domingo, 27 de novembro de 2016

AS ANTILHAS

  Também chamada de América Central Insular e Caribe, o arquipélago das Antilhas é constituído por um grande número de ilhas, das quais entre 70 e 80 delas são habitadas.
  As Antilhas formam uma espécie de arco insular que começa em Cuba, a maior e mais próxima ilha da América do Norte, e termina bem próximo do litoral setentrional da América do Sul.
  De acordo com a posição geográfica e o tamanho, as ilhas das Antilhas estão distribuídas em quatro grupos: Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas, Arquipélago das Bahamas e Ilhas Bermudas.
  As Grandes e Pequenas Antilhas somam 225.000 km² de área territorial. Desse total, 207,022 km² correspondem às Grandes Antilhas (Cuba, Porto Rico, Jamaica e a Ilha Hispaniola, onde se situam o Haiti e a República Dominicana).
  As ilhas que formam as Antilhas correspondem a áreas ou pontos elevados de uma enorme cadeia de montanhas submarinas que se estende de leste a oeste, desde as Ilhas Virgens até a América Central Continental. Além desse ramo há outro que se inicia a leste de Porto Rico e descreve um grande arco, formando as Pequenas Antilhas.
Mapa das Antilhas
HISTÓRIA
  Cristóvão Colombo, o primeiro europeu a chegar às Antilhas, fundou em 1496, na ilha de Hispaniola, o primeiro núcleo de povoamento europeu em nome da Espanha, o qual deu origem a São Domingos, a capital da República Dominicana.
  Depois dos espanhóis, as Antilhas receberam navegadores ingleses, franceses e holandeses - muitos deles piratas a serviço dos rivais da Espanha. Sem poder controlar os numerosos arquipélagos, a Espanha perdeu pouco a pouco o domínio dessas ilhas para ingleses, franceses e holandeses. Isso explica a diversidade de características culturais, políticas e sociais das Antilhas.
  No processo de conquista e colonização, os habitantes originais - aruaques, caraíbas, tainos e outros -, quando não foram mortos em confronto ou em razão de doenças trazidas pelos europeus, foram submetidos à escravidão nas atividades de exploração de metais e pedras preciosas ou nas plantações. Os habitantes que sobreviveram ao extermínio se refugiaram nas zonas montanhosas.
Quadro que mostra a chegada de Cristóvão Colombo à América
  Data do período colonial a introdução de milhares de escravos africanos no trabalho nas plantações (cana-de-açúcar, tabaco, algodão etc.). É esse o principal motivo da grande participação dos afrodescendentes na população das Antilhas (na Jamaica somam 92% da população total; no Haiti, 95%; em Trinidad e Tobago, 34%; além dos mestiços em número significativo).
  A independência das colônias europeias nas Antilhas ocorreu em diversos momentos ao longo dos séculos XIX e XX. Apesar de os movimentos pró-independência terem surgido no início do século XIX no Haiti e na República Dominicana, e na segunda metade do século XIX em Cuba, esses países somente se libertaram formalmente no século XX, pois além de lutarem contra as metrópoles espanhola e francesa, foram ocupados pelos Estados Unidos. No Haiti essa ocupação permaneceu de 1915 a 1934, em Cuba, de 1899 a 1902, e na República Dominicana, de 1916 a 1924.
  Muitas ilhas das Antilhas ainda são territórios dependentes do Reino Unido, França, Países Baixos e Estados Unidos.
Vídeo sobre praias das Antilhas
POPULAÇÃO
  A população das Antilhas é de mais de 40 milhões de habitantes. O país mais populoso é Cuba, com 11.305.746 habitantes, seguido pelo Haiti e pela República Dominicana, com 11.084.225 e 10.682.761 habitantes, respectivamente. Entre as cidades, as capitais desses países também são as mais populosas: Havana (Cuba), tem cerca de 2,6 milhões de habitantes; Porto Príncipe (Haiti), tem cerca de 2,5 milhões de habitantes; e São Domingo (República Dominicana), tem cerca de 2,3 milhões de Habitantes.
Praia nas Ilhas Virgens Americanas
ECONOMIA
  A agricultura é a principal atividade econômica das Antilhas, destacando-se o cultivo da cana-de-açúcar. Depois de Cuba, a República Dominicana é o maior produtor da região.
  Além da cana, também são cultivados algodão, banana, abacaxi, café e fumo. Nesse arquipélago encontram-se importantes jazidas minerais de ferro, cobre, petróleo e bauxita. A Jamaica é um dos maiores exportadores mundiais de Bauxita.
  O setor industrial das Antilhas não apresenta grande desenvolvimento. No entanto, em razão da não cobrança de impostos de renda, várias empresas industriais estadunidense optaram por abrir escritórios em ilhas da região, para diminuir os custos dos impostos.
Praia na Jamaica
  Nessa região (América Central e Caribe), os bancos não fazem nenhuma pergunta sobre a origem do dinheiro neles depositado. Em vista disso, as Bahamas, as Ilhas Cayman, as Ilhas Bermudas, as Ilhas Virgens, entre outros, são conhecidos como "paraísos fiscais ou financeiros", onde empresas instalam sedes mas não realizam suas atividades, apenas depositando dinheiro ganho com corrupção, sonegação de impostos e tráfico de drogas. Essa prática é condenada por organismos internacionais, que exigem maior controle do Estado sobre o sistema bancário.
  O turismo é uma grande fonte de divisas para as Antilhas, pois anualmente o arquipélago recebem milhões de turistas que visitam suas ilhas nos cruzeiros realizados por suntuosos navios turísticos. Essa atividade é, em boa parte, controlada por empresas estrangeiras.
Praia em Aruba
PEQUENAS ANTILHAS
  As Pequenas Antilhas constituem países insulares. A maior parte deles vive de atividades do turismo. Entretanto, integram também os paraísos fiscais. De modo geral, a atividade econômica está associada à agricultura do tipo plantation e ao turismo. Politicamente, a área interessa aos Estados Unidos, mas nos últimos anos passou a interessar também ao Brasil.
  As Pequenas Antilhas são formadas por oito países independentes (Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis e Trinidad e Tobago), por cinco possessões do Reino Unido (Anguilla, Ilhas Cayman, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas e Montserrat), duas possessões dos Países Baixos - Holanda (Antilhas Holandesas e Aruba), duas possessões da França (Guadalupe e Martinica) e uma possessão norte-americana (Ilhas Virgens Americanas).
Mapa das Pequenas Antilhas
1. TRINIDAD E TOBAGO
  Localizado ao sul do mar do Caribe, Trinidad e Tobago é formado por duas ilhas principais, que dão nome ao país, e por outras ilhotas. Possui uma área de 5.130 km² e uma população de 1.355.437 habitantes (estimativa 2016). Trinidad situa-se a apenas 12 quilômetros da costa da Venezuela - geologicamente é uma extensão da América do Sul. Tobago, localizada a 34 quilômetros a noroeste de Trinidad, é de origem vulcânica.
Port of Spain - capital de Trinid e Tobago
  A ilha de Trinidad é a mais extensa (4.830 km²), e nela se concentra a maior parte da população total do país. Tobago tem 300 km² e se destaca pelo turismo, graças à enorme variedade de sua fauna, com 210 espécies de pássaros tropicais.
  A população de Trinidad e Tobago é formada principalmente por dois grupos: os afro-americanos (descendentes de africanos em territórios da América), que somam cerca de 34%, e os descendentes de indianos, 35%. Os imigrantes indianos chegaram às ilhas após a abolição da escravatura africana em 1834, estimulados pelos colonizadores ingleses para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar. Além desses dois grupos, há ainda europeus, chineses e outros, o que gera tensões étnicas no país.
Paisagem de Tobago
  Trinidad e Tobago eram colônias espanholas até passarem, em 1802, para o domínio inglês, obtendo a independência apenas em 1962. A partir da década de 1970, com a descoberta de petróleo e gás natural, o país deixou de ter uma economia de base agroexportadora (principalmente açúcar) e se tornou exportador de petróleo, atividade controlada por empresas transnacionais.
Vídeo sobre Trinidad e Tobago
  Trinidad e Tobago conquistou a reputação de ser um local de excelente investimento para as empresas internacionais. Além do petróleo e do gás natural, outra atividade muito importante no país é o turismo, que encontra-se em franco crescimento.
  A economia do país beneficia-se de uma baixa taxa de inflação e de superávits comerciais. O setor industrial é composto principalmente pela indústria siderúrgica, petroquímica, alimentícia, de bebidas e têxteis.
Paisagem de Trinidad
2. GUADALUPE
  A ilha de Guadalupe possui uma área de 1.628 km² e uma população de 409.241 habitantes (estimativa 2016). Guadalupe é um departamento ultramarino francês, sendo constituído por dois grupos de ilhas: a ilha de Guadalupe, que é composta por duas ilhas, a Basse-Terre e Grande-Terre, e por ilhas próximas. Faz fronteira marítima com Dominica a sul, Monteserrat a noroeste e com Antígua e Barbuda a norte. Esse departamento possui um estatuto de região administrativa. A cidade mais populosa é Pointe-à-Pitre.
Basse-Terre - capital de Guadalupe
  O nome "Guadalupe" foi dado por Cristóvão Colombo, que chamou-a de ilha de Santa Maria de Guadalupe, em 1493, em honra à Virgem Maria, venerada na cidade espanhola de Guadalupe.
Vídeo sobre Guadalupe
  A economia de Guadalupe tem como base a agricultura, com destaque para o cultivo da cana-de-açúcar que, junto com a banana, são os principais produtos de exportação. Outra atividade econômica bastante importante para o departamento é o turismo, atividade esta que está em plena expansão.
  Cerca de 72% da população da Guadalupe é constituída por afro-caribenhos e pardos, 14% são indo-caribenhos, 9% são de origem europeia, 2% de origem asiática e 3% de outras etnias. A língua oficial é o francês, e praticamente toda a população fala o crioulo antilhano.
Paisagem de Guadalupe
3. MARTINICA
  Martinica é um departamento ultramarino francês, que possui uma área de 1.102 km² e uma população de 383.461 habitantes (estimativa 2016). Tem estatuto de região administrativa, assim como as outras colônias francesas. A antiga capital, Saint-Pierre, ficou mundialmente famosa após a grande erupção vulcânica de 1902, no Monte Pelée.
  Martinica foi ocupada pela França a partir de 1635. Em 1660, os índios nativos da ilha foram deportados pelos franceses, no episódio que ficou conhecido como "Expulsão Caribenha". Desde então, a ilha tem sido uma possessão francesa, exceto por três breves períodos de ocupação estrangeira.
Fort-de-France - capital de Martinica
  Desde 1635 até 1946, Martinica sobreviveu como colônia francesa, produzindo mercadorias tropicais, como cana-de-açúcar, café, rum e cacau. Prisioneiros africanos foram trazidos da África Ocidental para formar a população escrava, que é a origem da maior parte da população atual.
  Martinica é separada em duas zonas em relação ao eixo central constituído por Fort-de-France e Le Robert. Ao norte fica uma região de relevo acidentado e com grandes florestas. Nela, se localiza o Monte Pelée, um estratovulcão ativo. Ao sul fica a região mais seca, de relevo menos acidentado e com maior ocupação humana.
Monte Pelée
  A hidrografia da ilha é formada por pequenos rios, sendo os principais deles o Lézarde - com 30 quilômetros de extensão é o mais longo da ilha -, o Galion, o Lorrain, o Hood, o Branco, entre outros.
  A economia de Martinica é baseada no setor terciário. A agricultura é responsável por cerca de 6% do PIB, e o setor industrial por 11%. Nos últimos anos, a produção de açúcar entrou em declínio, ficando a maior parte da produção de cana-de-açúcar destinada para a produção de rum.
Praia em Martinica
  Um dos produtos agrícolas que mais tem crescido nos últimos anos é a banana, cujo principal destino é o mercado francês. Alguns produtos, como carne, verduras e grãos, são importados.
  Nos últimos anos, a indústria do turismo é a que mais vem crescendo, contribuindo para alavancar a renda dos seus habitantes. O porto da capital, Fort-de-France, é o quinto maior porto da França em movimentação de contêineres, além da capital ser considerada a mais francesa cidade fora da França. A maior parte da força de trabalho está empregada no setor de serviços e administrativo.
Vídeo sobre Martinica
4. DOMINICA
  Dominica possui uma área de 751 km² e uma população de 72.718 habitantes (estimativa 2016). O país é conhecido como "Ilha Natureza do Caribe" devido à sua beleza natural pouco modificada. É a ilha mais recente das Pequenas Antilhas, apresentando uma grande atividade geotermal vulcânica, destacando-se a fonte termal Boiling Lake.
  A ilha apresenta áreas exuberantes de floresta tropical montanhosa, habitat de variadas espécies raras de fauna e flora. Existe algumas áreas desérticas nas zonas costeiras ocidentais, porém, o interior é bastante chuvoso. O papagaio-imperial, ave nacional, está representado na bandeira do país. O nome Dominica vem de Domingo, o dia em que Cristóvão Colombo avistou a ilha, em 3 de novembro de 1492. O ponto culminante do país é o Monte Diablotins, com 1.447 metros de altitude.
Boiling Lake - Dominica
  Após a descoberta, Dominica ficou abandonada pelos colonizadores e serviu de abrigo para muitos caribenhos que fugiram de outras ilhas vizinhas, à medida que as potências europeias colonizavam a região. Em 1763, a França cedeu Dominica para a Grã-Bretanha, que estabeleceu uma colônia no território dominicano em 1805.
