como a Guerra dos Mascates, a Revolução Pernambucana, a Confederação do Equador e a Revolução Praieira.
  Conhecido por sua ativa e rica cultura popular, o estado é berço de várias manifestações tradicionais, como o frevo e o maracatu, além de um vasto patrimônio histórico, artístico e arquitetônico.
Mapa de Pernambuco
HISTÓRIA
  A história de Pernambuco começa antes do descobrimento do Brasil, quando o atual território era povoado pelos índios tabajara. Vários sítios arqueológicos são encontrados ao logo do território pernambucano, com vestígios de ocupação superior há 11 mil anos.
  Em 1501, quando a expedição de Gaspar de Lemos funda feitorias no litoral da colônia, tem início o processo de colonização de Pernambuco. Anos depois, Cristóvão Jacques foi responsável por defender o litoral pernambucano de embarcações de outras nações. Sua feitoria, erguida na entrada do Canal de Santa Cruz, em Itamaracá, tinha como objetivo estabelecer um vínculo com os nativos, procurar informações acerca de possíveis riquezas no interior e rechaçar possíveis investidas de outras nações à costa brasileira.
  Em 1534, a capitania de Pernambuco foi doada a Duarte Coelho Pereira, influente navegador e soldado português filho de bastardo de família nobre do Entre-Douro e Minho, que fundou Igarassu, Olinda e Recife, e iniciou o cultivo da cana-de-açúcar. A capitania de Pernambuco originalmente se estendia por 60 léguas entre os rios Igarassu e São Francisco e era chamada  Nova Lusitânia. Era responsável pela maior parte da produção de açúcar, o chamado ouro branco, na América e uma das capitanias mais florescentes.
Pinturas rupestres no Vale do Catimbau, Pernambuco
  Durante o período colonial, a capitania de Pernambuco foi a que mais se destacou no Brasil devido ao cultivo da cana-de-açúcar. A importância e influência da então capitania ficou evidente já em meados de 1550, quando o governado-geral do Brasil, Tomé de Sousa, fiscalizou todas as capitanias, exceto a de Pernambuco, por exigência de seu capitão donatário Duarte Coelho.
  Desde a chegada de Cabral, o domínio português sobre sua colônia na América foi ameaçado por outros países europeus. Em 1595, a já cobiçada capitania sofreu um duro golpe. O corsário inglês, James Lancaster, toma o povoado de Recife de assalto e nele passa um mês saqueando as riquezas trazidas do interior.
  Em decorrência da União das Coroas Ibéricas (episódio em que o rei da Espanha também governava Portugal), os holandeses estenderam sua inimizade pelos espanhóis às colônias do Império Português. Nos Países Baixos, que na época também incluíam o território da atual Bélgica, o desenvolvimento comercial e a adoção do protestantismo calvinista pela maioria da população levaram as elites mercantis flamengas a lutar pela autonomia diante do domínio espanhol e católico. Em 1581, obtiveram a independência.
Ouricuri - PE
  A luta com os Países Baixos enfraqueceu o poderio espanhol. Após uma trégua, os Países Baixos retomaram a ofensiva militar, fundando, em 1621, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, destinada a controlar o comércio do açúcar brasileiro e apossar-se dos domínios ibéricos na costa americana e africana.
  Depois de uma tentativa frustrada de invadir Salvador, em 1630, os holandeses organizaram uma grande expedição que atacou a principal área açucareira da América portuguesa, a região de Olinda e Recife, onde permaneceram por quase 25 anos.
  O domínio holandês na colônia portuguesa estendeu-se desde o litoral do atual Maranhão até o território que hoje corresponde a Sergipe. Para administrá-lo foi nomeado o conde Maurício de Nassau, que permaneceu no cargo entre 1637 e 1644. Preocupado em normalizar a rica produção açucareira, o conde conseguiu a colaboração de muitos senhores de engenho, concedendo-lhes empréstimos que permitiram o aumento da produtividade. Ele também trouxe artistas e cientistas da Europa, concedeu liberdade de credo e modernizou Recife urbanisticamente.
Domínio holandês no Brasil-Colônia
  Os últimos anos da administração de Nassau foram de muitas dificuldades, com a queda de preço do açúcar no mercado europeu, perda de safras por incêndios, pragas e inundações e falência de muitos senhores.
  A Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, apesar de todas essas dificuldades, determinou a cobrança integral das dívidas dos senhores de engenho, com juros elevados. Nassau, contrário às medidas e acusado de mau uso dos recursos, entregou o cargo, decidindo voltar à Europa. Com a saída de Nassau, aumentou o confronto dos senhores de engenho com a Companhia. Antes mesmo que ele deixasse o Brasil, a luta havia se intensificado no Maranhão, culminando com a expulsão dos holandeses de São Luís. A insurreição alastrou-se pelo Nordeste, atingindo Pernambuco em 1645. Eclodiu então o movimento que expulsou definitivamente os holandeses, a Insurreição Pernambucana (1645-1654).
Ilha de Itamaracá - PE
A Insurreição Pernambucana
  Com a saída de Nassau, a administração holandesa ficou mais severa. Para ampliar seus lucros, a Companhia das Índias Ocidentais pressionou os senhores de engenho a aumentar a produção de açúcar, pagar mais impostos e saldar dívidas atrasadas. A tolerância religiosa diminuiu e o catolicismo foi proibido.
  Em 1645, reagindo a essas medidas, os luso-brasileiros iniciaram uma série de lutas, que foram chamadas de Insurreição Pernambucana. Essas lutas reuniram diferentes setores da sociedade colonial, como senhores de engenho, indígenas, escravos africanos e seus descendentes.
  Foi um período em que ocorreu vários conflitos. Um dos mais intensos foi a Batalha dos Guararapes (1648-1649), nas quais os holandeses foram derrotados.
  Depois das derrotas, os holandeses se renderam em 1654. Porém, a rendição só foi confirmada por acordos entre os governos de Portugal e da Holanda.
  No acordo realizado em 1661, a Coroa portuguesa pagou uma grande indenização aos holandeses para recuperar o controle sobre o Nordeste do Brasil e os portos de Angola.
As Batalhas dos Guararapes são consideradas a origem do Exército Brasileiro
  Entre os indígenas que lutaram contra os holandeses estava o potiguar Felipe Camarão. Ele comandou parte do exército na primeira Batalha dos Guararapes, recebendo o título de capitão-mor de todos os indígenas do Brasil. Sua esposa, Clara Felipa Camarão, também era indígena e participou dos combates.
  Em 1646, os holandeses lutavam contra os luso-brasileiros e sofriam com a constante falta de alimentos. Tentaram, então, encontrar comida atacando pequenos povoados, como Tejucupapo. Os homens e mulheres do povoado lutaram para impedir o avanço dos holandeses.
Povoado de Tejucupapo, Goiana - PE
  Expulsos do Brasil, os holandeses levaram mudas de cana para suas colônias nas Antilhas e nas Guianas, atual Suriname, e passaram a produzir açúcar. Com a concorrência holandesa, e mais tarde, a dos franceses e ingleses, a exclusividade do Brasil no comércio do açúcar chegou ao fim, o que fez o preço do produto cair pela metade nos mercados internacionais entre 1550 e 1700. Só no final do século XVIII o açúcar brasileiro recuperou parte de sua independência.
Igreja dos Santos Cosme e Damião, em Igarassu - PE. Sua construção teve início em 1535 e é a igreja mais antiga do Brasil.
Conjuração de "Nosso Pai"
  A Conjuração de Nosso Pai, também conhecida por Revolta contra Mendonça Furtado, é um dos primeiros movimentos nativistas ocorrido no Brasil Colônia, e teve como palco Recife e Olinda, em 1666.
  A capitania de Pernambuco lutava para reconstruir suas duas principais cidades - Recife e Olinda - destruídas com as lutas contra os invasores holandeses.
  Os senhores de engenho, radicados em Olinda e com reservas quanto ao porto do Recife, acreditavam merecer maiores reconhecimentos da Coroa Portuguesa, pelo contributo na expulsão dos flamengos. Portugal, entretanto, mandou para governar a capitania, Jerônimo de Mendonça Furtado, um estranho, contrariando assim os interesses de muitos pernambucanos, que se julgavam merecedores de ocupar a função, e não um estrangeiro.
  Mendonça Furtado era apelidado pejorativamente de Xumbrega - referência ao general alemão Von Schomberg, mercenário que lutara na Guerra da Restauração (travada entre os reinos de Portugal e Espanha), por ter um bigode semelhante ao dele. Somou-se à nomeação de Mendonça, a sua inabilidade no trato com os chefes locais, permitindo que o sentimento nativista ganhasse corpo.
Porto do Recife, no século XVII - palco da Conjuração de Nosso Pai
  O estopim do movimento, que culminou com a prisão do Governador, foi a estada, no porto do Recife, de uma esquadra francesa, que por ordem da Corte, foram bem tratados. Os insurgentes fizeram divulgar a notícia de que o governador estaria a serviço dos estrangeiros, que preparavam um ataque à província, e seu consequente saque.
  Reuniram-se os conjurados em casa do senhor de engenho João de Novalhaes y Urréa, dentre os quais o juiz de Olinda, André de Barros Rego, os vereadores Lourenço Cavalcanti e João Ribeiro, entre outros, a fim de deliberar a formar e dar um golpe. A ocasião para isso foi a de simularem um Nosso Pai.
  Na religião católica, o viático, também chamado de Nosso Pai, é um sacramento da Eucaristia ministrado aos enfermos que não podem sair de casa. Os golpistas valeram-se do costume então vigente de o governador acompanhar tal procissão, se a encontrasse na rua. Isto foi conseguido na tarde de 31 de agosto de 1666, acompanhando Mendonça Furtado o falso cortejo.
  Desviado para uma igreja, ao dela sair, André de Barros Rego deu voz de prisão ao governador, que rendeu-se, sendo levado prisioneiro à fortaleza de Brum. Os franceses albergados foram perseguidos, uns conseguindo refugiar-se num convento, outros sendo presos.
  Mendonça foi levado por uma frota que, da Bahia, levou-o de volta a Lisboa - onde mais tarde envolveu-se numa conspiração contra Afonso VI de Portugal. Coube ao Vice-Rei evitar um confronto maior com os conspiradores: habilmente, nomeou para substituir o Xumbrega, André Vidal de Negreiros, que tinha fortes ligações com a colônia, e já havia exercido o cargo anteriormente.
