terça-feira, 30 de maio de 2017

QUÊNIA: O PAÍS DOS MARATONISTAS

  Quênia é um país da África Oriental, limitado ao norte pelo Sudão do Sul e pela Etiópia, a leste pela Somália, sudeste pelo Oceano Índico, a sul pela Tanzânia e a oeste por Uganda. O país situa-se na linha do Equador. Seu nome origina-se do Monte Quênia, seu ponto geográfico mais elevado e a segunda montanha mais alta da África.
  A região dos Grandes Lagos Africanos, do qual o Quênia faz parte, tem sido habitada por humanos desde o período Paleolítico Inferior. A expansão Bantu chegou à área da África Ocidental-Central no primeiro milênio antes de Cristo, e as fronteiras do Estado moderno do Quênia compreende áreas do continente etno-linguístico de línguas nígero-congolesas, nilo-saarianas e afro-asiáticas, tornando o Quênia um país multicultural.
  A presença europeia em Mombaça remonta ao início do período moderno, mas a exploração europeia no interior do país iniciou-se apenas no século XIX. O Império Britânico estabeleceu o protetorado da África Oriental Britânica em 1895, conhecida desde 1920 como Colônia Quênia.
Localização do Quênia no mapa do continente africano
GEOGRAFIA
  O Quênia está situado na África Oriental, tendo fronteiras ao norte com a Etiópia e com o Sudão do Sul, a leste com a Somália, a oeste com Uganda, ao sul com a Tanzânia e a sudeste é banhado pelo oceano Índico.
  A parte ocidental do país compreende ao sistema de depressões do Vale do Rift, que deu origem aos Grandes Lagos Africanos, sendo banhado por dois dos maiores lagos da África: o Vitória e o Turkana. As falhas do Rift são rodeadas por montanhas, algumas das quais de origem vulcânica, que atingem o ponto mais elevado do país, o Monte Quênia, com 5.199 metros de altitude. A leste e a sul o relevo suaviza-se, principalmente na fronteira com a Somália, onde se estende uma grande planície.
Monte Quênia - ponto mais elevado do país
  O clima do país varia de tropical ao longo da costa a temperado no interior e árido no norte e nordeste. A época de chuvas de "longa duração" ocorre principalmente entre os meses de março a junho. A temporada de chuvas de "curta duração" ocorre entre outubro e dezembro. A precipitação é, por vezes, intensa, e muitas vezes cai na parte da tarde e da noite. A temperatura é elevada ao longo do período de chuvas, sendo de fevereiro à março o período mais quente e julho até meados de agosto os meses mais frios.
Parque Nacional Masai Mara
  O Quênia tem vastas reservas de vida selvagem, como o Masai Mara, onde o gnu-azul e outros bovídeos participam de uma migração anual de grande escala. Os animais de caça, conhecidos como "Big-Five" - leão, leopardo, búfalo, rinoceronte e elefante - são encontrados no Quênia, especialmente no parque Masai Mara. Uma população significativa de outros animais selvagens, como répteis e pássaros, também são encontradas nos parques nacionais e nas reservas de caça do país.
  A migração de animais ocorre anualmente entre julho e setembro, com milhões de animais que participam, atraindo turistas do mundo inteiro. Cerca de dois milhões de gnus migram por uma distância de 2.900 quilômetros do Serengeti, na Tanzânia, até o Masai Mara em busca de comida e água. Esta migração é um espetáculo natural que está incluído entre as Sete Maravilhas do Mundo.
Comunidade rural no Quênia
  O Quênia possui vários parques de preservação ambiental, como o Monte Kulal. O Monte Kulal é um vulcão que está situado no lado leste e extremo sul do lago Turkana, no Quênia. Declarado Reserva da Biosfera Mundial pela Unesco, em 1978, é dividido em duas áreas, contando com um grande desfiladeiro, resultado de uma cratera vulcânica íngreme, que desabou há milhares de anos. A altitude do monte é de 2.285 metros.
Monte Kulal
  A montanha é coberta por florestas, mas conta com grande diversidade de paisagens e habitats, incluindo águas salobra e termal, deserto de sal, dunas de areia e cursos de água sazonais.
  O lugar é caracterizado por muita neblina e chuva. No período noturno, a temperatura fica em torno dos 10 ºC e a umidade relativa do ar fica em torno de 90%. Durante o dia, a temperatura atinge 32 ºC e a umidade relativa do ar é de cerca de apenas 22%.
Paisagem da Reserva do Monte Kulal
  Com uma área de 1.510 km², o parque Masai Mara não é o maior do Quênia, mas é o mais famoso. O parque está situado na Vale do Rift, que vai desde o Mar Mediterrâneo até a África do Sul. A reserva é coberta principalmente por pastagens, com bosques de acácias na região sudeste. Na fronteira ocidental encontram-se as escarpas, onde se concentra a vida selvagem do parque, graças ao terreno pantanoso, que oferece uma abundância de água e a interferência turística é mínima.
Migração de gnus no parque Masai Mara
  As planícies do Masai Mara são famosas devido à presença de leões e de outros animais de grande porte, como leopardos, elefantes, búfalos, rinocerontes, hipopótamos e crocodilos-do-nilo.
  Os gnus são os habitantes dominantes nos campos do Masai Mara e seu número é estimado em milhões de animais. Outros antílopes numerosos encontrados no parque são as gazelas-de-grant, os impalas, os topis e os búbalus. Grandes manadas de zebras também são encontradas no parque, além da girafa-masai.
Parque Masai Mara
  O Parque Nacional de Amboseli está situado no distrito de Kaijado, na província do Vale do Rift. Possui uma área de 39.206 hectares e situa-se no centro de um ecossistema de 8.000 km², se estendendo na fronteira do Quênia e a Tanzânia. O parque protege dois dos cinco principais pântanos e inclui um lago seco que data do Pleistoceno e a vegetação semiárida.
  Situado a cerca de 140 quilômetros a sul de Nairóbi, o Parque Nacional de Amboseli é o segundo parque mais popular do Quênia.
Elefantes no Parque Nacional de Amboseli, com o Monte Quilimanjaro ao fundo
  Os kayas das Florestas Sagradas dos Mijikenda são um Patrimônio Mundial da Unesco. Consiste em onze florestas situadas a mais de 200 quilômetros ao longo da costa do Quênia e contêm vestígios de numerosas vilas fortificadas conhecidas como kayas, feitos pelo povo Mijikenda. Os kayas foram criados no século XVI, mas abandonadas em 1940. Atualmente, são considerados os domicílios dos antepassados e venerados como locais sagrados e, como tal, mantidos por conselhos de anciões. O local é testemunha única da cultura e tradição de quem viveu ali.