  Em 1834 ocorreu a libertação dos escravos no Império Britânico e, em 1838, Dominica foi a primeira colônia caribenha britânica a ter uma legislatura controlada por uma maioria negra.
  Em 1896, o Reino Unido assumiu o controle direto da ilha, transformando-a numa colônia da Coroa. De 1958 a 1962, Dominica fez parte da Federação das Índias Ocidentais, constituindo-se uma das suas províncias. Em 3 de novembro de 1978, a ilha tornou-se independente.
Roseau - capital de Dominica
  A Comunidade de Dominica está envolvida em uma longa disputa com a Venezuela sobre reivindicações territoriais em torno da Ilha Aves, uma pequena ilhota localizada a 225 quilômetros a oeste de Dominica.
  A cultura dominiquesa é marcada pela miscigenação cultural: os nomes franceses misturam-se com os nomes ingleses; um idioma africano, comidas e costumes que se misturam com as tradições europeias, caracterizando a cultura crioula. Os nativos talham dugouts (canoas), constroem casas sobre pilares e tecem cestaria com caráter distintivo. A família ocupa um lugar de destaque na sociedade dominicana.
Praia em Dominica
  A economia de Dominica é fortemente dependente da agricultura, principalmente o cultivo da banana. O turismo é a atividade que mais cresce no país, e o governo busca promover o território dominicano como destino para o ecoturismo. Porém, a geografia tem dificultado essa atividade, pois há poucas praias e a costa não permite a instalação de portos amplos, além da falta de um aeroporto internacional.
  Existe poucas indústrias no país e as existentes são as de bens de consumo, como sabão, óleo de coco, extração da copra, mobiliário, de cimento e calçados.
Vídeo sobre Dominica
5. SANTA LÚCIA
  Santa Lúcia possui uma área de 539 km² e uma população de 187.072 habitantes (estimativa 2016). O território do país tem origem vulcânica, e é percorrida de norte a sul por uma cadeia de montanhas, a mais alta delas é o Monte Gimie, com 959 metros de altitude. Dois montes gêmeos, o Gros Piton, com 798 metros, e o Petit Piton, com 750 metros, emolduram uma pequena baía no sudoeste.
Montes Gros Piton e Petit Piton, em Santa Lúcia
  Os primeiros habitantes a povoarem Santa Lúcia foram os aruaques no século III a.C., que foram expulsos posteriormente pelos caraíbas. Espanhóis e ingleses tentaram ocupar a ilha, mas encontraram forte resistência dos caraíbas Em 1660, os franceses se estabeleceram na ilha, iniciando uma longa disputa com a Inglaterra, que durou 150 anos. Através do Tratado de Paris, em 1814, a Grã-Bretanha assumiu definitivamente o controle da ilha.
  Após ocuparem a ilha, os ingleses desenvolveram o cultivo da cana-de-açúcar e, posteriormente, a introdução do cacau. Também foi bastante desenvolvido o cultivo da banana - que atualmente é o principal produto agrícola da ilha - e do coco.
Castries - capital de Santa Lúcia
  Entre 1959 e 1962, a ilha foi uma província das Índias Ocidentais. Em 1967 foi atribuído o autogoverno e, em 13 de dezembro de 1978, a independência do país como membro da Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth).
  A maioria da população de Santa Lúcia, descendente de escravos africanos, reside em áreas rurais. A taxa de mortalidade é de 14 para cada mil nascidos vivos, e o analfabetismo atinge 5% dos seus habitantes.
Praia em Santa Lúcia
  A economia de Santa Lúcia se baseia na produção de bananas, que representa cerca de 40% das exportações, e cujo produto é cultivado em larga escala. Há grandes plantações de cacau, frutas cítricas e coco. As principais indústrias do país são a de rum e de óleos comestíveis. Nos últimos anos, a indústria do turismo é a que mais vem ganhando destaque, absorvendo grande parte da mão de obra. Outras atividades importantes também são a atividade pesqueira, a mineração de cal e a extração de sal.
Vídeo sobre Santa Lúcia
6. CURAÇAO
  A ilha de Curaçao é um município autônomo pertence aos Países Baixos e antes integrava as Antilhas Holandeses. Possui uma área de 444 km² e uma população de 158.961 habitantes (estimativa 2016).
  Os registros históricos e arqueológicos indicam as tribos de caiquetios, que pertenciam aos aruaques, como os primeiros habitantes da ilha. A chegada dos primeiros exploradores europeus ocorreu em 1499, quando uma expedição espanhola, comandada por Alonso de Ojeda, descobre a ilha durante a sua primeira viagem de exploração da costa norte da América do Sul. Juntamente com ele encontravam-se Juan de la Costa e Américo Vespúcio, os quais lhe atribuem o nome de Ilha dos Gigantes, devido à elevada estatura dos seus habitantes indígenas.
Willemstad - capital de Curaçao
  O domínio espanhol manteve-se durante quase todo o século XVI, período pelo qual os seus habitantes indígenas foram expulsos e transferidos para a colônia da ilha Hispaniola. Curaçao serviu de ponte para a exploração e conquista espanhola dos territórios do norte da América do Sul. A ilha foi abandonada progressivamente, à medida que avançava a colonização do continente.
  Em 1621, começam a chegar à ilha os primeiros holandeses, que tinham interesse em buscar recursos, como madeira e sal. Em 1634, uma expedição da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, comandada por Johan van Walbeeck, reclamou a posse da ilha para os Países Baixos.
Praia em Curaçao
  Em 10 de outubro de 2010, a ex-colônia das Antilhas Holandesas dividiu-se em dois países autônomos: Curaçao e São Martinho. Os dois novos países se juntaram a Aruba, ganhando o status de Estado individual, enquanto que as outras três ilhas, Bonaire, Santo Eustáquio e Saba, se tornaram municipalidades dos Países Baixos.
  O turismo, o refino de petróleo e as atividades bancárias offshore são os principais motores da pequena economia de Curaçao, a qual é muito dependente do mercado externo. A ilha desfruta de um elevado PIB per capita e uma infraestrutura bem desenvolvida. Possui um excelente porto, que recebe grandes navios petroleiros. A estatal venezuelana PDVSA (Petróleo da Venezuela S.A) aluga a única refinaria de petróleo existente na ilha. A maior parte do petróleo é importado da Venezuela e os derivados do refino são exportados para os Estados Unidos.
Pôr do sol em Curaçao
  Quase todos os bens de capital e de consumo são importados, sendo os Estados Unidos, o Brasil, a Itália e o México, os principais fornecedores. O governo local busca diversificar a indústria e o comércio, e assinou um acordo com a União Europeia, tendo em vista expandir os negócios com esse bloco. O solo pobre e a escassez de água impedem o desenvolvimento da agricultura na ilha.
Vídeo sobre Curaçao
7. ANTÍGUA E BARBUDA
  Antígua e Barbuda possui uma área de 440 km² e uma população de 91.300 habitantes (estimativa 2016). É formado por 37 ilhas, sendo que as principais são as que levam o nome do país: Antiga e Barbuda.
  Os primeiros habitantes das ilhas foram os siboneys (tribos das quais se originaram os aruaques e os caraíbas), que as ocuparam há mais de quatro mil anos. Em 1493, elas foram descobertas por Cristóvão Colombo, que as colonizou em nome da Espanha. Em 1667, as ilhas foram vendidas à Grã-Bretanha, tendo estado sob soberania britânica até 1981, quando se tornou independente.
Saint John's - capital de Antígua e Barbuda
  Antígua, a maior ilha do país, possui baías com recifes de coral e grandes dunas. As amplas baías, que oferecem portos seguros, a diferenciam do resto do Caribe. Barbuda, a segunda maior ilha, tem origem coralínea, possuindo uma grande laguna no lado ocidental. Ela se compõe de um pequeno vulcão unido a uma planície calcária. Praias de areia fina completam a sua paisagem. Redonda, a terceira maior ilha, é um pequeno arquipélago rochoso desabitado, que abriga uma grande reserva de fauna e flora.
Paisagem de Barbuda
  O clima das ilhas é o tropical, com temperaturas constantes ao longo do ano e chuvas bem distribuídas. Entre os meses de julho e outubro é comum a presença de furacões.
  As ilhas são, em geral, de baixa altitude, sendo que o ponto mais elevado é o Monte Obama, com 402 metros acima do nível do mar, e que até 2009, era chamado de Pico Boggy.
Paisagem de Antígua
  A economia de Antígua e Barbuda é bastante dependente do turismo. A agricultura também é importante na economia, com destaque para os cultivos da cana-de-açúcar, do algodão e de frutas. No setor industrial destacam-se o refino de petróleo e a produção têxtil, de madeira e de rum. Na pecuária os principais rebanhos são de bovinos e ovinos. O setor bancário também é bastante importante para a economia, sendo este país considerado um dos paraísos fiscais.
  A população de Antígua e Barbuda possui um elevado nível de educação, com cerca de 99% de seus habitantes alfabetizados. Em 1998, o país adotou medidas para se tornar um provedor de serviços médicos no Caribe, construindo o hospital mais avançado tecnologicamente das Antilhas, o Mt. St. John Medical.
Vídeo sobre Antígua e Barbuda
8. BARBADOS
  Barbados é o país mais oriental das Antilhas, possui uma área de 430 km² e uma população de 287.736 habitantes (estimativa 2016). A ilha foi descoberta na primeira expedição de Cristóvão Colombo em 1492, mas não chegou a ser colonizada pelos espanhóis. Em 1511 apareceu pela primeira vez em um mapa espanhol.
   Entre 1536 e 1627, os portugueses visitaram a ilha, que a denominaram "Os Barbados" ou "Barbudo", devido ao aspecto dos pêssegos felpudos que ali cresciam. Esta ficou conhecida então como "a ilha dos pêssegos barbados". Originalmente desabitada, acredita-se que seus ocupantes primitivos eram  os índios aruaques, que acabaram sendo aniquilados pelos caraíbas.
Bridgetown - capital de Barbados
  Os primeiros britânicos, que chegaram à ilha em 14 de maio de 1625, encontraram-na desabitada, e seu capitão, John Powell, reclamou a posse da ilha em nome de Jaime I da Inglaterra.
  Os primeiros colonos desembarcaram em 17 de fevereiro de 1627, na área da atual Holetown (antiga Jamestown). Era um grupo de 80 pessoas e dez escravos africanos, sob o comando de Powell. Esse estabelecimento foi financiado por Sir William Courteen, um rico comerciante de Londres, que arrematara à Coroa os direitos de exploração sobre Barbados e várias outras ilhas não reclamadas da região. Assim, os primeiros colonos eram arrendatários, e os lucros do empreendimento destinavam-se à Courteen e sua empresa. Mais tarde, Courteen perdeu os direitos de exploração para James Hay.
Praia em Barbados
  Nos primeiros anos de colonização, a maioria da população era branca e do sexo masculino, com escravos africanos fornecendo pequena parte da mão de obra. Cultivava-se o tabaco, o algodão, o gengibre e o índigo (planta conhecida como anileira), plantados por trabalhadores europeus até o início do cultivo da cana-de-açúcar.
  A indústria açucareira desenvolveu-se como principal empresa comercial, e Barbados foi dividida em latifúndios, que substituíram as pequenas fazendas dos primeiros colonos britânicos. Alguns dos agricultores deslocados mudaram-se para as colônias britânicas na América do Norte e, para trabalhar nas plantações, foram trazidos mais escravos africanos.
  Os fazendeiros e comerciantes de ascendência britânica dominaram a política local até a década de 1930, quando os descendentes de escravos emancipados iniciaram um movimento por direitos políticos. Um dos líderes desse movimento foi Sir Grantley Adams, fundador do Partido Trabalhista de Barbados, em 1938.
Praia em Barbados
  De 1958 a 1962, Barbados foi um dos dez membros da Federação das Índias Ocidentais e Sir Adams atuou como seu primeiro e único primeiro-ministro. Quando a federação foi abolida, Barbados reverteu a seu status anterior de colônia auto-governada. Após várias tentativa para formar uma federação composta de Barbados e ilhas de barlavento e sotavento, Barbados acabou por negociar a sua própria independência em uma conferência constitucional com o Reino Unido. Em 30 de novembro de 1966, tornou-se um Estado independente e membro da Commonwealth (Comunidade Britânica de Nações).
  A economia de Barbados se baseia no turismo e na produção de açúcar e seus derivados, como o rum. O petróleo e o gás natural são produzidos em pequenas quantidades. Os setores financeiro e de serviços também são bastante importantes para o país, que é considerado um dos "paraísos fiscais".
Vídeo sobre Barbados
9. TURCAS E CAICOS
  As ilhas Turcas e Caicos são um território britânico ultramarino do Reino Unido. Possuem uma área de 417 km² e uma população de 33.181 habitantes (estimativa 2016). É composta por dois grupos de ilhas: as ilhas Caicos (que são as maiores) e as ilhas Turcas (que são menores).
  O nome "Ilhas Turcas" deve-se à abundância natural, no arquipélago, de uma certa espécie de cacto cuja forma recorda um fez (pequeno chapéu de feltro ou pano, muitas vezes, utilizados em conjunto com um turbante, comumente usado pelos muçulmanos) turco. O termo "Caicos" refere-se a "caya hico", que na língua local quer dizer "conjunto de ilhas".