Forte de São João Batista do Brum, em Recife
Guerra dos Mascates
  Até o final do século XVII, a principal cidade de Pernambuco era Olinda. Nela viviam senhores de engenho, cuja riqueza diminuía devido à queda do preço do açúcar. Já em Recife havia um porto movimentado onde comerciantes, muitos deles portugueses, enriqueciam com as atividades de importação e exportação.
  Os senhores de Olinda pediam dinheiro emprestado aos comerciantes de Recife, que cobravam juros altos. Os olindenses apelidaram os comerciantes de Recife de mascates, para deixar claro que os consideravam inferiores. Mas os recifenses revidaram, chamando os senhores de Olinda de pés-rapados.
  Os comerciantes recifenses pediram ao novo rei de Portugal que seu povoado fosse transformado em vila. Queriam que o Recife não precisasse obedecer às ordens da Câmara Municipal de Olinda. Em 1710, o rei de Portugal, dom João V, atendeu ao pedido e concedeu autonomia ao Recife.
  A decisão contrariou os senhores de Olinda, que organizaram uma rebelião. Liderados por Bernardo Vieira de Melo, eles invadiram Recife. A luta ficou conhecida como Guerra dos Mascates.
  Em 1711, o governo português mandou reprimir os revoltosos olindenses, prendendo seus líderes e confiscando seus bens. Porém, decretou o perdão das dívidas que os senhores de engenho tinham com os comerciantes de Recife.
Olinda com Recife ao fundo
A Conspiração dos Suaçunas
  Influenciada pelas ideias do Iluminismo e pela Revolução Francesa (1789), algumas pessoas, entre as quais Manuel Arruda Câmara - membro da Sociedade Literária do Rio de Janeiro -, em 1796, fundaram a Loja Maçônica Areópago (Areópago de Itambé), da qual não participavam europeus.
  A chamada Conspiração dos Suaçunas, também conhecida por sua grafia arcaica - Conspiração dos Suassunas -, foi um projeto de revolta que se registrou em Olinda, no início do século XIX.
  As mesmas ideias e eventos também eram discutidas por padres e alunos do Seminário de Olinda, fundado pelo bispo dom José da Cunha Azevedo Coutinho, em 16 de fevereiro de 1800. Esta instituição teve, entre os seus membros, o padre Miguel Joaquim de Almeida Castro, mais conhecido como Padre Miguelinho, um dos futuros implicados na Revolução Pernambucana de 1817.
Convento São Francisco, em Olinda. Sua construção foi iniciada em 1585 e é um dos mais antigos do Brasil
  As discussões filosóficas e políticas no Areópago evoluíram para uma conjuração contra o domínio português no Brasil, com o projeto de emancipação de Pernambuco, constituindo-se uma república sob a proteção de Napoleão Bonaparte. Integravam o grupo de conspiradores os irmãos Cavalcanti - Luís Francisco de Paula, José Francisco de Paula Cavalcanti e Albuquerque e Francisco de Paula -, o último sendo proprietário do engenho Suaçuna, que daria nome ao movimento.
  Em 21 de maio de 1801, um delator informou às autoridades da capitania os planos dos conjurados, o que conduziu à detenção de diversos implicados. Instaurado o processo de devassa, entretanto, vieram a ser absolvidos mais tarde por falta de provas. O Areópago foi fechado em 1802, reabrindo pouco mais tarde sob o nome de Academia dos Suaçunas, com sede no mesmo engenho, palco das reuniões dos antigos conspiradores.
  O episódio é pouco conhecido na historiografia da História do Brasil, uma vez que a devassa correu em sigilo à época, devido à elevada posição social dos implicados.
Ruínas da casa grande do antigo engenho Suaçuna - palco da Conspiração dos Suaçunas
Revolução Pernambucana de 1817
  A chamada Revolução Pernambucana, também conhecida como Revolução dos Padres, eclodiu em 6 de março de 1817, e foi motivada por vários fatores, como:
  • o absolutismo português e a influência das ideias iluministas, propagadas pelas sociedades maçônicas;
  • o crescente aumento dos impostos, que sustentavam a Corte no Rio de Janeiro;
  • a seca de 1816, que causou prejuízos à agricultura e provocou fome em áreas do Nordeste;
  • a queda do preço do açúcar e do algodão, principais mercadorias pernambucanas, por causa da concorrência  com o açúcar produzido nas Antilhas e o algodão norte-americano.
  Diante dessa situação, grupos de colonos passaram a discutir planos para uma revolta. Os grupos tinham objetivos diferentes, mas todos concordavam em proclamar  uma república na região.
Bênção das bandeiras da Revolução de 1817 - óleo sobre tela de Antônio Parreiras
  Em 1817, um comerciante português denunciou os planos da revolta ao governador de Pernambuco, que mandou militares prender os envolvidos. Estes resistiram, mataram os militares e a revolta explodiu. O governador foi preso pelos revoltosos.
  O movimento foi liderado por Domingos José Martins e pelo Padre Miguelinho, com o apoio de Antônio Carlos de Andrada e Silva e de Frei Caneca.
  Os rebeldes ficaram no poder em Pernambuco por 75 dias, e o movimento expandiu-se para o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Em Recife, os revoltosos formaram um governo provisório que extinguiu impostos e elaborou uma Constituição, garantindo liberdade religiosa e de imprensa, bem como igualdade para todos, exceto para os escravos. Para não contrariar os senhores de engenho, os rebeldes diziam que a liberdade dos cativos viria de modo "lento, gradual e legal".
  Durante a revolução, a presença popular inquietava os principais líderes do movimento. No entanto, negros, mestiços e brancos pobres sabiam que sua atuação tinha ajudado na tomada do poder e, por isso, queriam participar do governo.
  O governo de dom João VI combateu a Revolução Pernambucana mandando tropas, armas e navios. Portos foram bloqueados, navios pernambucanos em outras capitanias foram confiscados e moradores das demais capitanias foram proibidos de manter contato com os pernambucanos. Os revoltosos se entregaram em maio de 1817 e seus líderes foram condenados à morte.
Recife durante a Revolução Pernambucana
A Confederação do Equador
  Dois anos depois do Brasil se tornar independente, em 1824, surgiu uma nova revolta em Pernambuco, que ficou denominada de Confederação do Equador. Essa revolução foi um movimento de caráter emancipacionista e republicano ocorrido em algumas províncias do Nordeste, representando a principal reação contra a tendência absolutista e a política centralizadora de D. Pedro I, esboçada na Carta Outorgada de 1824, a primeira Constituição do Brasil.
  Nessas províncias, existiam vários motivos para o descontentamento. Pequenos comerciantes, militares de baixa patente, mestiços, negros livres e escravizados viviam na pobreza. Já a elite da região preocupava-se com a queda nas exportações de açúcar e a cobrança de elevados impostos. Assim, por um momento, esses grupos sociais uniram-se contras as atitudes autoritárias do imperador.
  Durante a Confederação do Equador, líderes como Frei Caneca e Cipriano Barata defendiam a criação de uma república onde as províncias fossem autônomas.
Frei Caneca, no centro em pé - um dos líderes da Confederação do Equador
  Frei Caneca tinha participado da Revolução Pernambucana de 1817 e foi um membro importante da oposição liberal a partir de 1824. Em seu jornal, Typhis Pernambucano, defendia que o Brasil deveria ser uma federação, pois tinha um território vasto, população diversificada e muitas riquezas. Caneca criticava a imposição da Constituição por Dom Pedro I, condenava a existência do poder Moderador e era contra o mandato vitalício dos senadores.
  Já Cipriano Barata foi um político e jornalista baiano envolvido na Conjuração Baiana de 1798 e na Revolução Pernambucana de 1817. Depois da independência, passou a viver no Recife, onde publicava o jornal O Sentinela da Liberdade. Nele, atacava políticos como José Bonifácio e o próprio imperador, chamando-os de absolutistas. Cipriano Barata não participou dos combates da Confederação do Equador porque estava preso no Rio de Janeiro. Porém, sua atuação anterior influenciou o movimento.
Mapa da Confederação do Equador
  A revolta começou quando dom Pedro I nomeou um novo presidente para Pernambuco, contrariando políticos locais. Liderados por Manuel Paes de Andrade, antigo presidente da província e revolucionário em 1817, os revoltosos pretendiam formar uma república federalista, respeitando a autonomia de cada província. De Pernambuco a revolta expandiu-se para Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Piauí e Alagoas.
  Alguns líderes da Confederação do Equador defendiam o fim do tráfico negreiro e a igualdade entre os cidadãos. No entanto, essas propostas provocaram medo nos proprietários de terras. Eles temiam uma revolta popular e, então, decidiram não apoiar mais o movimento. Sem o apoio das elites, os revoltosos não conseguiram enfrentar as forças do governo imperial.
  Atacados por terra e mar pelas tropas de repressão do governo, os revoltosos da Confederação do Equador foram derrotados. Diversos líderes foram presos e condenados à morte, como Frei Caneca. Manuel Paes de Andrade foram um dos poucos que conseguiram fugir.
Exército Imperial do Brasil ataca as forças confederadas no Recife, em 1824
A Cabanada (1832-1835)
  A Cabanada foi a rebelião ocorrida no Brasil entre 1832 e 1834, iniciada logo após a abdicação de Dom Pedro I. Dificuldades financeiras do novo Regime, com o comércio aduaneiro à Inglaterra, em vigor desde 1810, fizeram com que eclodissem diversas revoltas no Império do Brasil durante esse período.
  O movimento da Cabanada se deu em Pernambuco, Alagoas e Pará, porém, são insurreições diferentes e em locais diferentes.
  Em Pernambuco, onde também foi chamado de "A Guerra dos Cabanos", a rebelião foi conservadora, pois pretendia a volta do monarca português ao trono do Brasil (para alguns historiadores, uma pré-Canudos). Desenrolou-se na Zona da Mata e no Agreste. Teve como líder Vicente de Paula, com seguidores de origem humilde, predominando índios (jacuípes, principalmente) e escravos foragidos (chamados de papaméis).
  Com a morte de Dom Pedro I em Portugal (1834), o movimento perdeu a razão e, em uma Conferência de Paz  que teve a participação do bispo Dom João da Purificação Marques Perdigão, a rebelião terminou. Mesmo assim, os governantes Manuel de Carvalho Paes de Andrade e Antônio Pinto Chichorro da Gama mandaram um exército de 4.000 soldados cercarem o local, prendendo centenas de revoltosos, entre eles o líder Vicente de Paula, que foi enviado para a ilha de Fernando de Noronha.