Kayas das Florestas Sagradas dos Mijikendas - Quênia
  O Parque Nacional de Nairóbi foi estabelecido em 1946, e foi o primeiro parque a ser oficializado no país. Está localizado há aproximadamente 7 quilômetros ao sul do centro de Nairóbi, com uma cerca elétrica que separa a vida selvagem do parque a partir da metrópole. A proximidade dos ambientes urbanos e naturais tem causado conflitos entre os animais e os habitantes e ameaça as rotas de migração dos animais.
  O Parque Nacional de Nairóbi possui uma grande e variada população de animais silvestres. Herbívoros se reúnem no parque durante a estação seca e o local é um dos santuários de rinocerontes mais bem sucedidos do país.
Animais pastando no Parque Nacional de Nairóbi
  O Parque Nacional e Floresta Natural do Monte Quênia foi fundado em 1949, e protege a área ao redor do Monte Quênia. O parque foi reconhecido como Reserva da Biosfera em 1978 e, em conjunto com a Floresta Nacional, ocupam uma área protegida de 142 mil hectares.
Parque Nacional e Floresta Natural do Monte Quênia
  O parque é um paraíso botânico, com grande variação de flora, além de ser o lar de uma grande variedade de vida selvagem, incluindo algumas espécies únicas de macacos, colobus, baualas, elefantes, babuínos-anubis, cob-untuosos, rinocerontes-negros, leopardos, hienas, bongos e, em altitudes elevadas podem ser encontrados zebras e elandes.
Vídeo sobre a vida selvagem no Quênia
HISTÓRIA
  Fósseis encontrados no Quênia sugerem que os primatas percorriam a região há mais de 20 milhões de anos. Recentes descobertas perto do Lago Turkana indicam que hominídeos, como o Homo habilis e o Homo erectus são possíveis ancestrais diretos do Homo sapiens moderno, e viveram no Quênia durante o Pleistoceno.
  Documentos históricos mais antigos sobre a área que hoje faz parte do território do Quênia, mostram que, pelo menos desde o século VIII da era cristã, os árabes se estabeleceram na região. A costa queniana acolheu comunidades de ferreiros, agricultores de subsistência, caçadores e pescadores bantus que comercializavam com países estrangeiros.
  Os árabes do sul da Arábia colonizaram o litoral e estabeleceram muitas novas cidades-Estados autônomas, incluindo Mombasa, Malindi e Zanzibar. Eles também introduziram o islamismo na região. Essa mistura de culturas deixou uma influência árabe notável sobre a cultura e o idioma bantu suaíli da costa.
Nakuru - com uma população de 373.283 habitantes (estimativa 2017) é a quarta maior cidade do Quênia
  Os suaílis construíram Mombasa como uma grande cidade portuária e estabeleceram laços comerciais com outras cidades-Estados próximas, bem como centros comerciais na Pérsia, Arábia e até mesmo na Índia.
  No século XVII, holandeses e ingleses empreenderam o comércio na região. Os primeiros europeus a explorarem o interior do Quênia foram os alemães Johann Ludwig Krafp e Johannes Rebmann, missionários que se estabeleceram em Rabai, no território da tribo manyika, em 1848.
  Na Conferência de Berlim, em 1885, onde se delimitaram as áreas de influência das potências europeias, o Quênia foi entregue ao Reino Unido, que o confiou em regime de monopólio à Companhia Imperial da África Oriental Britânica. Em 1887, a companhia comercial assegurou o arrendamento da faixa costeira, cedida pelo sultão de Zanzibar.
Eldoret - com uma população de 350.728 habitantes (estimativa 2017) é a quinta maior cidade do Quênia
  Durante a década de 1920, houve uma considerável imigração proveniente da Grã-Bretanha. Nas duas décadas que precederam a Segunda Guerra Mundial, os europeus monopolizaram as melhores terras cultiváveis, e teve início um confronto político entre britânicos e indianos, que se consideravam insuficientemente representados nos órgãos de governo da colônia. A Associação Central de Kikuyu, fundada em 1921 e reformulada em 1925, também passou a exigir sua participação no poder.
  Em 1925, Jomo Kenyatta liderou um movimento nacionalista, que exigiu a restituição das terras aos Kikuyus, e pregava a redistribuição das terras da colônia.
Kehancha - com uma população de 310.376 habitantes (estimativa 2017) é a sexta maior cidade do Quênia
Independência
  A luta pela emancipação do Quênia foi marcada por conflitos entre os grupos favoráveis à independência e a reduzida população branca, que detinha 25% das terras férteis do país. O mais conhecido desses conflitos foi a Revolta dos Mau-Mau, entre 1952 e 1963. Os Mau-Mau eram um grupo político que lutava contra o domínio britânico na região.
  Em dezembro de 1963, o Quênia tornou-se Estado independente, membro da Comunidade Britânica (Commonwealth) e constituiu-se em república no ano seguinte, sob a presidência do carismático Kenyatta, o qual foi reeleito em 1969 e em 1974. O governo Kenyatta foi moderado, pró-ocidental e progressista. Até o final da década de 1960, o Quênia era, na prática, um Estado de partido único. Um grande número de investidores estrangeiros instalou-se no país; o turismo se expandiu e tornou-se a mais importante fonte de divisas do país.
  Após a morte de Kenyatta, em 1978, assumiu o poder Daniel Arap Moi, único candidato à presidência nas eleições do ano seguinte.
Jomo Kenyatta (1892-1978)
  A queniana Wangari Maathai (1940-2011) tornou-se a primeira mulher africana a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Bióloga, professora universitária e ativista do meio ambiente, Wangari criou o Movimento Cinturão Verde na década de 1970, que plantou cerca de 30 milhões de árvores no Quênia. Além disso, combateu o antigo regime opressivo de seu país. Seus principais objetivos eram preservar a biodiversidade no Quênia, criar empregos em áreas rurais e combater o desmatamento no país.
Wangari Maathai
  No mandato do primeiro presidente Jomo Kenyatta (1963-1978), foi instituído o regime de partido único, mantido por seu sucessor, Daniel Arap Moi (1978-2002).
  Nas eleições de 2002, venceu o candidato da oposição, Mwai Kibaki, reeleito para um segundo mandato de cinco anos.
  Em 2010, os quenianos reformaram sua Constituição, reduzindo os poderes do presidente e reconhecendo a igualdade de direito à terra entre homens e mulheres.
Ruiru - com uma população de 289.495 habitantes (estimativa 2017) é a sétima maior cidade do Quênia
CULTURA
  No Quênia, quando algum feriado cai no domingo, ele também é comemorado na segunda-feira. No dia 6 de novembro de 2008, o então presidente queniano, Mwai Kibaki, declarou o dia como feriado nacional no país, em comemoração à vitória de Barak Obama, filho de um queniano, nas eleições presidenciais norte-americana.
  O Quênia tornou-se mais conhecido através da visão que Karen Blixen deixou no seu livro "África Minha" que, mais tarde, seria adaptado ao cinema por Sydney Pollack, com Meryl Streep.