Cockburn Town - capital das Ilhas Turks e Caicos
  Os primeiros habitantes das ilhas foram o povo indígena Taíno, que chegou às ilhas entre os anos 500 e 800 a.C. Em conjunto com outros indígenas taínos, que migraram da ilha de Cuba para o sul das Bahamas à mesma época, ambos os povos se desenvolveram como "lucaianos". Por volta de 1.200 d.C., as Ilhas Turcas e Caicos foram recolonizadas por taínos originários da ilha Hispaniola.
  O primeiro europeu a documentar a existência das ilhas foi o navegador espanhol Juan Ponce de León, em 1512. Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, as ilhas passaram pelos controles espanhol, francês e inglês, embora estes três países jamais tenham estabelecido uma colônia fixa no local.
  Em 1848, a Grã-Bretanha determinou que as Ilhas Turcas e Caicos seriam uma colônia separada, submetida a um Presidente Conselheiro. Em 1873, as ilhas se tornaram colônia da Jamaica e, em 1894, o oficial-chefe da colônia teve sua denominação alterada para comissário. Em 1917, o Primeiro Ministro canadense, Robert Borden, sugeriu que as Ilhas Turcas e Caicos fossem anexadas ao Canadá, mas a sua sugestão foi rechaçada pelo Primeiro Ministro britânico, David Lloyd George.
Praia na Ilha Turca
  As ilhas continuaram dependentes da Jamaica até 1959. Nesse mesmo ano, no dia 4 de julho, as ilhas foram definidas mais uma vez como colônia separada, sendo o último comissário denominado administrador. O governador da Jamaica continuou como governador das ilhas. Em 1962, a Jamaica obteve a independência da Grã-Bretanha, e as Ilhas Turcas e Caicos tornaram-se uma colônia da Coroa britânica. A partir de 1965, o governador das Bahamas passou também a administrar as Ilhas Turcas e Caicos.
  Em 1973, as Bahamas obtiveram a sua independência e Turcas e Caicos passaram a ter o seu próprio governador. Em 1974, Max Saltsman, líder do Novo Partido Democrático canadense, tentou usar a sua prerrogativa legislativa para anexar as ilhas ao Canadá, mas a proposta não foi aprovada pela Câmara dos Comuns canadense. Assim, desde agosto de 1976, as ilhas têm seu próprio governo, chefiado por um ministro-chefe.
Praia em Caicos
  No começo do século XXI, problemas políticos das ilhas, como denúncias de corrupção por parte do governo, resultaram na promulgação de uma nova Constituição em 2006. Tal constituição autorizou, em 2009, que o Reino Unido passasse a controlar o governo local, tornando as ilhas Território Ultramarino do Reino Unido.
  Em 2013, ressurgiu o interesse em anexar as Ilhas Turcas e Caicos pelo Canadá, quando o senador canadense Peter Goldring se reuniu com o Primeiro Ministro das ilhas, Rufus Ewink, em um coquetel no hotel Westin Harbor Castle, em Toronto, Canadá.
  Atualmente, as ilhas são um dos 16 territórios não autônomos sob supervisão do Comitê de Descolonização das Nações Unidas, com o fim de eliminar o colonialismo.
Paisagem das Ilhas Turcas e Caicos
  As Ilhas Turcas e Caicos tiveram um rápido crescimento econômico entre meados dos anos 1980 e o início do século XXI, graças ao turismo e às facilidades fiscais para empresas da área financeira - dois setores dos quais a economia é bastante dependente. O crescimento foi possibilitado por um grande investimento estrangeiro e pelos negócios imobiliários.
  A falta de terra arável restringe a agricultura nas ilhas, porém, há o cultivo de alguns produtos, como milho, feijão, mandioca, frutas e outras culturas de subsistência em Caicos. Os frutos do mar são os principais provedores de proteínas. A construção de barcos e a pesca são outras importantes fontes de renda. Não há impostos e o governo incentiva o crescimento das atividades financeiras, entre elas as bancárias e as de seguros.
Vídeo sobre as Ilhas Turcas e Caicos
10. SÃO VICENTE E GRANADINAS
  São Vicente e Granadinas é um país independente do Caribe, que possui uma área de 388 km² e uma população de 108.987 habitantes (estimativa 2016). Consiste na ilha de São Vicente (que corresponde a maior parte do país) e a ilha de Granadinas (que corresponde a dois terços do território).
  Os índios caraíbas impediram a colonização de São Vicente e Granadinas até o século XVIII. Africanos escravizados - naufragados ou foragidos de Barbados, Santa Lúcia e Granada, procurando refúgio em São Vicente - misturaram-se com os índios, tornando-se conhecidos como Garifuna.
Kingstown - capital de São Vicente e Granadinas
  Em 1719, chegaram a ilha barcos de franceses e ingleses, que disputavam violentamente a posse do território. Nesse mesmo ano, colonizadores franceses começaram a cultivar plantações de café, tabaco, algodão e açúcar, utilizando principalmente a mão de obra escrava.
  em 1763, São Vicente foi cedido à Grã-Bretanha. Porém, em 1779, os franceses restauraram o seu domínio. Em 1783, através do Tratado de Versalhes, a Grã-Bretanha voltou a se apossar do território e, em 1793, por meio do Tratado de Paris, os ingleses tomaram oficialmente a posse do território.
  Em 1834 é abolida a escravatura. A redução da força de trabalho das plantações estimulou a migração de trabalhadores contratados. Com isso, a partir de 1840, começaram a chegar à ilha portugueses vindos da Ilha da Madeira e, entre 1861 e 1880, chegaram imigrantes vindos das Índias Orientais.
Praia em São Vicente e Granadinas
  De 1763 até 1979, São Vicente mudou diversas vezes seu status de colônia britânica. Foram instalados: uma assembleia de representantes em 1776, um governo colonial da Coroa britânica em 1877, um conselho legislativo em 1925, e um sufrágio universal adulto em 1951. Após um referendo em 1979, São Vicente e Granadinas tornou-se independente em 27 de outubro de 1979.
  São Vicente e Granadinas possui uma geografia vulcânica e montanhosa em certos pontos do litoral, e seu solo possui baixos níveis topográficos. O ponto culminante do país é o vulcão Soufriere, com 1.234 metros acima do nível do mar. A maior parte do território do país está dentro do Cinturão de Furacões do Caribe.
Vulcão Soufriere - ponto culminante de São Vicente e Granadinas
  A economia de São Vicente e Granadinas tem como base a agricultura, dominada pela produção de banana. Outros produtos bastante cultivados no país são coco, inhame, manga, batata-doce, limão, lima, laranja, gengibre e araruta. A indústria é pouco desenvolvida, e as poucas existentes no país são do ramo de bebidas, produtos alimentícios e máquinas elétricas. O setor de serviços, baseado na atividade turística, é o ramo que mais vem crescendo nos últimos anos. O crescimento do turismo se deu por causa da melhoria nos serviços ligados a esse setor. Os principais parceiros comerciais do país são os Estados Unidos, Reino Unido, Trinidad e Tobago e Santa Lúcia.
Vídeo sobre São Vicente e Granadinas
11. ILHAS VIRGENS AMERICANAS
  As Ilhas Virgens Americanas são dependência dos Estados Unidos, e compreendem a metade ocidental das Ilhas Virgens e a ilha de Santa Cruz. Possuem uma área de 347 km² e uma população de 106.532 habitantes (estimativa 2016). Sua população é  predominantemente de origem africana e as principais fontes de renda são o turismo e o petróleo.
  O território inclui três ilhas principais - São Tomás, São João e Santa Cruz - e cerca de cinquenta ilhotas desocupadas. O relevo é de origem vulcânica e abrupto, o clima é o tropical, mas apresenta irregularidade nas chuvas, o que torna a agricultura bastante difícil.
Charlotte Amalie - capital das Ilhas Virgens Americanas
  Os mais antigos habitantes das Ilhas Virgens Americanas foram as tribos Ciboneis, Aruaques e Caraíbas, e o primeiro europeu a visitar o arquipélago foi Cristóvão Colombo.
  As ilhas foram ocupadas por diversos países no século XVI, entre os quais Inglaterra, Países Baixos, França e Dinamarca. Em 1733, a Companhia Dinamarquesa das Índias Ocidentais comprou a ilha de Santa Cruz aos franceses e estabeleceu as Índias Ocidentais Dinamarquesas como São Tomás, São João e Santa Cruz. Em 1917, os Estados Unidos compraram as ilhas à Dinamarca.
  Nas ilhas estabeleceram-se postos de comércio de escravos e milhares deles trabalharam nas plantações de cana-de-açúcar. Em 1848, após uma rebelião, a escravidão foi abolida.
Praia nas Ilhas Virgens Americanas
  O turismo é a principal atividade econômica das ilhas, que recebem mais de 2 milhões de turistas por ano. No setor industrial destaca-se a produção de bebidas, principalmente o rum. O setor agropecuário é pouco desenvolvido, com a maioria dos alimentos sendo importado. Os negócios internacionais e o setor de serviços financeiros ainda são pequenos nas ilhas, mas vem crescendo a cada ano. A maior parte da energia consumida nas ilhas vem de derivados do petróleo, que também é importada, elevando os preços dos produtos.
  Até fevereiro de 2012, a planta Hovensa, localizada em Santa Cruz era uma das maiores refinarias de petróleo do mundo e contribuía com cerca de 20% do PIB do território. Desde então, foi em grande parte desligada, provocando uma crise econômica local.
Vídeo sobre as Ilhas Virgens Americanas
12. GRANADA
  Granada é um país constituído pela ilha de Granada e pela metade sul das ilhas Granadinas. Possui uma área de 344 km² e uma população de 103.451 habitantes (estimativa 2016).
  Por volta do século XV, os índios caraíbas expulsaram da ilha seus primitivos povoadores, os aruaques. Em 15 de agosto de 1498, Cristóvão Colombo descobriu a ilha, batizando-a de Concepción. Os espanhóis, porém, não tentaram colonizá-la, ficando a ilha em poder dos caraíbas por mais de um século e meio.
Saint George's - capital de Granada
  Em 1650, o governador francês de Martinica fundou uma colônia em Saint George's e exterminou os índios caraíbas. Até 1762, a ilha permaneceu sob o domínio dos franceses, que importavam escravos da África para trabalharem no cultivo de cana-de-açúcar. Nesse ano, a ilha passou a depender da Coroa britânica, que a perdeu após um ataque francês em 1779 e a recuperou definitivamente em 1783, por meio do Tratado de Versalhes.
  Entre 1795 e 1796, ocorreu uma rebelião de escravos fomentada pelos franceses e sufocada pelos britânicos. Em 1833, aboliu-se a escravidão na ilha. De 1885 a 1958, Granada foi o centro administrativo das ilhas britânicas de Barlavento, e de 1958 a 1962, da Federação Britânica das Índias Ocidentais. Cinco anos depois tornou-se um dos Estados Associados das Antilhas Britânicas, com regime autônomo.
  De origem vulcânica, Granada é atravessada de norte a sul por uma cadeia de montanhas, cujo ponto culminante é o monte Saint Catherine, que possui uma altitude de 840 metros.
Praia em Granada
  Nos primeiros anos da década de 1980, Granada desenvolveu um sistema econômico controlado pelo Estado, que dependia basicamente das exportações agrícolas e do turismo. A pesca se desenvolveu com a ajuda técnica de Cuba e da ex-União Soviética. Após a queda do regime socialista, o país voltou a adotar a economia de mercado, com o apoio dos Estados Unidos e de instituições financeiras internacionais.
  A agricultura é responsável por cerca de um quinto do produto interno bruto, empregando mais de um terço da mão de obra. A terra cultivável é pouco aproveitada e os principais produtos agrícolas destinados à exportação são coco, banana, cana-de-açúcar, cítricos, especiarias e frutas tropicais. Recentemente, as atividades ligadas ao turismo foram as que mais cresceram no país.
Vídeo sobre Granada
13. BONAIRE
  Bonaire é um município especial dos Países Baixos. Possui uma área de 294 km² e uma população de 17.928 habitantes (estimativa 2016). Fazia parte das Antilhas Holandesas e era o seu segundo maior arquipélago, perdendo apenas para Curaçao. É uma ilha tranquila e de grande beleza. Os indígenas que a habitavam, os arauaques, chamaram-lhe de Bojnay ("terras baixas"). Também era habitada pelos índios caiquetio.
  Bonaire foi descoberta por navegadores espanhóis em 1499, numa expedição dirigida por Alonso de Ojeda e Américo Vespúcio. A pequena ilha chamou-se inicialmente Brasil. Como parte da colonização espanhola, os índios foram escravizados e enviados, em 1515, para as minas de cobre de Hispaniola.
Kralendijk - capital de Bonaire
  No norte da ilha situam-se as terras mais altas, sendo o ponto mais elevado o Monte Brandaris, com 240 metros acima do nível do mar. O sul da ilha é bastante plano. Há lagos de água salgada, sendo o mais belo deles o Lago Goto, que é habitada por uma grande população de flamingos.
  Os holandeses compraram Curaçao aos portugueses em 1634, pois necessitavam de uma base naval de apoio durante a guerra com os espanhóis. Com a vitória holandesa na guerra, Bonaire e a vizinha Aruba tornaram-se colônias holandesas em 1636.
  Em 1639, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais começou a explorar o sal, que é hoje uma das principais atividades econômicas da ilha, ao lado do turismo.