Cabo de Santo Agostinho - PE
Revolução Praieira (1848-1850)
  A Revolução Praieira, também denominada "Insurreição Praieira", "Revolta Praieira" ou simplesmente "Praieira", foi um movimento de caráter liberal e separatista que eclodiu durante o Segundo Reinado na província de Pernambuco. Sua derrota representou uma demonstração de força do governo de Dom Pedro II (1840-1889).
  A monarquia brasileira era duramente contestada pelas novas ideias liberais da época. Além do descontentamento com o governo imperial, grande parte da população pernambucana mostrava-se insatisfeita com a concentração fundiária e com o poder político na província, a mais importante do Nordeste. Foi nesse contexto que surgiu o Partido da Praia, criado para opor-se ao Partido Liberal e ao Partido Conservador, ambos dominados por duas famílias poderosas que viviam fazendo acordos políticos entre si.
Recife em meados do século XIX
  Em 1848, o Senado brasileiro era dominado por senadores do Partido Conservador. Os senadores conservadores vetaram a indicação, para uma cadeira do Senado, do liberal pernambucano Antônio Chichorro da Gama. Este veto provocou uma revolta em determinado grupo de políticos liberais de Pernambuco. Os pernambucanos também estavam insatisfeitos com a falta de autonomia política das províncias e a concentração de poder nas mãos da monarquia.
  Os políticos liberais revoltosos ganharam o apoio de várias camadas da população, principalmente dos mais pobres, que viviam oprimidos e sofriam com as péssimas condições sociais. Os praieiros chegaram a tomar a cidade de Olinda.
  Houve uma série de disputas pelo poder, até que no dia 7 de novembro de 1848, iniciou-se a luta armada. Em Olinda, os líderes praieiros lançaram o "Manifesto ao Mundo", e passaram a lutar contra as tropas imperial, que interveio e pôs fim à maior insurreição ocorrida no Segundo Reinado.
Araçoiaba - PE
  O Manifesto ao Mundo, lançado em 1 de janeiro de 1849, tinha como principais reivindicações:
  • independência dos poderes e fim do poder Moderador (exclusivo do monarca);
  • voto livre e universal;
  • nacionalização do comércio de varejo;
  • liberdade de imprensa;
  • reforma do Poder Judiciário;
  • fim da lei do juro convencional;
  • fim do sistema de recrutamento militar como existia naquela época.
  A rebelião foi derrotada pelas forças oficiais no começo de 1850. Muitos revoltosos foram mortos durante os combates com as forças oficiais. Os líderes e demais participantes foram presos e julgados, embora tenham sido anistiados no ano seguinte.
Camaragibe - PE
  Com o advento da República, Pernambuco procura ampliar sua rede industrial, mas continua marcado pela tradicional exploração do açúcar. O Estado moderniza suas relações trabalhistas e lidera movimentos para o desenvolvimento do Nordeste, como no momento da criação da Sudene.
As Ligas Camponesas
  Na década de 1940, surgiu um movimento pela melhoria das condições de vida no campo e que defendia a Reforma Agrária, as chamadas Ligas Camponesas. Essas ligas eram associações de trabalhadores rurais (pequenos agricultores familiares, sem-terra, assalariados e diaristas) ligadas ao Partido Comunista do Brasil (PCB), que ainda existia ilegalmente. Porém, em 1947, com a proibição do PCB, as ligas praticamente pararam de atuar. Foi um dos movimentos mais importantes em prol da reforma agrária e da melhoria das condições de vida no campo brasileiro.
  Na década de 1950, as Ligas Camponesas foram reaparecendo, inicialmente nos estados do Nordeste. A primeira surgiu em Pernambuco, no município de Vitória de Santo Antão, no engenho Galileia, para lutar contra o pagamento realizado ao dono da terra pelo seu uso. Ele havia aumentado muito o valor do aluguel, o que levou os trabalhadores a se organizarem para pedir uma redução.
Ligas Camponesas - movimento em busca de melhores condições de vida no campo
  A organização e mobilização da Liga do Engenho Galileia acabou resultando na desapropriação da área em favor dos trabalhadores, o que motivou ainda mais pessoas a se juntarem à luta pela terra. Mais tarde foram organizadas Ligas na Paraíba, no Rio de Janeiro e em Goiás. Foi formada pela Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco (SAPPP), que tinha três fins específicos:
  • auxiliar os camponeses com despesas funerárias - evitando que os falecidos fossem, literalmente, despejados em covas de indigentes ("caixão emprestado");
  • prestar assistência médica, jurídica e educacional aos camponeses;
  • formar uma cooperativa de crédito capaz de livrar aos poucos o camponês do domínio latifundiário.
Engenho Galileia - lugar onde teve início o segundo período das Ligas Camponesas
  A SAPPP foi acusada de objetivos políticos socialistas e, proibida de agir na região, foi atacada para ser dissolvida à força. Seus integrantes resistiram e encontraram apoio jurídico para institucionalizar a associação, atuando legalmente a partir de 1955.
  No engenho Galileia trabalhavam cerca de 140 famílias de camponeses em regime de foro: em troca de cultivar a terra, deviam pagar uma quantidade fixa em espécie ao proprietário dela.
  A SAPPP, a princípio, aceitou o apoio do proprietário do Galileia e o convidou para assumir a presidência da sociedade. Advertido por outro proprietário da região de que o convite era uma proposta comunista e que teria finalidade política, o proprietário do engenho ordenou que a SAPPP fosse desfeita imediatamente, ameaçando os camponeses de expulsão e até de aumentar o valor do foro. Os camponeses decidiram lutar, mas sabiam que isolados no campo, não conseguiriam resistir por muito tempo. Resolveram, então, buscar apoio na cidade, encontrando na figura do advogado Francisco Julião o apoio e o respaldo jurídico de que tanto precisavam.
São Lourenço da Mata - PE
  Francisco Julião (que já havia pronunciado a favor dos camponeses), institucionalizou a associação. Graças a ele, em 1º de janeiro de 1955, a SAPPP passou a funcionar legalmente. Em 1959, eles conseguiram a desapropriação do engenho. A imprensa rapidamente chamou a SAPPP de Liga, fazendo referência ao movimento antigo criado pelo PCB.
  Com a legalização da liga, o movimento espalhou-se pelo interior do estado. A vitória dos galileus estimulou as lideranças camponesas que sonhavam com uma reforma agrária. No início da década de 1960, as ligas já haviam se difundido pelo Nordeste, atingindo repercussão nacional e internacional.
  Suas ideias reformistas eram associadas ao temor socialista, do qual países opositores tinham na época. Com a instalação do regime militar em 1964, as principais lideranças do PCB e das Ligas foram assassinadas, presas ou tiveram que fugir e, assim, as Ligas Camponesas deixaram de existir.
Paulista - PE
GEOGRAFIA
  Apesar de ter um território estreito no sentido norte-sul, Pernambuco possui paisagens bastante diversificadas, pois seu território no sentido leste-oeste é bastante longo. O estado possui 187 quilômetros de litoral, com altitude crescente da costa ao Sertão. As planícies litorâneas possuem altitudes que chegam até 200 metros, apresentando um relevo peneplano (totalmente aplainado pela erosão, com altitude próxima a seu nível de base), e alguns pontos do Planalto da Borborema chegam a ultrapassar os mil metros. Na margem oeste da mesorregião Agreste, há a presença da Depressão Sertaneja, com altitude média de 400 metros e que se estende até a margem oriental da Chapada do Araripe. O ponto mais elevado do estado é a Serra da Boa Vista, localizado no município de Brejo da Madre de Deus, com uma altitude de 1.195 metros.
Serra da Boa Vista, em Brejo da Madre de Deus - ponto mais elevado de Pernambuco
  Mais da metade do território de Pernambuco está dentro da zona do Sertão nordestino, onde há uma grande escassez de chuvas devido a presença do clima semiárido e da vegetação de caatinga. Nas áreas mais elevadas do Estado há a ocorrência de microclimas, com temperaturas mais amenas e clima mais úmido.
  Pernambuco é o estado com maior déficit hídrico do Brasil. No Sertão, as médias de precipitações variam entre 400 e 600 milímetros anuais. No Agreste, a média pluviométrica varia entre 500 e 900 milímetros e, na Zona da Mata, a precipitação média varia entre 1.500 e 2.000 milímetros. As duas principais cidades do interior pernambucano, Caruaru e Petrolina, são as mais secas dentre os municípios brasileiros com população superior a 200 mil habitantes, apresentando precipitações médias anuais de 551 mm e 435 mm, respectivamente. Já Recife é a oitava capital estadual mais chuvosa do país, com pluviosidade média anual de 1.804 milímetros.
Triunfo - PE
  Dois domínios hidrográficos dividem o estado de Pernambuco: o primeiro compreende pequenas bacias hidrográficas independentes formadas por rios litorâneos que correm diretamente para o oceano Atlântico, formando as bacias dos rios Goiana, Capibaribe, Ipojuca, Beberibe, Camarajibe e Una. O segundo domínio é constituído pela porção pernambucana da bacia do rio São Francisco, que tem como pequenos afluentes, em sua margem esquerda, os rios sertanejos (assim chamados por percorrerem o interior do estado): Moxotó, Pajeú, Ipanema e Riacho do Navio. Com exceção do rio São Francisco e dos rios litorâneos, os demais rios do Estado possuem regime temporário.
Confluência do rio Capibaribe com o Beberibe, na ilha de Antônio Vaz, em Recife - PE
  O relevo pernambuco é moderado: cerca de 76% do território está abaixo dos 600 metros. É formado basicamente por três unidades geoambientais: Baixada Litorânea, Planalto da Borborema e Depressão Sertaneja. O litoral é uma grande planície sedimentar.
  • Baixada Litorânea
  Distingue-se, de leste para oeste: praias protegidas pelos recifes; uma faixa de tabuleiros areníticos, de 40 a 60 metros de altura; faixa de terrenos cristalinos talhados em colinas, que se alteiam suavemente para oeste até alcançarem 200 metros no sopé da escarpa da Borborema.
  Tanto a faixa de tabuleiros como a de colinas são cortadas transversalmente por vales largos onde se abrigam amplas várzeas (planícies aluviais). Fortes contrastes observam-se entre os solos pobres dos tabuleiros e os solos mais ricos das colinas e várzeas. Nos dois últimos, desenvolve-se o cultivo da cana-de-açúcar, base da economia agrícola de Pernambuco.