  Por direito próprio, o Quênia tem uma cultura predominantemente popular e multifacetada em virtude do número extraordinário de tribos diferentes, como os masai, os cambas, os pokots, os quicuios e os calenjins, fazendo do país uma nação megadiversa e cosmopolita.
Mulheres da tribo Pokot
  Os Masai, a tribo mais representativa do país, vive como os seus ancestrais viviam há mais de mil anos, alheio às mudanças e evolução, sendo uma das civilizações mais impressionantes do mundo.
  Outra cultura bastante importante no Quênia é a dos Luo, que está localizada na área do Lago Vitória. É uma tribo que vive da pesca e da agricultura e têm uma forte ligação com seus antepassados. Os Kalenjin, que vive no noroeste do país, os Kikuyus e os Meru, são tribos que foram mais socializadas com as mudanças da sociedade.
Habitantes do Quênia
  No esporte, o Quênia se destaca na resistência de seus atletas, onde sempre são favoritos nas diversas maratonas que disputam no mundo todo.
  Mas por que os quenianos são bastante resistentes nas maratonas de média e longa distância? Dentre as supostas respostas está a de que, determinados, os quenianos acordam antes do sol nascer para dar início a um intenso treinamento. Sozinhos ou em dupla, no asfalto ou na terra batida, eles treinam com bastante garra.
  Diversas regiões do Quênia, como os vilarejos de Bugar, são conhecidas por fabricarem medalhistas de ouro nas provas de longa distância. São lugares pequenos e isolados, mas que possuem capacidade de produzir atletas natos.
Paul Tergat - com cinco títulos é o maior vencedor da Maratona Internacional de São Silvestre
  A vida de corredor para os quenianos inicia desde cedo, ainda na época da escola. Vivendo longe das escolas, elas precisam andar pelo chão duro, vencendo os quilômetros que separam suas casas da escola. Para muitos quenianos, estudar é como ganhar uma maratona todos os dias.
  Outra coisa que pode explicar também o boom de atletas quenianos é a oportunidade de ganhar dinheiro. Um atleta do Quênia chega a sustentar até 20 pessoas de uma única família.
Vídeo sobre o treinamento dos atletas quenianos (Fonte: Record)
POPULAÇÃO
  O Quênia tem uma população bastante diversificada, que inclui a maioria dos principais grupos etno-linguísticos encontrados na África. Há uma estimativa de 47 comunidades diferentes, sendo que os bantus (67%) e os nilotas (30%) constituem a maioria dos residentes locais. Grupos cuchíticos formam uma pequena minoria étnica, assim como árabes, indianos e europeus. Em termos de etnia os Kikuyu representam 22%, os Luhya 14%, Luo 13%, Kalenjin 12%, Cambas 11%, Kisii 6%, Meru 6%, outras etnias africanas 15%, e 1% são de não-africanos (asiáticos, europeus e árabes).
Membros da etnia Kikuyu
  Vários grupos étnicos falam suas línguas maternas dentro de suas próprias comunidades. As duas línguas oficiais, o inglês e o suaíli, são utilizadas em diferentes graus de fluência para a comunicação com outras populações. O inglês é amplamente falado no comércio, no sistema educacional e no governo. Moradores de áreas rurais e de periferias urbanas são menos multilíngues, sendo que muitas regiões rurais falam apenas línguas nativas.
  O inglês queniano é usado por algumas comunidades e indivíduos no país e contém características únicas derivadas de línguas bantas locais. Há um total de 69 línguas faladas no país, a maioria pertencem a duas famílias linguísticas gerais: nígero-congolesas (ramo bantu) e nilo-saarianas (ramo do Nilo), faladas por populações bantu e nilotas.
Kikuyu - com uma população de 282.675 habitantes (estimativa 2017) é a oitava maior cidade do Quênia
ECONOMIA
  A agricultura continua a dominar a economia do Quênia, apesar de pouco mais de 15% das terras do país serem consideradas férteis e apenas 7% a 8% poderem ser consideradas de primeira classe. Os principais produtos agrícolas cultivados no país são chá, café, milho, trigo, laranja, banana, abacaxi, abacate, girassol, soja, sisal, algodão, coco, cana-de-açúcar, batata, tomate, cebola, arroz, feijão, mandioca e caju. A criação de bovinos é o principal rebanho do país, mas merece destaque também a criação de suínos e caprinos, além da piscicultura e avicultura.
  No setor mineral, os principais minerais extraídos são calcário, trona (carbonato de cálcio), ouro, sal e flúor.
Tala - com uma população de 264.891 habitantes (estimativa 2017) é a nona maior cidade do Quênia
  No setor industrial destacam-se a produção de plásticos, refino de petróleo, artefatos de madeira, couro, tecidos, cigarros, cimento, metalurgia e comida enlatada.
  O setor de serviços do Quênia é o que mais contribui para o PIB do país, dominado principalmente pelo turismo, que é a principal fonte de divisas. Os principais turistas que visitam o país são europeus, principalmente da Alemanha e do Reino Unido, que buscam nas suas belezas naturais e na vida selvagem, o seu principal atrativo.
Melinde - com uma população de 251.190 habitantes (estimativa 2017) é a décima maior cidade do Quênia
ALGUNS DADOS DO QUÊNIA
NOME: República do Quênia
INDEPENDÊNCIA: do Reino Unido, em 12 de dezembro de 1963
CAPITAL: Nairóbi
Centro financeiro de Nairóbi
GENTÍLICO: queniano (a)
LÍNGUA OFICIAL: inglês e suaíli
GOVERNO: República Presidencialista
LOCALIZAÇÃO: África Oriental
ÁREA: 580.367 km² (46º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2017): 48.628.800 habitantes (30°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 83,78 hab./km² (88°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2015): 2,65% (23°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2017):
Nairóbi: 4.090.500 habitantes
Nairóbi - capital e maior cidade do Quênia
Mombaça: 1.454.400 habitantes
Mombaça - segunda maior cidade do Quênia
Kisumu: 496.832 habitantes
Kisumu - terceira maior cidade do Quênia
PIB (FMI - 2016): US$ 61,405 bilhões (72º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2016): US$ 1.338 (144°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2016): 0,555 (146°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  Muito alto
  Alto
  Médio
  Baixo
  Sem dados
Mapa do IDH
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2016): 29,1/mil (53º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2016): 14,02/mil (33º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2016): 54,7/mil (181°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
Mapa da taxa de mortalidade infantil no mundo
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2016): 3,31 filhos/mulher (46º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
Mapa da taxa de fecundidade no mundo
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 87,4% (154°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
Mapa da taxa de alfabetização no mundo
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 26,5% (178°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
Mapa da taxa de urbanização no mundo
MOEDA: Xelim Queniano
RELIGIÃO: cerca de 80,7% dos quenianos são cristãos (sendo 24,4% de católicos, 32,6% de protestantes, 20% de cristãos independentes e 3,7% de outras religiões cristãs), 11,1% seguem religiões tribais, 7% seguem o islamismo e 1,2% seguem outras religiões ou não possuem religião.