Praia de Bonaire
  Em 1800 e durante alguns anos, a ilha foi controlada por piratas franceses e ingleses. Em 1816, os holandeses recuperaram o território. Em 1954, as Antilhas Holandesas tornaram-se uma região autônoma dos Países Baixos, onde o governo holandês garantiu economicamente o desenvolvimento das ilhas com subsídios. Em 10 de outubro de 2010, as Antilhas Holandesas foram dissolvidas, ficando Bonaire com o estatuto de município especial dos Países Baixos.
  O turismo é a principal atividade econômica de Bonaire, sendo muito comum o turismo subaquático.
Vídeo sobre Bonaire
14. ILHAS CAYMAN
  As Ilhas Cayman são um território ultramarino britânico, possui uma área de 264 km² e uma população de 60.098 habitantes (estimativa 2016). Relativamente isoladas e afastadas umas das outras, as ilhas têm em Cuba e na Jamaica, 300 quilômetros a sudeste, os vizinhos mais próximos. Compreendem a Grande Cayman, Cayman Brac (Escarpas das Cayman) e Pequena Cayman.
  As Ilhas Cayman foram descobertas por Cristóvão Colombo em 10 de maio de 1503, durante a sua quarta viagem à América. O primeiro inglês a visitar oficialmente as ilhas foi Francis Drake, em 1586. Foi governada, juntamente com a Jamaica até 1962, quando esta última conseguiu a sua independência e as Ilhas Cayman passaram a ser um território ultramarino do Reino Unido.
George Town - capital das Ilhas Cayman
  Até meados dos anos 1960, estas ilhas dedicavam-se à agricultura e à pesca. Atualmente, este arquipélago é um conhecido paraíso fiscal. O turismo é também um dos principais atrativos das ilhas, representando cerca de 70% do produto interno bruto. A população residente é majoritariamente de origem afro-europeia, sendo cerca de 20% jamaicana. As ilhas possuem um elevado índice de alfabetização (cerca de 98% da população é alfabetizada).
  A ilha de Grande Cayman é a maior das três ilhas que formam a nação, abrigando a grande maioria da população e a maior parte da economia. As Escarpas de Cayman é a mais proeminente das ilhas devido à grande colina de calcário que dá nome à ilha. As Pequenas Cayman abriga uma pequena população de 170 habitantes e é a menor das três ilhas que compõem as Ilhas Cayman.
Praia nas Ilhas Cayman
  As principais atividades econômicas das ilhas são o turismo (com alguns hotéis e restaurantes) e a indústria financeira internacional. Centenas de bancos, seguradoras e administradores de fundos de investimento fazem da ilha seu domicílio, atraídos pela estabilidade política e pela neutralidade fiscal, que não penaliza as transações financeiras com impostos ou taxas como outras juridições.
Vídeo sobre as Ilhas Cayman
15. SÃO CRISTÓVÃO E NÉVIS
As ilhas de São Cristóvão e Névis possuem uma área de 261 km² e uma população de 56.711 habitantes (estimativa 2016). Em termos de extensão e de população, é o menor Estado soberano das Américas. É constituído pelas ilhas de São Cristóvão e de Névis.
  A ilha de São Cristóvão foi colonizada pelos ingleses em 1623; já a ilha de Névis foi colonizada em 1628. Historicamente, a dependência britânica de Anguilla fazia também parte da federação, que era conhecida como São Cristóvão-Névis-Anguilla.
Basseterre - capital São Cristóvão e Névis
  São Cristóvão e Névis foi um dos primeiros arquipélagos do Caribe a ser povoado pelos europeus. Em 1627, os franceses tomaram São Cristóvão, permanecendo até 1782, quando foram derrotados pelos ingleses, que uniram as ilhas.
  São Cristóvão e Névis, junto com Anguilla, Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica, Jamaica, Montserrat, Trinidad e Tobago, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Cayman e Ilhas Turks e Caicos, formaram a Federação das Índias Ocidentais, em 1958, sendo dissolvida em 1962. Em 1967, São Cristóvão-Névis-Anguilla torna-se um Estado associado ao Reino Unido. Em 1980, Anguilla separa-se e São Cristóvão e Névis torna-se independente em 19 de setembro de 1983.
Paisagem de São Cristóvão
  Em 1998, o furacão Georges produziu ventos de até 115 km/h que, ao passar por São Cristóvão, danificaram linhas elétricas, derrubando árvores e provocando enormes prejuízos.
  A geologia de São Cristóvão e Névis é composta exclusivamente de rochas vulcânicas. As ilhas se localizam sobre uma cadeia de montanhas submersas que dão forma ao limite oriental do que é conhecido como placa do Caribe.
Paisagem de Névis
  A economia de São Cristóvão e Névis é fortemente dependente do turismo, que substituiu o açúcar como principal atividade após a década de 1970. Depois de uma seca em 2005, o governo fechou diversas usinas, após décadas de perdas de 3 a 4% do PIB por ano. Para compensar as perdas, o governo iniciou um programa de diversificação da agricultura, além de estimular outros setores, como o turismo, as manufaturas voltadas para exportação e o sistema bancário offshore.

Vídeo sobre São Cristóvão e Névis
16. ARUBA
  Aruba é um território autônomo dos Países Baixos. Possui uma área de 180 km² e uma população de 111.353 habitantes (estimativa 2016). Foi descoberta e ocupada em 1499 por exploradores espanhóis e adquirida pelos holandeses em 1636. A ilha separou-se das Antilhas Holandesas em 1 de janeiro de 1986, e tornou-se uma dependência autônoma do Reino dos Países Baixos. Está localizado na costa da Venezuela.
Oranjestad - capital de Aruba
  A maioria da população de Aruba descende de europeus e da miscigenação entre os brancos e os ameríndios. Aruba encanta pessoas do mundo todo, graças às suas praias de areias brancas, serenas e quase sem ondas, e de águas azul-turquesa, ventos refrescantes e um povo amigável. É um lugar perfeito para se passar férias. É uma ilha com mistura da antiga da colonização holandesa agregada às mudanças causadas pela forte presença do turismo norte-americano.
Praia em Aruba
  A economia de Aruba é dominada pelo turismo. O rápido crescimento dessa atividade nos anos 1980, contribuiu também para o desenvolvimento da indústria, principalmente da construção civil. Em 1924, foi aberta uma refinaria de petróleo na ilha, que foi fechada em meados de 2011. Também é bastante forte a atividade bancária, onde a ilha e um dos paraísos fiscais do Caribe.
  O solo da ilha é pobre em nutrientes que, aliada à baixa precipitação pluviométrica, dificulta o cultivo agrícola.
Vídeo sobre Aruba
17. ILHAS VIRGENS BRITÂNICAS
  As Ilhas Virgens Britânicas são territórios ultramarinos britânicos, sendo formada pelas ilhas maiores Tortola, Virgem Gorda e Anegada, além de várias outras ilhas menores. Possuem uma área de 151 km² e uma população de 29.956 habitantes (estimativa 2016). Essas ilhas desfrutam de uma das mais prósperas economias da região do Caribe.
  As Ilhas Virgens Britânicas foram primeiramente colonizadas pelos índios arauaques por volta do ano 100 d.C. Esses índios habitaram as ilhas até o século XV, quando foram expulsos pelos caraíbas, uma tribo mais agressiva das Pequenas Antilhas, e de quem originou-se o nome Mar do Caribe.
Road Town - capital das Ilhas Virgens Britânicas
  O primeiro europeu a avistar as Ilhas Virgens Britânicas foi Cristóvão Colombo em 1493, em sua segunda viagem para as Américas. Colombo deu-lhes o extravagante nome de Santa Ursula y las Once Mil Virgenes (Santa Úrsula e suas Onze Mil Virgens), abreviando para Las Vírgenes (As Virgens), devido à lenda de Santa Úrsula.
  O império colonial espanhol adquiriu, no início do século XVI, as minas de cobre da Virgem Gorda e, anos posteriores, houve uma intensa disputa entre ingleses, holandeses, franceses, espanhóis e dinamarqueses pelo controle da região, que tornou-se um importante refúgio de piratas. Durante a colonização, a população nativa foi completamente dizimada.
  Os holandeses fundaram um povoado permanente na ilha de Tortola, em 1648. Em 1672, os ingleses tomaram Tortola, anexando também Anegada e Virgem Gorda, em 1680. Entre 1672 e 1733, os dinamarqueses passaram a controlar as ilhas de Saint Thomas, Saint John e Saint Croix.
Praia nas Ilhas Virgens Britânicas
  As ilhas britânicas foram consideradas uma possessão estratégica, em uma época em que as condições econômicas eram particularmente favoráveis. Os britânicos introduziram a cana-de-açúcar, que tornou a principal atividade econômica e fonte de comércio com o estrangeiro. Foram trazidas uma grande quantidade de mão de obra escrava africana. As ilhas tiveram uma grande prosperidade, reduzindo significativamente a produção açucareira após o aumento da produção de açúcar de beterraba na Europa e nos Estados Unidos.
  Em 1917, os Estados Unidos compraram as ilhas de Saint John, Saint Thomas e Saint Croix da Dinamarca, dando-lhes o nome de Ilhas Virgens Americanas. Ao mesmo tempo, os britânicos renomearam as ilhas que eles controlavam pelo de Ilhas Virgens Britânicas.
  As Ilhas Virgens Britânicas foram administradas diversamente como parte da Colônia das Ilhas de Sotavento ou com São Cristóvão e Névis. Em 1960 ocorreu a separação das ilhas e, em 1967, as ilhas passaram a ter uma certa autonomia.
Paisagem das Ilhas Virgens Britânicas
  A economia das Ilhas Virgens Britânicas é baseada no setor financeiro e no turismo. Essas ilhas fazem parte dos chamados "paraísos fiscais" do Caribe. Aproximadamente 50% da renda governamental vêm diretamente de taxas de licença para companhias offshore (empresas que têm sua contabilidade num país distinto), e somas adicionais consideráveis são acrescidas direta ou indiretamente nas folhas de pagamentos relativas aos salários pagos dentro do setor das indústrias de crédito.
  O turismo responde por 45% da renda nacional. As ilhas são muito frequentadas, principalmente por cidadãos norte-americanos. Os turistas vão à procura das numerosas praias de areias brancas, visitam os banhos em Virgem Gorda, praticam snorkelling (tipo de mergulho em águas rasas com o objetivo de recreação) nos recifes de corais, entre outros atrativos.
  A agropecuária e a indústria representam muito pouco na economia das ilhas. Os produtos agropecuários de destaque nas ilhas são os cultivos de cana-de-açúcar, frutas, legumes e a criação de gado bovino e de aves. As principais indústrias  são de destilação de rum, da construção civil e de barcos.
  As Ilhas Virgens Britânicas são o principal alvo dos traficantes de drogas, que usam a área como portal para os Estados Unidos.
Vídeo sobre as Ilhas Virgens Britânicas
18. MONTSERRAT
  Montserrat possui uma área de 102 km² e uma população de 5.202 habitantes (estimativa 2016). Constitui um território ultramarino do Reino Unido. Situa-se nas ilhas de Barlavento, na parte da cadeia insular das Pequenas Antilhas, nas Índias Ocidentais. É conhecido como "Ilha Esmeralda do Caribe", devido sua semelhança com a costa irlandesa e à ascendência de alguns dos seus habitantes. A ilha foi descoberta em 1493 por Cristóvão Colombo, e é território britânico desde 1632. Possui administração própria desde 1956.
Plymouth - capital de jure de Montserrat
  A ilha é formada pelo efeito do arco vulcânico do Caribe, causando a emersão de material magmático do fundo oceânico e formando o complexo extrato-vulcânico Sofriére Hills. O ponto mais elevado da ilha é o Pico Sanchez, com 915 metros, podendo variar de acordo com suas erupções. A vegetação é característica das ilhas tropicais do Caribe, com coqueiros e plantas da flora típica. O clima é tropical, com elevado índice de pluviosidade. Entre julho e novembro, a ilha está sujeita a eventuais furacões.
Vídeo sobre a atividade vulcânica em Montserrat
  O vulcão Soufriére Hills, que desde o século XVII não apresentava qualquer erupção, entrou em erupção em 18 de julho de 1995, provocando a evacuação da capital Plymouth. Em 1997 ocorreu a maior erupção, que destruiu o aeroporto e matou 19 pessoas. A atividade vulcânica continua, atualmente, afetando principalmente as vizinhanças de Plymouth, bem como o lado oriental da ilha.
  Apesar de Plymouth ser ainda a capital de jure do território, uma nova cidade e o porto estão sendo construídas em Little Bay, no noroeste da ilha. Enquanto a construção continua, o centro de governo permanece provisoriamente em Brades, no norte da ilha.
Brades - capital de facto de Montserrat
  A economia de Montserrat é muito dependente das importações, tornando vulneráveis às flutuações dos preços no mercado mundial. Os principais produtos importados são máquinas e equipamentos de transporte, alimentos, bens manufaturados, combustíveis, lubrificantes, entre outros materiais. A base da economia é o turismo e a pesca. Também é importante a emissão de selos postais para colecionadores.
Vulcão Sofriére Hills
19. ANGUILLA
  Anguilla é um território britânico ultramarino, que compreende a ilha de Anguilla e algumas ilhotas próximas. Já fez parte de uma confederação com São Cristóvão e Névis, quando estas duas ilhas estavam sob o domínio britânico. Possui uma área de 102 km² e uma população de 14.400 habitantes (estimativa 2016).
The Valley - capital de Anguilla
  Anguilla foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1493, e tornou-se dependência inglesa em 1650, governada em conjunto com as ilhas de São Cristóvão e Névis. Em 12 de julho de 1967 proclama unilateralmente a independência e, em 1969, a república. Em 19 de março de 1969, o domínio britânico é restabelecido. Em 19 de dezembro de 1980, obtém o estatuto de colônia separada.