Glória do Goitá - PE
  • Planalto da Borborema
  O rebordo oriental, escarpado, domina a a Baixada Litorânea com um desnível de 300 metros, o que lhe confere ao topo uma altitude de 500 metros. Para o interior, o Planalto é mais alto e alcança uma média de 800 metros no seu centro, onde baixa até atingir 600 metros junto ao rebordo ocidental.
  Diferem consideravelmente as topografias da porção oriental e da porção ocidental. A leste, erguem-se sobre a superfície do planalto, cristas de leste para oeste, separadas por vales, com altitudes que chegam a 300 metros. No centro-sul do planalto eleva-se o maciço de Garanhuns, que supera a altitude de 1.000 metros.
Angelim - PE
  No Sertão, as cotas altimétricas crescem em direção ao rio São Francisco, formando, em relação ao Planalto da Borborema, uma área de depressão relativa. As formações geomorfológicas predominantes são os inselbergues, serras e chapadas, estas últimas aparecendo em áreas sedimentares. A Chapada do Araripe possui uma altitude média de 800 metros.
    Tacaratu - PE
  • Ilhas oceânicas
  O arquipélago de Fernando de Noronha é constituído de rochas vulcânicas, e seu relevo envolve desde áreas planas de baixa altitude até morros com encostas íngremes e picos isolados, como o Morro do Pico, com 323 metros.
Arquipélago de Fernando de Noronha
  O arquipélago de São Pedro e São Paulo é um conjunto de pequenas ilhas rochosas e pedregosas que se situa na parte central do Oceano Atlântico equatorial, a cerca de 627 quilômetros de Fernando de Noronha. Situa-se na zona de expansão entre a placa Sul-Americana e a placa Africana. O sistema da falha transformante de São Paulo ( Saint Paul Transform Fault System) é uma das maiores falhas transformantes do oceano Atlântico, e é uma das regiões mais profundas desse oceano.
Arquipélago de São Pedro e São Paulo
  A cobertura vegetal do estado de Pernambuco é composta pela vegetação litorânea, floresta tropical, caatinga e cerrado.
  A vegetação litorânea predomina nas terras baixas e planícies do litoral, constituída por variados tipos de vegetação. Por ocorrer em áreas alagadiças e salobras, apresenta manguezais, gramíneas e plantas rasteiras.
  Os manguezais são abundantes em todo o litoral, porém, foram praticamente extintos na Região Metropolitana do Recife devido à urbanização (exceto do maior mangue urbano do Brasil, que é cercado por bairros da Zona Sul de Recife, como Boa Viagem).
Orocó - PE
  A floresta tropical, também conhecida como Mata Atlântica, estava presente em toda a Zona da Mata e em parte do Agreste. Porém, a maior parte já foi devastada, num processo que teve início com a extração do pau-brasil pelos colonizadores portugueses, no século XVI, e prosseguiu com a introdução da monocultura da cana-de-açúcar. Atualmente, apenas em áreas de preservação é encontrada essa formação vegetal.
Afrânio - PE
  A Caatinga é a vegetação típica do Sertão nordestino. Em Pernambuco está presente tanto no Sertão quanto no Agreste, respondendo por cerca de 83% da cobertura do território pernambucano. As principais características de suas espécies são o porte médio a baixo, a adaptação aos períodos de seca e a presença de espinhos, destacando-se cactáceas (mandacaru, xique-xique, coroa-de-frade, dentre outras), bromeliáceas, jurema, etc.
Poção - PE
  Nas regiões mais altasacima dos 500 metros, há o desenvolvimento de florestas perenifólias, cujo porte das árvores varia de 20 a 35 metros. Isso decorre do fato de que as regiões serranas serem tipicamente frias e chuvosas.
  Junto aos tabuleiros e às chapadas, os cerrados são os responsáveis pela cobertura vegetal. A vegetação é herbácea, com pequenos arbustos de galhos tortuosos e folhas coriáceas (com textura semelhante ao couro, de fácil quebra).
Ribeirão - PE
  Objetivando promover a conservação e o manejo da biodiversidade estadual, foram criadas 81 Unidades de Conservação no estado de Pernambuco, a maioria destinada à preservação dos mangues e da Mata Atlântica. Dentre elas, destacam-se cinco Áreas de Proteção Ambiental (APA) de uso sustentável, oito Reservas de Floresta Urbana - RFU (Mata de São Pedro, Mata de Camaçari, Mata de Jangadinha, Mata de Manassu, Mata do Passarinho, Mata de Jaguarana, Mata do Janga e Mata de Dois Unidos), onze Reservas Particulares de Patrimônio Natural - RPPN (Bicho Homem, Engenho Contestado, Engenho Santa Rita, Fazenda Tabatinga, Jussaral, Laje Bonita, Pedra do Cachorro, Bituri, Karawa-tá, Pedra D'Antas e Eco Fazendo Morim), treze APAs Estuarinas (Canal de Santa Cruz, Rio Goiana e Megaó, Rio Itapessoca, Rio Jaguaribe, Rio Timbó, Rio Paratibe, Rio Beberibe, Rio Capibaribe, Rios Jaboatão e Pirapama, Rios Sirinhaém e Maracaipe, Rio Formoso, Rio Carro Quebrado e Rio Una), três Estações Ecológicas (Caetés, Serra da Canoa, Bita e Utinga), quatro Parques Estaduais (Dois Irmãos, Mata de Duas Lagoas, Mata do Zumbi e Mata da Pimenteira) e 27 Refúgios de Vida Silvestre (Mata de Santa Cruz, Mata do Amparo, Mata do Engenho São João, Mata do Jaguaribe, Mata do Engenho Macaxeira, Mata Lanço dos Cações, Mata de Contra Açude, Mata do Urucu, Mata da Serra do Cotovelo, Mata da Usina São José, Mata de Caraúna, Mata de Miritiba, Mata de Mussaíba, Mata do Cumaru, Mata do Curado, Mata do Engenheiro Moreninho, Mata do Engenheiro Uchôa, Mata do Engenheiro Salgadinho, Mata do Outeiro do Pedro, Mata do Quizanga, Mata do São João da Várzea, Mata do Sistema Gurjaú, Mata Tapacurá, Mata do Engenheiro Tapacurá, Mata do Toro, Mata Camucim e Mata do Bom Jardim).
Floresta Urbana Mata do Passarinho, em Olinda - PE
  As APAs de uso sustentável são:
APA de Guadalupe - localizada entre os municípios de Barreiros, Rio Formoso, Sirinhaém e Tamandaré, é uma área de Mata Atlântica, mangue, restinga e ambientes marinhos. Foi criada pelo Decreto nº 19.635/97 e possui uma área de 44.255 hectares.
APA de Guadalupe, em Rio Formoso - PE
APA de Santa Cruz - localizada entre os municípios de Goiana, Itamaracá e Itapissuma, é uma área de preservação de Mata Atlântica, mangue e restinga. Foi criada pelo Decreto n°32.488/08, e possui uma área de 38.692,32 hectares.
APA Santa Cruz, em Itapissuma - PE
APA de Sirinhaém - localizada entre os municípios de Ipojuca, Rio Formoso e Sirinhaém, é uma área de preservação de Mata Atlântica, mangue e restinga. Foi criada pelo Decreto nº 21.229/98 e possui uma área de 6.589 hectares.
APA Sirinhaém, em Sirinhaém - PE
APA Arquipélago de Fernando de Noronha - localizada no Distrito de Fernando de Noronha, é uma área de preservação de Mata Atlântica insular, mangue oceânico e ambientes marinhos, e foi criada pelo Decreto nº 13.553/89.
APA Fernando de Noronha
APA Aldeia-Beberibe - localizada entre os municípios de Recife, Camaragibe, Paulista, Abreu e Lima, Igarassu, Araçoiaba, São Lourenço da Mata e Paudalho, é uma área de preservação de Mata Atlântica, e foi criada pelo decreto Decreto nº 34.692/10, possuindo uma área de 31.694 hectares.
APA Aldeia-Beberibe, em Camaragibe - PE
  Os três maiores reservatórios de água de Pernambuco são: Engenheiro Francisco Saboia em Ibimirim, na bacia do rio Moxotó, o Jucazinho próximo ao município de surubim, na bacia do rio Capibaribe, e a represa de Itaparica, inserida sobre o rio São Francisco. Essa represa é uma das maiores represas do Brasil, sendo responsável por grande produção de energia.
Ruínas da igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrolândia - PE, que foi invadida pelas águas da barragem de Itaparica
A transposição do Rio São Francisco
  A transposição das águas do Rio São Francisco é uma das principais obras do governo federal na Região Nordeste. Com o argumento de levar água para a população do Sertão, a obra, iniciada em 2006, vem sofrendo inúmeros atrasos e aumentos no orçamento.
  Defendida por alguns setores da sociedade e criticada por outros, a obra vai interferir de forma significativa no ambiente natural da região.
  Em Pernambuco, o projeto prevê-se da disponibilização de água para atender a demanda dos municípios banhados pelas bacias dos rios Brígida, Terra Nova e Pajeú, que compartilham a bacia do rio São Francisco.
Projeto da Transposição do Rio São Francisco
  As águas do Eixo Leste percorrerão a distância de 220 quilômetros, a partir da barragem de Itaparica, no município de Floresta, Pernambuco, e alcançarão o rio Paraíba, na Paraíba, onde deverão atingir os reservatórios existentes nas bacias receptoras: Poço da Cruz, em Pernambuco, e Epitácio Pessoa (Boqueirão), na Paraíba.
Estação de bombeamento 1 do Eixo Norte, em Cabrobró - PE
  Na região de Brígida, uma ramificação do canal de transposição com cerca de 200 km de extensão, está previsto para conduzir parte das águas até os açudes Entre Montes e Chapéu, com uma vazão máxima de 99 m³/s e uma vazão de operação de 16,4 m³/s.
  Ramificações serão construídas para transferir parte da vazão para as bacias do rio Pajeú, do rio Moxotó e para a região Agreste de Pernambuco, através da construção de um ramal de 70 km que interligará o Eixo Leste à bacia do rio Ipojuca. A vazão máxima prevista é de 28 m³/s, e a vazão média operacional é de 10 m³/s.