Igreja católica em Mombaça
DIVISÃO: o Quênia é dividido em sete províncias e uma área, que são (os números correspondem a área no mapa): 1. Central 2. Costa 3. Oriental 4. Área de Nairóbi 5. Nordeste 6. Nyanza 7. Vale do Rift 8. Ocidental.
Mapa da divisão regional do Quênia
REFERÊNCIA: Cotrim, Gilberto
Historiar: 9 / Gilberto Cotrim, Jaime Rodrigues. - 2. ed. - São Paulo: Saraiva, 2015.

terça-feira, 25 de abril de 2017

ARÁBIA SAUDITA: O MAIOR EXPORTADOR MUNDIAL DE PETRÓLEO

  A Arábia Saudita é o maior país do Oriente Médio, com 2.149.690 km², constituindo a maior parte da Península Arábica. Com a segunda maior reserva de petróleo e a sexta maior reserva de gás natural do mundo, a Arábia Saudita é o maior exportador mundial de petróleo e um dos mais poderosos do mundo, além de ser uma grande potência regional. O país é membro do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo Pérsico, da Organização da Conferência Islâmica, do G20 e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Mapa da Arábia Saudita
GEOGRAFIA
  A Península Arábica é uma região desértica, com poucas áreas propícias ao estabelecimento de núcleos de povoamento permanente (oásis e áreas litorâneas).
  A Península Arábica era, há muito tempo, conectada com o Norte da África. Nessa época, o Mar Vermelho não existia e, sob o ponto de vista físico, apresentava algumas similaridades com a atual região, dentre elas, a predominância do clima desértico. Isso é possível constatar pela presença do deserto da Arábia.
  Habitada historicamente por povos árabes, a Península Arábica compreende hoje Arábia Saudita, Kuwait, Iêmen, Omã, Emirados Árabes Unidos e Catar. Tais países se destacam pela produção de petróleo e, em contrapartida, pela escassez de água e solos disponíveis para a agricultura.
Caravana de viajantes e camelos no Deserto da Arábia
  O clima da Arábia Saudita é predominantemente desértico, com grande amplitude térmica diária, possuindo verões bastante quentes e secos e invernos suaves na costa e seco no interior. É frequente no país a ocorrência de tempestades de areia e poeira. O país conta também com oásis férteis e regiões de pastos. A região de Asir, localizada no sudoeste do país, é influenciada pelas monções do Oceano Índico, que geralmente acontecem entre outubro e março. Uma média de 300 milímetros de chuvas ocorre durante este período, que representa cerca de 60% da precipitação anual.
Paisagem do deserto da Arábia
  Na maior parte do país, a vegetação limita-se a ervas e arbustos. A tamareira é uma árvore típica do país, sendo encontrada principalmente nas áreas de oásis. A fauna saudita é composta por lobos, hienas, babuínos, gazelas, órix (um tipo de antílope), camelos e leopardos, dentre outros animais, principalmente de pequeno porte que habitam o deserto. Animais selvagens como o órix, têm sido exterminados por empresas de caça sauditas que recorrem ao uso de metralhadoras. A área costeira do mar Vermelho, em especial os recifes de coral, possui uma fauna marítima bastante rica.
  A principal característica topográfica da Arábia Saudita é o Planalto Central, que se eleva abruptamente do Mar Vermelho e desce gradualmente para o Néjede (região central da Península Arábica) e para o Golfo Pérsico. Na costa do Mar Vermelho há uma estreita planície costeira, conhecida como Tihamar. A província sudoeste de Asir é montanhosa e nela encontra-se o ponto culminante do país, o monte Jabal Sawda, com 3.133 metros.
Jabal Sawda - ponto culminante da Arábia Saudita
  Praticamente não há rios ou lagos no país, mas há numerosos uádis (leito seco de rio no qual as águas correm apenas na estação das chuvas). As poucas áreas férteis são encontradas nos depósitos aluviais em uádis, bacias ou oásis. Desertificação, esgotamento dos recursos aquáticos subterrâneos, a falta de rios ou lençóis permanentes de água doce levou à construção de grandes instalações de dessalinização da água do mar. Os constantes derrames de petróleo são responsáveis pela poluição costeira.
Uádi no deserto da Arábia - Arábia Saudita
  As fronteiras com a Jordânia, o Iraque e o Kuwait foram estabelecidas por uma série de tratados negociados nos anos 1920, que criaram duas "zonas neutras" - uma com o Iraque e outra com o Kuwait. A zona neutra Kuwait-Arábia Saudita foi administrada conjuntamente em 1971, com cada Estado partilhando igualitariamente os recursos petrolíferos da zona.
  Tentativas de acordo para a partilha da zona neutra Kuwait-Arábia Saudita chegaram a um termo em 1981, sendo finalizadas em 1983. A fronteira sul do país com o Iêmen foi parcialmente definida em 1934 com o Acordo de Taif, pondo fim a uma breve guerra fronteiriça entre os dois Estados. Um tratado adicional assinado em junho de 2000 delineou porções da fronteira entre os dois países. A localização e status da fronteira entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não está finalizada; a fronteira de fato reflete a um acordo de 1974. A fronteira entre a Arábia Saudita e o Catar foi definida em março de 2001.  A fronteira com o Omã ainda não está demarcada.
Peregrinos na cidade de Meca
HISTÓRIA
  Muitos povos têm vivido na península Arábica ao longo de mais de cinco mil anos. A cultura Dilmun, ao longo da costa do Golfo Pérsico, era contemporânea dos sumérios e dos antigos egípcios, e a maior parte dos impérios do mundo antigo estabeleceu trocas comerciais com os estados da península. O território que hoje faz parte da Arábia Saudita foi a pátria dos semitas que, desde o início do quarto milênio a.C., deslocaram-se para a Mesopotâmia e para a Palestina. Os sabeus habitavam o sudoeste dos atuais territórios da Arábia Saudita e do Iêmen por volta de 700 a.C.
  No primeiro milênio a.C., o reino Mineu estava bem estabelecido ao longo da costa do Mar Vermelho; era um povo nômade e pastores. Depois, os nabateus se estabeleceram um pouco mais ao norte. A região foi objeto de luta pela hegemonia entre os etíopes e os persas. A partir do século V, Meca substituiu, em importância, a cidade nabatea de Petra.
Cidade antiga de Petra, Arábia Saudita
  Por volta do século VI, mais de trezentas tribos de origem semita habitavam a região, incluindo as tribos urbanas que habitavam a faixa costeira do Mar Vermelho e do sul da península - área com melhores condições climáticas e maior fertilidade do solo. Essas tribos concentravam-se principalmente em Meca, sua principal cidade, e em Iatreb (atual Medina).