  Entre 2012 e 2014, as ilhas passaram por uma intervenção extremamente destruidora de ambientalistas radicais que foi anunciada tardiamente pelo ramo americano da Bird Life Internacional. Essa intervenção é a destruição das evidências da descoberta do Arquipélago de Anguilla por parte da fauna não endêmica, que era composta por ratos.
Praia de Anguilla
  Anguilla possui poucos recursos naturais. A economia é bastante dependente do turismo, dos bancos estrangeiros, da pesca de lagosta e da remessa de emigrantes. A economia foi bastante atingida em 1995, quando o furacão Luis provocou uma grande devastação na ilha, porém, logo em 1996, recuperou-se. Com a recuperação, houve um grande crescimento do setor de turismo, que contribuiu também para alavancar o setor de construção, principalmente da rede hoteleira. Os principais produtos da ilha são sal, pescado, lagosta, blocos de concreto, fumo, rum e pecuária.
Vídeo sobre Anguilla
20. SÃO MARTINHO
  São Martinho possui uma área de total de 87 km², com 53 km² do lado francês e 34 km² do lado holandês. Sua população total é de 79.629 habitantes(estimativa 2016), sendo 41.415 habitantes  do lado holandês, e 38.214 habitantes do lado francês. A parte meridional fazia parte das Antilhas Holandesas até 10 de outubro de 2010, quando passou a ser um Estado autônomo dos Países Baixos. A parte setentrional da ilha é uma coletividade ultramarina da França.
  A ilha foi descoberta por Cristóvão Colombo, quando de sua segunda vinda às Américas, no dia 11 de novembro de 1493, dia dedicado a São Martinho de Tours.
Philipsburg - capital da parte holandesa de São Martinho
  A ilha é cortado por diversas baías com cerca de 30 praias de areia branca. Há muitas lagunas de água salobra. Há também um aeroporto, o Aeroporto Internacional Princesa Juliana, que fica no lado holandês.
  Algumas praias são muito populares, especialmente do lado holandês, onde se localizam muitos hotéis. As praias do lado francês são menos exploradas, porém, são mais atraentes. Do lado holandês, a praia mais famosa é a Maho Beach. Esta praia se localiza próxima ao aeroporto. Do lado francês as duas praias na ilha de Pinel são as mais bonitas.
Marigot - capital da parte francesa de São Martinho
  O turismo é a principal atividade econômica de São Martinho. A agricultura também é bastante importante para a economia. Os principais produtos agrícolas cultivados em São Martinho são a cana-de-açúcar e o algodão. A pesca complementa a economia da ilha.
Vídeo sobre São Martinho
21. SÃO BARTOLOMEU
  São Bartolomeu, oficialmente Coletividade de São Bartolomeu, é um território pertencente à França. Possui uma área de 21 km² e uma população de 9.401 habitantes (estimativa 2016). Envolve a ilha de São Bartolomeu e outros territórios pequenos próximos à ilha. A principal cidade da ilha é Gustávia, nomeada em homenagem ao rei Gustavo III da Suécia. Tem estatuto de coletividade ultramarina desde 21 de fevereiro de 2007. Quase metade dos habitantes da ilha são portugueses.
Gustávia - capital de São Bartolomeu
  Sem Consulado português em São Bartolomeu (os emigrantes dependem da Embaixada portuguesa em Paris), aos poucos a comunidade vai-se organizando. A equipe portuguesa de futebol já esteve em primeiro lugar na classificação local.
  A Associação Desportiva e Cultural Portuguesa de São Bartolomeu foi a grande responsável por dinamizar e incentivar os emigrantes portugueses a participarem das atividades na ilha. O turismo é a atividade econômica mais importante da ilha.
Vídeo sobre São Bartolomeu
22. SANTO EUSTÁQUIO
  A ilha de Santo Eustáquio possui uma área de 21 km² e uma população de 4.126 habitantes (estimativa 2016). Fez parte das Antilhas Holandesas e é um município especial dos Países Baixos desde 2011.
  A ilha foi avistada por Cristóvão Colombo em 1493 e reclamada por uma surpreendente justaposição de nações durante 150 anos seguintes. Em 1636, foi colonizada pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. A ilha foi, também, a sede de um dos primeiros assentamentos judaicos no Novo Mundo, que remonta pelo menos ao século XVIII. A Sinagoga Honen Dalim, atualmente em ruínas, foi construída em 1739 e queimada pelo almirante Rodney em 1781. Nesse mesmo ano, parte da comunidade judaica foi deportada.
Oranjestad - capital de Santo Eustáquio
  Geograficamente, a ilha tem um formato de sela, com o Monte Mazinga (um vulcão extinto) de 602 metros de altitude, coloquialmente chamado de Quill (a partir do nome holandês kuil, que significa "buraco", por causa de sua cratera) para o sudeste e ao menor para Hill/Little Montain Boven ao noroeste. A cratera do Quill é um destino turístico. A maior parte da população da ilha vive no intervalo entre as duas áreas que atravessa o centro da ilha. O turismo é a principal atividade econômica da ilha.
Monte Mazinga - ilha de Santo Eustáquio
23. SABA
  Saba possui uma área de 13 km² e uma população de 2.096 habitantes (estimativa 2016). Fez parte das Antilhas Holandesas e é uma das ilhas e município especial dos Países Baixos.
  Foi descoberta por Cristóvão Colombo em 13 de novembro de 1493. É território holandês desde 1640. A partir de 1 de janeiro de 2010, passou a ter o estatuto de município do Reino dos Países Baixos, sendo dissolvido, nesse momento, o território das Antilhas Holandesas.
The Bottom - capital de Saba
  Saba possui uma densa e rica vegetação, que cobre grande parte da ilha, e grandes paredões rochosos. A ilha é servida pelo aeroporto Juancho E. Yrausquin, que possui uma pista de 400 metros, considerado um dos mais perigosos aeroportos do mundo. Apesar do perigo, nunca houve acidentes no aeroporto, que também comporta um pequeno heliporto.
  Na capital da ilha, The Bottom, se encontra a Saba University School of Medicine, uma universidade de medicina com pouco mais de 180 alunos. O turismo de aventura é a principal atividade econômica da ilha.
Vídeo sobre Saba
24. ILHA DE NAVASSA
  A Ilha Navassa possui uma área de 5,2 km² e não é habitada. Está situada numa localização estratégica, a 160 quilômetros ao sul da Base Naval da Baía de Guatánamo, localizada em Cuba, mas pertencente aos Estados Unidos, e no caminho entre o Haiti e a Jamaica, no Canal da Jamaica. Constitui um território não-incorporado dos Estados Unidos, administrado pelo Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Estados Unidos. A ilha é reclamada por instituições privadas e pelo Haiti, país que alega possuir sua soberania desde 1801. Pescadores, em sua maioria provenientes do Haiti, pescam nas águas ao redor de Navassa.
Localização da ilha de Navassa
  A maior parte do território consistem em rochas, ainda que também cresça pasto, além de árvores e cactos espalhados pela ilha.
  A reivindicação haitiana é apoiada por Cuba. Ambos os países firmaram um tratado de delimitação marítima em 27 de outubro de 1977, estabelecendo os limites de forma que a ilha fosse considerada parte do Haiti. Diversas fontes informais afirmam que Cuba e Jamaica teriam reivindicações dormentes sobre Navassa, mas, no entanto, nem no citado tratado nem no que Cuba firmou com a Jamaica, em 18 de fevereiro de 1994, existe alguma reivindicação da ilha por parte desses países, e o limite entre ambos é estabelecido de forma tal que começa em um ponto tripartido Navassa-Cuba-Jamaica, como continuação do limite acordado por Cuba e pelo Haiti.
Ilha de Navassa
  Pendente de uma solução pela disputa entre o Haiti e os Estados Unidos, Cuba e Jamaica recusaram as sugestões do segundo país para estabelecer limites marítimos com eles em torno de Navassa.
  Outras fontes informais garantem uma suposta reivindicação pendente por parte da Colômbia. No entanto, os limites marítimos entre este país e o Haiti foram estabelecidos completamente mediante o tratado feito em 17 de fevereiro de 1978, não havendo menção alguma por parte da Colômbia sobre a ilha.
Farol da ilha de Navassa
GRANDES ANTILHAS
  Nas Grandes Antilhas estão situados os países mais importantes do Caribe: Cuba, Jamaica, Haiti e República Dominicana, além de Porto Rico, que pertence à comunidade dos Estados Unidos.
Mapa das Grandes Antilhas
1. CUBA
  Cuba é o maior país das Antilhas e único socialista de toda a América. Possui uma área de 110.861 km², sendo a ilha de Cuba a maior do arquipélago cubano. Nela fica Havana, capital do país. Sua população é de 11.305.746 habitantes (estimativa 2016).
  A Revolução Cubana, ocorrida em 1959, instalou um governo socialista que se aliou à então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) inimiga dos Estados Unidos na Guerra Fria, período em que os dois procuravam influenciar países para realizar seus interesses. A localização de Cuba, no Golfo do México, representava uma ameaça aos Estados Unidos.
  Como reação à presença de um governo com orientação distinta a de seus valores, os Estados Unidos, em conjunto com países europeus, decidiram adotar um embargo comercial para o país, ou seja, romperam relações comerciais e diplomáticas com Cuba. Durante a Guerra Fria, a União Soviética forneceu uma série de produtos de que o país necessitava. Mas seu fim, em 1991, representou também o final do apoio material ao governo e ao povo cubano. Desde então, Cuba passa por dificuldades.
Mapa de Cuba
  O fim da Guerra Fria, a desagregação da União Soviética e o colapso do socialismo real no Leste Europeu a partir de 1989 atingiram a economia cubana. Os principais parceiros comerciais da ilha, vivendo problemas internos, reduziram as compras de açúcar cubano e cortaram a ajuda militar e técnica fornecida desde muito tempo.
  Ao deixar de receber entre 5 e 7 bilhões de dólares anuais da União Soviética, que também lhe fornecia petróleo a preço favorável e comprava açúcar, Cuba entrou na década de 1990 em uma profunda crise econômica. Entre 1991 e 1993 importou apenas um terço do petróleo de que necessitava, o que afetou até mesmo a colheita de cana-de-açúcar.
Havana - capital de Cuba
  Com a eleição de Hugo Chávez para a presidência da Venezuela, em 1998, as dificuldades econômicas de Cuba diminuíram, principalmente quanto ao abastecimento de petróleo. Admirador de Fidel Castro e do socialismo cubano, o governo de Hugo Chávez estreitou as relações com a ilha e passou a abastecê-la de petróleo a preços baixos. Contratou também técnicos cubanos na área de saúde e educação e forneceu especialistas venezuelanos para a prospecção de petróleo em Cuba, além de realizar outros acordos com esse país.
Praia de Varadero - Cuba
  No início de 2008, após 49 anos no poder, Fidel Castro afastou-se do governo por problemas de saúde e foi substituído pelo seu irmão Raúl Castro, que o acompanhou desde a juventude. O novo dirigente cubano iniciou algumas reformas no regime, entre elas a cessão de terras a agricultores - com o intuito de elevar a produção de alimentos e diminuir a dependência da importação -, uma nova política habitacional e a liberação de várias atividades econômicas para a iniciativa privada. No final de 2013, aproximadamente 400 mil cubanos já estavam trabalhando no setor privado, além de haver uma maior aproximação e intercâmbio com a Europa e a América do Sul.
Vídeo sobre Cuba
  Nos últimos anos, aumentou a cooperação com países, entre eles o Brasil, nas áreas de saúde e de construção civil. Em 2014, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarou-se favorável ao fim do embargo e retomou relações diplomáticas com o país, o que pode ser entendido como um passo decisivo para o fim das barreiras comerciais com Cuba, que pode ser seguido pelos europeus.
Paisagem cubana
  Diferente dos demais países da América Central, os indicadores de educação e saúde de Cuba estão em níveis semelhantes aos de países mais ricos. O governo investiu no setor de saúde, com destaque para a produção de vacinas e remédios. Além disso, tradicionalmente produz cana-de-açúcar, o que pode ser uma alternativa para ampliar sua presença no mundo por meio da exportação de açúcar ou de álcool, caso o embargo venha a ser abolido.
Santiago de Cuba - segunda maior cidade cubana
2. REPÚBLICA DOMINICANA
  A República Dominicana possui uma área de 48.734 km² e uma população de 10.682.761 habitantes (estimativa 2016). Ocupa dois terços da ilha Hispaniola, e foi a primeira porção de terras na América avistada pelos europeus, em 1492. Suas praias são muito procuradas pelos turistas.
  Até a chegada de Cristóvão Colombo, em 5 de dezembro de 1492, a República Dominicana encontrava-se povoada por indígenas, organizados sob o comando de cinco chefes. Um dos traços desta divisão era a tributação, em termos de alimentos, cultivados ou criados. Quando os europeus chegaram à ilha, os indígenas atribuíram-lhes poderes sobrenaturais, tratando-os com honras e veneração.
Mapa da República Dominicana
  Após a declaração de independência do Haiti, em 1804, vários governantes haitianos trataram de unificar a ilha, conseguindo esse feito em 1822, semanas após a República Dominicana adquirir a independência da Espanha. A este breve período de autonomia chamou-se "Independência Efêmera".