Mapa da Transposição do Rio São Francisco
  O Eixo Norte constitui-se um percurso de aproximadamente 400 quilômetros, com ponto de captação de águas próximo à cidade de Cabrobró, Pernambuco. As águas serão transportadas aos rios Salgado e Jaguaribe até os reservatórios de Atalho e Castanhão, no Ceará; ao rio Apodi, no Rio Grande do Norte; e rio Piranhas-Açu, na Paraíba e Rio Grande do Norte, chegando aos reservatórios de Engenheiro Ávidos e São Gonçalo, ambos na Paraíba, e Armando Ribeiro Gonçalves, Santa Cruz e Pau dos Ferros, no Rio Grande do Norte.
Canal da transposição do Eixo Norte, em Cabrobró - PE
 ECONOMIA
  Em Pernambuco, a atividade industrial é desenvolvida por dois tipos de indústrias: a indústria tradicional e a indústria moderna. Pernambuco, possui uma tradição industrial que vem do período em que o Brasil era uma colônia de Portugal. Essa indústria era basicamente representada pelos engenhos que transformavam a cana-de-açúcar em açúcar e aguardente. Por isso, na porção do estado em que domina o clima úmido, teve grande expansão a cultura da cana-de-açúcar. O processo de fabricação de açúcar se aperfeiçoou e os velhos engenhos, chamados bangues, foram sendo substituídos por usinas com maior capacidade de produção e fornecendo um produto de melhor qualidade, o açúcar cristal, deixando assim de fabricar aguardente e passando a produzir álcool, utilizado como combustível.
Ruínas do engenho Monjope, em Igarassu - PE
  Nos anos 1950, a indústria de transformação em Pernambuco, também conhecida como indústria manufatureira, apresentava pouco dinamismo e indicava a necessidade de promover a industrialização, como meio de diversificar a atividade econômica do estado. O crescimento do setor deve-se, sobretudo, à política desenvolvida pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), através dos incentivos governamentais e, posteriormente, do Fundo de Investimento do Nordeste (Finor), além dos incentivos estaduais, através da isenção de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
  Dessa forma, iniciou-se em Pernambuco a instalação de um parque industrial de grande importância e com grande diversificação. Assim, nas proximidades de Recife, foram instalados, inicialmente, três distritos industriais - Cabo de Santo Agostinho, Curado e Paulista - onde se localizam fábricas as mais variadas, como: destilarias, cervejarias, fábrica de borracha sintética, produtos químicos, material elétrico e de comunicação, celulose, papel, tecidos sintéticos, confecções e produtos alimentares.
Bom Jardim - PE
  Recife teve grande desenvolvimento na década de 1970, em virtude dos pesados investimentos advindos do II Plano Nacional de Desenvolvimento, que incentivou a instalação de complexos industriais na cidade. Atualmente, apresenta alguns polos industriais dinâmicos como o têxtil, de eletrodomésticos, de cerâmicas e de bebidas.
  Recife é um tradicional polo de serviços. Os segmentos de maior destaque são: comércio, serviços médicos, serviços de informática e de engenharia, consultoria empresarial, ensino e pesquisa, e serviços ligados ao turismo.
  O Polo Médico do Recife, considerado o segundo maior do país, atrai pacientes do Brasil e do exterior. Os estrangeiros que vão ao Recife em busca de atendimento na área médica, em sua maioria africanos e norte-americanos, visam qualidade nos serviços e preço baixo no atendimento.
  O Rio Mar Shopping, localizado na Zona Sul do Recife, é o maior centro de compras do Norte-Nordeste e o terceiro maior do Brasil.
Goiana - PE
  Nos anos 2000, Pernambuco passou a ter uma das economias que mais crescem no Brasil, estimulada por novos investimentos. O Complexo Industrial Portuário de Suape, que fica a 40 quilômetros do Recife, recebeu uma refinaria de petróleo e uma grande empresa petroquímica.
  Outra atividade promissora é a indústria naval, que está ganhando impulso com a implantação de estaleiros em Suape.
  Em Recife há o Porto Digital, uma iniciativa do Governo Estadual que criou as condições para que as empresas do setor tecnológico se instalassem na capital do estado. Nesse porto, atuam mais de 230 empresas, que geram em torno de 7 mil empregos diretos e indiretos, além de duas instituições de pesquisa, que funcionam como base para experimentos criados nas empresas.
Porto Digital do Recife - um dos maiores parques tecnológicos do Brasil
  Em Caruaru existe uma das maiores feiras nordestinas, verdadeira vitrine das atividades regionais. A feira oferece aos visitantes diferentes produtos, vendidos pelos pequenos produtores agrícolas do Agreste, e uma variedade de itens de artesanato regional: artigos de couro, palhas, fibras ou corda, objetos de madeira e de barro. Ela também é um evento cultural, com exposição de literatura de cordel, apresentação de cantadores e repentistas.
Feira de Caruaru - uma das maiores feiras ao ar livre do mundo
  Caruaru, junto com Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, compõe o triângulo têxtil de Pernambuco, o segundo maior polo de confecções do Brasil. Toritama, conhecida como a capital brasileira do jeans, é responsável por 15% das confecções feitas com jeans no Brasil.
  Santa Cruz do Capibaribe possui o maior parque de confecções da América Latina, o Moda Center Santa Cruz.
Moda Center Santa Cruz - o maior parque de confecções do Brasil
  Petrolina, Juazeiro (BA) e as cidades vizinhas, têm se especializado na produção de frutas tropicais para exportação. Com o avanço das técnicas de irrigação, vem se desenvolvendo com sucesso o cultivo de frutas como o melão, a manga e a uva. A produtividade é a maior do país (a produtividade da uva no município, junto com as cidades circunvizinhas, é cerca de 2,5 vezes maior do que em outras regiões). As culturas irrigadas do Vale do Rio São Francisco respondem por cerca de 90% de toda a manga e a uva exportadas pelo Brasil para a Europa e os Estados Unidos. São produzidos também em grande escala, cebola, cana-de-açúcar, arroz, tomate e outros produtos. Em Petrolina, vem crescendo bastante a produção de vinho, que apresenta boa qualidade e tem recebido prêmios no Brasil e no exterior.
Petrolina é um dos maiores produtores de frutas irrigadas do Brasil
  A cidade de Garanhuns, localizada a uma altitude de 896 metros, com médias pluviométricas de 998 milímetros e com uma temperatura média de 21 ºC, atrai turistas do Nordeste e de outras regiões, principalmente nos meses de junho e julho, quando as médias de temperaturas são mais baixas, entre 15 ºC e 18 ºC. A cidade é um verdadeiro oásis no meio da paisagem semiárida do Agreste, rompendo com a ideia geral de que o Nordeste interior possui apenas clima quente e seco. Outras cidades de altitude elevadas que também atraem turistas durante o inverno são Triunfo, Pesqueira, Taquaritinga do Norte e Gravatá, que, juntas com Garanhuns, realizam o Circuito do Frio todos os anos nos meses de junho e julho.
Gravatá - PE
  A cidade de Belo Jardim é a sede da transnacional Acumuladores Moura S.A., que produz as Baterias Moura.
  Na região do Araripe, há o polo gesseiro em Araripina, que produz cerca de 90% do gesso do Brasil. A maioria do gesso retirado das jazidas do polo gesseiro é processado em Araripina, Ipubi e Trindade. Grandes reservas do minério gipsita ainda encontra-se intactas nos municípios de Ipubi e Bodocó.
Polo gesseiro do Araripe
  A Tupan, atacadista distribuidora de materiais de construção fundada em Serra Talhada, é a maior empresa do ramo no Norte-Nordeste e a quinta maior do Brasil. O grupo atende mais de 12 mil clientes lojistas em todo o Norte-Nordeste, conta com três Centros de Distribuição, localizados em Pernambuco e Alagoas (Serra Talhada, Recife e Maceió), além de sete lojas de varejo, sendo quatro em Serra Talhada, duas em Recife e uma em Maceió.
Buenos Aires - PE
  O turismo em Pernambuco oferece diversas atrações, tanto naturais quanto culturais. As principais localidades turísticas do estado são: Fernando de Noronha, Ipojuca, Tamandaré, Cabo de Santo Agostinho e Itamaracá (sol e praia); Bonito, Bezerros e Petrolina (ecoturismo e aventura); Buíque (arqueológico); Garanhuns, Gravatá e Triunfo (serrano); Olinda, Igarassu, Jaboatão dos Guararapes e Caruaru (cultural); Vicência, Moreno, Carpina, Goiana e Nazaré da Mata (rural); e Recife (cultural, sol e praia, negócios e saúde).
Vicência - PE
  O litoral de Pernambuco tem cerca de 187 quilômetros de extensão, entre praias e falésias, zonas urbanas e locais praticamente intocados.
  No litoral sul, as praias mais procuradas são Porto de Galinhas, Carneiros, Serrambi, Maracaípe, Muro Alto, Calhetas, Paiva e a Ilha de Santo Aleixo, sendo Porto de Galinhas a mais visitada.
  Porto de Galinhas está localizado no município de Ipojuca, e possui piscinas de águas claras e mornas formadas entre corais, além de estuários, mangues, areia branca e coqueirais. É bastante frequentada por turistas e surfistas de diversas nacionalidades, sendo eleita pela revista Viagem e Turismo, da Editora Abril, como a melhor praia do Brasil, por dez vezes consecutivas.
Porto de Galinhas, em Ipojuca - PE
  As atrações turísticas do litoral norte também são muito relevantes. As praias mais procuradas são a Ilha de Itamaracá, a Ilhota da Coroa do Avião e a Praia de Maria Farinha, esta última por abrigar o Veneza Water Park, um dos maiores parques aquáticos do Brasil. Construções do período colonial, como o Forte Orange, na Ilha de Itamaracá, e a Igreja dos Santos Cosme e Damião (igreja mais antiga do Basil, segundo o IPHAN) em Igarassu, são atrativos à parte.
Veneza Water Park, na Praia de Maria Farinha, em Paulista - PE
  Fernando de Noronha é um dos destinos nacionais mais conhecidos no exterior. Algumas de suas principais atrações são a Baía do Sancho - eleita a melhor praia do mundo pelos usuários do site de viagens TripAdvisor - a Baía dos Porcos, as Baía dos Golfinhos, o Morro Dois Irmãos, o Forte de Nossa Senhora dos Remédios de Fernando de Noronha e a Vila dos Remédios. As ilhas são muito procuradas para a prática do mergulho, e o único lugar do oceano Atlântico onde é possível avistar grupos de golfinhos rotadores. O arquipélago foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.