  A importância de Meca era decorrente de seu valor comercial e religioso, uma vez que lá se encontrava a Caaba, santuário em que depositavam as imagens dos diversos ídolos representando os deuses das tribos árabes. A tribo dos coraixitas detinha grande poder e prestígio e controlava a cidade de Meca.
Caaba
  Nascido em 570 e oriundo de uma família humilde da tribo coraixita, Maomé passou a difundir uma nova fé. Seus ensinamentos continham influências judaicas e cristãs e pregavam a existência de um deus único, Alá. Depois da morte de Maomé, os fundamentos de sua crença - denominada de islamismo - foram reunidos em um livro sagrado, o Corão ou Alcorão.
  Maomé condenava a peregrinação das tribos até Meca para idolatrar os vários deuses representados na Caaba. Sentindo-se ameaçados, os coraixitas repudiaram a nova religião e expulsaram Maomé e seus seguidores, os quais se instalaram na cidade vizinha de Iatreb (que teve seu nome mudado para Medina, que significa "cidade do profeta"). Essa fuga caracterizou, em 622, a Hégira, evento que foi tomado como marco do início do calendário muçulmano.
Profeta Maomé recitando o Alcorão em Meca (gravura do século XV)
  Bem recebido em Iatreb, o profeta conseguiu o apoio dos comerciantes locais e a ajuda dos beduínos, que formaram um exército para conquistar Meca. Em pouco tempo, todos os povos árabes da península converteram-se ao islamismo, o que os unificou.
  Após a morte de Maomé, em 632, o esforço de expansão religiosa prosseguiu. Esse empenho é chamado no islamismo de Jihad, que significa a dedicação, a luta por conseguir a fé perfeita em sua própria consciência e na daqueles que ainda não a conhecem. Também foi tida como a "guerra santa" contra os infiéis ou inimigos do islã.
  Conquistada Meca, o Império Islâmico começava a se formar; conduzido pelo poder dos califas, como eram chamados os líderes árabes, ao mesmo tempo chefes religiosos e políticos.
Profeta Maomé orando na Caaba (gravura otomana do século XVI)
  Com a morte de Maomé a discordância eclodiu sobre quem iria sucedê-lo como líder da comunidade muçulmana. Abu Bakr, um companheiro e amigo próximo de Maomé, foi nomeado primeiro califa. Durante a liderança de Abu Bakr, os muçulmanos se expandiram para a Síria, depois de derrotar uma rebelião de tribos árabes em um episódio conhecido como as Guerras Ridda, ou Guerras de Apostasia. Nessa época, o Alcorão foi compilado em um único volume.
  A morte de Bakr, em 634, resultou na sucessão de Umar ibn al-Khattab como califa, seguido por Uthman ibn al-Affan, Ali ibn Abi Talib e Hasan ibn Ali. Os primeiros califas são conhecidos como al-khulafã ar-rashidun (califas bem orientados). No governo deles, o território sob o domínio muçulmano expandiu profundamente em regiões persas e em territórios bizantinos.
  Quando Umar foi assassinado pelos persas em 644, a eleição de Uthman como sucessor foi recebida com uma crescente oposição. Cópias padrão do Alcorão foram distribuídos em todo o Estado islâmico. Em 656, Uthman também foi morto e Ali assumiu o cargo de califa. Após a primeira guerra civil (Primeira Fitna), Ali foi assassinado por carijitas em 661. Após um tratado de paz, Muawiya I chegou ao poder e começou a disnastia Omíada. Ele transferiu a capital de Medina para Damasco, na Síria e a península Arábica começou a perder importância como centro político e religioso do Império.
Mapa da expansão islâmica
  Durante o século VIII, o Império Árabe abarcou à África do Norte, o sul da Espanha, o Afeganistão e o Paquistão. A partir de 750 começou a fragmentar-se em Estados menores. Durante mais de mil anos, muitas tribos guerreiras controlaram as diversas regiões que compõem a maior parte da Arábia. No início do século XVI, os turco-otomanos conquistaram Hejaz e partes de Asir.
  A Dinastia Saud, que em meados do século XV havia dominado uma pequena área ao redor da aldeia de Dariah, ocupou uma posição secundária nas disputas de poder até meados do século XVIII. Nessa época, o governante saudita Muhammad ibn Saud formou uma aliança com o reformador religioso Muhammad ibn Abd al-Wahhab, líder da seita vaabita.
  Ibn Abd al-Wahhab condenava o crescente abandono dos ensinamentos do islamismo na Arábia e pregava a obediência do povo às leis muçulmanas. O movimento vaabita rapidamente tomou conta da maior parte da Arábia. A família Saud ampliou o Estado saudita, assumindo o controle das regiões convertidas ao vaabismo.
Al Hofuf - com uma população de 1.229.807 habitantes (estimativa 2017) é a quinta maior cidade da Arábia Saudita
  No início do século XIX, o governante otomano do Egito atacou o Estado saudita para pôr fim à sua expansão. A família Saud lutou para reconquistar os territórios perdidos nesse conflito e, por volta de 1843, seu exército havia reconquistado a maior parte da Arábia.
  O Reino Unido criou protetorados ao longo das costas sul e leste da Arábia durante o século XIX. Mas os líderes tribais árabes ainda governavam a maior parte da imensa região do interior.
  Depois de 1865, disputas entre clãs provocaram uma guerra civil e o consequente enfraquecimento do poder saudita. Por volta de 1891, a maior parte da Arábia encontrava-se dividida entre os diversos chefes tribais e os otomanos. Abud al-Raman ibn Saud, teve que exilar-se no Kuwait.
Taif - com uma população de 1.142.818 habitantes (estimativa 2017) é a sexta maior cidade da Arábia Saudita
  Em 1902, Abd al-Aziz ibn Saud, filho de Abud, apoiado pelos vaabitas, comandou do Kuwait uma ofensiva e conquistou Riad. Durante os anos que se seguiram, Ibn Saud empenhou-se na conquista do território, anteriormente governado por seus antepassados, e no restabelecimento do movimento vaabita. Em 1932, ele proclamou a união do Reino da Arábia Saudita. Com as divisas do petróleo, desenvolveu um amplo programa de modernização, fortaleceu as relações com outros estados do Oriente Médio e adotou uma política de amizade com os Estados Unidos e a Grã-Bretanha.
Mapa da Arábia Saudita, em 1914
  Em 1953, foi sucedido por Ibn Abdul Aziz Saud, que defendeu a neutralidade árabe na Guerra Fria. Como consequência da nacionalização do Canal de Suez e depois do ataque dos israelitas, britânicos e franceses sobre o Egito em 1956, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com a Grã-Bretanha e com a França, e lhes cortou o suprimento de petróleo. Em 1957, iniciou acordos com os Estados Unidos. As relações com o Egito haviam se deteriorado e, após a revolução do Iêmen, em 1962, rompeu relações diplomáticas, pois o governo egípcio apoiava o novo governo republicano.