  Em 1844 tem início a gestão independentista, preconizada por Juan Pablo Duarte, um jovem de alta posição social que havia estudado na França e que possuía ideias nacionalistas, sendo esta gestão dirigida por Francisco del Rosário Sánchez e Pedro Santana. Neste mesmo ano aconteceu a independência da República Dominicana, no dia 27 de fevereiro.
  Devido a falta de uma liderança sólida por parte dos seus dirigentes, inicia-se uma era dominada por latifundiários que detinham o poder econômico, formando governos que administravam por um curto período de tempo. Grupos internos descontentes com a autonomia, procuraram anexar-se novamente à Espanha, alcançando este feito em 1861.
Santo Domingo - capital da República Dominicana
  Em 1865, a República Dominicana recupera a independência, passando novamente por uma etapa que não existia uma liderança sólida e por mudanças contínuas de governante.
  No início do século XX, a instabilidade política e econômica e o atraso no pagamento dos empréstimos realizados durante o século XIX fizeram com que ocorresse a denominada "Primeira Invasão Norte-Americana", que durou entre 1916 e 1924. Nesse período o país foi invadido por tropas norte-americanas.
  Entre 1924 e 1930, a economia dominicana viveu um período denominado de "Danza de los Millones" (Dança dos Milhões), devido ao aumento dos preços internacionais da cana-de-açúcar.
  De 1930 até 1961, o país esteve sob a ditadura de Rafael Leónidas Trujillo, sendo a época mais obscura da história do país, com perseguições e assassinatos de opositores. Em 1959, após a eliminação da manifestação de esquerda do Movimento Revolucionário 14 de Junho, e com o assassinato das Irmãs Mirabal, o regime começou a entrar em declínio, até Trujillo ser assassinado em 1961.
Punta Cana - República Dominicana
  A economia da República Dominicana depende, quase que exclusivamente, da produção e exportação de açúcar. A agricultura abrange ainda a produção de arroz, café, banana, feijão, coco, cacau, mandioca e tabaco. O país é o segundo maior produtor mundial de cana-de-açúcar da América Central, perdendo apenas para Cuba. A banana é cultivada em larga escala no país.
  Na República Dominicana existem minas de níquel, bauxita, ouro e prata. O âmbar, pedra de cor amarelada formada pela resina das árvores e cuja característica principal é a de conter frequentemente fósseis de insetos e plantas já extintos, é a pedra semipreciosa nacional. Também é explorado o larimar, conhecido como turquesa dominicana, que é reconhecido como pedra preciosa e utilizado em jóias e peças de decoração.
Ilha na República Dominicana
  A República Dominicana é um dos principais destinos turísticos do Caribe, e o turismo é uma importante fonte de renda. O país é considerado uma joia arquitetônica colonial. Santo Domingo, a capital, é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em razão do grande número de monumentos históricos. Além da importância histórica, há também a importância cultural, com muita festa e animação, embalado pelo merengue (ritmo nacional) e pelo rum, bebida que é comparada ao rum cubano, assim como os seus charutos. A maioria dos turistas que visitam a República Dominicana são europeus, norte-americanos e canadenses.
Vídeo sobre a República Dominicana
3. HAITI
  Primeiro país independente a partir de um movimento liderado por africanos escravizados, o Haiti teve suas terras ocupadas inicialmente por espanhóis, que em 1697 foram repassadas à França, com a divisão da ilha Hispaniola entre a Espanha e aquele país. Foram anos de luta dos escravizados para a conquista da independência do país, em 1804. Mas ela só foi reconhecida bem depois pela França e pelos Estados Unidos. Sua área é de 27.750 km² e uma população de 11.084.225 habitantes (estimativa 2016).
  No século XX, governos autoritários se sucederam no comando do Haiti. Também ocorreram golpes de Estado contra governantes eleitos, o que permite afirmar que a democracia no Haiti é frágil.
  Como resultado desse processo, o Haiti está entre os países mais pobres do mundo. De acordo acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), 80% da população vive com menos de 2 dólares por dia. Desemprego, instituições fracas e dissolução de sua Polícia e das Forças Armadas fazem parte da difícil situação do país, que é classificado por muitos analistas como um Estado falido, ou seja, um Estado que não consegue dar condições de vida dignas a seu povo.
Porto Príncipe - capital do Haiti
  O Haiti recebeu várias intervenções externas, adotadas pela ONU, que, entre outras funções, pode prestar ajuda humanitária a países que não conseguem oferecer boas condições à sua população. Inicialmente, elas eram comandadas pelos Estados Unidos, que tinham interesse em estabilizar os conflitos sociais do país, já que ele está próximo a Cuba, que poderia querer ampliar o modelo socialista no Caribe a partir da instabilidade política do país vizinho. Problemas como o tráfico de drogas e imigração também levaram os Estados Unidos a envolverem-se com o Haiti. Em 2004, uma nova missão de paz foi estabelecida no Haiti, sob o comando do Brasil, através da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti - Minustah.
Mapa do Haiti
  Na época, o governo estadunidense estava preocupado com o terrorismo, o que levou a uma menor atenção com o Caribe. Por sua vez, o Brasil buscava obter maior projeção internacional para ocupar uma cadeira de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, que discute temas fundamentais para a paz mundial.
  Diferente das missões anteriores, a Minustah objetivava, antes de mais nada, aumentar a segurança pública, reconstruir a Polícia Nacional do Haiti e apoiar o novo governo. Ela tinha um prazo de seis meses de ação, que foi renovado sucessivamente.
  Com a Minustah, verificaram-se alguns avanços em termos de segurança pública, mas ainda não foi possível organizar o país. Também existem protestos da população haitiana, que entende que ela deve sair do país.
Vídeo sobre o Haiti
  A economia do país é baseada na agricultura para exportação de frutas. O maior problema econômico do Haiti é o desemprego. Dois terços da população vive de subempregos, muitas vezes com uma renda de menos de dois dólares por dia. Não há uma atividade econômica de destaque, seja na agricultura, na indústria ou no setor de serviços. A violência é uma constante nas ruas, o que inibe ainda mais eventuais empreendimentos econômicos.
  Um oásis nessa ausência de perspectivas econômicas é o balneário de Labadie, na costa norte haitiana. O balneário é alugado para a companhia de cruzeiros marítimos norueguesa-estadunidense Royal Caribbean Internacional desde 1985 e se localiza numa península separada do resto do território haitiano por cadeias de montanhas e por uma força privada de segurança. O balneário proporciona empregos diretos e indiretos para centenas de haitianos, além de a companhia pagar seis dólares ao governo haitiano por cada turista trazido.
Balneário Labadie - Haiti
O terremoto de 2010
  Em 2010 ocorreu um terremoto catastrófico que teve seu epicentro na parte oriental da península de Tiburon, a cerca de 25 quilômetros da capital Porto Príncipe. Esse sismo foi registrado no dia 12 de janeiro de 2010. O abalo alcançou a magnitude de 7,0 graus na escala Richter, e causou grandes danos, principalmente na capital, que ficou praticamente arrasada. Milhares de edifícios, incluindo os elementos mais significativos do patrimônio da capital, como o Palácio Presidencial, o edifício do Parlamento, a Catedral de Notre-Dame de Porto Príncipe, a principal prisão do país e todos os hospitais foram destruídos ou gravemente danificados.
  Sistemas de comunicação, transportes aéreos, terrestres e aquáticos, redes elétricas, entre outros, também foram danificados, o que dificultou a ajuda nos resgates de suporte. Confusões sobre o comando das operações, o congestionamento do tráfego aéreo e problemas com a priorização dos voos dificultou ainda mais os trabalhos de socorro, provocando a morte de centenas de pessoas e milhares de desabrigados.
Situação de Porto Príncipe após o terremoto de 2010
4. JAMAICA
  Situada a 144 quilômetros ao sul de Cuba e a sudoeste do Haiti, a ilha da Jamaica possui uma área de 10.991 km², o que corresponde aproximadamente à metade da área territorial do estado de Sergipe (21.910 km²). Sua população é de 2.762.030 habitantes (estimativa 2016).
  O nome "Jamaica" vem de Xamaica, denominação dada pelos indígenas arauaques nativos da ilha e quer dizer "terra das águas", pois o país é rico em recursos hídricos. Quanto ao relevo, a ilha é atravessada de leste a oeste por um sistema montanhoso de origem vulcânica; no leste estão as maiores altitudes, cujo ponto culminante é o Blue Moutain Peak, com 2.256 metros. A vegetação é variada; o clima é tropical, com chuvas abundantes. A região está ainda sujeita a ação de ciclones e furacões.
Kingston - capital da Jamaica
  Cristóvão Colombo esteve nas ilhas em 1494, e os ingleses ali se estabeleceram em 1655, introduzindo o cultivo de cana-de-açúcar, apoiados na mão de obra escrava africana. Cerca de 92% de sua população é constituída de afro-americanos, sendo o restante composta por mestiços: descendentes de europeus, indianos, árabes e chineses.
Vídeo sobre a Jamaica
  A Jamaica tornou-se independente do Reino Unido em 1962. Sua economia é baseada na agricultura de gêneros tropicais (cana-de-açúcar, banana, café, entre outros), com certa diversidade industrial exportadora, como as indústrias alimentícias, têxteis e de impressão gráfica. O principal produto de exportação do país é a bauxita e alumina - resultante do refino da bauxita -, sendo o país um dos maiores produtores mundiais desse mineral. Outra atividade econômica bastante no país é o turismo, que vem crescendo a cada ano.
Paisagem da Jamaica
  Culturalmente, a Jamaica contribuiu para o cenário musical internacional com a criação do reggae. Trata-se de um gênero musical inspirado na dura realidade social dos quarteirões pobres de Kingston.
  Recentemente, o país vem ganhando destaque internacional no esporte, principalmente atletismo, com o aparecimento de grandes fenômenos desse esporte, como Usain Bolt, Asafa Powell,  Michael Frater, Elaine Thompson e Shelly-Ann Fraser-Pryce, campeões olímpicos e recordistas mundiais na categoria.
Usain Bolt - um dos maiores fenômenos do atletismo mundial
5. PORTO RICO
  Porto Rico, ou Estado Livre Associado de Porto Rico é um território sem personalidade jurídica dos Estados Unidos. Sua área territorial é de 8.875 km². Sua população é de 3.587.429 habitantes (estimativa 2016). É composto por um arquipélago, que inclui a ilha de Porto Rico e uma série de ilhas menores, a maior das quais são Vieques, Culebra e Mona. Desde 1947, os porto-riquenhos podem escolher o seu próprio governador.
  O status político da ilha, de independência ou por se tornar parte dos Estados Unidos, é um assunto de grande debate local. Em 6 de novembro de 2012, durante a realização de um referendo popular, cerca de 65% da população do território aprovou elevar seu status a parte integral do território americano como um Estado, dependendo apenas da aprovação do Congresso dos Estados Unidos.
Mapa de Porto Rico
  Em seus primórdios, Porto Rico foi habitado por populações que vieram da bacia do rio Orinoco, na Venezuela. Com o passar do tempo e a chegada de outros povos, ali se desenvolveu a chamada cultura taino.
  Conquistado pela Espanha, em 1493, a ilha de Porto Rico foi colônia espanhola até 1898. Naquele ano, a Espanha foi derrotada pelos Estados Unidos numa guerra de disputa por territórios e teve que abandonar a ilha, anexada em seguida pelos Estados Unidos. Desde então, Porto Rico passou a ser um Estado associado aos Estados Unidos.
  A partir de 1917, os nativos de Porto Rico se tornaram cidadãos americanos. Por não fazerem parte da União, os residentes de Porto Rico não podem votar para presidente, mas podem votar nas eleições primárias presidenciais dos Estados Unidos.
San Juan - capital de Porto Rico
  A condição de Estado associado significa que a população de Porto Rico tenha cidadania estadunidense. Além disso, as questões mais importantes relativas à defesa, às relações exteriores e à economia são administradas pelos Estados Unidos. Por isso, muitos porto-riquenhos acreditam que a autonomia do país esteja incompleta. Vários plebiscitos realizados aprovaram a manutenção dessa condição política singular.
  Em 2003, autoridades norte-americanas assumiram a existência de uma condição colonial em Porto Rico. Nesse mesmo ano, os Estados Unidos se viram obrigados a desativar uma base militar na cidade de Vieques, após uma bomba lançada de um posto de observação matar um civil. Em 2005, membros do FBI descobriram o esconderijo do líder revolucionário Filiberto Ojeda. Durante troca de tiros, ele acabou morto pelos agentes norte-americanos.
Vídeo sobre Porto Rico
  Atualmente, Porto Rico vive uma situação política extremamente contraditória. Uma parte da população acredita que a proximidade com os Estados Unidos oferece um tipo de salvaguarda à condição política e econômica do país. Por outro lado, ações norte-americanas e a demanda por autonomia plena incitam outros a defenderem uma ruptura definitiva.
  Porto Rico possui uma das economias mais dinâmicas e diversificadas da América Latina. Em meados do século XX, a economia porto-riquenha estava dominada pela agricultura, especialmente o cultivo da cana-de-açúcar. A partir da segunda metade desse século, grandes investimentos em infraestrutura e extensos programas de incentivos conseguiram transformar consideravelmente a sua economia. Desde 1960, numerosas empresas transnacionais das indústrias farmacêutica, têxtil, petroquímica e da biotecnologia estabeleceram-se no território porto-riquenho.