Baía dos Golfinhos, em Fernando de Noronha
CULTURA
  A cultura pernambucana é muito forte. Durante o Carnaval, algumas cidades pernambucanas, como Recife e Olinda, atraem um grande número de foliões de várias partes do Brasil, e até do mundo, para curtir os dias dedicado ao Rei Momo. O frevo pelas ruas de Recife e o desfile de bonecos gigantes em Olinda, são exemplos de atrativos culturais do estado.
Belo Jardim - PE
  Foi em Pernambuco que surgiu o primeiro poema da literatura brasileira: Prosopopeia, de Bento Teixeira. A obra conta, em estilo épico, inspirado em Camões, as façanhas da família Albuquerque, tendo sido dedicado ao então governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. Essa obra foi publicada em 1601.
  Outro marco na literatura pernambucana é o livro Historia Naturalis Brasiliae, primeiro tratado da história natural do Brasil, de autoria do médico e naturalista holandês Guilherme Piso, que o concebeu através da observação do jardim zoobotânico do Palácio de Friburgo, residência de Maurício de Nassau no Recife durante o domínio holandês.
Agrestina - PE
  Vários gêneros musicais e danças surgiram no estado de Pernambuco ao longo dos anos. O frevo, um dos principais deles, é símbolo do Carnaval de Recife e Olinda, e se caracteriza pelo ritmo musical acelerado e pelos passos de dança que lembram a capoeira (que tem em Pernambuco um de seus berços). Esse gênero já revelou e influenciou grandes músicos brasileiros. Antes da criação da axé music na década de 1980, o frevo era utilizado também no Carnaval de Salvador.
Frevo - uma das danças originárias de Pernambuco
  O Maracatu Rural, também conhecido como Maracatu de Baque Solto, surgiu entre os séculos XVIII e XIX nas senzalas da região canavieira pernambucana. É uma mistura de várias brincadeiras populares. Com o tempo, a brincadeira foi se popularizando em toda a Zona da Mata de Pernambuco. Até hoje, os trabalhadores dos canaviais participam ativamente dos festejos.
Maracatu Rural
  O Maracatu Nação, também conhecido como Maracatu de Baque Virado, é uma manifestação cultural da música folclórica pernambucana afro-brasileira. É formado por um conjunto musical percussivo que acompanha um cortejo real. Os grupos apresentam um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. O momento de maior destaque consiste na saída às ruas para desfile e apresentações no período carnavalesco.
Maracatu Nação
  O Baião, gênero de música e dança, teve como maior expoente o pernambucano Luiz Gonzaga. O ritmo, ao lado de outros como o xote, faz parte do chamado forró. Já o xaxado, dança típica originária do Sertão de Pernambuco, é exclusivamente masculina e foi divulgada numa vasta área do interior nordestino pelo cangaceiro Lampião e pelos integrantes do seu bando. Também são muito comuns em Pernambuco as Bandas de Pífanos, além de outras músicas e danças oriundas do estado, como a Ciranda, o Cavalo-Marinho, os Caboclinhos, o Pastoril, o Coco, a Embolada, entre outras manifestações.
Luiz Gonzaga (1912-1989) - o "Eterno Rei do Baião"
  Todos os anos, nas semanas que antecedem a Páscoa, realiza-se o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, no distrito de Fazenda Nova, na cidade de Brejo da Madre de Deus. O evento é reconhecido como o maior teatro ao ar livre do mundo. A cidade-teatro de Nova Jerusalém impressiona pela arquitetura: a construção é uma réplica da Judeia sagrada, com lagos artificiais, nove palcos, uma muralha de 3.500 metros e 70 torres.
Espetáculo da Paixão de Cristo, em Nova Jerusalém - PE
  Pernambuco deu origem ao Mamulengo, nome dado ao teatro de bonecos brasileiro, tido como um dos mais ricos espetáculos populares do país. É uma representação de dramas através de bonecos, em pequeno palco elevado coberto por uma empanada, atrás do qual ficam as pessoas que dão vida e voz aos personagens. Glória do Goitá, município da Zona da Mata Pernambucana, detém o título de "berço do mamulengo".
Museu do Mamulengo, em Glória do Goitá - PE
  O Carnaval de Recife é multifacetado, com formas diferentes de carnaval de rua, desfiles de agremiações carnavalescas e apresentações de cantores e conjuntos musicais em palanques específicos. O Recife possui o maior bloco carnavalesco do mundo, o Galo da Madrugada, que se apresenta no sábado de carnaval, ou "Sábado de Zé Pereira".
Galo da Madrugada, no Carnaval de 2017
  O Carnaval de Olinda é conhecido mundialmente pelos desfiles dos Bonecos de Olinda, bonecos de mais de dois metros, coloridos e de fácil localização, que saem às ruas junto com os foliões. A festa é realizada no centro histórico da cidade.
Bonecos de Olinda no Carnaval 2017
  Caruaru disputa com Campina Grande o título de capital mundial do forró. O São João de Caruaru é um dos mais famosos do Brasil. Possui diversos polos de animação, shows artísticos, apresentação de grupos folclóricos e regionais e culinária típica rica em canjica, pamonha, bolo de milho, pé de moleque e outras iguarias à base de milho.
Pátio do Forró, em Caruaru - PE
  O estado abriga muitos museus, centros culturais e instituições voltadas para a promoção de ações artísticas, como a Fundação Gilberto Freyre, a Oficina Cerâmica Francisco Brennand, o Instituto Ricardo Brennand, o Museu do Homem do Nordeste, o Museu Cais do Sertão, o Paço do Frevo, o Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, o Gabinete Português de Leitura, o Museu da Abolição, o Museu do Trem, o Museu da Cidade do Recife, o Museu do Estado de Pernambuco, o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco, a Caixa Cultural, o Centro Cultural dos Correios, o Santander Cultural, a Academia Pernambucana de Letras, a Academia de Artes e Letras de Pernambuco, a Fundação Joaquim Nabuco, o Museu do Barro e do Forró, o Museu do Sertão, o Teatro de Santa Isabel, dentre outros.
Museu do Sertão, em Petrolina - PE
  O Museu do Estado de Pernambuco, criado em 1928, possui um grande acervo eclético, com cerca de 12 mil itens abrangendo as áreas de arte, antropologia, história e etnografia. O Museu do Homem do Nordeste, vinculado à Fundação Joaquim Nabuco/Ministério da Educação, é um importante museu antropológico que reúne acervo com cerca de 15 mil peças de heranças culturais da formação do povo nordestino. Conta ainda com uma sala de projeção, o Cinema do Museu, onde são exibidos filmes alternativos, cuja exibição não chega nas grande salas. O Cais do Sertão, museu interativo e de objetos considerados um dos mais modernos equipamentos culturais do país, foi eleito o 18° melhor museu da América do Sul pelos usuários do site de viagens TripAdvisor.
Museu do Estado de Pernambuco, em Recife - PE
  A Oficina Cerâmica Francisco Brennand é um complexo monumental com 15 km² de área construída - museu de arte e ateliê - criado pelo artista plástico Francisco Brennand. Possui acervo com mais de 2 mil peças entre esculturas e pinturas. Já o Instituto Ricardo Brennand (IRB), fundado pelo colecionador e empresário Ricardo Brennand, está sediado em um complexo arquitetônico em estilo medieval, composto por três prédios: Museu Castelo São João, pinacoteca e galeria, circundados por um vasto parque. Abriga um dos maiores acervos de armas brancas do mundo, além de uma coleção permanente de objetos histórico-artísticos de diversas procedências, abrangendo o período que vai da Baixa Idade Média ao século XXI, com forte ênfase na documentação histórica e iconográfica ao período colonial e ao Brasil Holandês.
Pátio central da Oficina Cerâmica Francisco Brennand
ALGUNS DADOS DE PERNAMBUCO
LOCALIZAÇÃO: Região Nordeste
LIMITES: Paraíba e Ceará (norte), Alagoas e Bahia (sul), Piauí (oeste) e o Oceano Atlântico (leste).
CAPITAL: Recife
Centro Histórico de Recife
ÁREA: 98.076,323 km² (19°)
POPULAÇÃO (IBGE 2010): 8.796.448 habitantes (7°)
Estimativa (IBGE 2017): 9.526.604 habitantes 
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (2017): 97,134 hab./km² (6°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população e a superfície de um determinado território.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa IBGE 2017):
Recife: 1.643.789 habitantes (Censo 2010: 1.537.704 habitantes)
Recife - capital e maior cidade de Pernambuco
Jaboatão dos Guararapes: 698.865 habitantes (Censo 2010: 644.620 habitantes)
Jaboatão dos Guararapes - segunda cidade mais populosa de Pernambuco
Olinda: 394.513 habitantes (Censo 2010: 377.779 habitantes)
Olinda - terceira cidade mais populosa de Pernambuco e a mais antiga
IDH (IBGE 2016): 0,673 (19°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os territórios (países, estados, regiões etc.), pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo-se em quatro grandes grupos: baixo (0,00 a 0,500), médio (0,501 a 0,800), elevado (0,801 a 0,900) e muito elevado (0,901 a 1,0).
PIB (IBGE 2016): 155.143.000 (10°). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano, etc.).
EXPECTATIVA DE VIDA (IBGE - 2016): 73,5 anos (16°). Obs: essa taxa refere-se a média de quantos anos vive uma determinada população.
TAXA DE NATALIDADE (IBGE - 2016): 17,4 (16°). Obs: essa taxa expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
MORTALIDADE INFANTIL (IBGE - 2016): 13,3/mil (19°). Obs: essa taxa refere-se ao número de crianças que morrem antes de completar 1 ano de idade entre mil nascidas vivas, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (Pnud - 2016): 1,92 filhos/mulher (18°). Obs: essa taxa refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início até o fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (IBGE - 2016): 89,15% (13°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
TAXA DE ANALFABETISMO (IBGE - 2016): 16,74% (8°). Obs: essa taxa refere-se ao número de pessoas com 15 anos ou mais que não sabem ler nem escrever, e é contada do maior para o menor.
PIB PER CAPITA (IBGE - 2016): R$ 16.722,05 (19°). Obs: o PIB per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado território dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre todos.
RELIGIÃO (Censo do IBGE - 2010): católicos apostólicos romanos (65,95%), protestantes (20,34%), sem religião (10,4%), espíritas (1,41%), outras religiões (1,9%).
Convento Santo Antônio - uma das construções mais antigas de Recife
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA: o estado de Pernambuco está dividido em cinco mesorregiões que, por sua vez, estão subdivididas em 19 microrregiões.