  O príncipe Faysal sucedeu no trono a Saud em 1964. Em 1967, diante da intensificação do conflito árabe-israelense, na Guerra dos Seis Dias, o rei manifestou seu apoio ao presidente egípcio Gamal Abdel Nasser, que enviou soldados para enfrentar Israel.
  Durante a guerra árabe-israelense, em 1973, a Arábia Saudita participou do boicote do petróleo árabe aos Estados Unidos e aos Países Baixos. Como membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o país juntou-se a outros países-membros, elevando moderadamente o preço do petróleo, em 1971.
 Em 1975, o rei Faysal foi assassinado e sucedido pelo príncipe Jalid, embora o príncipe herdeiro Fahd ibn Abd al-Aziz tenha tomado o poder.
Imagem de satélite da Arábia Saudita
  O país manteve sua linha conservadora e sua influência na OPEP para manter o incremento do preço do petróleo no mercado internacional. A inflação interna e o difícil cumprimento de programas de desenvolvimento foram problemas contínuos. Em 1977, a Arábia Saudita mostrou-se contra a política conciliadora do presidente egípcio Anwar Al Sadat, colocando-se contra Israel. Depois do Acordo de Camp David, em 1978, entre Israel e Egito, a Arábia Saudita rompeu relações com o Egito em 1979.
  Em junho de 1982, o então rei Khalid faleceu e Fahd tornou-se rei e Primeiro-Ministro numa suave transição. Um outro meio-irmão, o Príncipe Abdalá, comandante da Guarda Nacional Saudita, foi nomeado príncipe herdeiro e principal Primeiro-Ministro. Outro irmão do rei Fahd, o príncipe Sultan, então ministro da Defesa e da Aviação, tornou-se o vice Primeiro-Ministro.
Dammam - com uma população de 1.045.281 habitantes (estimativa 2017) é a sétima maior cidade da Arábia Saudita
  A Arábia Saudita apoiou a navegação neutra no Golfo Pérsico durante a guerra Irã X Iraque e ajudou a economia iraquiana a se erguer após a guerra. O rei Fahd desempenhou um importante papel na realização do cessar fogo entre o Irã e o Iraque, assim como na organização e no fortalecimento do Conselho de Cooperação do Golfo, um grupo de seis países árabes dedicados à implementação da cooperação econômica regional e do desenvolvimento pacífico.
  Em 1990-91, o rei Fahd desempenhou um papel-chave antes e depois da Guerra do Golfo: a Arábia Saudita acolheu a família real kuwaitiana, além de 400.000 refugiados e de permitir que as tropas norte-americanas e aliadas se instalassem em seu território. Forças sauditas lutaram contra o Iraque na Guerra do Golfo.
Caças F-15 ES dos Estados Unidos estacionados na Arábia Saudita durante a Guerra do Golfo
  Quando o então rei Fahd sofreu um enfarte, em novembro de 1995, seu sucessor, o príncipe-herdeiro Abdallah assumiu o trono, que durou até 22 de janeiro de 2015, quando faleceu. O seu sucessor foi seu meio irmão, Salman bin Abdalazis Al Saud, que depois passou o trono para o seu sobrinho Mohammed bin Nayef.
  Em meados da década de 1990, a situação econômica do país agravou-se. Em primeiro lugar, a era de abundância de dólares tinha chegado ao fim, pois, além da concorrência dos países filiados à OPEP, os países não-filiados passaram a adotar uma política comercial agressiva no mercado mundial de petróleo. Em segundo lugar, os gastos militares realizados durante e depois da Guerra do Golfo geraram um grande déficit fiscal.
  Em 1995, o governo saudita procurou ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI). Nessa época, a oposição fundamentalista islâmica realizou alguns atentados terroristas contra as tropas ocidentais no país. A crise econômica do Sudeste Asiático, em 1997, acarretou a redução da demanda de petróleo no mercado mundial, baixando os preços do produto.
  Em 1999, a OPEP adotou diretrizes para diminuir a produção e pressionar o aumento do preço do petróleo. A ação da OPEP, a recuperação econômica dos Tigres Asiáticos e a manutenção do crescimento da economia norte-americana fizeram o consumo do produto aumentar, elevando o preço do barril de petróleo.
Paisagem do deserto da Arábia, na divisa entre a Arábia Saudita e os Emirados Árabes
  Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, a Arábia Saudita rompeu relações diplomáticas com o Afeganistão. Mas, apesar de apoiar a luta contra o terror, o país não permitiu que os norte-americanos usassem seu território como base para atacar o Afeganistão.
  A partir de 18 de dezembro de 2010, uma onda revolucionária de manifestações e protestos ocorreram no Oriente Médio e no Norte da África. Os protestos compartilharam técnicas de resistência civil em campanhas sustentadas envolvendo greves, manifestações, passeatas e comícios, bem como o uso das mídias sociais para organizar, comunicar e sensibilizar a população e a comunidade internacional em face de tentativas de repressão e censura na Internet por parte dos Estados.
  Na Arábia Saudita, a minoria xiita da região oriental petrolífera implementou uma manifestação pacífica para exigir a libertação de ativistas detidos e contra o autoritarismo do governo. Essa minoria foi às ruas e fez pequenos protestos, sendo sufocados pela própria falta de visibilidade garantida pela censura da monarquia sunita, conhecida por seu conservadorismo.
  Para controlar a rebelião, o governo saudita realizou um pacote de subsídios de 35 bilhões de dólares para a população saudita, além de uma ajuda para os jovens desempregados, empréstimos para habitação e aumentos salariais de 15% para funcionários públicos.
Protestos durante a Primavera Árabe, na Arábia Saudita
ECONOMIA
  A Arábia Saudita é o mais rico dos países da Península Arábica. Possui em seu território, além de grandes reservas de petróleo, gás natural em abundância. Cerca de 75% das receitas orçamentais e 90% das receitas de exportação do país vêm da indústria petrolífera. Nos últimos anos, o governo árabe vem tentando promover o crescimento do setor privado através da privatização de setores como a energia e as telecomunicações.
  Na década de 1990, a Arábia Saudita sofreu uma contração significativa das receitas de petróleo, combinados com uma elevada taxa de crescimento populacional. A renda per capita saudita caiu abruptamente. Porém, o aumento do preço do produto entre 2008 e 2009, provocou um boom econômico.
Produção de petróleo na Arábia Saudita
  A agricultura e a pecuária são atividades básicas na Arábia Saudita. Os principais produtos agrícolas do país são a tâmara e cereais. As áreas que cultivam tais culturas se encontram nas proximidades do Mar Vermelho, locais que apresentam uma umidade significativa. Para tentar aumentar a produção agrícola do país, o governo saudita vem promovendo a irrigação artificial em áreas desérticas, dessalinizando a água do Mar Vermelho e usando para a produção agrícola.