Praia em Porto Rico
  Em Porto Rico é grande o número de indústrias estadunidenses que produzem alimentos, bebidas (principalmente rum), e equipamentos eletrônicos e produtos farmacêuticos. Um grande número de bancos e de outras grandes corporações empresariais dos Estados Unidos, mantém filiais nesse Estado associado e, praticamente, monopolizam todos os ramos da economia de porto-riquenha.
  A agricultura de Porto Rico é totalmente voltada para exportação, tornando necessária a importação de mais da metade dos alimentos consumidos por sua população. Cerca de 40% dos porto-riquenhos vivem nos Estados Unidos.
  Atualmente, as manufaturas e o setor de serviços - principalmente o turismo - têm substituído a agricultura como principal fonte de divisas. A pecuária bovina e a indústria de laticínios tomar o lugar da indústria açucareira.
Ilha de Culebra - Porto Rico
BAHAMAS
  As Bahamas possui uma área de 13.878 km² e uma população de 381.652 habitantes (estimativa 2016). É um país insular constituído por mais de três mil ilhas e possui o maior PIB per capita entre todos os países latino-americanos.
  O arquipélago das Bahamas era habitado por índios arauaques antes da chegada de Cristóvão Colombo, em 1492. Ocupada pelos ingleses desde o século XVI, as Bahamas serviram de refúgio para piratas.
  Em 1670, o rei britânico Charles II concedeu as ilhas para os Lordes proprietários das Carolinas, que alugaram as ilhas com direitos de comércio, nomeando governadores e administradores. Foi ocupada em 1703, durante a Guerra de Secessão Espanhola, por uma expedição franco-espanhola.
Mapa das Bahamas
  A Grã-Bretanha queria restaurar um governo ordenado nas Bahamas, e instaurou uma colônia da Coroa com governo do estado real de Woodes Rogers, que conseguiu reprimir a pirataria. Em 1720, Rogers conseguiu expulsar os espanhóis das ilhas.
  Durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, as ilhas se tornaram alvo das forças navais americanas, que ocuparam a capital Nassau durante duas semanas.
  Em 1792, após a derrota britânica em Yorktown, uma frota espanhola rendeu a capital e retomou as ilhas para a Espanha. Um ano depois, os ingleses recuperaram as Bahamas por meio do Tratado de Paris.
Nassau - capital das Bahamas
  Após a independência dos Estados Unidos, os britânicos reassentaram alguns dos legalistas e seus escravos que defendiam a permanência norte-americana como colônia da Inglaterra nas Bahamas, onde estabeleceram plantações em várias ilhas. Em 1807, os britânicos aboliram o comércio de escravos. Em 1 de agosto de 1834, os ingleses aboliram definitivamente a escravidão nas Bahamas.
  Em agosto de 1940, depois de sua abdicação, Eduardo VIII, Duque de Windsor, foi nomeado governador das Bahamas, chegando à ilha com sua esposa, a Duquesa Wallis Simpson. O Duque não gostou da posição que lhe foi imposta, e referiu-se às ilhas como uma "Colônia Britânica de terceira classe". Apesar disso, o duque se esforçou para combater a pobreza nas ilhas, renunciando ao cargo em 16 de março de 1945.
  Após a Segunda Guerra Mundial, teve início o desenvolvimento político moderno nas Bahamas. Os primeiros partidos políticos foram formados na década de 1950.
Hotel nas Bahamas
  A economia das Bahamas é bastante dependente do turismo - que responde por aproximadamente 60% do Produto Interno Bruto (PIB) - e do sistema bancário. O país é considerado um "paraíso fiscal". O governo cobra impostos muito baixos das empresas que se instalam no país e não exige explicações detalhadas sobre o tipo de atividade que realizam: pode-se movimentar grandes somas de dinheiro, pois não há nenhuma fiscalização. Os bancos, por sua vez, não procuram saber de onde vem nem para onde vai o dinheiro depositado em seus cofres. Com isso, grandes empresas e milionários do mundo inteiro mantêm contas e depósitos bancários nas Bahamas.
  Nas Bahamas existem mais de 400 bancos (média de um banco para cada 680 habitantes), além de abrigar sedes de empresas de outros países, como seguradoras e indústrias que buscam isenção de impostos, principalmente o de renda. Essas empresas continuam com seus escritórios e parques industriais no país de origem, onde desenvolvem suas atividades de fato.
Vídeo sobre as Bahamas
  O turismo representa a maior fonte de divisas para o país, que recebe milhões de turistas anualmente, visitando as ilhas das Bahamas nos cruzeiros realizados por suntuosos navios turísticos. Essa atividade é controlada por empresas estrangeiras, principalmente norte-americanas.
  Além do turismo e das atividades bancárias, a pesca é outra importante fonte de renda para muitos moradores das ilhas. Os principais recursos minerais do país são o sal e a aragonita. Na agricultura, os principais produtos cultivados são milho, trigo, frutas, cana-de-açúcar, banana, sisal, algodão e verduras.
Praia nas Bahamas
ILHAS BERMUDAS
  As Ilhas Bermudas são possessão do Reino Unido, e constituem importante centro financeiro internacional, com muitas seguradoras e bancos. Possui uma área de 53 km² e sua população é de 65.200 habitantes (estimativa 2016). Seu território é constituído por uma ilha principal e um conjunto de pequenas ilhas separadas por estreitos canais, que são ligadas por pontes rodoviárias. O território mais próximo é a costa leste dos Estados Unidos, o Cabo Hatteras.
Mapa das Ilhas Bermudas
  Descobertas pelo espanhol Juan Bermúdez, entre 1503 e 1511, Bermudas foi ocupada pelos britânicos em 1609 e, em 1684, passou a ser colônica britânica.
  A Constituição de 1968 garante ao arquipélago autonomia em assuntos internos, mantendo sob responsabilidade da metrópole questões relacionadas a políticas externas e à defesa. Desde as primeiras eleições legislativas sob essa Constituição, a maioria das cadeiras do Parlamento pertence ao Partido das Bermudas Unidas (UBP). Sua política é baseada na cooperação racial e na defesa do status de território dependente do Reino Unido. A principal oposição ao UBP é o Partido Trabalhista Progressista (PLP), constituído principalmente de negros e cuja maior bandeira é a independência de Bermudas. Em 1978, uma comissão britânica defendeu a independência do território e uma reforma eleitoral que permitia uma maior representação do PLP, mas a maioria da população rejeitou.
Hamilton - capital das Bermudas
  A tensão racial foi violenta na década de 1970. Bases militares canadenses, norte-americanas e inglesas, instaladas durante a Guerra Fria em virtude da posição estratégica das ilhas, retiraram-se entre 1993 e 1995.
  Em 27 de março de 1997, Pamela F. Gordon (UBP) tornou-se a primeira mulher em Bermudas a exercer o cargo de primeira-ministra.
Ilhas Bermudas
  A economia de Bermudas é baseada na prestação de serviços financeiros e no turismo de luxo. As baixas taxas de impostos sobre rendimentos e um sistema jurídico seguro, derivado do Reino Unido, contribuem para que as ilhas se tornem uma vantagem corporativa no sistema econômico global. Sua população desfruta de uma das mais elevadas renda per capita do mundo.
  Em Bermudas se concentram diversas empresas de Resseguro norte-americanas, que instalaram-se nessa colônia após os ataques de 11 de setembro de 2001 e da passagem do furacão Katrina, em 2005.
  O setor de turismo é considerado o segundo mais importante da economia de Bermudas. Devido à proximidade dos Estados Unidos e seu alto padrão de vida, cerca de 80% dos turistas são norte-americanos.
  Os setores primário e secundário têm pouca participação na economia bermudense. A maior parte dos bens, máquinas e alimentos são importados, e apenas 20% do seu território é destinado à agricultura. Sua moeda é o Dólar de Bermudas, que possui um câmbio igual ao dólar americano.
Praia em Bermudas
O mistério do Triângulo das Bermudas
  O Triângulo das Bermudas é uma área que varia, aproximadamente, 1,1 milhão de km² até 3,05 milhões de km². Essa variação ocorre em virtude de fatores físicos, químicos, climáticos, geográficos e geofísicos da região, que influem decisivamente no cálculo de sua área, situada no Oceano Atlântico entre as ilhas Bermudas, Porto Rico, Fort Lauderdale na Flórida e as Bahamas. A região notabilizou-se como palco de diversos desaparecimentos de aviões, barcos de passeio e navios, para os quais se popularizaram explicações extrafísicas e/ou sobrenaturais.
Mapa do Triângulo das Bermudas
  Uma das possíveis explicações para estes fenômenos são os distúrbios que esta região passa no campo magnético da Terra. Um dos casos mais famosos é o chamado Voo 19. Apesar de existirem diversos eventos anteriores, os primeiros relatos mais sistemáticos começam a ocorrer entre 1945 e 1950. Alguns traçam o mistério até Colombo.
  Muitas teorias foram dadas para explicar o extraordinário mistério dos aviões e navios desaparecidos. Extraterrestres, resíduos de cristais da Atlântida, humanos com armas antigravidade ou outras tecnologias esquisitas, vórtices da quarta dimensão, estão entre os favoritos dos escritores de fantasias. Campos magnéticos estranhos e emissões de gás metano do fundo do oceano são os favoritos dos mais técnicos. O tempo (tempestades, furacões, tsunamis, terremotos, ondas, correntes) e outras causas naturais e humanas são as favoritas entre os investigadores céticos.
Vídeo sobre os mistérios do Triângulo das Bermudas
REFERÊNCIA: Lucci, Elian Alabi
Geografia: homem & espaço, 8º ano / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, -- 27. ed.- São Paulo: Saraiva, 2015.

domingo, 9 de outubro de 2016

A IRLANDA DO NORTE

  A Irlanda do Norte é a menor das nações que formam o Reino Unido, um país da Europa Ocidental. A Inglaterra, a Escócia e o País de Gales são as outras três nações.
  A ilha da Irlanda é dividida em duas partes: a República da Irlanda ou Eire, e a Irlanda do Norte ou Ulster. Em 1922, o Eire, de maioria católica, tornou-se independente do Reino Unido, e a parte norte da ilha, a Irlanda do Norte, de maioria protestante, manteve-se sob o domínio britânico. Os católicos norte-irlandeses ficaram proibidos de participar do Parlamento e de outras representações políticas. A repressão política contra os católicos motivou um conflito religioso que dura até os dias atuais.
Vídeo sobre a Irlanda do Norte
  Entre 1969 e 1990, houve mais de três mil mortos em conflitos na Irlanda do Norte. Apesar de ter sido assinado um tratado de paz em 1998, em Belfast - capital da Irlanda do Norte -, apenas em 2005 o IRA (Irish Republican Army ou, em português, Exército Republicano Irlandês - um grupo católico que tem como braço político o Partido Nacionalista da Irlanda do Norte, conhecido como Sinn Féin, cuja tradição significa "Nós sozinhos", e que luta pela independência da Irlanda do Norte) anunciou o fim da luta armada.
Mapa de localização da Irlanda do Norte
HISTÓRIA
  O primeiro assentamento conhecido na Irlanda surgiu por volta de 8.000 a.C., quando os caçadores-coletores chegaram da Europa continental, provavelmente através de uma ponte terrestre. Poucos vestígios arqueológicos deste grupo permaneceram, mas os seus descendentes e chegadas posteriores do neolítico, principalmente da Península Ibérica, foram responsáveis por grandes sítios neolíticos. Após a chegada de São Patrício e de outros missionários cristãos no início e meados do século V d.C., o cristianismo começou a suprimir a religião indígena dos celtas. Em torno do ano 800 d.C., após mais de um século de invasões vikings, o caos tomou conta da cultura monástica e de várias dinastias regionais da ilha.
Vídeo sobre paisagens da Irlanda do Norte
  A vinda de mercenários cambro-normandos, sob o controle de Richard de Clare, apelidado de "Strongbow", em 1169, marca o início de mais de 700 anos de domínio inglês na ilha da Irlanda. Em 1177, o príncipe João Sem Terra foi transformado em Senhorio da Irlanda por seu pai, Henrique II da Inglaterra, durante o Conselho de Oxford.
  O período entre 1534 e 1691 é marcado por uma política de implantação da Coroa na Irlanda, provocando a vinda de colonos protestantes ingleses e escoceses na ilha e o deslocamento de proprietários católicos para outras regiões. A derrota militar e política da Irlanda Gaélica, no início do século XVII, transformou a religião num novo elemento de divisão da Irlanda, intensificando cada vez mais os conflitos religiosos.
Newtownabbey - com uma população de 267.716 habitantes (estimativa 2016) é a quarta maior cidade da Irlanda do Norte
  O poder político estava nas mãos de uma minoria anglicana, enquanto os católicos e membros de denominações protestantes dissidentes sofriam graves privações políticas e econômicas por meio das Leis Penais. Em 1801, após a Rebelião Irlandesa de 1798, o Parlamento irlandês foi dissolvido, e a Irlanda passou a fazer parte do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda através do Ato de União. A prometida revogação do Ato de Prova ao católicos, que dava maior autonomia política e econômica aos mesmo, só ocorreu em 1829.
  Em 1920, o governo britânico dividiu a ilha em duas partes. A Irlanda do Norte foi criada a partir de seis condados predominantemente protestantes, no norte. Os outros três condados do norte foram anexados ao resto da Irlanda, que se tornou um país independente em 1921.
  A luta entre católicos e protestantes tem fortes origens sociais, pois os católicos da Irlanda do Norte são discriminados política e economicamente.