Mapa das mesorregiões de Pernambuco
  As mesorregiões e suas respectivas microrregiões e seus municípios são:
1. Mesorregião Metropolitana do Recife
  A mesorregião Metropolitana do Recife é composta por quatro microrregiões (Fernando de Noronha, Itamaracá, Recife e Suape) e quinze municípios, abrigando uma população de 3.993.886 habitantes (estimativa 2017) distribuídos por uma área de 2.787,792 km².
  • Microrregião de Fernando de Noronha
  A microrregião de Fernando de Noronha possui uma área de 17,07 km² e uma população de 3.048 habitantes (estimativa IBGE 2017) e sua capital e única cidade é Vila dos Remédios.
Mapa de Fernando de Noronha
  O arquipélago de Fernando de Noronha é composto por 21 ilhas, ilhotas e rochedos de origem vulcânica, ocupando uma área total de 26 km² (sendo que os 17,07 km² são da ilha principal, Fernando de Noronha). O turismo é a atividade econômica mais importante da ilha.
Vila dos Remédios - capital e única cidade de Fernando de Noronha
  • Microrregião de Itamaracá
  A microrregião do Itamaracá é formada pelos municípios de Araçoiaba (20.416 habitantes), Igarassu (116.428 habitantes), Itapissuma (26.511 habitantes) e Ilha de Itamaracá (26.174 habitantes). Possui uma área de 542,86 km² e uma população de 189.529 habitantes (estimativa IBGE 2017).
Igarassu - PE. É uma das cidades mais antigas do Brasil
  É uma região altamente urbanizada e tem no litoral famosos sítios históricos, destacando a cidade de Itamaracá, além das bonitas paisagens da ilha de mesmo nome. O turismo é uma das principais atividades econômicas da microrregião. A indústria, o setor de serviços e o cultivo da cana-de-açúcar são outros atrativos da economia.
Mapa da microrregião de Itamaracá
  • Microrregião do Recife
  A microrregião do Recife é formada por oito municípios: Abreu e Lima (99.574 habitantes), Camaragibe (157.028 habitantes), Jaboatão dos Guararapes (698.865 habitantes), Moreno (62.457 habitantes), Olinda (394.513 habitantes), Paulista (330.050 habitantes), Recife (1.643.789 habitantes) e São Lourenço da Mata (112.642 habitantes). Possui uma área de 1.252,02 km² e uma população de 3.498.918 habitantes (estimativa IBGE 2017).
Mapa da microrregião do Recife
  É a microrregião mais populosa e a de economia mais dinâmica de Pernambuco, com um grande desenvolvimento do setor de serviços e do setor industrial.
Abreu e Lima - PE
  • Microrregião de Suape
  A microrregião de Suape é formada pelos municípios de Cabo de Santo Agostinho (206.526 habitantes) e Ipojuca (95.865 habitantes). Possui uma área de 975,842 km² e uma população de 302.391 habitantes (estimativa IBGE 2017). Sua principal atividade econômica é relacionada ao porto de Suape, o maior do Nordeste e o segundo maior do país.
Porto de Suape, em Ipojuca - PE
  Nessa microrregião há também diversas indústrias, especialmente do ramo petroquímico no município de Cabo de Santo Agostinho. Devido às suas belíssimas praias, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho também se destacam como importantes polos turísticos.
Mapa da microrregião de Suape
2. Mesorregião da Zona da Mata Pernambucana
  A mesorregião da Zona da Mata Pernambucana é formada pela união de 43 municípios distribuídos em três microrregiões. Possui uma área de 8.402,304 km² e uma população de 1.400.195 habitantes (estimativa IBGE 2017).
  A Zona da Mata foi a porta de entrada dos europeus em Pernambuco. O relevo é ondulado e argiloso, sendo cortada pelos rios mais importantes do estado, como o Capibaribe, o Ipojuca e o Ipanema.
  A economia é composta principalmente pelo cultivo da cana-de-açúcar, e a microrregião possui muitos engenhos e usinas. Os municípios mais importantes são Vitória de Santo Antão, Palmares, Carpina e Escada.
Escada - PE
  As microrregiões com seus respectivos municípios são:
  • Microrregião da Vitória de Santo Antão
  A microrregião da Vitória de Santo Antão é formada por cinco municípios: Chã de Alegria (13.450 habitantes), Chã Grande (21.549 habitantes), Glória do Goitá (30.481 habitantes), Pombos (26.980 habitantes) e Vitória de Santo Antão (138.076 habitantes), que é o município mais importante e mais desenvolvido dessa microrregião.
Mapa da microrregião da Vitória de Santo Antão
  Possui uma área de 941,046 km² e uma população de 230.536 habitantes (estimativa IBGE 2017). O setor agrícola, principalmente a agroindústria da cana-de-açúcar, se destaca na economia.
Vitória de Santo Antão - PE
  • Microrregião da Mata Setentrional Pernambucana
  A microrregião da Mata Setentrional Pernambucana é formada por 17 municípios: Aliança (38.283 habitantes), Buenos Aires (13.106 habitantes), Camutanga (8.505 habitantes), Carpina (83.202 habitantes), Condado (26.291 habitantes), Ferreiros (12.084 habitantes), Goiana (79.421 habitantes), Itambé (36.342 habitantes), Itaquitinga (16.888 habitantes), Lagoa do Carro (17.657 habitantes), Lagoa de Itaenga (22.298 habitantes), Macaparana (25.269 habitantes), Nazaré da Mata (32.341 habitantes), Paudalho (55.509 habitantes), Timbaúba (53.359 habitantes), Tracunhaém (13.713 habitantes) e Vicência (32.502 habitantes). Possui uma área de 2.938,995 km² e uma população de 566.770 habitantes (estimativa IBGE 2017).
Mapa da microrregião da Mata Setentrional Pernambucana
  As cidades mais importantes dessa microrregião são Goiana, Carpina, Timbaúba e Paudalho. A agroindústria canavieira é a principal atividade econômica, sendo também importantes para a economia o turismo, a tecelagem e a agricultura de subsistência.
Timbaúba - PE
  • Microrregião da Zona da Mata Meridional Pernambucana
  A Zona da Mata Meridional Pernambucana é composta por 21 municípios: Água Preta (36.576 habitantes), Amaraji (22.750 habitantes), Barreiros (42.500 habitantes), Belém de Maria (12.019 habitantes), Catende (42.668 habitantes), Cortês (12.584 habitantes), Escada (68.537 habitantes), Gameleira (30.888 habitantes), Jaqueira (11.652 habitantes), Joaquim Nabuco (16.008 habitantes), Maraial (11.571 habitantes), Palmares (62.977 habitantes), Primavera (14.890 habitantes), Quipapá (25.914 habitantes), Ribeirão (47.205 habitantes), Rio Formoso (23.433 habitantes), São Benedito do Sul (15.946 habitantes), São José da Coroa Grande (21.205 habitantes), Sirinhaém (45.628 habitantes), Tamandaré (23.268 habitantes) e Xexéu (14.670 habitantes).
Mapa da microrregião da Zona da Mata Meridional Pernambucana
  Possui uma área de 4.522,263 km² e uma população de 602.889 habitantes (estimativa IBGE 2017). A principal atividade econômica dessa microrregião é o cultivo da cana-de-açúcar. As belas praias encontradas no litoral, fazem do turismo outra importante fonte de renda. Palmares é o principal centro comercial da microrregião.
Palmares - PE
3. Mesorregião do Agreste Pernambucano
  A mesorregião do Agreste Pernambucano é formada pela união de 71 municípios distribuídos em seis microrregiões. Estende-se por uma área de 24.532,397 km² e possui uma população de 2.403.257 habitantes (estimativa IBGE 2017), sendo a segunda mesorregião mais populosa de Pernambuco.
  Geologicamente a região está situada sobre o Planalto da Borborema em uma altitude média entre 400 e 800 metros, sendo que em algumas microrregiões, como Garanhuns e Ipojuca, as altitudes ultrapassam os mil metros.
Toritama - PE. Conhecida como a capital brasileira do jeans
  As microrregiões, com seus respectivos municípios, são:
  • Microrregião do Alto Capibaribe
  A microrregião do Alto Capibaribe é formada pela união de nove municípios: Casinhas (12.284 habitantes), Frei Miguelinho (15.381 habitantes), Santa Cruz do Capibaribe (107.827 habitantes), Santa Maria do Cambucá (14.065 habitantes), Surubim (64.749 habitantes), Taquaritinga do Norte (28.635 habitantes), Toritama (45.337 habitantes), Vertente do Lério (7.695 habitantes) e Vertentes (20.624 habitantes).
Mapa da microrregião do Alto Capibaribe
  A população dessa microrregião é de 316.597 habitantes (estimativa IBGE 2017) distribuída numa área de 1.779.73 km². A maioria dos municípios tem uma economia baseada no setor primário, com exceção de Santa Cruz do Capibaribe, Surubim e Toritama, que se destacam pelo setor de comércio e da produção têxtil.
Santa Cruz do Capibaribe - PE. É a cidade mais desenvolvida da microrregião e abriga um importante polo de confecções
  • Microrregião do Brejo Pernambucano
  A microrregião do Brejo Pernambucano é composta por 11 municípios: Agrestina (24.759 habitantes), Altinho (22.908 habitantes), Barra de Guabiraba (14.310 habitantes), Bonito (38.088 habitantes), Camocim de São Félix (18.668), Cupira (24.014 habitantes), Ibirajuba (7.740 habitantes), Lagoa dos Gatos (16.193 habitantes), Panelas (26.456 habitantes), Sairé (10.248 habitantes) e São Joaquim do Monte (21.282 habitantes).
Mapa da microrregião do Brejo Pernambucano
  Possui uma área de 2.547,404 km² e uma população de 224.666 habitantes (estimativa IBGE 2017). O clima é bastante ameno graças às altitudes, com alta pluviosidade. A agricultura é a principal atividade econômica, com destaque para o cultivo de frutas, hortaliças e café.
Bonito - PE
  • Microrregião de Garanhuns
  A microrregião de Garanhuns é composta por 19 municípios: Angelim (11.093 habitantes), Bom Conselho (48.365 habitantes), Brejão (8.982 habitantes), Caetés (28.600 habitantes), Calçado (11.097 habitantes), Canhotinho (24.806 habitantes), Correntes (18.072 habitantes), Garanhuns (139.119 habitantes), Iati (19.126 habitantes), Jucati (11.370 habitantes), Jupi (14.774 habitantes), Jurema (15.315 habitantes), Lagoa do Ouro (13.081 habitantes), Lajedo (40.080 habitantes), Palmeirina (7.865 habitantes), Paranatama (11.472 habitantes), Saloá (15.792 habitantes), São João (22.691 habitantes) e Terezinha (7.136 habitantes).