  Na pecuária, destaca-se a criação de camelos, além de cavalos da raça árabe, jumentos, cabras e ovelhas. As principais indústrias do país são, além da petroquímica, a de peles, tapetes, material elétrico, cimento, gesso e adubos químicos.
Khamis Mushait - com uma população de 728.784 habitantes (estimativa 2017) é a oitava maior cidade da Arábia Saudita
  Outra atividade bastante crescente no país é o turismo religioso, graças as cidades históricas de Meca e Medina.
As cidades históricas de Meca e Medina
  A fé islâmica apresenta cinco pilares centrais: a oração (salat), a peregrinação anual à cidade sagrada de Meca (hadj), o jejum realizado no mês do Ramadã (sanm), a doação do dízimo (zakat) e a submissão a Deus e a seu profeta Maomé (shahada). Dentre esses pilares, o mais difícil de concretizar para a maioria dos muçulmanos é o hadj, já que este envolve, em alguns casos, longas viagens e um gasto considerável de dinheiro e tempo. Ainda assim, é considerado um dever de todo muçulmano realizar o hadj ao menos uma vez na vida e, há muitos séculos, pessoas de várias partes do mundo, do oeste da África à Indonésia, realizam a peregrinação. Dentre estes, a maioria segue o costume milenar de visitar, ao longo do caminho, centros importantes do islamismo, como a cidade de Damasco, na Síria, e principalmente a cidade de Medina, também na Arábia Saudita, a segunda cidade mais sagrada do Islã, pois foi o local onde o profeta Maomé fundou sua comunidade.
  Já para os governantes dessas cidades, o hadj sempre representou uma fonte de poder político e econômico; em contrapartida, eles são responsáveis por garantir a segurança e oferecer a infraestrutura necessária para acomodar os fiéis durante as preces coletivas e também nas horas de descanso. Em Medina foram erguidas grandes estruturas para proteger os fiéis do sol do Deserto da Arábia.
Medina - com uma população de 1.365.914 habitantes (estimativa 2017) é a quarta maior cidade da Arábia Saudita
DEMOGRAFIA
  A população da Arábia Saudita é composta principalmente por árabes, que corresponde a cerca de 56% da população. Uma minoria importante é a de imigrantes, que representa cerca de 18% da população. Esses imigrantes começaram a chegar no país a partir da década de 1950. Os beduínos (povos nômades), representam cerca de 23% da população. O restante da população é de outras minorias.
  A língua nacional é a árabe e quase todos os sauditas seguem a religião islâmica, sendo que a grande maioria é sunita. Estima-se que 240 mil palestinos moram na Arábia Saudita e eles não estão autorizados a manter ou até mesmo solicitar a cidadania saudita por causa de instruções da Liga Árabe, que impede que os Estados árabes lhes concedam cidadania.
  Os árabes são descendentes de antigas tribos de origem caucasiana, que foi miscigenada aos negroides (escravos trazidos da África). Cerca de 80% dos árabes são sauditas, sendo o restante desse povo de outros países árabes. No país é proibida a entrada de judeus.
Buraydah - com uma população de 710.382 habitantes (estimativa 2017) é a nona maior cidade da Arábia Saudita
ALGUNS DADOS DA ARÁBIA SAUDITA
NOME: Reino da Arábia Saudita
FORMAÇÃO:
Declaração da independência: 8 de janeiro de 1926
Reconhecida: 20 de maio de 1927
Unificação: 23 de setembro de 1932
CAPITAL: Riad
Centro Financeiro de Riad
GENTÍLICO: saudita
LÍNGUA OFICIAL: árabe
GOVERNO: Monarquia Absolutista Islâmica Wahhabista
LOCALIZAÇÃO: Oriente Médio
ÁREA: 2.149.690 km² (12º)
POPULAÇÃO (ONU - Estimativa 2017): 32.933.577 habitantes (40°)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA: 15,32 hab./km² (174°). Obs: a densidade demográfica, densidade populacional ou população relativa é a medida expressa pela relação entre a população total e a superfície de um determinado território.
CRESCIMENTO POPULACIONAL (ONU - Estimativa 2015): 2,24% (40°). Obs: o crescimento vegetativo, crescimento populacional ou crescimento natural é a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade de uma  determinada população.
CIDADES MAIS POPULOSAS (Estimativa 2017):
Riad: 6.163.694 habitantes
Riad - maior cidade da Arábia Saudita
Jeddah: 3.998.200 habitantes
Jeddah - segunda maior cidade da Arábia Saudita
Meca: 1.938.065 habitantes
Meca - terceira maior cidade da Arábia Saudita
PIB (FMI - 2016): US$ 653,219 bilhões (20º). Obs: o PIB (Produto Interno Bruto), representa a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (quer sejam países, estados ou cidades), durante um período determinado (mês, trimestre, ano).
PIB PER CAPITA (FMI 2016): US$ 20.813 (34°). Obs: o PIB per capita ou renda per capita é o Produto Interno Bruto (PIB) de um determinado lugar dividido por sua população. É o valor que cada habitante receberia se toda a renda fosse distribuída igualmente entre toda a população. 
IDH (ONU - 2016): 0,847 (38°). Obs: o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população. Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais, variando de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e PIB per capita. A classificação é feita dividindo os países em quatro grandes grupos: baixo (de 0,0 a 0,500), médio (de 0,501 a 0,800), elevado (de 0,801 a 0,900) e muito elevado (de 0,901 a 1,0).
  acima de 0,900
    0,850-0,899
   0,800-0,849
   0,750-0,799
   0,700-0,749
  0,650–0,699
   0,600–0,649
   0,550–0,599
   0,500–0,549
   0,450–0,499
  0,400–0,449
   0,350–0,399
   0,300–0,349
   abaixo de 0,300
   Sem dados
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2016): 74,3 anos (97º). Obs: a expectativa de vida ou esperança de vida, expressa a probabilidade de tempo de vida média da população. Reflete as condições sanitárias e de saúde de uma população.
TAXA DE NATALIDADE (ONU - 2016): 29,1/mil (53º). Obs: a taxa de natalidade é a porcentagem de nascimentos ocorridos em uma população em um determinado período de tempo para cada grupo de mil pessoas, e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE (CIA World Factbook 2016): 2,58/mil (194º). Obs: a taxa de mortalidade ou coeficiente de mortalidade é um índice demográfico que reflete o número de mortes registradas, em média por mil habitantes, em uma determinada região por um período de tempo e é contada de maior para menor.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (CIA World Factbook - 2016): 15,61/mil (113°). Obs: a taxa de mortalidade infantil refere-se ao número de crianças que morrem no primeiro ano de vida entre mil nascidas vivas em um determinado período, e é contada de menor para maior.