Montéirescann - com uma população de 265.881 habitantes (estimativa 2016) é a quinta maior cidade da Irlanda do Norte
  Os anos 1960 foram marcados pelas lutas por direitos civis em várias partes do mundo. No caso da Irlanda do Norte, essas lutas ocorreram de maneira bastante violenta entre a minoria católica e os protestantes.
  Em 1968, tiveram início os enfrentamentos entre católicos ligados ao IRA  e o Exército inglês. Os britânicos enviaram soldados para deter a violência. Em resposta, o grupo IRA começou a praticar o terrorismo contra os britânicos. O objetivo do IRA era expulsar os britânicos da ilha e unir a Irlanda do Norte com a República da Irlanda. Milhares de pessoas foram mortas ou feridas durante o confronto entre o IRA e o Exército britânico.
Vídeo sobre o conflito na Irlanda do Norte
  Alguns políticos britânicos, como o ex-ministro Tony Benn, defenderam a retirada britânica da Irlanda, mas sucessivos governos norte-irlandeses se opuseram a essa política e chamaram suas previsões sobre o possível resultado de uma retirada britânica de "Cenário Apocalíptico", prevendo a disseminação de conflitos generalizados, seguido de grande êxodo de centenas de milhares de homens, mulheres e crianças como refugiados para o "lado" de cada comunidade na província: nacionalistas migrando para o oeste da Irlanda do Norte, e unionistas se dirigindo para o leste. Isso poderia provocar uma guerra civil, que ia envolver, não só a Irlanda do Norte, mas as vizinhas Irlanda e Escócia, ambas com ligações com uma ou com as duas comunidades.
Newry - com uma população de 132.752 habitantes (estimativa 2016) é a sexta maior cidade da Irlanda do Norte
Domingo Sangrento
  No dia 30 de janeiro de 1972, a ação violenta do Exército inglês durante um dia de manifestação pacífica dos católicos pró-independência levou vários manifestantes à morte, dia que ficou conhecido como "Domingo Sangrento" (Bloody Sunday).
  O movimento teve início com uma passeata de dez mil manifestantes que, saindo do bairro de Creggan, pretendiam seguir pelas ruas católicas de Belfast até a prefeitura. Antes de chegarem ao seu destino, soldados ingleses partiram para ofensiva e dispararam contra os manifestantes, deixando 14 ativistas católicos mortos e 26 feridos. Das catorze vítimas mortas, seis eram menores de idade e um sétimo ferido faleceu meses depois do incidente. Todas as vítimas estavam desarmadas e cinco delas foram alvejadas pelas costas.
 Os manifestantes protestavam contra a política do governo irlandês de prender sumariamente pessoas suspeitas de atos terroristas. O incidente, que entrou para a história, era para protestar por essa política contra o IRA. Após o "Domingo Sangrento", o IRA ganhou um número enorme de jovens voluntários, fortalecendo cada vez mais este grupo.
Soldados avançam contra os manifestantes em 30 de janeiro de 1972, episódio que ficou conhecido como "Domingo Sangrento"
  Os anos 1990 foram marcados pela ocorrência de demoradas conversações que resultaram, em 1998, na assinatura de um acordo de paz entre os partidos políticos que representavam os interesses de católicos e protestantes. A assinatura desse documento resultou na formação de um governo pluralista, composto de lideranças protestantes (55%) e católicas (45%), e de uma declaração formal de deposição das armas, por parte do IRA, no final de 2001. Esse fato, no entanto, somente se concretizou de forma plena em 2005, quando as lideranças da organização anunciaram a sua renúncia armada.
  Em 2007, formou-se um governo de coalizão, que reuniu o Partido Unionista Democrático (DUP) e o Sinn Féin, garantindo à Irlanda do Norte o retorno a uma autonomia regional. O país continua a fazer parte do Reino Unido, mas há a possibilidade de separação, desde que a maioria da população decida isso.
  O IRA mantém o desejo de que se encerre o domínio britânico na ilha da Irlanda, mas indica que o manifestará apenas pela via política. Resta saber se a violência e o ódio entre os dois grupos serão, de fato, um triste capítulo da história do país.
Ballymena - com uma população de 132.554 habitantes (estimativa 2016) é a sétima maior cidade da Irlanda do Norte
GEOGRAFIA
  A Irlanda do Norte fica no nordeste da ilha da Irlanda. O Canal do Norte separa a Irlanda do Norte da Escócia a leste e o mar da Irlanda a separa da Inglaterra e do País de Gales a leste e a sudeste, respectivamente.
  A Irlanda do Norte possui colinas rodeadas de montanhas baixas. Existem muitos planaltos nas montanhas Sperrin, uma extensão do dobramento Caledônio, com grandes reservas de ouro, granito e basalto. O ponto mais elevado dessa nação é o Slieve Donard, que possui uma altitude de 848 metros e fica no complexo montanhoso de Mournes. O Platô de Antrim, composto por basalto decorrente de atividades vulcânicas, formou pilares geométricos que recebeu o nome de Calçada dos Gigantes.
Monte Slieve Donard - ponto culminante da Irlanda do Norte
  A Irlanda do Norte esteve coberta por uma camada de gelo durante quase toda a era glacial e em outros períodos. O marco central da geografia da Irlanda do Norte é o lago Neagh, que possui uma extensão de 392 km² e é o maior lago de água fresca do Reino Unido. Um segundo sistema de lagos bastante extenso é formado pelos lagos Erne Superior e Inferior, localizados em Fermanagh.
Calçada dos Gigantes
  Os rios Bann, Foyle, Lagan e Blackwater são os principais rios da Irlanda do Norte. Esses rios formam planícies bastante férteis, com um excelente solo arável. O vale do rio Lagan, devido está localizado na região de Belfast, é a região mais habitada do país, com grande urbanização e industrialização.
  O clima dominante na Irlanda do Norte é o temperado oceânico, médias de temperaturas variando de -0ºC durante o inverno e 20ºC durante o verão. As chuvas são bem distribuídas durante o ano todo, com índices pluviométricos variando em torno de 1.500 mm anuais.
Rio Blackwater e ao lado o Castelo Lismore, em Lismore - Irlanda do Norte
DEMOGRAFIA
  A Irlanda do Norte é uma entidade complexa, dividida entre duas comunidades culturais distintas: os unionistas e os nacionalistas irlandeses. Ambas as comunidades são frequentemente descritas em função de suas ligações religiosas predominantemente. Cerca da metade dos seus habitantes são descendentes de colonizadores escoceses e ingleses (unionistas), que chegaram à ilha por volta do século XVII. A maioria deles são protestantes. Cerca de dois quintos da população é composta por irlandeses (nacionalistas) e descendem dos antigos celtas. Esse grupo é formado principalmente por católicos romanos. Quase todos os habitantes norte-irlandeses falam o inglês.
  O que define o católico e o protestante na Irlanda do Norte não é necessariamente sua participação nos serviços litúrgicos e sua fé, mas sim sua comunidade de origem. A Irlanda do Norte, mais precisamente Belfast, é toda dividida em áreas de uma ou de outra comunidade.
Muro que separa as comunidades católicas e protestantes em Belfast - Irlanda do Norte. Atualmente, devido o acordo de paz entre católicos e protestantes, esse muro recebeu a denominação de "Muro da Paz"
CULTURA
  A história cultural da Irlanda do Norte é composta por lendas e figuras místicas e está diretamente ligada à cultura celta e irlandesa.
  Destaca-se na cultura irlandesa a música tradicional e a dança. A música tradicional pode ser ouvida por toda a ilha da Irlanda, desde os bares do centro das cidades até os festivais rurais. O "bodhrán", espécie de pandeireta, é um dos instrumentos mais importantes da música irlandesa, junto com a rabeca e o assobio.
Bodhrán - instrumento bastante utilizado na Irlanda do Norte
  Os irlandeses amam a tradição e o país está cheio delas, como comer colcannon (uma mistura de couves e purê de batata), realizar a festa do Halloween e vestir qualquer roupa verde no dia de São Patrício.
  A dança irlandesa é extremamente competitiva e levada muito a sério, com campeonatos nacionais e regionais. O tambor Lambeg, o violino e a flauta, são alguns dos acompanhamentos melódicos das sessões de danças espalhados pelos condados.
Newtownards - com uma população de 131.211 habitantes (estimativa 2016) é a oitava maior cidade da Irlanda do Norte
  Rir, contar piadas e criticar ironicamente a sociedade, fazem parte da vida do dia a dia na Irlanda do Norte. Os contos românticos sobre guerreiros, a vida de antigos santos e a sabedoria das fadas, fazem parte da literatura norte-irlandesa. Alguns dos contos mais famosos centram-se nas Crianças de Lir, que foram transformadas em cisnes pela madrasta.
  Os "Pubs" são o centro da cultura irlandesa e da vida social e cultural, tanto na República da Irlanda quanto na Irlanda do Norte. Esses locais, além de servirem como ponto de encontro para beber e comer, servem também para as pessoas filosofar e debater questões sobre os mais variados assuntos.
Carrickfergus - com uma população de 129.948 habitantes (estimativa 2016) é a nona maior cidade da Irlanda do Norte
ECONOMIA
  A economia da Irlanda do Norte é a menor das quatro nações que compõem o Reino Unido. Ela se baseia na agricultura e na indústria. Predominam as pequenas propriedades rurais. Os principais rebanhos do país são de bovinos, ovinos, suínos e aves. Os principais produtos agrícolas cultivados no país são batata, cereais e frutas.
  No setor industrial destaca-se a produção têxtil e de alimentos, além da produção náutica. O setor de serviços, como a educação, o setor público e bancário, são bastante importante para a economia do país.
Propriedade rural na Irlanda do Norte
  Recentemente, o Reino Unido aprovou, por meio de um plebiscito, a saída do país da União Europeia. Assim como a Escócia, a maioria dos norte-irlandeses preferiu permanecer no bloco. Essa votação preocupa os ingleses, pois temem que se fortaleça o desejo de separação da Irlanda do Norte do Reino Unido.
  Outro ponto de preocupação com relação ao Brexit, é o processo de paz entre católicos e protestantes, já que os católicos lutam há anos pela saída da Irlanda do Norte do Reino Unido, e com essa votação fortalece o objetivo do catolicismo. A Irlanda do Norte recebe subsídios substanciais da União Europeia, incluindo verbas para os projetos relacionados ao processo de paz. Duas, das três pontes que atravessam o rio Foyle, em Derry, foram construídas, em parte, com fundos europeus. Sem contar que quase 90% da renda dos agricultores norte-irlandeses vêm da Europa.
Coleraine - com uma população de 110.797 habitantes (estimativa 2016) é a décima maior cidade da Irlanda do Norte
ALGUNS DADOS SOBRE A IRLANDA DO NORTE
NOME: Irlanda do Norte
FORMAÇÃO:
Ato de União de 1800: 1 de janeiro de 1801
Estabelecimento do Governo da Irlanda: 3 de maio de 1921
Tratado Anglo-Irlandês: 12 de abril de 1922
CAPITAL: Belfast
Centro de Belfast
GENTÍLICO: norte-irlandês
LÍNGUA OFICIAL: inglês (de fato), irlandês e Scots de Ulster
GOVERNO: Monarquia Constitucional
LOCALIZAÇÃO: Europa Ocidental (norte da ilha da Irlanda)
ÁREA: 13.843 km² (157º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2016): 1.835.309 habitantes (154°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 132,58 hab./km² (56°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO VEGETATIVO (ONU - Estimativa 2015): 0,27% (187°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2016):
Belfas: 497.508 habitantes
Belfast - capital e maior cidade da Irlanda do Norte
Derry: 299.851 habitantes
Derry - segunda maior cidade da Irlanda do Norte
Lisburn: 277.328 habitantes
Lisburn - terceira maior cidade da Irlanda do Norte
PIB (FMI - 2015): US$ 77,4 bilhões (66º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2015): US$ 42.203 (16°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2015): 0,907 (14°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2015): 79,53 anos (23º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2015): 12,07/mil (143º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2015): 8,8/mil (88º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2015): 6,4/mil (53°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2015): 2,02 filhos/mulher (119º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 99,6% (21°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2015): 88,9% (19°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Libra Esterlina
RELIGIÃO: católicos romanos (40,3%), presbiterianos (20,7%), Igreja da Irlanda (15,3%), outras religiões (9,9%), sem religião (13,8%).
DIVISÃO: a Irlanda do Norte está dividida em 26 distritos para fins de administração e governo local. Os distritos foram implantados em 1973 para substituir o sistema de condados administrativos criado em 1898. Os distritos são (os números entre parênteses correspondem ao distrito no mapa): 1. Antrim 2. Ards 3. Armagh 4. Ballymena 5. Ballymoney 6. Banbridge 7. Belfast 8. Carrickfergus 9. Castlereagh 10. Coleraine 11. Cookstown 12. Craigavon 13. Derry 14. Down 15. Dungannon e South Tyrone 16. Fernmanagh 17. Larne 18. Limavady 19. Lisburn 20. Margherafelt 21. Moyle 22. Newry e Mourne 23. Newtownabbey 24. North Down 25. Omagh 26. Strabane.
Mapa da divisão administrativa da Irlanda do Norte
REFERÊNCIA: Sampaio, Fernando dos Santos
Para viver juntos: geografia, 9º ano: anos finais: ensino fundamental / Fernando dos Santos Sampaio, Marlon Clóvis Medeiros; organizadora Edições SM. Editor responsável: Fábio Bonna Moreirão. - 4. ed. São Paulo: Edições SM, 2015. - (Para viver juntos).

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