Mapa da microrregião de Garanhuns
  Possui uma área de 5.098,614 km² e uma população de 468.836 habitantes (estimativa IBGE 2017). A economia é baseada na criação de gado de leite e de corte e na agricultura de subsistência. O comércio na região tem suas maiores concentrações em Garanhuns e Lajedo. Garanhuns também se destaca como um importante polo turístico do Estado.
Garanhuns - PE
  • Microrregião do Médio Capibaribe
  A microrregião do Médio Capibaribe é composta por dez municípios: Bom Jardim (39.061 habitantes), Cumaru (12.334 habitantes), Feira Nova (22.025 habitantes), João Alfredo (33.648 habitantes), Limoeiro (56.256 habitantes), Machados (16.084 habitantes), Orobó (23.759 habitantes), Passira (28.943 habitantes), Salgadinho (10.872 habitantes) e São Vicente Ferrer (17.942 habitantes).
Mapa da microrregião do Médio Capibaribe
  Possui uma área de 1.758,658 km² e uma população de 260.924 habitantes). a principal cidade dessa microrregião é Limoeiro e sua economia tem como base a agricultura de subsistência.
Limoeiro - PE
  • Microrregião do Vale do Ipanema
  A microrregião do Vale do Ipanema é formada por seis municípios: Águas Belas (43.233 habitantes), Buíque (58.073 habitantes), Itaíba (26.377 habitantes), Pedra (22.531 habitantes), Tupanatinga (27.159 habitantes) e Venturosa (18.388 habitantes).
Mapa da microrregião do Vale do Ipanema
  Possui uma área de 5.475,984 km² e uma população de 195.761 habitantes (estimativa IBGE 2017). O clima dominante é o semiárido e a economia tem como base a pecuária extensiva e a agricultura de subsistência.
Buíque - PE
  • Microrregião do Vale do Ipojuca
  A microrregião do Vale do Ipojuca é composta por 16 municípios: Alagoinha (14.566 habitantes), Belo Jardim (76.130 habitantes), Bezerros (60.602 habitantes), Brejo da Madre de Deus (50.477 habitantes), Cachoeirinha (20.282 habitantes), Capoeiras (20.011 habitantes), Caruaru (359.387 habitantes), Gravatá (83.644 habitantes), Jataúba (17.073 habitantes), Pesqueira (67.102 habitantes), Poção (11.276 habitantes), Riacho das Almas (20.397 habitantes), Sanharó (26.360 habitantes), São Bento do Una (59.194 habitantes), São Caetano (37.094 habitantes) e Tacaimbó (12.878 habitantes).
Mapa da microrregião do Vale do Ipojuca
  Possui uma área de 7.872,007 km² e uma população de 936.473 habitantes (estimativa IBGE 2017), sendo a segunda microrregião mais populosa de Pernambuco e a mais urbanizada do interior do estado.
  Caruaru é a cidade mais importante da microrregião, além de ser a quarta mais populosa cidade pernambucana e se destacar pelo seu grande polo têxtil e alimentício e pelo comércio bastante variado.
Caruaru - maior cidade do interior de Pernambuco
  A agricultura de subsistência, a pecuária extensiva e o turismo são bastante importantes para a economia. A cidade de Brejo de Madre de Deus se destaca mundialmente durante a Semana Santa por apresentar a Paixão de Cristo, maior teatro ao ar livre do mundo.
Brejo da Madre de Deus - PE
4. Mesorregião do Sertão de Pernambuco
  A mesorregião do Sertão Pernambucano é formada pela união de 50 municípios distribuídos em quatro microrregiões. Essa mesorregião é a menos densamente povoada de Pernambuco, e é cortada por rios importantes como o Pajeú, o Brígida e Sertão de Moxotó. Possui uma área de 37.896,314 km² e uma população de 1.068.601 habitantes (estimativa IBGE 2017).
Exu - PE. A cidade ficou famosa por ser a terra natal de Luiz Gonzaga
  As microrregiões com seus respectivos municípios são:
  • Microrregião do Araripe
  A microrregião do Araripe (também chamada de microrregião de Araripina) é formada pela união de dez municípios: Araripina (84.011 habitantes), Bodocó (37.957 habitantes), Exu (31.873 habitantes), Granito (7.448 habitantes), Ipubi (30.695 habitantes), Moreilândia (11.302 habitantes), Ouricuri (69.102 habitantes), Santa Cruz (15.317 habitantes), Santa Filomena (14.406 habitantes) e Trindade (30.367 habitantes).
Mapa da microrregião do Araripe
  Possui uma área de 11.546,773 km² e uma população de 332.478 habitantes (estimativa IBGE 2014). Na economia destaca-se o Polo Gesseiro do Araripe, que compreende os municípios de Araripina, Ipubi, Trindade, Bodocó e Ouricuri. Esse polo gesseiro é responsável por cerca de 95% do gesso consumido em todo o Brasil.
Araripina - PE
  • Microrregião de Salgueiro
  A microrregião de Salgueiro é composta por sete municípios: Cedro (11.748 habitantes), Mirandiba (15.317 habitantes), Parnamirim (21.390 habitantes), Salgueiro (60.682 habitantes), São José do Belmonte (33.843 habitantes), Serrita (19.100 habitantes) e Verdejante (9.502 habitantes).

Mapa da microrregião de Salgueiro
  Possui uma área de 8.767,226 km² e uma população de 171.582 habitantes (estimativa IBGE 2017). A economia é baseada na pecuária extensiva e na agricultura de subsistência. Salgueiro é a cidade mais importante dessa microrregião. São José do Belmonte, a segunda cidade mais importante da microrregião, possui importantes reservas de minério de ferro.
Salgueiro - PE
  • Microrregião do Pajeú
  A microrregião do Pajeú é composta por dezessete municípios: Afogados da Ingazeira (37.101 habitantes), Brejinho (7.466 habitantes), Calumbi (5.742 habitantes), Carnaíba (19.474 habitantes), Flores (22.719 habitantes), Iguaracy (12.186 habitantes), Ingazeira (4.550 habitantes), Itapetim (13.710 habitantes), Quixaba (6.814 habitantes), Santa Cruz da Baixa Verde (12.536 habitantes), Santa Terezinha (11.763 habitantes), São José do Egito (33.795 habitantes), Serra Talhada (85.921 habitantes), Solidão (5.986 habitantes), Tabira (28.396 habitantes), Triunfo (15.242 habitantes) e Tuparetama (8.175 habitantes).
Mapa da microrregião do Pajeú
  Possui uma área de 8.769,896 km² e uma população de 331.576 habitantes (estimativa IBGE 2017). A agropecuária nessa microrregião é uma das mais desenvolvidas do Sertão brasileiro. O comércio é a principal atividade econômica, seguida da agropecuária. Serra Talhada é a cidade mais importante da microrregião.
    Serra Talhada - PE
  • Microrregião Sertão de Moxotó
  A microrregião do Sertão de Moxotó é composto por sete municípios: Arcoverde (73.966 habitantes), Betânia (12.664 habitantes), Custódia (36.922 habitantes), Ibimirim (29.094 habitantes), Inajá (23.199 habitantes), Manari (21.369 habitantes) e Sertânia (35.751 habitantes).
Mapa da microrregião do Sertão de Moxotó
  Possui uma área de 8.812,419 km² e uma população de 232.965 habitantes (estimativa IBGE 2017). Arcoverde é um importante centro comercial, educacional, de saúde e de entidades governamentais do Sertão, além de ser o mais populoso e representar um terço da população da microrregião. A economia da microrregião é baseada na pecuária extensiva e na agricultura de subsistência, além do setor terciário.
Arcoverde - PE
5. Mesorregião do São Francisco Pernambucano
  A mesorregião do São Francisco Pernambucano é formada por duas microrregiões e 15 municípios. Petrolina é a capital regional dessa mesorregião que, além de possuir um importante porto fluvial e um aeroporto internacional para exportações, é um polo agroindustrial, financeiro e comercial.
  A mesorregião é circundada pela margem esquerda do rio São Francisco, o qual faz divisa natural com o estado da Bahia. Graças ao rio a região apresenta uma desenvolvida agricultura irrigada, a qual põe Pernambuco como um dos maiores produtores e exportadores de frutas do país. Possui uma área de 24.457,516  km² e uma população de 660.665 habitantes (estimativa IBGE 2017).
Petrolina - PE. Quinta cidade mais populosa de Pernambuco
  • Microrregião de Itaparica
  A microrregião de Itaparica é composta por sete municípios: Belém do São Francisco (20.676 habitantes), Carnaubeira da Penha (12.768 habitantes), Floresta (32.701 habitantes), Itacuruba (4.891 habitantes), Jatobá (14.733 habitantes), Petrolândia (36.356 habitantes) e Tacaratu (25.650 habitantes).
Mapa da microrregião de Itaparica
  Possui uma área de 9.508,657 km² e uma população de 147.775 habitantes (estimativa IBGE 2017). Grande parte do território dessa microrregião é banhada pelo rio São Francisco, onde é praticado uma intensa atividade agrícola e uma pecuária extensiva. Nela encontra-se também a usina hidrelétrica de Itaparica.
Belém do São Francisco - PE
  • Microrregião de Petrolina
  A microrregião de Petrolina é formada pela união de oito municípios: Afrânio (19.530 habitantes), Cabrobó (34.043 habitantes), Dormentes (18.809 habitantes), Lagoa Grande (25.468 habitantes), Orocó (14.913 habitantes), Petrolina (347.847 habitantes), Santa Maria da Boa Vista (41.748 habitantes) e Terra Nova (10.532 habitantes).
Mapa da microrregião de Petrolina
  Possui uma área de 14.948,859 km² e uma população de 512.890 habitantes (estimativa IBGE 2017). Sua economia é bastante privilegiada pela umidade trazida pelo rio São Francisco e da irrigação praticada nas margens do rio, o que a torna um importante polo produtor de produtos agrícolas. Petrolina, que possui mais da metade da população da microrregião, possui uma economia bastante diversificada.
Santa Maria da Boa Vista - PE
REFERÊNCIA: Ribeiro, Wagner Costa
Por dentro da geografia, 7º ano / Wagner Costa Ribeiro. 3. ed. - São Paulo: Saraiva, 2015.

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