TAXA DE FECUNDIDADE (CIA World Factbook - 2016): 2,12 filhos/mulher (105º). Obs: a taxa de fecundidade refere-se ao número médio de filhos que a mulher teria do início ao fim do seu período reprodutivo (15 a 49 anos), e é contada de maior para menor.
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 86,6% (141°). Obs: essa taxa refere-se a todas as pessoas com 15 anos ou mais que sabem ler e escrever.
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA World Factbook - 2016): 82,7% (29°). Obs: essa taxa refere-se a porcentagem da população que mora nas cidades em relação à população total.
MOEDA: Riyal
RELIGIÃO: cerca de 97% população da Arábia Saudita praticam o islamismo e os 3% restantes são cristãos ou praticam outras religiões. A grande maioria dos islâmicos da Arábia Saudita são sunitas, que representa cerca de 85% do total. No país, a liberdade de religião não é reconhecida ou protegida sob a lei. Nenhuma outra religião, que não seja o islamismo, pode ser praticada no país, e os cristãos são quase todos estrangeiros.
  Na Arábia Saudita, igrejas ou outros templos não-muçulmanos são proibidos. Mesmo a realização de orações de forma privada é proibida na prática e a polícia religiosa saudita supostamente investiga as casas dos cristãos. Os trabalhadores estrangeiros têm que comemorar o Ramadã, mas não estão autorizados a celebrar o Natal ou a Páscoa.
Mesquita Al-Masjid an-Nabawi, em Medina
DIVISÃO: a Arábia Saudita é dividida em 13 províncias, que são (os números em negrito correspondem à província no mapa e entre parêntese estão as capitais): 1. Al Jawf (Sakaka) 2. Fronteira do Norte (Arar) 3. Tabuk (Tabuk) 4. Hail (Hail) 5. Medina (Medina) 6. Al Qasim (Buraydah) 7. Meca (Meca) 8. Riad (Riad) 9. Província Oriental (Dammam) 10. Al Bahah (Al Bahah) 11. Asir (Abha) 12. Jizan (Jizan) 13. Najran (Najran).
Mapa da Arábia Saudita com sua divisão política
REFERÊNCIA: Furquim Júnior, Laércio
Geografia cidadã, 9º ano: ensino fundamental II / Laércio Furquim Jr. 1ª ed. - São Paulo: Editora AJS, 2015. - (Coleção geografia cidadã).

sábado, 15 de abril de 2017

O CULTIVO DE COCA NA AMÉRICA LATINA

  Coca (do quíchua kuka) é uma planta da família Erythroxylaceae, seu nome científico é Erythroxylum cocaA coca é uma planta nativa da região dos Andes. Considerada sagrada para os povos andinos, era utilizada em antigos rituais pré-colombianos. Por ser comestível, a coca também é utilizada para combater o mal-estar causada por grandes altitudes e tem usos cosméticos e medicinais. O cultivo do arbusto de coca nos Andes é muito antigo. Segundo os povos nativos, mascar folhas de coca potencializa as energias para enfrentar o desgaste provocado pela altitude. Atualmente, em alguns países da América Latina, principalmente Bolívia, Colômbia e Peru, é possível encontrar lavouras de coca em várias propriedades agrícolas.
  Porém, o cultivo da coca passou a ter maior interesse comercial para determinados grupos (guerrilheiros e narcotraficantes) que utilizam suas folhas para a produção da pasta base de cocaína, uma droga de consumo proibido na maioria dos países do mundo.
  Com isso, muitos pequenos proprietários foram, então, estimulados a plantar coca, deixando de cultivar produtos tradicionalmente comerciais, como frutas, cereais e cana-de-açúcar, e passaram a sobreviver do cultivo de coca, já que seu comércio é mais rentável.
Produção de coca na Bolívia
  A folha de coca apresenta em sua composição uma quantidade muito pequena de cocaína, substância tóxica que atualmente é uma das drogas mais difundidas no mundo, especialmente na América e na Europa.
  Nas últimas décadas, a produção dessa folha tem sido cada vez mais voltada para a obtenção da pasta de coca, que, depois de refinada, é transformada em cocaína. Isso ocorre principalmente na Colômbia, o maior produtor mundial dessa droga. Desse país, a cocaína é escoada por várias rotas e levada aos centros de distribuição e consumo no mundo.
  A partir da década de 1980, grande parte da produção de coca, na Colômbia, passou a ser controlada pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o que contribuiu para intensificar a exploração do narcotráfico.
Mapa da produção de coca na Colômbia
  O governo dos Estados Unidos, maior consumidor mundial de cocaína, tem pressionado a Bolívia, o Peru e a Colômbia a adotar uma série de medidas para deter a produção e comercialização dessa droga. Essa pressão está ocorrendo porque os Estados Unidos querem deter o crescimento do consumo de cocaína no país. Isso tem sido tentado por meio da desarticulação do poder dos narcotraficantes nesses países, bem como da oferta ao pequeno agricultor de vantagens, como incentivos fiscais, subsídios para a compra de sementes e insumos, para que ele deixe de cultivar o arbusto de coca.
  Os governos desses países, no entanto, têm encontrado muitas dificuldades para adotar as medidas exigidas pelo governo dos Estados Unidos, apesar de este oferecer-lhes apoio militar e financeiro. Essas dificuldades são resultados dos seguintes fatores:
  • os agricultores não se mostram muito animados em substituir suas plantações de coca por cultivos tradicionais, uma vez que, nas últimas décadas, o preço desses produtos no mercado internacional caiu muito;
  • o poder dos narcotraficantes nesses países é bem maior do que se imaginava, pois grande parte das autoridades desses países foi corrompida por esses grupos;
  • o aumento do consumo de cocaína no mundo, especialmente nas cidades mais ricas dos Estados Unidos e da Europa, funciona como um estímulo ao aumento da produção dessa droga.
Aviões do Exército colombiano lançando herbicida contra plantações de coca na Colômbia
  Na Colômbia, os problemas ainda são maiores, pois nesse país existe uma guerra civil, a qual determina que uma parte do país fique fora do controle político do governo oficial.
  Após quase 50 anos de conflitos entre as Farc e o governo colombiano, ambas as partes começaram a discutir um possível acordo de paz. Nesse acordo, previa-se a substituição dos cultivos ilegais de coca com consentimento e participação dos camponeses.
  Em maio de 2014, Farc e governo firmaram um acordo de parcial. Em 2015, ambas as partes ainda dialogavam um acordo final de paz.
Soldados destruindo plantações de coca na Bolívia
REFERÊNCIA: Garcia, Valquíria Pires
Projeto mosaico: geografia: ensino fundamental / Valquíria Pires Garcia, Beluce Bellucci - 1. ed.  - São Paulo: Scipione, 2015

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